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quinta-feira, 19 de junho de 2008

O direito à Vida e o respeito à Dignidade Humana

Não sei porque mas nós brasileiros gostamos de encontrar chifres em cabeça de cavalo. Mesmo depois da liberação de pesquisas com células tronco embrionárias, vemos todos os dias em programas sensacionalistas religiosos cretinos falar que isso não passa do inicio do desrespeito ao direito a vida e á Dignidade Humana, de que estão tolhendo a liberdade do ser humano. Bem para alfinetar o assunto vou me meter, primeiramente é mentira de que não há legislação especifica que doutrine a utilização de genes humanos em pesquisas, ou de que não há respeito pelo ser humano como um todo. Hoje já existe a área jurídica que de Biodireito e seria hipocrisia dizer que esta nova área não traz reflexões sobre á vida, pois ao tratarmos do Biodireito, adentramos em nova seara do campo do conhecimento e do pensar humanos. Assim, devemos ter em e mente a possibilidade de surgirem novos questionamentos, decorrentes de novos paradigmas que certamente nascerão. De acordo com as lições filosóficas atuais, diante de determinado tema surgem questões a serem exploradas, denominando-se a isto de problematização, da qual nascerá a exigência de buscarem-se respostas coerentes e adequadas, que explicitem a temática abordada.

Em que pese sua aparente modernidade, tendo em vista o altíssimo desenvolvimento biotecnológico da atualidade, a preocupação com o assunto, hoje denominado Biodireito, não é recente. Há exemplos na história filosófica que nos remetem a pensadores da antigüidade grega, os quais já apresentavam discussões concernentes ao tema. Apenas a título de ilustração, podemos remeter o leitor à República platônica ou à Política aristotélica, nas quais são tratadas questões relacionadas ao aborto.

Agora, nos dias de hoje, com o largo caminhar da ciência, vemo-nos diante de um quadro, não novo, mas melhor desenhado, a obrigar-nos à cuidadosa, esmerada e séria reflexão, posto que o objeto do pensar, neste momento, nada menos é do que o ser humano. Com efeito, a pessoa humana e seu relacionamento com as chamadas "ciências da vida" formam o tecido das investigações a serem perpetradas, a serem delicadamente analisadas, minuciosamente observadas.

Em face disto, e mesmo sendo leigo no assunto tentarei fazer modesta reflexão sobre a pessoa humana, com foco de visão em aspecto que entendemos crucial: sua dignidade, em relação ao Biodireito.

A expressão dignidade da pessoa humana, de certa maneira, pode ser considerada tautológica e, talvez, até mesmo redundante, pois o próprio termo pessoa, analisado em si mesmo, já sublinha formalmente a nobreza do objeto (como fim de conhecimento) daquilo que ela predica ou significa. Com efeito, na locução pessoa humana está intrínseca a noção do valor com o qual ela se apresenta. Mesmo assim, nos dias atuais, a dignidade da pessoa humana precisa ser lembrada, até mesmo como diretriz constitucional de um Estado de Direito, como o nosso pretende ser.

Inicialmente, perguntamos: por quais caminhos deve-se trilhar para chegar às raízes do significado da dignidade humana? Quais as vias especulativas dessa peculiar eminência racional? É preciso que a Lei Maior de um país lembre a todos sobre a dignidade da pessoa?

Em primeiro lugar, não em ordem cronológica, mas de abordagem, menciona-se Kant, em quem se encontra a idéia de que a humanidade mesma é uma dignidade, porque o homem não pode ser tratado nem sequer por outro homem, nem por si mesmo, como simples meio ou instrumento, porém como fim. Deste motivo decorre a obrigatoriedade da lei sempre dever respeito ao homem, mesmo quando tal não venha expresso no preceito normativo e mesmo sendo ela o orientador da conduta humana.

Não se pode deixar de falar de Tomás de Aquino, que reivindica a superioridade da pessoa humana sobre o restante da criação material pelo fato de haver sido o homem possuidor de uma vontade livre, pela qual pode dirigir-se, a si mesmo, a um caminho de perfeição, não no sentido divino, porém em seu significado aristotélico de perfeito?. Mesmo estando os dois autores citados em movimentos filosóficos e épocas diversas, coincidem eles em relacionar a dignidade da pessoa humana com a liberdade.

Do ponto de vista psicológico, a liberdade se apresenta como a capacidade de fazer ou não fazer, de realizar uma atividade ou outra. De uma perspectiva que pode ser denominada filosófica, caracteriza-se como um domínio sobre os próprios atos, como um império sobre si mesmo. Vale dizer, entre todos os seres que povoam o universo sensível, somente o homem pode dirigir-se, por si mesmo, à sua própria meta.

Por agir sempre desta maneira nas distintas circunstâncias que configuram sua existência, é possível afirmar que o homem goza de um cabal domínio sobre os atos que vão conduzi-lo a seus diversos objetivos. Ademais, além disto, seu império inclui ainda a escolha da finalidade última. Ou seja, não só pode o homem encaminhar-se ou não em direção a metas presumidamente impostas, como também tem a capacidade de determinar a direção de toda a sua existência. Aqui reside a misteriosa e fascinante grandeza da liberdade humana: cada pessoa individual e concretamente pode determinar o sentido que imprimirá à sua própria vida.

É bem verdade que muitas vezes o império humano sobre o fim não é absoluto e total e que a liberdade do homem é limitada. Tal ocorre quando ele encontra obstáculo ao seu livre arbítrio em algo fático, denominado de caso fortuito ou força maior, limitando ou restringindo sua liberdade. Porém, a restrição não é a eliminação da liberdade, mas tão-somente uma limitação em seu exercício, não impedindo o alcance do fim determinado para sua própria existência.

E esta busca do fim último, por ele querido e desejado, é que se pode qualificar como um bem ou, em outras palavras, como um valor. Via de conseqüência, o homem, qualquer que seja, se configura como um bem em si mesmo, como um valor, dotado assim de nobreza e dignidade intrínsecas.

Relacionar a dignidade humana com a liberdade equivale a colocá-la intimamente ligada à posse, em cada homem, de uma capacidade de entendimento e vontade, pertencente a ele por sua própria natureza humana, que não é somente física, mas também espiritual.

Nesse último século pelo qual passamos, pudemos ver algumas práticas execráveis que atentaram contra a dignidade: desde os horrores de duas guerras mundiais (cujas lições não foram ainda suficientes para ensinar aos governantes as tragédias decorrentes de uma guerra) até o desprezo diário pela vida humana por parte daqueles que deveriam defendê-la, configurado pela elevada taxa de homicídios ou pela prática do aborto, da eutanásia e de algumas modalidades de fecundação in vitro. O pensamento passou a dirigir-se para questões tecnológicas, deixando de lado problemas metafísicos; a racionalidade tomou o lugar da razão, o existir tomou o lugar do ser, a liberdade foi vista como uma condenação.

Na suposta intenção de ampliar a liberdade humana, acabou-se por atirá-la no mais profundo e escuro calabouço. Às práticas pelas quais em vão se tentava dar a liberdade ao homem (como se ele não a possuísse intrinsecamente) ou se tentava igualá-lo num mesmo patamar deu-se o nome de liberalismo e socialismo. A análise semântica de tais palavras já demonstra que as realidades políticas destoam do verdadeiro sentido em que elas deveriam ser empregadas. O resultado, ao invés de cultivar e fazer brotar a liberdade e a dignidade, foi o de aniquilar tais qualidades humanas pela massificação dos grupos sociais.

Quando, ao contrário, se acredita que a liberdade e a dignidade são intrínsecas à pessoa humana, presentes desde a sua concepção, verifica-se que elas não são fornecidas pela vida social ou pelas normas de conduta, mas sim pelo ato de criação do próprio homem.

É a concepção, momento derivado da criação, que já faz nascer no homem seus elementos de liberdade e dignidade. A concepção é um momento passivo do dom da liberdade. Enquanto no decurso da vida ocorre seu momento ativo, em que o homem escolhe não só seu caminho, mas também seu destino, devendo pautar-se no sentido de sua perfeição.

A dignidade humana se apresenta em três momentos: primeiramente de forma constitutiva, pela concepção; em seguida, no momento de alcance da sua perfeição, ao eleger os caminhos e destinos de sua existência, e finalmente no momento conclusivo, ao se encontrar com sua perfeição, o que somente se dá quando o homem encontra e consegue unir em suas duas naturezas, física e espiritual, a sua essência.

Em virtude de todo o exposto, podemos concluir que a dignidade da pessoa humana é inerente a cada um. Não se trata de uma qualidade derivada, mas sim intrínseca, que jamais pode ser olvidada.

Por ser esta sua essência, o respeito deve ser o prisma pelo qual devemos enxergar ou visualizar nossos semelhantes. E este será o maior desafio das normas de conduta que envolvam o ser humano, no que tange à pesquisa tecnológica desenvolvida pelas "ciências da vida". O respeito pela dignidade inerente à condição humana, este deve ser o paradigma do Biodireito.

Diagnóstico da educação no Acre

Manoel Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Acre (Sinteac), faz uma retrospectiva da luta da categoria e apresenta um balanço positivo das conquistas obtidas nos últimos anos. O Estado, que segundo ele assumia o 26º lugar na qualidade do ensino no país, está agora em nono. E melhorando.

Os avanços englobam a melhoria da estrutura física das escolas, a qualificação profissional dos servidores e melhores salários. Ele credita essas conquistas à luta contínua dos trabalhadores e à sensibilidade do governo, o que faz com que o Acre hoje tenha bons exemplos a oferecer ao resto do país.

Manoel Lima lembra que até bem pouco tempo o Acre assumia os piores lugares com relação ao atendimento básico às comunidades. A situação era enfatizada por aqueles que dizem que um Estado pobre (apesar de o Acre possuir muitas riquezas) sempre terá o pior serviço público.

No entanto, o crescimento da educação (assim como de outros setores no Estado) vislumbra um futuro ainda melhor para uma nova geração que surge dotada de novos conhecimentos e segura de seus direitos e deveres. Leia a seguir o conteúdo das declarações feitas pelo sindicalista sobre o novo tempo da educação no Acre.

Como o senhor avalia a luta dos trabalhadores em educação no Acre?
A educação do Acre se encontra em destaque hoje, inclusive em nível nacional. Temos a absoluta certeza de que o desafio de sermos formadores de opinião e de estar passo a passo construindo uma educação pública e de qualidade para todos, tem feito com que os trabalhadores tenham tido muitas decepções, mas também muitas alegrias.

No que o senhor baseia sua avaliação?
Para ver isto basta relembrar que há poucos anos tínhamos escolas que funcionavam embaixo de pés de árvores, com bancos improvisados e feitos pelos próprios moradores. Sabemos que ainda falta muito para chegamos aonde queremos, mas quando a gente observa os indicadores de crescimento parece um sonho de estarmos comemorando a realidade e o caminho vitorioso dos servidores.

Como era a situação dos professores naquela época?
Tínhamos professores que lecionavam para quatro séries, ao mesmo tempo em que eram serventes, merendeiras, diretores, vigias e inspetores. Na zona rural e também na zona urbana cada um trazia um produto de casa para garantir a merenda dos alunos. É preciso relembrar essas coisas para ver a importância da luta dos trabalhadores e o que temos hoje.

Quando começaram a acontecer as mudanças?
Essa radiografia anterior nos levou a um debate enfocando que a valorização profissional dos servidores da educação passava por questões importantes como a rede física adequada, política salarial e qualificação da mão de obra. Se pontuarmos como éramos antes e como estamos agora vamos verificar avanços significativos, graças, em primeiro lugar à luta dos trabalhadores e à sensibilidade do governo. Somente com a vontade dos trabalhadores não teria sido possível, assim como somente a vontade do governo não teria efetivado tantas mudanças.

O que veio primeiro?
Foi preciso que iniciássemos uma luta que fosse além da questão partidária e ideológica. Foi “bebendo” da experiência uns dos outros e debatendo sobre os prós e os contras que nós conseguimos instituir uma proposta de formação dos trabalhadores da educação, começando pelo professor. Tivemos primeiro um curso de formação em nível de Ensino fundamental, porque muitos só tinham estudado até a quarta série. Depois construímos outro curso para que eles concluíssem também o Ensino Médio. Depois disso iniciou-se uma discussão sobre a necessidade de formação do curso superior.

O que veio depois da conquista da formação dos professores?
Nós estamos finalizando agora as últimas turmas de formação de nível superior para os professores da rede Estadual. Há cerca de um ano iniciamos debate sobre a formação de ensino superior para o funcionário de escola e a negociação já está quase concluída. Nos próximos dias estaremos recebendo do governo, em parceria com as prefeituras, a data de início do curso para a primeira turma da faculdade para os funcionários.

Como funcionará esse novo projeto?
Já temos da Secretaria de Estado de Educação a garantia de 770 vagas, divididas em 22 turmas, polarizado na maioria dos municípios. O Sinteac também está elaborando um projeto para a formação continuada aos professores que concluíram o curso superior, visando a pós-graduação e mestrado. A qualificação e atualização do profissional são um debate continuo.

O que dizer dos avanços da política salarial?
Ainda não chegamos aonde queremos, mas avançamos tanto que há sete ou dez anos a folha de pagamento dos servidores do Estado era R$ 22 milhões e hoje, sem muito acréscimo no quadro de funcionários, já ultrapassa os R$ 74 milhões. Isso significa que na política salarial nós avançamos muito. Hoje, em relação à formação de nível superior somos um dos melhores salários do país. Faço toda essa retrospectiva para dizer que o funcionário da escola é responsável por isso. Seja o gestor, o diretor, o professor na sala de aula, a merendeira ou o vigia noturno. Estávamos certos em dizer que era preciso melhorar a estrutura da escola, o salário e a formação. E ainda, que a gestão fazendo isto, nós funcionários ofereceríamos o melhor, que é a qualidade do ensino. O resultado é que o município de Rio Branco é o melhor da região Norte e o Estado está no patamar nacional.

O que o senhor diria à categoria hoje?
Que ela está de parabéns por esse resultado, e por estarmos em primeiro lugar em tudo. Vamos ser o primeiro Estado Brasileiro a formar todos os professores da rede Estadual e o primeiro no país a começar a primeira faculdade para servidores de escolas. Estamos entre os melhores salários e vamos chegar em primeiro lugar em nível da qualidade de ensino. Portanto, estamos no caminho certo. O Acre tem exemplo para dar e não poderíamos deixar índices tão importantes passarem em branco. Parabéns a todos os funcionários da educação e a todos que ajudaram nessa luta. Ainda precisamos avançar, mas temos que ser gratos com aquilo que já conquistamos.

Pérolas da Imprensa Acreana

Agora compreendo por que muitos colegas somente por estarem com uma blusa identificado como jornalista, ou por ficar atyras de um microfone e atras de uma camera se intitulam jornalistas.

Hoje há faculdades de jornalismo no Acre, mas nem sempre foi assim.

A profissão era tão pouca atrativa, que os editores publicavam anúncios como esses na capa dos jornais.

Essa raridade foi publicada na edição do jornal O Rio Branco, em setembro de 1974.

Socorro ao SAMU

Até mesmo os veículos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) necessitam ser socorridos.

Este ai resolveu dar “prego” em frente ao Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), pela manha, e o jornalista Leonildo Rosas registrou o engraçado flagrante.

Ainda deu tempo de trazer um paciente para ser atendido, antes de ser rebocado para a UTI dos automóveis.

Juíza nega pedido de liberdade a Darli Alves, assassino de Chico Mendes

A Juíza da Vara de Execuções Penais Maha e Manasfi, nega pedido de Darli Alves para ficar 90 dias em prisão domiciliar. Desde o início do ano um dos presos mais famosos do Acre, apontado como o mandante do assassinato de Chico Mendes, tenta se recuperar uma gastrite. Por duas vezes foi retirado da penitenciária para fazer tratamento, inclusive em uma das vezes viajou até São Paulo.

A defesa do fazendeiro disse que ele precisa de uma dieta especial além da medicação e só em casa, junto com os familiares vai conseguir a recuperação.

Só que a Juíza Maha e Manasfi pediu a direção do Presídio que enviasse um ofício informando se poderia preparar alimentação balanceada para Darli. O presídio informou que já existe esse serviço pois outros presos doentes precisam de dieta e Darli vai receber o mesmo tratamento.

O documento da penitenciária foi o suficiente para a Juíza negar o pedido do fazendeiro.

Darli cumpre pena por um crime que cometeu em 1999. Ao fugir do presídio de Rio Branco onde cumpria pena pelo assassinato de Chico Mendes foi morar em Santarém no Pará. Instalado na cidade, conseguiu documentos falsos, comprou terra e adquiriu até financiamento no Basa.

A farsa durou quase dois anos quando foi descoberto pela polícia e voltou a cumprir pena no Acre, depois foi transferido para Brasília e só saiu em 2005.

A liberdade durou pouco, no ano passado a justiça do Pará mandou Darli de volta para a cadeira por falsidade ideológica e crime contra o sistema financeiro.

Com 72 anos e a saúde debilitada, desde o início do ano, o fazendeiro tenta uma benefício de prisão domiciliar. O pedido foi feito há 3 meses pelo advogado de defesa e nesta quinta-feira a Juíza da vara de execuções penais Maha e Manasfi decidiu que Darli não vai poder sair do bloco F da penitenciária de Rio Branco.

QUEM DISSE QUE MULHER DÁ AZAR EM PESCARIA?

Por Michelle Portela, de Manaus*
Estudo feito por pesquisadores da Ufam em Careiro da Várzea, no interior amazonense, sugere que mulheres superaram o mito da panema e se tornaram maioria entre trabalhadores no setor em comunidades da região

Na mitologia amazônica, a presença da mulher na pescaria é sinônimo de panema, ou azar no resultado, devido à sua suposta impureza. Partindo desse ponto de vista, pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) investigaram o deslocamento dos papéis de gênero em comunidades de pescadores na região, buscando perceber em que medida o mito é atingido em sua origem.

O estudo “Mulheres pescadoras e a resignificação do mito do panema na Amazônia”, desenvolvido no âmbito do projeto “Modos de vida ribeirinha”, apoiado pela Ufam, aborda o universo das mulheres rurais na Amazônia, principalmente a questão da entrada delas na atividade da pesca na comunidade Lago dos Reis, no município de Careiro da Várzea, a 22 quilômetros de Manaus, interior do Amazonas.

A antropóloga Iraíldes Caldas Torres analisou as implicações da participação das mulheres nessa nova atividade na comunidade, na qual até recentemente estavam impedidas de atuar por conta do mito do panema, a temida má sorte que pode acometer trabalhadores extrativistas na região, seja caça, pesca ou a atividade seringueira.

“Na mitologia, basta que a mulher no período da menstruação se aproxime da beira do rio ou toque nos instrumentos de trabalho para ‘empanemar’ os homens. A partir de então, eles não conseguem caçar ou pescar, o que ameaça a sobrevivência local”, disse Iraíldes.

Na comunidade Lago dos Reis, a pesca se tornou atividade realizada majoritariamente por mulheres. O crescimento do ingresso feminino nesse mercado de trabalho é evidente na cooperativa de pesca de Careiro da Várzea, na qual as pescadoras representam 80% dos trabalhadores cadastrados.

“As mulheres assumem a pesca como uma atividade de trabalho, não como um passatempo e muito menos como uma atividade meramente passageira. Isso está ligado ao papel que mulheres passaram a desempenhar na Amazônia como chefes de família”, explicou a pesquisadora.

O trabalho também demonstrou como, ao iniciar uma atividade remunerada, essas mulheres reafirmam a feminilidade, superando as amarras mitológicas. “Elas constroem um universo particular no qual conversam sobre problemas domésticos, ao mesmo tempo em que levam produtos de beleza e cuidam do cabelo e da unha na pescaria. A sociabilidade torna a pesca prazerosa”, afirmou Iraíldes.

Ao terem maior participação na renda familiar, muitas vezes com ganho superior ao do marido, as pescadoras se sentem à vontade para cobrar um empenho maior dos homens no trabalho doméstico. Entretanto, mesmo com as conquistas, as pescadoras da comunidade Lago dos Reis ainda são discriminadas pela categoria.

“Elas percebem o preconceito à medida que são excluídas da formação de chapas e da eleição da diretoria da cooperativa de pescadores, além de não terem acesso aos equipamentos de propriedade coletiva”, disse a pesquisadora.

As pescadoras também não têm direito à carteira de pescador profissional, que garante benefícios como o seguro-defeso, no valor de dois salários mínimos, pago no período em que a atividade é proibida. Além disso, o dinheiro que ganham é geralmente administrado pelos maridos. “Apesar dos avanços, vemos que as mulheres ainda têm muito trabalho para superar o patriarcalismo na Amazônia”, finaliza Iraíldes.

O universo das mulheres na Amazônia será discutido no 8º Seminário Internacional Fazendo Gênero, no simpósio “Intersecções entre gênero e sociodiversidade na Amazônia”, que será realizado na Universidade de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, de 25 a 28 de agosto.

* Repórter da Agência Fapeam

Lula sanciona lei que proíbe venda de bebidas nas estradas rurais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quinta-feira (19) a lei que impede a venda de bebidas alcoólicas nas estradas em perímetro rural. Nas rodovias que cortam trechos urbanos das cidades, o comércio está liberado.

Contudo, se o condutor for flagrado com bebida ou tiver ingerido álcool antes de dirigir, será punido com uma infração gravíssima e terá o direito de dirigir suspenso por 12 meses. A carteira de motorista também é apreendida e o veículo retido até a apresentação de outro condutor.

“Sei que essa medida contraria alguns interesses, mas beneficia o conjunto da sociedade, além de desestimular o consumo de álcool é preciso dificultar o acesso às bebidas, principalmente para jovens e crianças", disse Lula durante o discurso de abertura da Semana Nacional Antidrogas. "Da mesma forma, impedindo que os motoristas conduzam seus veículos sob o efeito de álcool.”

Segundo o projeto aprovado no Congresso Nacional, o motorista envolvido em acidentes de trânsito ou parado pela fiscalização que se recusar a se submeter a testes para verificar a influência do álcool estará sujeito às mesmas penalidades. Além do bafômetro, os policiais poderão usar outras provas para caracterizar o alcoolismo do motorista.


R$ 1,5 mil
A lei proíbe também a venda de bebidas em estabelecimentos comerciais instalados nas rodovias federais. Estão livres para venda de bebidas alcoólicas os bares, restaurantes, lanchonetes e assemelhados que estiverem situados em rodovias que cortam o perímetro urbano das cidades.

O comerciante que desrespeitar a proibição está sujeito a uma multa de R$ 1,5 mil. Em caso de reincidência, ela é aplicada em dobro, e o estabelecimento pode ser fechado por até um ano. Os pontos de comércio ao longo das rodovias devem fixar um aviso dessa proibição em local de ampla visibilidade, sob pena de multa de R$ 300.

A fiscalização da comercialização de bebidas alcoólicas será feita pela Polícia Rodoviária Federal, mas os municípios e o Distrito Federal poderão realizá-la por meio de convênios, mantendo comunicação com a polícia, com o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) e com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre a reincidência para a suspensão da autorização de funcionamento.

Quem nao sabe!!! Fica calado

Bem muitos dos comentarios recebidos, eu nao publico devido o baixo nivel frequente da linguagem utilizada, agora que há coisas interessantes ah isso há. Um costumeiro visitante por Nome de O Xapuri, constantemente manda comentários auspiciosos e no minimo intrigantes. o ultimo que por sinal sacaneou boa parte de conhecidos politicos de nossa cidade ele proferiu uma ofensa a minha pessoa (O Joscires gosta mesmo é de fazer TREPANAÇÂO nos outros).

Fiquei deveras curioso o porque da utilização do termo trepanação, já que o significado literário não se encaixa no contexto, e muito alem do significado figurado já que nao tento abrir a cabeça de ninguem por meios digamos sem significância.

Para efeito de esclarecimento dos nobres visitantes explico que a Trepanação dentro da medicina moderna, consiste na abertura de um ou mais buracos no crânio, através de uma broca neurocirúrgica. Quando realizada de forma única, a trepanação serve para se criar uma abertura por onde se pode drenar um hematoma intracraniano ou se inserir um cateter cerebral. Em uma craniotomia, várias trepanações são feitas para se criar os vértices de um polígono ósseo que será retirado do crânio. Com o auxílio de uma serra neurocirúrgica, uma linha ligando cada vértice é serrada e o polígono (flap) ósseo do crânio é retirado, liberando o neurocirurgião para abordar a massa encefálica.

A cultura da trepanação esteve presente desde o tempo dos Cro-Magnons e há cadáveres com sinais de trepanação em praticamente todas as partes do mundo. Tal como as sangrias, a trepanação era um procedimento médico muito realizado, com o objetivo de eliminar os maus espíritos e demônios do paciente, mas sem nenhum significado terapêutico prático. A sobrevivência ao procedimento nos séculos antes da Idade Média era de aproximadamente 70%, mas durante os séculos XIV a XVIII caiu praticamente a zero, devido ao pouco cuidado dos realizadores de tal prática, que acabavam perfurando as meninges do paciente e causando uma hemorragia incontrolável.

Vá entender oque ele quiz dizer.