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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Lugares diferentes, sujeitos diferentes mesmas histórias

Durante a semana deparei-me com imagem dantesca publicada no site do jornal O Alto Acre http://www.oaltoacre.com/  que denunciava que o cemitério do município de Epitaciolândia é visitado constantemente por bois que utilizam inclusive o capim do interior do mesmo como alimento e obedecendo a cadeia alimentar esses animais serão consumidos pelos moradores daquele município podendo geram uma cadeia de contaminação.

O intrigante fato não é novidade e nem tão pouco exclusividade do município de Epitaciolândia é fato de que o repouso dos mortos na maioria dos municípios simplesmente é esquecido pelos administradores... até porque morto não vota né.... lembro-me de uma citação que li em certa época de que uma analista político citava “conseguimos analisar imediatamente um politico numa administração logo de cara, quando visitamos um cemitério, já que quando não se respeita os mortos tão pouco respeitará os vivos” concordando ou não se valêssemos dessa regra a maioria dos prefeitos acreanos estariam reprovados.

Porém o episódio do “boi na cova” faz-me voltar um pouco mais no tempo nas histórias hilárias xapurienses que inclusive chegou a dar entrevista de um coveiro xapuriense no Programa Jo Soares 11 e meia quando este era transmitido pelo SBT, de um boi que caiu em uma sepultura no cemitério e teve um enterro digno de um cidadão local. Claro que além do caso sinistro outros não menos estranhos estavam ocorrendo na época, como a greve dos coveiros que além de infortúnios gerou um certo “engarrafamento de caixões” na porta do ceminterio devido um malfadado cadeado que fechava o portão.

Naquela entrevista lembro da grotesca cena do xapuriense explicando para o apresentador às gargalhadas o que seria uma catraia seu segundo oficio. Apesar do episódio cômico o acontecimento serviu como demonstrar a falta de respeito não somente com os trabalhadores públicos daquela época, mas também pela falta de zelo pelo ambiente de repouso dos familiares dos munícipes, falta de zelo este que continua a cada administração.

Atualmente a maior dor de cabeça de um xapuriense é quando um de seus entes queridos falece. O cemitério municipal já não suporta mais enterros, atualmente o que se faz é enterrar um sobre outro, ou no pouquíssimo espaço entre uma sepultura e outra, o que tem tornado nos últimos anos impossível praticamente caminhar entre os túmulos.

Pior para aqueles que morrem no inferno, já que sofrem duas mortes, uma no momento do falecimento pelas circunstancias do óbito e outra por afogamento no momento do sepultamento é uma situação mais que desagradável para familiares e amigos verem cenas como esta.

Outra situação bastante clássica já presenciada por este blogueiro é quando da abertura de novas sepulturas em épocas que o terreno está úmido a presença de chorume (presença de material oriundo de decomposição dos corpos na agua) pode muitas vezes ser flagrada, já que o lençol freático daquela área é muito próximo da superfície, prova disso é que alguns moradores das proximidades que utilizam de poço garantem que a perfuração dos mesmos não chega a 4 metros, muitas vezes até mesmo a 2 metros encontra-se facilmente agua, esse é um ponto que não quero nem entrar em discussão a utilização de poços naquela região.

Está engavetado por mais de 04 anos um projeto de um novo cemitério municipal, apesar do terreno já ter sido doado, ter sido transformado em local de extração de terra, ter sido transformado em point noturno para curtições pós festas (antigo barreiro palco de muitos escândalos) e atualmente apenas interditado até o presente momento ninguém se preocupou em verificar o a exequibilidade do projeto ou ainda de responder a sociedade xapuriense o porque da estagnação da pleito do mesmo.

Partindo para o lado cômico dizem que nenhum prefeito se interessa em construir cemitérios depois da novela O Bem Amado, em que o Prefeito Odorico Paraguaçu o personagem principal da trama, passou a novela toda tentando inaugurar a maior obra de sua administração e somente foi possível após sua morte. Mas temos que discutir uma imediata solução para a situação de Xapuri que infelizmente vem se arrastando nas ultimas 5 gestões. Isso é uma situação de Saúde Pública... Ou estou enganado?

Pelo menos não temos mais boi na cova, mas em compensação temos doce de mamão sendo produzido com frutas muito bem cultivadas do interior do cemintério...

É rir pra não chorar!!!

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