Os jornais, no fim de semana, amanheceram com notas plantadas e na primeira linha dá logo para se detectar a origem: dos “camaradas”, insinuando que o deputado federal Gladson Cameli (PP) está fazendo corpo mole na campanha do candidato ao Senado, Edvaldo Magalhães (PCdoB) e ainda colocando sua candidatura como colada ao candidato tucano ao governo, Tião Bocalon (PSDB).
Não tenho nenhuma ligação com o Gladson. Não sou do seu time. Não voto nele. Isso me deixa a vontade para comentar este assunto. É invenção! Não adianta se procurar bodes expiatórios pelo fato da candidatura de Magalhães não ter decolado. Mas, se alguém quer colocar um bode na sala dessa história, tem que colocar o povão. Sejamos realistas sem ser hipócritas: o que acontece é que a candidatura do Edvaldo Magalhães (PCdoB), até pela sua postura, passa a imagem que é um candidato das elites. Ao contrário do Petecão (PMN), que passa a imagem de popular, até porque sempre transitou com desenvoltura no baixo clero do eleitorado.
Esse filme de “candidato dos ricos” contra “o candidato dos pobres” eu já vi em Cruzeiro do Sul, quando da eleição para prefeito, entre o Zinho (PP), o candidato das elites cruzeirenses, e o Wagner Sales (PMDB), que encarnava a voz dos mais humildes. O final da disputa eleitoral todos vocês conhecem. Um monte de candidatos a deputados da FPA, e olhe que converso com muitos, diariamente, tem me reclamado que não consegue colar nas suas candidaturas á do Edvaldo Magalhães. O que sempre ouço, invariavelmente, é isso: “quando chegamos e pedimos votos para ele, vão logo dizendo eu voto no Jorge Viana e no Petecão, no Edvaldo não, porque nunca vi ele no meu bairro fora da eleição”.
Então, é bobagem se querer pegar o deputado Gladson Cameli (PP) para factóide. Política é assim mesmo: tem candidato cujo perfil é para cargo proporcional e outros para cargos majoritários. O do Edvaldo se enquadra no primeiro caso. É um rapaz extremamente qualificado para o debate político, tem uma vida limpa, não se conhece nenhuma bandalheira sua, mas lhe falta o principal para disputar uma vaga de senador: a empatia com os grotões dos bairros, com o povão, não tem aquela liga de cheiro de povo, que sobra no Petecão.
Não fosse o guincho dos irmãos Jorge e Tião Viana a lhe puxar [esses sim, caíram na graça da faixa humilde do eleitorado], a diferença a favor de Sérgio Petecão não seria essa de oito pontos registrada pelo IBOPE, mas podem multiplicar por dois ou três. Outra tolice é prever que esses 29% de indecisos vão votar no Edvaldo. Eu paro por aqui, porque em discussões esotéricas, em previsões aleatórias, em jogo de búzios, eu deixo para os pais e mães de santo.
O Edvaldo Magalhães (PCdoB) pode até ganhar a eleição para o Senado porque em política não existe o impossível, mas, não será nada fácil, e ele sabe disso. Não cultivou ao longo de seus mandatos uma imagem popular, e isso vem sendo uma pedra no caminho da sua candidatura.
Luis Carlos Moreira Jorge
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