Campanha é lançada para que pais passem a monitorar filhos na internet

As constantes inovações das redes sociais vêm tirando, cada vez mais precocemente, as crianças de seus tradicionais brinquedos – barbies e carrinhos – para um mundo virtual, ilimitado e perigoso. Embora alguns sites de relacionamento exijam idade mínima para o passaporte da liberdade, não chega a ser considerado empecilho para os menores ingressarem na rede e se relacionarem com pessoas de variadas culturas, idiomas, idades e intenções.

Mário Júnior, 13 anos, após conhecer os prazeres da internet, já não usa seus carros presenteados pela família em seu aniversário e, raramente, vai à rua jogar bola com os vizinhos.  Mesmo o computador instalado no quarto dos pais, Júnior não chega a ser monitorado nos sites acessados e já possui conta no Orkut, MSN, Facebook e logo, segundo ele, fará parte do Twitter. “Uso mais as redes para expor meus pensamentos e sentimentos. Me relaciono na internet mais com os amigos da escola e família”, diz. A mesma situação de Júnior vivem quase 9 milhões de crianças brasileiras que navegam pela internet. Desse total, a maioria não é monitorada pelos pais, de acordo com comScore.Inc (Nasdaq:Scor), que monitora os acessos à rede.

O assunto é problema para os pais e educadores que ainda não sabem como lidar com a situação e evitar os filhos/alunos a entrar no mundo virtual. O conselho básico que se recebia antigamente para não conversar com estranhos não vale para o mundo virtual. O estranho está dentro dos lares, na lan house da esquina, na escola e até mesmo em uma simples ligação telefônica. “Não tem como segurar. Hoje as crianças e os adolescentes não usam mais livros para pesquisa, tudo é na internet. Eu oriento muito os meus filhos sobre o perigo na rede, mas não monitoro”, disse a professora Camila Soares, 45 anos.

PROGRAMA

Para conscientizar tanto os pais quanto as crianças e adolescentes, a Vara da Criança e Adolescente, o Ministério Público Estadual, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, polícias Civil e Militar e o Conselho Tutelar, estão elaborando um programa para identificar a pedofilia na rede. Segundo o promotor de Justiça Almir Branco, o programa será desenvolvido em todo o Acre, mas reforçado em Xapuri, Brasileia e Epitaciolândia por serem área de fronteira.

“Os pais precisam acompanhar os passos dos filhos. Monitorá-los na internet. Temos alguns casos isolados de crianças e adolescentes que conheceram pessoas na internet e foram embora”, ressaltou. (Ana Paula Batalha)

Dicas para as crianças e jovens na internet

1 - Lembre-se que na internet você nunca pode ter certeza sobre com quem você está conversando. Infelizmente, muitas pessoas mentem e alguém que se diz ser uma criança pode na verdade ser um adulto perigoso.

2 - Nunca divulgue informações sobre sua vida, como por exemplo seu último nome, seu número de telefone, onde você vive, ou onde é sua escola – sem perguntar primeiro para seus pais. Desconfie daqueles que querem saber muito sobre você, pois mesmo com poucas informações as pessoas podem descobrir onde você mora.

3 – Fazer planos para encontrar seus amigos de internet na vida real normalmente é uma ideia muito ruim. Se você decidir encontrá-los, leve seus pais com você e encoraje seu amigo virtual a fazer o mesmo. Esta é uma ideia inteligente. No mínimo, faça com que seus amigos reais estejam sabendo o que você vai fazer.

4 - Evite entrar em salas de bate-papo (chats) que parecem provocantes ou de muita discussão, e não deixa as pessoas online usarem o truque de de fazer você pensar neles como amigos da vida real se você nunca os conheceu pessoalmente.

Fonte: A Tribuna