O professor Marcos Afonso Soares de Oliveira, vítima de latrocínio em Rio Branco em outubro do ano passado, foi um dos 40 ganhadores da 4ª edição do Prêmio Professores do Brasil. O concurso, realizado anual-mente pelo Ministério da Educação e instituições parceiras, visa reconhecer o mérito de educadores da rede pública que contribuíram para a melhoria da qualidade do ensino, por meio de experiências pedagógicas bem-sucedidas, criativas e inovadoras.
"Era muito maravilhoso! Pude acompanhar a grande maioria das atividades, fazendo registro escrito e em imagens, além de perceber que, não só eram aulas extra-classe mas lições de vida. É dolorido, por saber que isto não poderá ser continuado, apenas perpetuado em recordações", disse, entristecida, a viúva Isabel Cristina.
Infelizmente, Marcos Afonso, não teve a oportunidade de receber a boa notícia, enviada através de correspondência um mês após o seu trágico assassinato. Coube a Isabel e a direção da Escola Estadual de Ensino Médio Lourival Pinho, receber a homenagem póstuma. Além de troféu, também foi concedida uma premiação em dinheiro à família.
"Foram experiências desenvolvidas com alunos do ensino médio, nos anos de 2007, 2008 e 2009. Experiências que tinham o objetivo de estimular o aluno a apreender o conteúdo, estimular o interesse pela escola diminuindo a evasão escolar e os índices de reprovação", informa Isabel.
Segundo ela, as aulas eram ministradas de forma prática, voltadas não só para a questão da biologia - disciplina que Marcos lecionava - mas também ao despertar do aluno enquanto pessoa co-participante da sociedade onde deveriam reinar a solidariedade, o respeito e o amor ao próximo.
"Tenho a certeza de que o Marcos realmente é um dos Professores do Brasil, independente do prêmio, já que este apenas confirmou uma realidade de dedicação e amor no exercício de sua profissão na certeza e esperança de um mundo melhor transformado pela educação e pelo amor a Deus e ao próximo", concluiu.
Interrogatório dos acusados de matar Marcos Afonso é adiado
O interrogatório dos acusados do roubo seguido de morte de Marcos Afonso, que deveria ter sido realizado na sexta feira, foi adiado em virtude da ausência do advogado Mário Jorge, que faz a defesa do réu Waltemir Soares da Silva - apontado como o executor da vítima. Também respondem pelo crime os irmãos Jeferson e Cláudio Sérgio da Silva Gonçalves.
Waltemir ainda chegou a ser conduzido à presença do juiz substituto da 4ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco, Luiz Gustavo, mas ao ser verificado que o advogado dele não havia comparecido por falta de intimação, a data da audiência foi resignada para o dia 29, próxima sexta-feira.
Familiares de Marcos Afonso, que compareceram ao Fórum Criminal para acompanhar de perto a segunda audiência de instrução e julgamento, ficaram frustrados com o cancelamento da sessão. "Nós comparecemos aqui para mostrar para esses bandidos que o Marcos Afonso não era uma pessoa sem referência. Ele tinha e continua tendo uma família que o ama muito", declarou Emanuelle Oliveira, sobrinha da vítima.
O advogado Odilardo Marques foi contratado pela família para fazer a assistência da promotoria de acusação. A revolta da família se tornou ainda maior depois que teve acesso à informação, mediante depoimento prestado em juízo por um menor, que um dos assassinos teria chegado a pular na cabeça de Marcos Afonso para que ele coubesse no buraco onde foi enterrado. "Isso é uma selvageria, algo que não podemos esquecer", desabafa Emanuelle.
O CASO - Marcos foi morto a golpes de facão e enterrado no quintal da própria casa, no Conjunto Esperança, no mês de outubro do ano passado. Segundo versão contada pelos acusados, no ato da prisão, a vítima só foi morta porque reconheceu Waltemir Soares, contratado por ele para fazer umas grades de proteção para a casa nova que estava em fase de acabamento. Waltemir também teria sido o mentor intelectual do crime, que a princípio seria apenas o roubo de um veículo Renault Sandero, posteriormente vendido na Bolívia ao preço de R$ 7,5 mil. A polícia trabalha ainda com a possibilidade de o professor ainda está vivo no momento em que foi enterrado. Todos os acusados estão presos. (D.A)
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