Caros Leitores, desde a sua criação o Blog Xapuri News, o intuito sempre foi de ser mais um espaço democrático de noticias e variedades, diretamente da Princesinha do Acre - Terras de Chico Mendes - para o mundo, e passará momentaneamente a ser o instrumento de divulgação das Ações da Administração, Xapuri Nossa Terra, Nosso Orgulho, oque jamais implicará em mudança no estilo crítico das postagens.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Imagem do Dia!!!

Foto capturada pelo amigo Clenis Alves, na madrugada de ontem quando da soltura de um pássaro que por ironia do destino conseguimos não sei se pelo flash deixá-lo calmo a ponto de fazer pose para a máguina... claro que soltamos para o seu devido lugar que é a natureza, mas é justamente a mensagem dessa semana Santa...LIBERDADE... 

A fotografia também demonstra que até mesmo com os animais quando demonstramos carinho e atenção, somos agraciados com comportamentos passivos e carinhosos, o que significa dizer que sempre devemos fazer aos outros o que gostaríamos que eles fizessem por nós, da mesma forma que jamais devemos intentar em fazer algo ao próximo que não desejássemos que fezesse conosco...

Boa Semana Santa a todos os Leitores do Xapuri News e que nessa Páscoa vindoura os vossos corações se encham de alegria e contentamento...

Embrólio na Educação Municipal

Fui procurado na tarde de ontem por um pai preocupado com a situação de seus filhos que deveriam estar estudando na Escola Municipal Rita Maia, mas que até o presente momento não iniciou as aulas do ano letivo de 2010, devido algumas histórias que estão deixando não somente o Pai em questão, mas a maioria dos pais e/ou responsáveis das crianças matriculadas naquele estabelecimento de “cabelo em pé”

Para se entender a situação é válido relembrar que desde o inicio da Administração atual assumir já se prolatava a notícia de que a Escola Rita Maia funcionaria com período integral, ou seja de que os alunos ali adentrariam pela manhã e permaneceriam o dia todo, saindo somente no final da tarde, mesmo sem observar que a escola não oferecia condições estruturais e tão pouco haveria profissionais qualificados para trabalhar no novo sistema, o que certamente impediria a realização do intento, o que de fato ocorreu a impossibilidade de no ano de 2009 implantar o Turno Integral.
Nesse ano de 2010 novamente propagou a possibilidade de implantação do mesmo sistema, sem que fizesse nenhuma alteração física estrutural e oferecesse adequação profissional aos educadores ou ainda que contratasse novos profissionais que o sistema requer, o que atrasou sobremaneira o inicio das aulas naquele estabelecimento, sendo que segundo informações em reunião no inicio do ano fora assegurado que incontestavelmente as aulas iniciariam no dia 5 de abril, já com quase dois meses de atraso em relação ao calendário estadual.
Na tarde de ontem em reunião com os pais e/ou responsáveis dos alunos daquele estabelecimento os mesmos receberam a noticia de que o prédio ainda passará por uma reforma para que o início das aulas de fato ocorram... Ora senhores quando tempo irá demorar essa reforma? Será possível ocorrer em tempo recorde uma reforma até o dia 5 próximo? Só se for uma pinturinha “mixuruca” como a realizada pelo gestor passado... por que sinceramente se quiserem fazer algo de qualidade já irão uns 20 a trinta dias de obras, o que significa que de fato as aulas iniciariam somente no final de Abril ou inicio de Maio.

Algumas ponderações é claro são necessárias e de fato pessoalmente e profissionalmente elogio e admiro a intenção e a coragem da equipe municipal em instalar o sistema de período integral no Município de Xapuri e pessoas qualificadas temos na Secretaria Municipal de Educação para isso, por que quando bem administrado temos exemplos Brasil a fora do salto experimentado na qualidade da educação local, porém isso requer muito trabalho e investimento que é o que de fato não está ocorrendo.... para se ter noção para se instalar tal sistema é necessário que o estabelecimento ofereça condições de alimentação o que requer um refeitório devidamente adequado, salas de Vídeo, espaço para atividades culturais, bibliotecas temáticas, profissionais de diversas áreas inclusive da saúde, orientadores educacionais e principalmente muito jogo de cintura dos educadores envolvidos, imagina o quão é difícil manter crianças quatro horas em uma sala de aula imaginem oito horas.

Sem contar que o dia não deverá ser repleto somente de atividades escolares mas sim com atividades lúdicas, esportivas, culturais, artísticas e de orientação para a cidadania.

A minha preocupação e que de certo é também a dos pais dos alunos daquele estabelecimento é que a Legislação Federal exige o cumprimento de 200 dias letivos para a validação de uma etapa escolar, e nesse caso se confirmar as previsões praticamente quase ¼ do ano letivo de 2010 já seriam perdidos pela indecisão sobre o inicio ou não das aulas na Escola Rita Maia, o que poderia prejudicar sobremaneira o processo educacional, sendo que mesmo o período sendo integral não se pode contar com duplicidade o dia letivo.

Gostaria que pelo menos dessa vez essa analise situacional fosse vista como alerta merecedor de ação repetina para a resolução da questão, não meramente como critica evasiva que o que sempre acontece quando tentamos expor idéias contrarias a algumas situações em Xapuri, é um convite senhores aos Pais, Município, Sinteac e pessoas com compromisso pela Educação a analisarem se vale a pena de fato em nome de um projeto mesmo que seja educacional, prejudicar crianças e um número considerável de cidadãos xapurienses com uma coisa tão séria que é o processo ensino-aprendizagem dos nossos filhoos.

Fica aqui sinceramente a minha torcida para que toda a equipe da Secretaria Municipal de Educação, equipe esta que detenho o maior respeito se sensibilize e agilize brevemente a questão.

Dinheiro e Semana Santa

Segunda-feira Santa - A paixão de Cristo e o dinheiro
O Evangelho da segunda-feira da Semana Santa traz a história do perfume precioso, derramado por Maria sobre os pés de Cristo na casa de Lázaro. Era caro, e segundo Judas, valia "trezentos denários". Dinheiro e política compõem o cenário da paixão de Cristo. Por trinta moedas subornaram Judas para entregar Jesus. E se valeram das veleidades políticas de Pilatos para condená-lo à cruz: "se soltas este homem não és amigo de César". Dinheiro e política compõem também o cenário do drama do povo. A amizade com os "césares" continua condicionando as causas do povo. E assim os recursos financeiros não são aplicados segundo as necessidades urgentes dos pobres, como a saúde, a educação, a moradia, o transporte, o emprego. Judas, o zelador da "bolsa", diz que o perfume poderia ser vendido, para que o dinheiro fosse dado aos pobres. Na verdade, ele queria roubar o dinheiro. Assim fazem entre nós os demagogos: levantam a bandeira dos pobres, mas entram na política por interesses pessoais. Judas traiu Cristo, os demagogos traem o povo. Jesus coloca critérios de valor para o uso do dinheiro. À primeira vista, o perfume derramado por Maria era um desperdício. Na verdade, era uma ação educativa: o dinheiro precisa estar sempre disponível para as grandes causas. Jesus estava prestes a empenhar sua própria vida pela causa da humanidade. O dinheiro do perfume derramado sobre seu corpo se revestia da mesma finalidade. Jesus estava dando o critério para a destinação primordial do dinheiro: "pobres sempre tereis convosco". O dinheiro entrou na paixão de Cristo. Ele entre no drama da vida humana. É necessário que ele seja assumido, com responsabilidade. Faz parte de nossos compromissos analisar a serviço de que causas está sendo colocado o nosso dinheiro.

Terça-feira Santa - Dinheiro: amor ou traição?
A traição de Judas é capítulo indispensável da paixão de Cristo. É o que a liturgia coloca nesta terça-feira da Semana Santa. E, de novo, o dinheiro integra o cenário desta traição. Diz o Evangelho que o Mestre estava perturbado diante da iminência da traição. Partilha esses sentimentos com seus discípulos. Pois o contexto era de intimidade, de amizade, de confiança: uma refeição. Tanto mais destoava a traição, pois vinha de um amigo, e usava as aparências da amizade para se perpetrar. Observa o Evangelho que Judas pôde sair tranqüilo da sala, e partir para a traição, aparentando as boas intenções do seu ofício: como encarregado do dinheiro, todos pensavam que ele fosse "comprar o que precisavam para a festa, ou dar alguma coisa para os pobres". Para isto serve o dinheiro: para a festa da vida, e para ajudar os pobres. Nada mais comovente do que ver a alegria dos pobres partilhando o pouco que possuem. As festas dos pobres são bonitas. Com seus parcos recursos, multiplicam a alegria da convivência, da acolhida mútua, da descontração, da alegria de viver. Parece o milagre da multiplicação dos pães: a carência de todos se transforma em surpreendente abundância, e resulta que todos se saciam, e ainda sobre alguma coisa. Na casa do pobre sempre há lugar para mais um. Quando chega o visitante, é bem acolhido, é convidado à mesa, e ninguém se preocupa se a comida será suficiente. Com um pouco de dinheiro dá para multiplicar o amor. Aí o dinheiro se transforma em vida e em alegria. Ele fica abençoado. Ele atinge sua finalidade. O dinheiro que caía na bolsa de Judas deveria servir ao amor. O drama é que o dinheiro está tão perto da traição, quando passa a ser objeto de cobiça. Aí ele perde sentido, e leva para a perdição. Viver a Páscoa é recolocar o dinheiro a serviço da vida e do amor.

Quarta-feira Santa - Dinheiro e poder: os critérios da negociação
Em plena Semana Santa, o Evangelho insiste em mostrar a presença e a ação do dinheiro na história da paixão de Cristo. Nesta quarta-feira Mateus nos conta que Judas foi negociar com os sumos sacerdotes. A traição ficou cotada em trinta moedas. Acertaram-se no preço, na quantia de dinheiro. Mas com isto o Justo ficou sacrificado. Fizeram acordo. Entenderam-se a respeito do valor monetário. Mas esqueceram o valor da vida, que não tem preço. E assim o Cristo foi condenado a morrer. Diante desta história do Evangelho, podemos situar melhor o problema dos acordos financeiros. Entre nós se discute tanto, e com razão, os termos dos acordos que regem hoje as relações financeiras no mundo globalizado. Até os pobres falam no FMI. No Brasil foi feito o plebiscito sobre a Dívida Externa, e a primeira pergunta dizia respeito, exatamente, aos "acordos com o FMI". Mesmo sem conhecer os termos exatos destes acordos, o povo intui que eles se revestem de uma perversidade que não pode ser aceita. E’ que os acordos não podem se limitar a reger relações financeiras. Eles precisam estar relacionados com a vida do povo. Caso contrário, correm o risco de serem injustos, e de colocarem em risco a sobrevivência dos pobres. Sem a vinculação ética que a deve reger, a economia perde sentido, e se torna instrumento para condenar à morte a multidão dos excluídos. O dinheiro, por pouco que seja, dá um poder de negociação. Com uma pobre bolsa na mão, Judas se transformou em negociador diante do sistema do poder estabelecido. E foi capaz de provocar uma grande injustiça. Usar corretamente o poder de negociação que nosso dinheiro nos proporciona, é um sério dever ético, para todos, em nosso tempo. Pois está em causa a vida das pessoas, sobretudo dos indefesos.

Quinta-feira Santa - Gratuidade além do dinheiro
No clima comovente de despedida, o Evangelho narra hoje o gesto de Cristo, de lavar os pés dos apóstolos. E explica como este gesto nascia de um amor sem limites: "tendo amado os seus, amou-os até o extremo" (Jo 13,1). De novo, o contraponto deste amor é o ódio cego, que já tinha se instalado no coração de Judas. A ganância do dinheiro tinha toldado o horizonte de Judas. O acordo com os sumos sacerdotes o condicionava, e ele se sentia na obrigação de trair o Mestre. "O diabo já tinha seduzido Judas para entregar Jesus" (Jo 13,2). O diabo se instala a partir da lógica do lucro. É importante evitar de entrar nesta lógica. Pois uma vez instalada, tem a força de uma coerência, tantas vezes afirmada enfaticamente pelos economistas, que teimam em insistir na "verdade única" da inexorabilidade do processo econômico excludente que impõe seus critérios. Não se trata de negar esta coerência intrínseca. Trata-se de mudar de princípio. Trata-se de substituir o "diabo" do lucro pela gratuidade do amor, feito serviço aos irmãos. Como fez Cristo na quinta-feira, em contraste total com o que foi fazer Judas, no mesmo dia e na mesma hora. A lógica do lucro produz insensibilidade humana, e fecha dentro de "direitos" que se respaldam em leis inspiradas para sua defesa. A força do amor leva a ultrapassar os "deveres", e chega a gestos surpreendentes, rompendo os horizontes das formalidades, e estabelecendo uma nova atitude de solidariedade e de comunhão. Os discípulos nunca mais irão esquecer o Mestre que lavou seus pés. E descobrem nele um motivo para a entrega de suas vidas, além das medidas humanas, e muito além da lógica do lucro. Só o amor, transformado em serviço gratuito, rompe os limites do lucro.

Sexta-feira Santa - Condenação de Cristo - julgamento do sistema
Hoje o dia nos convida a olhar, com respeito, para o Cristo condenado na cruz. O fato permanece como a interpelação mais profunda da história humana: como foi possível uma pessoa que "passou fazendo o bem a todos", ser condenada na cruz? As lições permanecem inesgotáveis. No seu conjunto, atestam com evidência a diferença de critérios a presidir um projeto de vida e de sociedade. Um projeto que se guia pelos contra valores do ter, do poder e do prazer, não tolera um projeto que se guia pela doação, pelo serviço e pelo amor. E se sente na obrigação de eliminar os que o contestam com o testemunho da própria vida. Sua urgência de condenar é confissão da própria fraqueza, incapaz de encontrar justificativas humanas para se sustentar. Foi assim que o próprio Cristo entendeu o significado de sua iminente condenação: ela iria significar o julgamento dos que o estavam condenando. Cristo bateu de frente com o sistema de dominação religiosa, política re econômica, exercida sobre o povo pelos detentores do poder. Mas estes, para executar seus planos, acionaram a ambição financeira. Ofereceram dinheiro para Judas entregar o Mestre, para ser submetido a julgamento, e ser condenado a morrer. Com o Cristo crucificado se identificam milhões de inocentes, condenados a morrer pelo sistema que os exclui da vida. São vítimas da ambição do poder, da ânsia desordenada do ter, e do desejo desenfreado do prazer, dos que hoje ainda detêm em suas mãos o destino das pessoas. Mas o condenado na cruz nos convida a fazermos a opção certa, e assumir o seu projeto.

Sábado Santo - Empréstimo provisório
Depois da sexta-feira intensa e movimentada, carregada de tensões e sofrimentos, veio o sábado do repouso. Como faz bem um dia de repouso, sem agenda, sem acontecimentos, sem agitação, sem notícias. Para ser vivido no silêncio, na paz, no sono, na espera. Um dia que parece vazio. Mas que na verdade se enche de mistério e de esperança. As atenções se voltavam para o túmulo, onde ainda estava o corpo do Cristo. Um túmulo emprestado. Um túmulo de família rica. Após a morte de Cristo, José de Arimateia e Nicodemos saíram do anonimato, e ofereceram seus préstimos às mulheres, para darem ao falecido uma sepultura digna. Compraram caros perfumes, conseguiram emprestado um túmulo, e nele depositaram o corpo do Senhor. Foi tarde demais a intervenção deles? Não podiam ao menos ter pago um advogado, para defender o acusado, num processo tão cheio de irregularidades jurídicas? Em todo o caso, agora agiam sem constrangimentos, respaldados pela dignidade da morte, que tem a força de se sobrepor às injustiças contra a vida. A morte dos pobres se constitui em força irresistível em favor de suas vidas. Como a morte de Cristo, plantada no túmulo, de onde brotaria com força nova e irresistível a vida ressuscitada. Nunca é tarde para colocar nossos recursos a serviço da vida. O túmulo emprestado lembra os empréstimos dos ricos para os pobres. Aquele foi um empréstimo provisório, de apenas três dias, e que compôs o contexto de onde a vida eclodiu, exuberante, para sempre. Um empréstimo provisório, que serviu para uma vida definitiva. Ao contrário de muitos empréstimos de hoje, que mais parecem túmulos definitivos, a sepultar para sempre as esperanças dos pobres. Esta sábado ensina aos nicodemos de hoje que o melhor fruto dos recursos financeiros não sãos os juros acumulados, mas a alegria de ver ressuscitada a vida dos pobres.

Domingo de Páscoa - Túmulo vazio - corações cheios
O domingo da ressurreição começou na madrugada, com Madalena e as outras mulheres. E terminou noite a dentro, com os discípulos de Emaús e os apóstolos reunidos. Um longo aprendizado, para passar da decepção do túmulo vazio, para a plenitude da alegria com a presença do Senhor Ressuscitado. Todos os pequenos episódios deste dia ensinam a passar das decepções para a esperança, da morte para a vida, do sofrimento para a alegria. O túmulo vazio não era fruto de roubo praticado. Era ausência de morte, era sinal de vida. O vazio de Deus em nossa vida é sinal de sua presença, é espaço para nossa afirmação, é convite para mergulharmos em seu mistério de amor. As interrogações dos discípulos não eram prova do contra senso, eram pistas para a descoberta da verdade. As decepções dos apóstolos não eram confirmação do engano, mas purificação das mentes, para se abrirem aos desígnios divinos, que superam as falsas expectativas humanas. Para experimentar a presença do Senhor não precisavam de muita coisa. "Tendes aí alguma coisa para comer?" (Lc 24,41). Bastam algumas coisas! Não precisamos abarrotar nossas despensas, não precisamos de grandes somas em nossas contas bancárias, não precisamos de grandes investimentos nas bolsas. A frugalidade está mais próxima da alegria e da plenitude. Corações abarrotados de desejos não deixam entrar a luz da vida. O Ressuscitado atravessou paredes e portas fechadas, mas não passa pela barreira da ganância e por cima do acúmulo. Assim, a paixão tinha preparado os corações para a alegria do reencontro, para a paz que vem do Senhor, para o perdão gratuito e total, para o Espírito que era concedido aos discípulos como primícias da vida nova e definitiva que já brilhava no corpo ressuscitado do Senhor. Estavam removidos os obstáculos da morte, estava aberto o caminho da vida verdadeira. Por ele somos convidados a andar, à luz da fé no Ressuscitado!
Autor: Dom Demétrio Valentini - Bispo de Jales (SP) e Presidente da Cáritas Brasileira

Vida religiosa

Religião significa religamento, religar, reunir a alma ao seu Criador. Esse é o sentido de religião que vem do latim religare. A vida religiosa decorre desse sentimento religioso. Dessa forma, não somos religiosos porque frequentamos um templo religioso ou porque tenhamos um rótulo de religião. Tampouco porque pratiquemos esse ou aquele ritual no campo da crença.

Somos religiosos pelo estilo de vida que levamos na Terra. Por isso, muito importante verificar como é a nossa vida religiosa. Será que a nossa religião nos leva a vivenciar no dia-a-dia, no cotidiano, as coisas mais importantes para a nossa vida na Terra? A vivência religiosa é um modus operandi, é um modo de ser diante da existência.

Existem indivíduos que se afirmam materialistas, ateístas mas vivem com determinada dignidade, numa linha de respeito ao semelhante, de amor ao próximo, de respeito às leis que, certamente, podemos garantir que eles têm uma vida religiosa de alto nível. São materialistas mas não usurpam nada de ninguém. São incapazes de tripudiar sobre a ignorância ou a necessidade alheia. Isso quer dizer que vivência religiosa, em essência, nada tem a ver com o ritual externo que chamamos de crença.

Essa vivência, para ser realmente religiosa, tem que se desenvolver de tal modo que nos conduza à religação com Deus, à ligação de novo com o Criador. Deve nos levar à maturidade. Exige de nós reflexão e essa reflexão vai nos ajudando no processo do amadurecimento a fim de que sejamos, na condição de religiosos, pessoas alegres. Alegria não significa viver sorrindo o tempo todo. Alegria é esse estado íntimo de saber-se representante do bem, de admitir que está fazendo aquilo para o que renasceu, cumprindo a vontade de Deus no mundo.

Cada vez que saímos de casa para trabalhar com disposição, com coragem - isso é motivo de alegria. Quando levantamos pela manhã e beijamos nossos filhos, nos despedimos dos esposos - isso é motivo de alegria. A vida religiosa deixa de ser a vida do templo e passa a ser a vida na vida, a nossa incorporação às Leis de Deus, nosso ajustamento à vida da sociedade, cumprindo as leis, cumprindo os nossos deveres, pagando nossos impostos, na certeza de que a religião existe para nos ensinar a viver no mundo.

A nossa vivência na Terra é um desafio e a vivência religiosa nos leva a ser pessoas dinâmicas, joviais, mas compenetradas. Ao lado da nossa alegria, do nosso esporte, do nosso lazer, da nossa arte, sabermos que o que façamos vai alcançar outros corações, vai fermentar em outras almas, vai germinar em outros territórios emocionais. Então, temos responsabilidades com tudo quanto dizemos, fazemos, brincamos, sorrimos, com tudo quanto cantamos, com tudo quanto gozamos.

A vida religiosa é esse mundo interno que abrimos para o mundo externo. Lembremos Jesus Cristo que estabeleceu que a boca fala daquilo que está cheio o coração.

Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no Programa televisivo Vida e valores - Vida religiosa, apresentado por  Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.