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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Semana da Pátria


A partir de hoje começa uma “vasta programação” da Prefeitura Municipal de Xapuri alusivas à “Tradicional Semana da Pátria”, de acordo com os convites encaminhados aos organismos públicos do município. Sem ser pessimista ainda dou graças pela realização de pelo menos poucas atividades, porém que pelo menos existam, mas que devemos ser sinceros em reconhecer que gradativamente ano a ano as comemorações tornam-se mais insignificantes do ponto de vista da população, é notório, sem que isso possa significar culpa da atual Administração.

É bem verdade que nas ultimas duas Administrações a questão da Semana da Pátria foi transferida para uma plano de intenções muito mais política que de civismo e patriotismo, a população cansou de ouvir discursos enfadonhos de políticos e autoridades que sempre utilizaram o palanque municipal e o tempo patriótico para proferir tamanhas incoerências políticas que nada tinham de relação com a “Independência da Pátria” comemorada na época.

Nos últimos anos apesar de algumas ações no sentido do resgate patriótico da população xapuriense e da comunidade estudantil, ainda é pouco visível o comprometimento para com a data e importância do sentido da comemoração, o que convenhamos é uma pena...

Longe de ser igual às tradicionais Semanas da Pátria atualmente, continuamos a ver concentração de alunos e de jovens de projetos sócio-educacionais em frente do prédio da Gestão Pública, imbuídos na tórrida função de demonstrar, mesmo que praticamente forçados de que alguma chama de patriotismo ainda vive no interior da juventude.

É nesses momentos que com muita nostalgia recordo dos bons tempos em que como alunos éramos “alistados” para a vigília do Fogo Patriótico, da época que nossos pais davam um duro a mais para comprar um par de quichutes novos, tecidos (tergal e brim) no seu Estevão ou na Dona Liets, Pagar a Dona Santa para fazer as Fardas e a Dona Percilia para pintar o nome da escola, para ver os seus filhos e filhas fazerem bonito no desfile cívico, e mais dinheiro ainda para as fotografias exigidas que fossem retiradas por fotógrafos como o Chico Silva, João e Dona Cecilia Carvalho.

Nessa época era uma honra tamanha para qualquer aluno desfilar, e honra maior ainda conduzir nos desfiles os pavilhões. Tempos em que treinávamos a marcha militar para o desfile. Época em que não se precisava oferecer pontos nas disciplinas escolares para garantir a presença do aluno nas comemorações. Bons tempos...

Para amenizar o quadro de escassez de patriotismo alguma escolas em Xapuri começam a desenvolver atividades metodológicas que tencionam o resgate do civismo de seus estudantes, a escola Anthero Soares Bezerra neste inicio de semana realizou um momento patriótico com seus alunos, com hasteamento de bandeira e execução do Hino Nacional e da Independência, nas salas de aula o educadores voltaram suas práticas para a importância da semana da Pátria. A Escola Divina Providência aposta no impacto visual e na participação coletiva dos alunos, assim como nas três ultimas edições prepara conjuntamente com professores e alunos material para desfile demonstrativo e alegórico no dia 7 de setembro, no ambiente escolar trabalha a conscientização dos alunos.

Quem sabe daqui a um, dois ou...... mais anos posso escrever que definitivamente resgatamos a nossa brasilidade, mas por enquanto resta-me a trabalhar para que isso seja possível.

Palestra sobre Relações Etnico-Raciais

Após convite da Secretaria Municipal de Educação, para colaborar na IV etapa/2011 da formação continuada no Programa Escola Ativa, com professores da rede municipal de ensino, pude na manhã de hoje ministrar uma palestra com o tema "Relações Étnico-Raciais no Currículo das Escolas Multisseriadas do Município de Xapuri/AC", onde na oportunidade centrei o foco principal da apresentação no eixo EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS - “Pensando Metodologias e Referenciais para a Organização da Prática Pedagógica”.

Com o salão paroquial repleto de professores que atendem a zona rural do município de Xapuri, foi possível discutir e trocar experiências de práticas e de metodologias pedagógicas que tencionam transformar os ambientes escolares em principais momentos de formação de cidadãos comprometidos com a questão do respeito às diversidades e à tolerância racial.

Tal ação se faz-se necessário pela obrigatoriedade existente na Lei 10.639/03 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9493/96, que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, bem como a inserção das questões étinico-raciais e de ações anti-racista, anti-discriminatórias, nos currículos das escolas.

Felizmente Xapuri está bem a frente quando se trata de relações de tolerância, apesar de existir sentimentos de preconceito e de racismo “camaradas” aqueles interiorizados, porém muitas vezes não externalizados, temos pouquíssimos casos de excessos de intolerância, ademais principalmente os professores da zona rural por atenderem salas multisseriadas já incorporam desde o inicio de sua carreira profissional atitudes de tolerância a diversas situações na área das complexas relações sociais.

O Projeto Escola Ativa é mais uma maneira de fazer o trabalho pedagógico levando em consideração a rica colaboração dos alunos nos afazeres escolares, na sua participação direta com o funcionamento da escola. Na área metodológica são evidenciadas situações de visibilidade de pertinência do aluno com o meio escolar e vice-versa.

Fica aqui meu sinceros agradecimentos à SEMED, através não somente do Secretário Municipal, mas também de toda a sua equipe técnica e professores da rede municipal que participaram da palestra e contribuíram de forma mais que positiva para que fizéssemos uma exposição sobre as questões pretendidas na palestra.