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segunda-feira, 26 de maio de 2008

AIDS: CONTAMINAÇÃO POR OMISSÃO

Levantamento feito com 272 casos de indivíduos que doaram sangue, apesar de estarem infectados com o vírus da Aids, aponta que 48,9% omitiram fatores de risco na triagem realizada antes da coleta

Por Thiago Romero

Agência FAPESP – Um levantamento feito com 272 casos de indivíduos que doaram sangue na Fundação Pró-Sangue, em São Paulo, apesar de estarem infectados com o vírus da Aids, apontou que 48,9% omitiram fatores de risco durante a triagem, o que poderia ter evitado a coleta.

O estudo foi feito por César de Almeida Neto, chefe do Departamento de Notificações e Orientação de Doadores com Sorologias Alteradas da fundação, e apresentado no início do ano como tese de doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Almeida Neto avaliou o perfil de doadores de sangue portadores do HIV entre 1999 e 2003, por meio de um estudo caso-controle, no qual 272 doadores de sangue confirmadamente positivos para a doença, a maioria do sexo masculino, foram comparados com um grupo controle de 468 doadores sem a doença. Os indivíduos foram entrevistados antes e depois da doação.

“A entrevista realizada antes da coleta de sangue tem o objetivo de identificar situações de risco que o indivíduo tenha vivido nos últimos meses, uma vez que os exames convencionais para a detecção do vírus da Aids podem não detectá-lo em um primeiro momento, devido ao período que chamamos de janela imunológica. No caso do HIV, a formação de anticorpos no organismo, que permite a detecção da doença, ocorre de quatro a oito semanas após a infecção”, disse o pesquisador à Agência FAPESP.

“Isso significa que se um indivíduo se contamina hoje, e daqui a uma semana vai doar sangue, a doença ainda não se manifestou e seu exame provavelmente dará negativo. Com isso, o sangue do doador pode ser liberado normalmente para uso por outros pacientes, mesmo que esteja com o vírus da Aids. A triagem antes da doação é realizada para identificar riscos potenciais nesse período de janela imunológica”, destacou.

Segundo Almeida Neto, uma mesma bolsa de sangue infectada, ao ser liberada para uso, pode contaminar vários pacientes, uma vez que o sangue normalmente é fracionado em componentes como hemácias, plasma e plaquetas, que podem ser utilizados em três pessoas diferentes, contaminando-as.

“Mesmo seguindo todos os procedimentos de segurança, ainda existe o que chamamos de risco residual. Em qualquer lugar do mundo o sangue é uma importante fonte de transmissão de doenças. Ao serem questionados antes da coleta, muitos indivíduos têm vergonha de assumir os fatores de riscos e negligenciam esse tipo de informação. Outra hipótese é que alguns deles usaram os serviços do banco de sangue para simplesmente fazer ou comprovar o teste do HIV”, disse.

“Calcula-se que, no Estado de São Paulo, o risco residual de infecção por Aids em períodos de janela imunológica seja de uma a cada 60 mil transfusões de sangue”, disseAlmeida Neto.

Para que isso não ocorra, o pesquisador explica que os interessados em fazer o exame do HIV devem procurar o Centro de Referência de Treinamento em Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids, e não os bancos de sangue.

Fatores de risco potenciais para a Aids, além de dados demográficos dos doadores, número de doações prévias, comportamento sexual e associação com os demais marcadores de triagem sorológica foram algumas informações coletadas nas entrevistas.

O estudo destacou, como fatores de risco para o HIV, entre os homens, as relações sexuais com outros homens, pagar ou receber dinheiro em troca do sexo e ter tido duas ou mais parceiras nos últimos 12 meses. As mulheres com parceiro sexual usuário de drogas injetáveis ou que tiveram dois ou mais parceiros nos últimos 12 meses foram as que apresentaram mais riscos.

Mais informações: www.crt.saude.sp.gov.br

Foto: Eduardo Cesar

Sargento transexual volta a receber salário de militar em MG

Militar havia sido licenciado das Forças Armadas por ser transexual.
Por meio de liminar, ele voltou a receber salário e assistência médica.

O sargento do Exército Fabiano Portela, de 26 anos, foi licenciado contra sua vontade das Forças Armadas por ser transexual, ganhou, nesta segunda-feira (26), na Justiça Federal, por meio de uma liminar, o direito de voltar a receber o salário de militar e ter assistência médica do Exército.

Em março deste ano, Portela fez uma cirurgia de mudança de sexo, o que provocou o seu afastamento das Forças Armadas. O militar procurou a Justiça para ser reformado, o que lhe permitiria manter o salário de terceiro sargento.

A ação se baseia no Código Internacional de Doenças e no Conselho Federal de Medicina, que tratam o transexualismo como transtorno mental. O advogado de Portela diz que o sargento não deve assumir seu posto porque está de licença médica. O Exército informou que só vai se pronunciar quando for notificado.

Amazônia brasileira tem dono, diz Lula

Na semana passada, NY Times perguntou: 'De quem é esta floresta amazônica?'.
Presidente também disse que protocolo de Kyoto 'já faliu', em referência aos EUA.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (26), durante o XX Fórum Nacional, na sede do BNDES, no Rio, que a Amazônia "tem dono".

Ao citar os biocombustíveis como grande alternativa para diminuir a poluição do planeta, Lula disse que achava "engraçado" que países responsáveis por 70% dos poluentes jogados na atmosfera estejam de olho na Amazônia, como se somente o Brasil fosse responsável por conter a degradação ambiental.

"O mundo precisa entender que a Amazônia brasileira tem dono. O dono da Amazônia é o povo brasileiro: são os os índios, os seringueiros, os pescadores. Mas também somos nós. Temos consciência de que é preciso diminuir o desmatamento, as queimadas. Mas também temos a consciência de que é preciso desenvolver a Amazônia", disse Lula.

Apesar de não ter citado o jornal norte-americano, a declaração de Lula também faz alusão à reportagem do New York Times, publicada na semana passada, em que o periódico pergunta: "De quem é esta floresta amazônica, afinal?".

No texto, o jornal diz que "um coro de líderes internacionais está declarando mais abertamente a Amazônia como parte de um patrimônio muito maior do que apenas das nações que dividem o seu território"

Durante o discurso no Rio, Lula procurou mostrar que a questão ambiental é um desafio global e afirmou que o Protocolo de Kyoto "já faliu". "Foi muito bonito assinar, maravilhoso, mas quem tinha que tomar medidas para cumpri-lo não referendou", disse Lula, em referência direta aos Estados Unidos.

Uma questão de honestidade

Esperto como sempre, Lula da Silva cismou e não quer mais nem ouvir falar em nova CPMF. Aliás, no fundo ele continua sonhando em aprovar a novo golpe contra o povo brasileiro, mas diante da reação da oposição, dos empresários e da sociedade de um modo geral, jogou a responsabilidade para sua base aliada no Congresso. O Palácio do Planalto não quer assumir a paternidade da proposta de recriação do novo imposto num ano eleitoral, nem mesmo para financiar a saúde. Em reunião com a coordenação política do governo, Lula afirmou que não enfrentará o desgaste de nova batalha com o Congresso para ressuscitar o imposto do cheque, extinto há cinco meses.

Apesar de ser alertado de que a Câmara vai aprovar a regulamentação da Emenda 29, aumentando os investimentos com a saúde em R$ 23 bilhões nos próximos quatro anos, Lula observou que cabe aos parlamentares apontar como custear as despesas. Um país que tem um presidente que trata investimento em saúde como despesas precisa, urgentemente, de mudanças. Na prática, aconteceu o que todo mundo já sabia: o planalto jogou para o Congresso a responsabilidade de encontrar fonte de recursos para financiar a saúde. Lula também se mostrou contrário ao aumento das alíquotas de cigarros e bebidas, pois avalia que isso poderia acabar punindo os mais pobres. Lula fuma e bebe demais. Ele sabe que o poder não é eterno, é efêmero.

Diante de centenas de prefeitos, num hotel de Brasília, em tom de desabafo, Lula afirmou que levará ministros da área econômica e senadores que votaram pela extinção da CPMF para a inauguração da primeira creche prevista pelo Plano de Desenvolvimento da Educação. Os senadores que votaram contra a prorrogação da CPMF terão a certeza de que é preciso mais dinheiro e que poderia ser feito com R$ 40 bilhões a mais por ano no Orçamento. Lula não perdoa o Senado por ter tirado de suas mãos a fortuna de R$ 40 bilhões, dinheiro que poderia financiar campanhas em vários estados e ainda garantir a implantação do mensalão II. Os recordes sobre recordes de arrecadação deixam claro que o governo não precisa da CPMF, afinal, o problema na saúde não é falta de dinheiro, mas de honestidade de seus gestores.