Por: Antonio Muniz
Desde a posse do presidente Lula da Silva, em janeiro de 2002, lideranças das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se aproximaram do governo e do PT. A revelação é feita pelos arquivos eletrônicos, apreendidos nos computadores de Raúl Reyes, o número 2 do grupo terrorista, morto pelo Exército colombiano há quatro meses. No fundo, houve apenas uma aproximação mais intensa, mas já mantinha afinidades. Há uma semana, a revista colombiana Cambio publicou uma reportagem com base nos dados resgatados do computador do terrorista, provando que os tentáculos das Farc no Brasil são tão grandes quanto já se suspeitava. As novas evidências sobre esses laços clandestinos estão reunidas em 85 mensagens eletrônicas trocadas por representantes das Farc entre 1999 e 2008.
Apreendidos nos computadores de Reyes, os arquivos chegaram às mãos do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e foram objeto de uma conversa mantida pelo presidente brasileiro com seu colega Álvaro Uribe, na visita que Lula fez há Colômbia, há duas semanas. Embora nenhum das mensagens divulgadas até agora tenha como interlocutor alguém do PT ou do governo, há diversas referências a membros do partido e do governo brasileiro. A correspondência sugere vínculos das Farc com parlamentares, dirigentes petistas, cinco ministros e ex-ministros e três assessores pessoais do presidente Lula. Em 13 de abril de 2002, um grupo de esquerdistas solidários com as Farc promoveu uma reunião político-festiva em Brasília. No fim do encontro, foi anunciada doação de R$ 5 milhões à campanha eleitoral de candidatos petistas.
Um dos casos mais interessantes relatados nas correspondências apreendidas envolve o ex-ministro José Dirceu. Em junho de 2005, quando ele ainda era o todo poderoso chefe da Casa Civil do governo, houve um misterioso encontro em Cuba entre um representante das Farc e o jornalista brasileiro Breno Altman. Em uma mensagem arquivada no dia 4 daquele mês, um guerrilheiro, chamado José Luis, faz um relato ao comandante Reyes: "Um jovem que se apresentou como Breno Altman me disse que vinha de parte do ministro José Dirceu e que, por motivos de segurança, eles tinham concordado que as relações não deviam passar pela Secretaria de Relações Internacionais, mas sim pelo ministro, com a representação de Breno". Não se sabe que tipo de relações o guerrilheiro descreve, mas fica os segredos fazem muita gente pensar haver algo clandestino no meio.
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