Em fase de tombamento como patrimônio da humanidade, os geoglifos do Acre continuam atraindo a atenção do mundo. Entre os meses de junho e julho, pesquisadores do Brasil, Estados Unidos, Finlândia e outros países percorrerão o Vale do Acre para aprofundar os estudos na tentativa de desvendar o grande mistério que cerca as estruturas de terra construídas possivelmente entre 700 e 3.000 anos passados.
A palavra geoglifo é a contração de "terra" e "marca" em latim. As estruturas são marcas na terra, construídas e mantidas ao longo de centenas de anos por uma civilização que, segundo as últimas teorias, passou das 60 mil pessoas.
A finalidade dos geoglifos ainda é uma incógnita. Mas em artigo, a arqueológa Denise Schaan, do Museu Emílio Goeldi, de Belém, dá uma pista: "a idéia de civilização está ligada a cidades, locais onde existem bairros e diversas áreas comerciais e residenciais. Os geoglifos tinham sim estradas que os conectavam, revelando uma malha quase urbana de lugares e caminhos. Ainda assim não poderíamos chamá-los cidades, mas centros de encontro, lugares sagrados onde se reunia uma população bastante grande para a época. Localizados a meio caminho entre os Andes e a várzea amazônica, os geoglifos sofriam a influência de ambos os ambientes e devem ter sido palco de cerimônias, festas, conflitos e encontros".
Mesmo prematuras, as pesquisas colocam por terra a tese de que a Amazônia não teria condições de abrigar civilizações mais avançadas. Os geoglifos mostram exatamente o contrário, ao mesmo tempo que podem estar revelando que nem sempre o ambiente amazônico foi o que se vê hoje.
Os primeiros sítios foram descobertos pelo arqueólogo Ondemar Dias, em 1977. Hoje, em uma área de mais de 250 quilômetros no Vale do Acre e região Sul do Amazonas foram identificadas dezenas dessas estruturas.
Torres de observação
A preservação dos geoglifos é uma prioridade para o governador Binho Marques, que no último sábado realizou sobrevôo de helicóptero sobre a rota arqueológica do Acre. Para divulgar e manter os sítios arqueológicos, o Governo do Estado está investindo na prospecção turística.
"Até setembro, teremos uma torre de observação do geoglifo nas terras de Jacob Sá", informou o secretário de Turismo, Cassiano Marques.
A torre na verdade será um centro de visitação, onde o turista receberá todas as informações disponíveis sobre as estruturas e poderá adquirir souvenir como lembrança da passagem pela torre, que terá 23 metros de altura.
Há uma agência de turismo, a Maanaim, que se especializou em realizar voos panorâmicos pelos geoglifos.
Usando aviões como o Minuano, Caravan e Sêneca, a agência leva o turista a um voo de cerca de uma hora de duração até os geoglifos da Estrada de Boca do Acre, Capixaba e região - a rota de maior concentração de sítios. O voo de uma hora custa R$ 1,5 mil para até cinco pessoas, incluindo o translado hotel-aeroporto.
"Os turistas se mostram muito surpresos", disse João Bosco, que se encontra em Turin, na Itália, divulgando às operadoras locais as rotas turísticas do Acre, incluindo os geoglifos.(NS)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caro usuário, você é muito importante para este espaço, suas idéias e opiniões são valiosíssimas, será sempre muito bem vindo a deixar impregnado sua opinião.
Caso queira contribuir, com uma crítica construtiva prossiga, você será respeitado, tal qual o teu respeito para o Xapuri News, porém caso deseja deixar um comentário que fira os preceitos éticos deste instrumento de informação, infelizmente não poderemos publicar o teu comentário...
Cordiais Abraços...
Joscíres Ângelo
Adm. Xapuri News