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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Charge do Dia!!!!

Por Falar em Apagão!!!!

Clayton, hoje no O Povo (CE)

Adeus ao amigo Adalto

Estive deste sexta passada em visita à Assis Brasil, especificamente na Reserva do Icuriã a convite de amigos pesquisadores da Funai e do programa Pró Indio, que sabedores do meu grande interesse pela cultura indígena e a vontade de colaborar em alguns projetos, envidaram-me convite a participar de um projeto de formação continuada de preservação ambiental e combate À biopirataria na área de fronteira, Projeto este que conta com o apoio de diversas Universidades da Região Norte, bem como instituições Governamentais e Não Governamentais, fiquei dcveras lisongeado e evidentimente jamais poderia recurar tal convite, bem nossa equipe saiu de Brasiléia na sexta-feira dia 13/11, às 7:45h, dividida em dois veículos. Um dos quais foi gentilmente cedido pela FUNASA.

A chegada em Assis Brasil se deu por volta das 12: 20h. Onde ocorreu uma parada para o almoço e o meu primeiro contato com as três lideranças da Aldeia Maria Montesa que estavam aguardando a equipe. Tão logo terminamos o almoço prosseguimos a viagem, dentro da Reserva Chico Mendes, “Comunidade São Pedro” a 12 km de Assis Brasil, uma árvore de Aguana (Mogno), havia caído sobre ramal Icuriã, impossibilitando a passagem de qualquer veículo. A equipe foi obrigada a retornar a Assis Brasil em busca de ajuda. Sem a remoção da árvore não era possível passar
pelo ramal e chegar até às margens do Rio Icuriã onde pegaríamos os barcos para transporte da equipe até a aldeia onde seria realizada uma reunião de apresentação do projeto e uma oficina. A equipe então, foi obrigada a pernoitar na cidade de Assis Brasil, resolvidos os primeiros problemas, “picamos mula”....... o ramal estava em ótimas condições de tráfego. Chegamos na localidade do Icuriã, onde as canoas estariam a espera para levar a equipe até a aldeia Jatobá. Mais uma dificuldade encontrada: os barcos ainda não estavam no local preestabelecido. Após contato via rádio amador com Toya Manchineri presidente da MAPKAHA, que estava na aldeia Peri, a equipe foi informada que os barcos não haviam saído da aldeia por precaução das lideranças, pois como não tínhamos chegado na hora combinada, a comunidade preferiu aguardar contato para saber das possíveis mudanças na programação da viagem. Esclarecido o imprevisto a equipe foi informada também de outra decisão da comunidade: a realização da oficina seria transferida para a Aldeias Jatobá, em virtude da baixa água do rio Iaco. Dentro do planejamento, a oficina seria realizada
na Aldeia Extrema, última aldeia da Terra Indígena Manchineri, mas segundo a previsão da comunidade, com as poucas águas a equipe levaria aproximadamente dois dias para chegar a Aldeia Extrema.

Após todos os contratempos chegamos na Aldeia Peri a equipe da SEATER, que estava a três dias realizando uma capacitação para os agentes agroflorestais indígenas. A pedido de Toya Manchineri, os agentes que participavam da capacitação, foram liberados para participar da abertura da oficina do projeto em questão na Aldeia Jatobá.

Fiquei abismado de ver a organização daquela aldeia já que no sábado pela manhã já realizaram uma reunião com lideranças da comunidade: Sr° Jaime professor da aldeia Jatobá, Luca professor da aldeia Extrema e Toya presidente da MAPKAHA, tendo pauta definida, apresentando toda a equipe, enfim deram um banho de lições de metodologia de encontros em todos nós ali presentes . Assim, a programação seguiu o roteiro e a metodologia planejada, utilizando os exemplos e outras sugestões dadas pela comunidade, mas ainda resguardada de flexibilidade de acordo com as dinâmicas apresentadas e outros fatores ou novas sugestões.

Pela tarde, às 14:00h teve inicio a oficina. As palestras para empoderamento da comunidade foram realizadas na Casa de Banquete da aldeia, contando com a participação de todas as aldeias convidadas, com exceção da Aldeia Novo Milênio, formando um público participante de aproximadamente 80 pessoas durante os três dias de trabalho.

Fiquei muito amigo do Sr. Jaime Sebastião que em todas as etapas da oficina traduzia e explicava cada assunto em língua Manchineri, e também traduzia as discussões dos participantes para o português. Os intervalos, foram um show a parte, enriquecidos com a participação de Lucas Manchineri e outros representantes que proporcionaram à todos, belíssimos momentos culturais,
cantando canções tradicional do povo Manchineri em sua língua original, os quais tive o cuidado de gravar e registrar por fotos, porém recomendado quanto á questões de publicação.

Mas oque deveras me deixou enebriado, é a cidadania cultural que aquele povo me passou, refleti sobre a prolatada “florestania” pregada pela Frente Popular e largamente defendida por Wilson, Chico e o Jorge Viana, que governou o Acre por oito anos apesar de a oposição ter pregado àquela época que os “macacos” não elegeriam o propalado “menino do PT”. Percebi que por ouvir tanto essa tal florestania neste final de semana acredito que, no atual contexto o grande desafio agora - do governo, dos políticos, das ONGs e das populações tradicionais do estado - tem de ser a exploração sustentável de produtos a partir das matérias-primas existentes em abundância dentro daquela região florestal. Nesse sentido, o Icuriã poderia se transformar num projeto piloto para a consolidação da florestania não só no Acre quanto em toda a Amazônia.

E ainda mais, de que aquela população indígena que tive contato neste final de semana, tem muito a ensinar a nossos políticos, professores, intelectuais e gestores em geral. De que o auto conhecer é fundamental para se destinar politicas diretas que atinjam as problemáticas de uma região...

Aprendi, nestes três dias o que talvez nos meus cursos com orientadores com mestrado e doutorado sequer conseguiram, dar um resumo, voltei desse primeiro contato coma cabeça muito mais aberta à temática ambiental e indígena que imaginava, a recebi verdadeiramente um presente, que foi o convite à participar do projeto, estou cheio de fotos, vídeos, entrevistas, enfim material para analisar e poder viajar nos meus delírios literários, quero continuar firme e quem sabe disso tudo não saia um material que posteriormente poderá ser dividido com todos...

Agradeço carinhosamente à todos os Irmão da Reserva do Icuriã, que tão bem me receberam e que tão bem me ensinaram o quão bom e estar em contato com as pessoas que realmente fazem a história deste nosso Estado acontecer...

IBGE abre concurso público com salário até R$ 7,4 mil

O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – abriu concurso público. São 350 vagas de nível superior para o quadro permanente do instituto. Há vagas para 31 áreas de conhecimento, em todas as Unidades da Federação.

As remunerações variam entre R$ 5.909,63 e R$ 7.409,19, de acordo com a titulação dos aprovados. As inscrições vão até 6 de dezembro e a taxa é de R$ 110. A Fundação Cesgranrio será a organizadora do concurso.

O concurso terá prova objetiva e análise de títulos. Também haverá prova discursiva para as áreas de Jornalismo e de Análise de Sistema/Desenvolvimento de Aplicações, e prova prática para as áreas de Produção Gráfica/Editorial e de Programação Visual. As inscrições terminam em 6 de dezembro.

As provas objetivas estão previstas para 10 de janeiro de 2010. Mais informações na página do IBGE (www.ibge.gov.br).

Autoridades estudam estratégia para revalidação de diplomas médicos

Dezenas de médicos, pais e mães de estudantes que cursam medicina em outros países e 12 secretários municipais de saúde reuniram-se com os deputados federais Perpétua Almeida e Edvaldo Magalhães (PCdoB) e Nilson Mourão(PT), além do presidente da Associação Nacional dos Médicos Formados em Cuba, Janilson Lópes para definir estratégias de revalidação dos diplomas.

O Brasil é o único país do mundo que não aceita os diplomas de medicina expedidos pelas universidades cubanas. Considerada a melhor escola de medicina do mundo, Cuba tem o selo de qualidade emitido pela Organização Mundial de Saúde. Mesmo com essa recomendação, os profissionais formados naquele país não podem atuar no Brasil.

No Acre os médicos formados em Cuba são impedidos pelo Ministério Público Estadual e acionados judicialmente.

Para tentar resolver esse problema, a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB), acompanhada do deputado federal Nilson Mourão (PT), reuniu-se com a reitoria da Universidade Federal do Acre (UFAC) e com o governador Binho Marques (PT), antes da audiência com os médicos e familiares.

O Acre é o estado com o menor número de médicos proporcional ao número de habitantes. Todos os municípios do estado convivem com o problema que se agrava na área rural e indígena, onde atuam os médicos formados em Cuba e na Bolívia, apesar do risco de prisão.

A atuação desses profissionais é tão importante nas regiões isoladas que é referendada pelos 22 secretários municipais de saúde do estado. Tanto que um documento assinado por todos eles foi entregue ao governador Binho Marques (PT), solicitando empenho na regularização profissional dos médicos formados no exterior.

“Eles vão onde ninguém mais quer ir. Os prefeitos não têm opção, ou contratam esses profissionais mesmo de forma irregular ou deixam a população sem assistência”, destacou o vice-prefeito da capital e ex-secretário de saúde de Rio Branco, o médico Eduardo Farias.

A deputada Perpétua Almeida que há 7 anos luta pelo reconhecimento profissional dos médicos formados em Cuba destacou a atuação do Ministério Público Federal que exigiu como condição para a revalidação dos diplomas, um compromisso assinado de que esses médicos prestarão um serviço social no Acre, nas áreas mais carentes e isoladas do estado por um período de dois anos.

“Estou amadurecendo a idéia de estender essa exigência para todas as áreas e apresentar um projeto que obrigue todo o profissional que se forme em universidade pública a prestar um serviço social ao país. Seria uma maneira de quitar o débito com o Estado, uma vez que se formam as custas de dinheiro público. Creio que será compensador para todos”, informou a deputada acreana.

A carta de intenções saída da reunião inclui uma solicitação de registro profissional provisório ao Ministério Público Estadual para possibilitar a contratação dos médicos formados no exterior por períodos definidos e de acordo com a necessidade de cada município. Com isso estado, municípios e profissionais ganhariam tempo até que a Ufac possa regularizar definitivamente revalidação.

A universidade já se comprometeu em apresentar sua proposta de revalidação nos próximos dias.

Cerca de 30% dos diabéticos não sabem que têm a doença, diz associação

Cerca de 10% da população brasileira, algo em torno de 11 milhões de pessoas, são portadores de diabetes, de acordo com dados da Associação Nacional de Diabetes (Anad). Desse total, cerca de 30% não sabem que têm a doença.De acordo com a associação, os números fazem parte de pesquisas do Ministério da Saúde e de entidades científicas.

O presidente da Anad, Fadlo Fraige, alerta para a necessidade de exames regulares de glicemia em obesos, hipertensos, pessoas com nível de colesterol aumentado e com casos de diabetes na família.

- Um dos grandes problemas das estimativas é que desses 11 milhões de pessoas, talvez nós tenhamos diagnóstico de cerca de seis ou sete milhões. Outros 30% ou 35 % têm a doença e ainda não sabem. Então, é fundamental que façam regularmente os exames - frisou.

O médico ressaltou que os obesos necessitam de um cuidado maior. "O valor total da alimentação tem que ser restringido para que a pessoa, além de controlar a glicemia, tenha uma perda de peso, o que é extremamente benéfico ao diabético. Então todos os alimentos que se transformam em glicose rapidamente, ou indiretamente, tem que ser abolido, como o açúcar comum, ou restringido, a exemplo dos carboidratos."

O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Reginaldo Alburqueque, disse que está preocupado com a doença na infância. Segundo o médico, o diabetes do tipo 2, mais comum em adultos acima de 40 anos, tem aparecido também em crianças.

"A vida em frente à televisão, ao computador, o controle remoto, os carros que não exigem nenhum tipo de esforço para levantar o vidro, essa automatização da sociedade e os maus hábitos alimentares têm aumentado a incidência de crianças e jovens, não com a diabetes do tipo 1, mas sim com a diabetes do tipo 2."

Parabéns OAB Secção Acre

Daqui dois dias, 18 de novembro, a Ordem dos Advogados do Brasil completará 79 anos, mas seus antecedentes são bem mais antigos. A história da Ordem dos Advogados do Brasil se confunde a história do próprio país. Logo após o 7 de setembro de 1822, iniciaram-se os debates objetivando a fundação dos primeiros cursos jurídicos. Em 11 de agosto de 1827, foram criados os dois primeiros cursos, um em São Paulo, outro em Olinda. A partir daí, surgiu então a idéia de criar uma entidade que reunisse os advogados.

Em 07 de agosto de 1843, o governo imperial, concedeu a aprovação daquele que seria o pontapé inicial para a criação da Ordem, nos seguintes termos:

"Sua Majestade o Imperador, deferindo benignamente o que lhe foi apresentado por diversos advogados desta Corte, manda pela Secretaria do Estado dos Negócios da Justiça aprovar os Estatutos do Instituto dos Advogados Brasileiros, que os Suplicantes fizeram subir à sua Augusta presença, e que com estes baixam, assinado pelo Conselho Oficial Maior da mesma Secretaria de Estado; com a cláusula, porém, de que será também submetida à Imperial Aprovação o regulamento interno de que tratam os referidos estatutos. Palácio do Rio de Janeiro, em 7 de agosto de 1843. Honório Hermeto Carneiro Leão."

Dispunham o artigo segundo do estatuto da nova instituição que a finalidade do Instituto era a criação daquela que seria uma das mais importantes instituições à disposição da democracia brasileira em todos os tempos: a ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL.

Oito anos depois, confirmando o disposto na lei imperial, o Senado Federal aprovou o projeto de criação da Ordem. O ano era 1851.

Em seguida, o projeto foi encaminhado para a Câmara dos Deputados, onde, por questões políticas menores ficou paralisado. De 1852 a 1853, a questão voltou a ser discutida, permanecendo, entretanto, sem solução. Em 1857 é apresentado discurso frente ao Ministro da Justiça; em 1865, o Instituto representa ao Governo. Embora o Conselho de Estado apóie a petição, nada se consegue. O império se extinguiria sem que fosse criada a Ordem dos Advogados.

Com a República, houve tentativas em 1904, em 1911 e, em 1915. Ainda sem sucesso.

Novas tentativas de se criar a Ordem dos Advogados foram feitas. Sem êxito. Desta forma, também a República Velha se extinguiria sem que acontecesse a criação da instituição.

Apenas com a vitoriosa Revolução de 1930 - e instalado o Governo Provisório - seria criada, em 18 de novembro de 1930, a Ordem dos Advogados do Brasil pelo artigo 17 do Decreto 19.408.

Diz assim o art. 17 do Decreto 19.408/30:
"Art. 17. Fica criada a Ordem dos Advogados Brasileiros, órgão de disciplina e seleção da classe dos advogados, que se regerá pelos estatutos que forem votados pelo Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros, com a colaboração dos Institutos dos Estados, e aprovados pelo Governo".

Ao completar 79 anos de criação, a Ordem se orgulha de ocupar relevante espaço na história do povo brasileiro e comemora a participação em inúmeras conquistas que valorizam e garantem o exercício da cidadania. A entidade confirma seu compromisso com o Estado de Direito e com a sociedade, mantendo-se sempre vigilante, certa de que ainda é preciso avançar muito para que todos os cidadãos tenham consciência de seus direitos e deveres, e para que estes sejam, efetivamente, cumpridos.

Rui Barbosa, patrono dos advogados, nos ensina: "legalidade e liberdade são as tábuas da vocação do advogado".

Parabéns antecipados à Ordem, e que hoje vença o melhor. (Edinei Muniz é advogado )

Advogados escolhem hoje nova diretoria da OAB
Mais de 1000 advogados escolhem durante todo o dia de hoje, na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TER/AC), das 8h às 18h. Duas chapas concorrem a presidência da ordem, lideradas por Florindo Poesch, candidato à reeleição e Silvano Santiago, candidato de oposição.

As eleições acontecem nesta segunda (16) em mais 07 Seccionais: Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina. Até o dia 28 de novembro as eleições serão realizadas em todo o Brasil para o mandato de 1º de janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2012.

Jairo Carioca - Da redação de ac24horas
js.carioca@hotmail.com
Rio Branco, Acre

CHIP PARA RASTREAMENTO BOVINO

O primeiro chip 100% brasileiro para rastreabilidade bovina entrará, nesta semana, na fase final de testes antes de começar a ser produzido em larga escala. Desenvolvido pelo Centro de Excelência em Tecnologia Avançada (Ceitec) de Porto Alegre, ele será testado em animais da Fazenda Experimental Santa Rita, no município de Prudente de Morais, em Minas Gerais.

Os ministros Sergio Resende, da Ciência e Tecnologia, Reinhold Stephanes, da Agricultura, e Dilma Rousseff, da Casa Civil, além do governador de Minas, Aécio Neves, participarão do lançamento da fase de testes em campo na quinta-feira (5), às 10h. A identificação eletrônica possibilita o acompanhamento de informações genéticas, zootécnicas e sanitárias de cada animal, desde o nascimento até o abate.

O sistema de rastreabilidade desenvolvido pelo Ceitec conta com um software de banco de dados, um coletor e um brinco que contém um chip e uma antena. Para colher os dados do animal, basta aproximar um bastão com um leitor do chip, preso na orelha do animal. As informações são repassadas a um computador por meio de cabo ou rádio. Cada leitor tem capacidade de armazenar até 7 mil dados.

A rastreabilidade vem sendo cada vez mais exigida por países compradores de carne. No início de 2008, a União Europeia embargou as importações de carne bovina brasileira devido a falhas no sistema de controle nacional e até hoje, um ano e meio depois, não retomou as compras no mesmo volume de antes do embargo.

De acordo com nota divulgada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, “o chip do boi faz parte da estratégia nacional de desenvolver um padrão brasileiro de rastreabilidade e, a partir daí, estimular a criação de um mercado comprador”. O chip nacional deve ter o preço como grande diferencial aos pecuaristas, na medida em que eliminará o pagamento da validação no exterior e de royalties.

O país tem cerca de 200 milhões de cabeças de gado bovino, segundo dados do Ministério da Agricultura, e é o maior exportador mundial de carne. As exportações do setor ultrapassam R$ 2 bilhões.

Carta a um jovem internauta

Sei que você passa longas horas no computador navegando a bordo de todas as ferramentas disponíveis. Não lhe invejo a adolescência. Na sua idade, eu me iniciava na militância estudantil e injetava utopia na veia. Já tinha lido todo o Monteiro Lobato e me adentrava pelas obras de Jorge Amado guiado pelos "Capitães de areia".

A TV não me atraía e, após o jantar, eu me juntava à turma de rua, entregue às emoções de flertes juvenis ou sentar com meus amigos à mesa de uma lanchonete para falar de Cinema Novo, bossa nova – porque tudo era novo – ou das obras de Jean Paul Sartre.

Sei que a internet é uma imensa janela para o mundo e a história, e costumo parafrasear que o Google é meu pastor, nada me há de faltar...

O que me preocupa em você é a falta de síntese cognitiva. Ao se postar diante do computador, você recebe uma avalanche de informações e imagens, como as lavas de um vulcão se precipitam sobre uma aldeia. Sem clareza do que realmente suscita o seu interesse, você não consegue transformar informação em conhecimento e entretenimento em cultura. Você borboleteia por inúmeros nichos, enquanto sua mente navega à deriva qual bote sem remos jogado ao sabor das ondas.

Quanto tempo você perde percorrendo nichos de conversa fiada? Sim, é bom trocar mensagens com os amigos. Mas, no mínimo, convém ter o que dizer e perguntar. É excitante enveredar-se pelos corredores virtuais de pessoas anônimas acostumadas ao jogo do esconde-esconde. Cuidado! Aquela garota que o fascina com tanto palavreado picante talvez não passe de um velho pedófilo que, acobertado pelo anonimato, se fantasia de beldade.

Desconfie de quem não tem o que fazer, exceto entrincheirar-se horas seguidas na digitação compulsiva à caça de incautos que se deixam ludibriar por mensagens eróticas.

Faça bom uso da internet. Use-a como ferramenta de pesquisa para aprofundar seus estudos; visite os nichos que emitem cultura; conheça a biografia de pessoas que você admira; saiba a história de seu time preferido; veja as incríveis imagens do Universo captadas pelo telescópio Hubble; ouça sinfonias e música pop.

Mas fique alerta à saúde! O uso prolongado do computador pode causar-lhe, nas mãos, lesão por esforço repetitivo (ler) e torná-lo sedentário, obeso, sobretudo se, ao lado do teclado, você mantém uma garrafa de refrigerante e um pacote de batatas fritas...

Cuide sua vista, aumente o corpo das letras, deixe seus olhos se distraírem periodicamente em alguma paisagem que não seja a que o monitor exibe.

E preste atenção: não existe almoço grátis. Não se iluda com a idéia de que o computador lhe custa apenas a taxa de consumo de energia elétrica, as mensalidades do provedor e do acesso à internet. O que mantém em funcionamento esta máquina na qual redijo este artigo é a publicidade. Repare como há anúncios por todos os cantos! São eles que bancam o Google, as notícias, a wikipédia etc. É a poluição consumista mordiscando o nosso inconsciente.

Não se deixe escravizar pelo computador. Não permita que ele roube seu tempo de lazer, de ler um bom livro (de papel, e não virtual), de convivência com a família e os amigos. Submeta-o à sua qualidade de vida. Saiba fazê-lo funcionar apenas em determinadas horas do dia. Vença a compulsão que ele provoca em muitas pessoas.

E não se deixe iludir. Jamais a máquina será mais inteligente que o ser humano. Ela contém milhares de informações, mas nada sabe. Ela é capaz de vencê-lo no xadrez – porque alguém semelhante a você e a mim a programou para jogar. Ela exibe os melhores filmes e nos permite escutar as mais emocionantes músicas, mas nunca se deliciará com o amplo cardápio que nos oferece.

Se você prefere a máquina às pessoas e a usa como refúgio de sua aversão à sociabilidade, trate de procurar um médico. Porque sua auto-estima está lá embaixo e o computador não haverá de encará-lo como se fosse um verme. Ou sua auto-estima atingiu os píncaros e você acredita que não existem pessoas à sua altura, melhor ficar sozinho.

Nas duas hipóteses você está sendo canibalizado pelo computador. E, aos poucos, se transformará num ser meramente virtual. O que não é uma virtude. Antes, é a comprovação de que já sofre de uma doença grave: a síndrome do onanismo eletrônico.


Frei Betto é escritor, autor do livro de contos "Aquário Negro" (Agir), entre outras obras.

Conferência propõe pacto nacional pela qualidade do ensino nas aldeia

O encontro em Brasília ajudará a consolidar um pacto nacional para melhorar a qualidade do ensino oferecido aos povos indígenas
Começa hoje nesta segunda-feira, 16, a 1ª Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena (Coneei), em Luziânia (GO). O evento reunirá especialistas, educadores e comunidades indígenas de todo o país e se estenderá até o dia 20. Serão 600 delegados, que representarão 210 povos.

De acordo com o coordenador-geral de educação indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do Ministério da Educação, Gersem Baniwa, o objetivo do encontro é avaliar a realidade da educação escolar indígena do país e consolidar um pacto nacional para melhorar a oferta e a qualidade do ensino aos povos indígenas. “O Estado precisa ouvir os povos para conhecer suas demandas e saber como eles pensam a educação”, disse Baniwa.

A conferência será realizada pelo Ministério da Educação, em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime).

Antes da etapa nacional, foram realizadas 18 conferências regionais, das quais participaram 4,2 mil representantes indígenas. Os temas debatidos foram as diretrizes para a educação escolar indígena; territorialidade e autonomia dos povos indígenas; práticas pedagógicas; políticas, gestão e financiamento; participação e controle social.

Além disso, houve encontros em 1.862 comunidades escolares, com a participação de 46,8 mil representantes, entre professores, alunos, pais e lideranças comunitárias. No Brasil, 2.480 escolas ofertam a educação escolar indígena.

Em cada um desses encontros, foram elaboradas propostas para a superação dos desafios da educação indígena. Os participantes também apresentaram sugestões de melhoria da oferta de ensino, de acordo com a necessidade de cada território e etnia.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social