Por Rosely Syão!
Uma notícia na internet me fez saber que uma jovem mãe de 23 anos foi presa porque portava em seu celular fotos de seu filho de dois anos e dois meses com um cigarro na boca e com um revólver calibre 38 nas mãos apontando para a câmera. Ela confirmou que as fotos estavam mesmo em seu aparelho e disse que viu quando as tiraram, mas que não se dera conta da gravidade do fato.
Ao ler essa notícia, lembrei-me das muitas mensagens que chegaram pedindo que eu comentasse uma reportagem, exibida no programa Fantástico, a respeito de mulheres, a maioria delas sem filhos, que colecionam um determinado tipo de bonecas. Ainda não assisti ao programa, que parece estar disponível em sites de vídeos, mas mesmo assim aproximei os dois fatos e muitos outros que ocorrem no mundo contemporâneo.
Ocorreu-me a idéia de que temos construído um lugar especial para as crianças neste mundo: o lugar de brinquedo. Muitos adultos têm filhos e querem brincar com ele: satisfazer a todas as vontades que manifestam, encher de mimos, deixar a criança com uma imagem moderna, arrumada sempre que possível em cabeleireiros, bonita e limpa, comprar um monte de acessórios para eles etc. A foto tirada dessa criança é um belo exemplo. Esse bebê não foi mesmo tratado como se fosse um brinquedinho que tem a finalidade de realizar os caprichos de seu dono?
Como brinquedo - que tem o objetivo principal dar prazer - a criança não pode atrapalhar a vida dos adultos: em festas eles precisam de gente para cuidar delas, em finais de semana precisam de babás folguistas, em férias precisam de monitores, e quando exigem a intervenção firme dos adultos, estes desertam já que não tinham esse plano quando decidiram ter filhos.
Este pensamento é apenas uma conjectura, exagerada eu sei, mas que deve servir de alerta porque um acontecimento radical sempre diz algo a respeito do nosso estilo de vida e o contexto em que vivemos tem tudo para que nós, adultos, nos coloquemos na posição infantil. Basta analisar rapidamente o mundo da publicidade. E, quando isso acontece, as crianças de verdade ficam sem lugar.
Tenho certeza que muitos de vocês conhecem pais e mães que se comportam desse modo em relação aos filhos. E a pergunta que devemos nos fazer é: que adultos serão essas crianças no futuro se são tratadas como brinquedos dos adultos do presente? E, a questão seguinte é: como será o futuro da humanidade?
Vale lembrar que essa tendência é global e não apenas nossa. Quem costuma assistir a vídeos em sites especializados, como o “youtube”, sabe que muitos pais, de diferentes nacionalidades, se divertem filmando seus filhos nas situações mais absurdas possíveis por pura diversão e entretenimento pessoal.
A autora é psicóloga e escreve coluna no nuticias do ultimo minuto no site Ibest noticias.
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