Não aquento mais,as discurssões acerca da discriminilação do aborto, já foi vetado no Projeto de Lei e os meios de comunicação ainda insistem em discutir tal questão se. mas sabem de uma coisa sou totalmente a favor da descriminalização – ou legalização, como queiram – do aborto.
Primeiro porque, a despeito de eu ser católico – ou talvez até por isso – acredito no direito de cada um exercer o livre arbítrio e que somente a Deus cabe julgar o pecado de cada um. Costumo dizer que a minha doutrina religiosa condena o aborto e que eu, provavelmente, não permitiria que um feto originado de mim e gerado por uma mulher,fosse abortado. Porém sou realista. O que dizer da gravidez de uma menina de 16 anos, solteira, estudante, pré-vestibulanda, de família simples, com pais autoritários e sem estrutura financeira? Ela tem – teve ou terá – as mesmas oportunidades de escolher sensatamente sobrea vida que irágerar???? Eu diria que não... E justamente por este motivo não a julgo. Não a condeno. Eu realmente não sei o que é ser ela e estar no lugar dela. By the way, agradeço a Deus por não ser eu a ter que tomar esta decisão.
Segundo porque o Estado é – ou ao menos deveria ser – laico. O Brasil é multi-cultural, multi-étnico e o berço das mais diversas expressões de fé – e mesmo da ausência dela. Por que não respeitar isso?
E terceiro porque é muita hipocrisia dizer que não se faz abortos neste país só porque é ilegal. Quem quer mesmo fazer um aborto encontra um jeito de conseguir. E o faz sem nenhum acompanhamento psicológico ou médico, pelas mãos de um açougueiro qualquer e sujeita a toda sorte de infecções e riscos. Quem não sabe de algum caso de aborto pela nossa cidade,das pilulas de citotex comprados em cobija e fazem o maior sucesso nas noites Xapurienses???
Alguns podem até me condenar por estar expondo tal opinião, mas tenho algumas “verdades” de caráter estritamente pessoal sobre o assunto.
Diferentemente da maioria, por exemplo, acho que a decisão sobre o assunto cabe única e exclusivamente à gestante. No fim das contas o filho será dela, o ônus será dela e as renúncias serão dela. Sim porque quando os “pais” cismam, vão embora no dia seguinte sem olhar para trás e quem é que fica com o rebento? Naturalmente a moça – ou a mãe da moça – mas certamente eles não levam os bebês junto com eles ao partir. Então eu pergunto: questionar o pai quanto ao aborto para quê, exatamente?
Vejam as mães solteiras. Elas é que não vão para as festas, elas é que levam ao médico, elas é que buscam na escola e são elas que se viram para fazer e acontecer todos os dias. Por que não dar a elas a oportunidade de escolher se é mesmo esta vida que querem para si? Eita achoque soou muito feminista essa opinião...mas vamos deixar como estar...
Sempre que converso com alguém sobre o assunto digo que até que o projeto de bebê se torne um bebê de fato – ou ao menos até que ele possa (sobre)viver sozinho – ele nada mais é do que um apêndice do corpo da mãe. recentemente Li uma matéria sobre o assunto, onde um genecologista Explicava que entre outras coisas, de forma bastante científica exatamente o que eu disse logo acima. A-DO-REI!
A favor da minha opinião faço uso de exemplos práticos a fim de provar o meu ponto de vista. Para a pauta em questão utilizo-me de dois exemplos bastante simples:
a. Digamos, por hipótese, que uma mulher com 8 semanas de gestação sofre um infarto agudo do miocárdio e morre. O que acontece com o feto? Obviamente morrerá também posto que ele não tem a mínina possibilidade de sobreviver sozinho.
b. Consideremos, hipoteticamente, uma mulher grávida de 10 semanas. Determinado dia ela sai para trabalhar, é atropelada e morre. A pessoa que lhe tirou a vida responderá por crime de duplo homicídio? Não. Se alguém atropelar e matar uma gestante ele responderá por crime de homicídio culposo – por ter matado a mãe – sem qualquer prejuízo pela morte o nascituro. Estranho ser crime quando a mãe "mata" o feto e não o ser se a morte for provocada por outrem, não?
O fato é que sem o corpo da mãe a tal vida não se mantém. Os defensores das leis anti-aborto habitualmente fazem uso da Constituição Federal para basear seu argumento: é garantido a todo brasileiro o direito à vida. Pois bem, vou utilizar da mesma Constituição Federal para argumentar: é garantido a todo brasileiro o direito à liberdade. Por que então não garantir para a “futura mamãe” a liberdade de decidir o próprio destino? Dar a ela o amparo psicológico e médico para escolher. Dar a ela a chance de não morrer em uma clínica clandestina.
Respeito aqueles que possuem opiniões contrárias a minha, mas não posso deixar de dizer que os considero demasiadamente hipócritas. E justifico: quantos engravidaram adolescentes? Quantos passam necessidade e não têm o que dar para comer aos filhos? Quantos geraram filhos deficientes sem ter condições de ampará-lo? Talvez alguns, mas certamente não são os 65% da população que se declara contra a legalização - dado apontado na última pesquisa de opinião sobre o assunto. É muito fácil falar quando a pimenta cai nos olhos dos outros. É fácil decidir quando o problema é no vizinho e não na própria casa. É fácil escolher quando a suposição é distante da realidade.
Gostaria de ver tal discursão nas urnas. Gostaria de ver cada brasileiro fazer valer o seu direito de voto. Ainda que o “SIM” perdesse e que a lei se mantivesse tal como está. Porque o que eu queria mesmo era poder ver um debate aberto, em rede nacional de rádio e TV, dando informação porque independentemente do resultado, o que o Brasil precisa é de conscientização. Hoje se fala de forma tendenciosa e distorcida. Extremista para os que são pró e também para os que são contra. Todo extremismo é maléfico. O Osama Bin Laden hoje é um terrorista, mas ele começou lutando por uma causa e a levou ao extremo...
Em tempo: para os católicos e muito mais para os evangélicos fervorosos de plantão vai um trechinho importantíssimo que foi publicado numa matéria da Jornal Folha de São Paulo: “O fato – geralmente ignorado – é que a Igreja considerou, de modo absolutamente explícito e oficial, até meados do século XIX, que o embrião só se torna um ser vivo, e que o aborto só é, portanto, homicídio, a partir do 40º dia depois da concepção – e, para as meninas, a partir do 80º dia. É o que diz São Tomás de Aquino, o teólogo que mais autoridade possui na Igreja Católica; é o que repetem Sixto V e Gregório XIV; é o que ensina o catecismo romano de Pio IV e Pio V. E se a Igreja mudou depois, não é por razões teológicas, mas – como diz Bento XVI – em função do que ela acredita ser afirmado pela ciência moderna.”
Controvérsias???? Estou aberto ao debate.....
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