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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Charge do Dia!!!!

Nação Rubro Negra Xapuriense em Festa

A maior torcida do Brasil esperou 17 anos para voltar a gritar "É Campeão!".
Ontem a maior torcida do mundo faz a diferença no Maracanã lotado, o rubro-negro comemora o hexa do Brasileirão após cinco títulos comandados pelos craques da equipe campeã mundial de 1981, como Zico, Leandro e Junior. O lateral-esquerdo da seleção brasileira de 1982 foi o líder do penta, dez anos depois.

O período seguinte à conquista de 1992 foi marcado pela ausência ensurdecedora dos remanescentes da geração de 80. Aliado a isto, permaneceu a soberania no Rio de Janeiro e a longa seca de títulos nacionais, que só acabaria com o bi da Copa do Brasil em 2006, sobre o rival Vasco.

A trajetória flamenguista no campeonato começou tímida, provando a máxima dos últimos tempos de que os campeões cariocas não assustam no Brasileiro. Na sexta rodada, o Flamengo foi arrasado pelo Coritiba no Couto Pereira - 5 a 0, o que fez do alvinegro o primeiro campeão brasileiro a sofrer a maior goleada do torneio.

O Campeonato Brasileiro tem agora dois clubes no rol de hexacampeões: São Paulo (77,86,91,06,07 e 08) e Flamengo (80,82,83,87,92 e 09). A festa no Maracanã foi só a primeira reação. Milhões de rubro-negros comemoram o retorno do campeão por todo o Brasil, após 17 anos de jejum.

E é claro que na minha querida Xapuri Não poderia ser diferente, dententor da maior torcida Xapuriense, os flamenguistas foram às ruas, com caareata e muita alegria comemorar o título na Princesinha do Acre...

Anistia de Paulo Freire: vitória do Brasil, da pedagogia, dos oprimidos e da esperança

Paulo Freire continua vivo, humano, necessário, coerente, firme em pensamento.
Desenvolvimento econômico-social sem educação? Liberdade sem educação? Democracia sem educação? Vida digna sem educação? Como seria possível tudo isso sem a compreensão dos símbolos, da linguagem, sem a decodificação justa no contexto histórico-social? E sem investimentos?

Uma nova geração de brasileiros e brasileiras se divide entre aqueles que se incorporam aos já contados 33 milhões de analfabetos; aqueles que estudam como podem e então se viram, com suas famílias; e um número cada vez mais reduzido que são submetidos a uma preparação constante para o vestibular, com quatro professores em sala e aulas de reforço para que a escola que freqüentam chegue ao topo do ranking do ENEM. Uma representação usual de educação que para muitos é o que deve ser. Mas, essa é uma discussão para o longo prazo. E hoje não estamos exatamente para esse debate.

Por sinal hoje alguém declarou: "em nenhum país do mundo educação de qualidade é barata", para justificar que a matrícula e a mensalidade de uma escola deverão aumentar a mais de 2.000 reais no ano 2010.

A alguém interessa que o país deixe a educação e uma geração nacional abandonada a sua sorte. E por isso Paulo Freire vive e é necessário, imprescindível.

Continuamos a precisar de uma educação para a transformação, para a coragem e a esperança. De uma pedagogia criativa, de sonhos a serem conquistados; profundamente ética; de respeito pelo educando, pelo oprimido; com sabor a libertação e a dignidade.

A importância de Paulo Freire na transformação da realidade brasileira e de outros tantos países já foi reconhecida inúmeras vezes. Pensador, educador, pedagogo, humanista, homem de compromisso com a vida, com o outro, com o ser humano e não com os dominantes grupos que tecem as rédeas que aprisionam; aquelas que inibem a criação autônoma do sujeito que se depara com a letra e a linguagem. Para ele a educação é uma prática de liberdade, e essa prática somente tem condições de aflorar quando o sujeito que conhece descobre e conquista sua consciência sobre seu papel como agente capaz de fazer e transformar a sociedade, e com ela a história de todos e a sua própria.

No Método Paulo Freire a técnica para aprender vira técnica para unir socialmente, para entender o processo histórico e finalmente comprometer-se. Vira idéia que se leva a cabo, a idéia de reconhecer-se, daí que alfabetizar implique, simultaneamente, conscientizar, e ser alfabetizado significa ser consciente.

Palavras geradoras de uma motivação, de uma opinião; codificação e decodificação para descobrir e redescobrir o contexto da existência do sujeito, de onde logo surge a crítica, e a partir daí a reconstrução do seu mundo. Como diz Ernani Fiori, comentando a obra de Paulo Freire: "O que o homem fala e escreve e como fala e escreve, tudo é expressão objetiva de seu espírito. Por isto, pode o espírito refazer o feito, neste redescobrindo o processo que o faz e refaz".

Para Paulo Freire, ensinar exige reflexão-crítica sobre a prática; estética é ética, bom senso, humildade, tolerância, luta em defesa dos direitos dos educadores, alegria e convicção de que a mudança é possível.

No método, o mito tradicional do professor que tudo sabe, que tudo pode e que tudo vê desaparece aos poucos e surge uma relação educacional de sentido criativa, uma interação onde se transmite, mas também se escuta.

Nessa disponibilidade para o dialógico, o homem se conscientiza de que a língua é cultura e é ele quem a cria. E o faz porque precisa dela para conhecer seu mundo. O ser humano se assume como sujeito condicionado socialmente e então provoca juízos críticos nele e nos outros que enriquecem o vocabulário de todos. O homem sabe, ao final, como vive e porque vive do jeito que vive.

Sobrariam comentários sobre o quão perigoso isto pode resultar para os donos do poder, para os grupos dominantes acostumados a lidar com seres humanos aos quais se lhes nega o direito de ser informados. Paulo Freire se dedicou a eles e a um projeto de libertação da opressão.

E por isso Paulo Freire foi proibido de ensinar, preso, perseguido, obrigado a um exílio doloroso.

Dia 26 de novembro, o Estado brasileiro, por meio da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, declarou a anistia post-mortem do professor Paulo Freire, falecido em 1997.

O ato consagra Paulo Freire mais ainda, porque é, nas palavras de Brecht, um dos imprescindíveis. Esse ato era uma exigência mundial.

E é também um reconhecimento aos pedagogos que no Brasil continental resgatam seu exemplo alfabetizando e gerando esperanças aos milhares de oprimidos.

É um pedido de desculpas ao Brasil pelo grave dano de punir com o exílio e a violência um de seus filhos mais notáveis, mas também por quebrar o desenvolvimento de um Plano de Alfabetização adiado, postergado pela força e a ignorância. É o reconhecimento da verdade histórica, do legado de Paulo Freire; a apresentação de uma satisfação mínima por parte do Estado diante da dor da sua família.

É um resultado honroso para o advogado e professor da PUC Pietro Alarcón e toda a equipe jurídica que se entregou à tarefa de pesquisar, procurar documentos e praticar as diligências para demonstrar a perseguição sofrida pelo professor até sua volta ao Brasil depois de 16 anos de exílio.

"Paulo Freire nunca morrerá!", gritou um dos presentes na sessão da Comissão de Anistia. E há dois dias a Comissão de Educação e Cultura da Câmara aprovou o projeto de lei 5418/2005, que o declara como patrono da educação brasileira.

Sim, Paulo Freire vive e se multiplica, renasce, se transforma e continua contribuindo, com galhardia, coerência e firmeza, para outro mundo possível!

Fonte: Correio da Cidadania

O tempo está doido!


Escrito por Gabriel Perissé
Tenho ouvido várias vezes, e eu mesmo tenho repetido sem pensar, uma frase cheia de perplexidade: - É, o tempo está doido!

Doido tempo porque simplesmente não quer obedecer à nossa lógica. Ficamos espantados se chove demais, se o sol vem e vai embora sem avisar, sem pedir licença.

Ficamos escandalizados se faz calor no inverno, se faz frio no verão. Queremos, talvez, abrir um processo contra o tempo quando ele, doido, não obedece às nossas previsões.

Mas doido o tempo não é. O tempo nunca foi sensato. Não se pode fazer terapia com o tempo. Nem esperar que ele se comporte como nós, seres tão sensatos que somos. O tempo e seus temporais não são surtos da natureza. Não são manifestações hormonais. São, apenas, naturais.

Que idéia doida a nossa, querer que o tempo seja um rapaz cordato, uma senhora recatada, um cidadão responsável, um funcionário pontual, honesto, sem gestos bruscos, sem palavras intempestivas, um moço ajuizado, de temperamento tranqüilo, uma moça com a cabeça no lugar. O tempo não é gente, minha gente!

Dizem, e digo eu, que o tempo enlouqueceu, que o tempo está maluco. Devemos então interná-lo num manicômio? Devemos prendê-lo em camisa de força? Devemos ministrar remédios que o deixem calmo, sereno, sem tremores, sem lágrimas, sem febres, falando em voz baixa, chuvisco em nosso ouvido?

O tempo, com o passar do tempo, poderá ficar ainda mais louco. Se não tomarmos providências imediatas, o tempo vai amanhecer cada vez mais desgovernado. Poderá tornar-se um problema insolúvel.

Já é tempo de dizer ao tempo que ele administre melhor suas emoções, peça conselhos, leia algum tipo de auto-ajuda. Não é fácil, deve ele admitir, vivermos sob tamanho despautério, não é justo que nós, tão prudentes, sejamos vítimas dessa loucura do tempo, de suas enchentes, suas ventanias, manias.

Tempo lelé, tempo aloprado que ele é. Tempo biruta, demente, capaz de matar a gente num acesso de fúria. Tempo que me desatina, tempo destrambelhado, desvairado. Tempo mentecapto. Tempo pancada, batendo até altas horas o seu tambor. Tempo pinel.

Saio de casa sem saber o que o tempo vai aprontar. Levo guarda-chuva, roupa de inverno, desconfio das nuvens, não me impressiono com a brandura do sol.

E, à noite, o tempo não dorme. Fica acordado, tempo lunático, sua insônia me deixa agitado. Também não consigo dormir.