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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Imagem do Dia.

Maior parque estadual do Acre, o Chandless
representa 4% da área total do Estado
 fazendo divisa com terras indígenas,
projetos de assentamento, reserva extrativista
e áreas de conservação ambiental.
Abriga uma pequena população que convive
harmoniosamente com as ricas fauna
e flora da região amazônica (Foto: Diego Gurgel)

Em destaque Ac24horas denuncia médico sem CRM em Xapuri

Em Xapuri, médico sem CRM atende normalmente, assinando com o CPF
Jairo Carioca – da redação de ac24horas

O fato é novo, mas a polêmica é antiga, que até trouxe ao Acre o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) Roberto Luiz D´Ávila, que moveu uma ação na Justiça contra as prefeituras e Governos estaduais pedindo a suspensão dos serviços prestados pelos médicos que atuam em todas as regiões brasileiras sem o devido registro exigido por lei. Enquanto a pendenga se arrasta nas esferas jurídicas, no interior do Acre, os prefeitos continuam colocando a vida de pacientes em risco.

Em Xapuri, o médico que atende no Posto de Saúde Municipal, com o nome de Donald Villavicenci Becerra, assina as receitas com o CPF. O fato chamou atenção dos vereadores. Hoje, o vereador Zeca da Emater procura o Ministério Público Estadual, para pedir maiores explicações sobre tal procedimento. Segundo o Jornal Ac24horas antes de ir a Rio Branco, o vereador consultou a assessoria jurídica da Câmara de Vereadores, que constatou que o suposto médico não tem CRM. Segundo o vereador, a atitude apoiada pelo prefeito da cidade, Bira Vasconcelos, surpreendeu, Zeca afirmou que quando o juiz federal Jair Facundes concedeu liminar determinando a demissão de todos esses profissionais contratados ilegalmente, o prefeito da cidade foi o primeiro a encabeçar o movimento de moralização.

"- Para nossa surpresa, a população de Xapuri voltou a ser consultada por alguém que não tem registro e que receita livremente, como se nada estivesse acontecendo" – acrescentou o vereador.

No topo da página encontra reproduzida uma receita que o  ac24horas teve acesso exclusivo onde o suposto médico receitou três remédios, dois deles destinados ao tratamento de infestações isoladas [tipo verme]: albendazol e mebendazol e um polivitaminas, a um paciente que pediu para não ter seu nome revelado. Suspeitando da qualificação do profissional, o paciente denunciou o caso. Na assinatura da receita, a constatação: no lugar do CRM, o médico de nacionalidade estrangeira, coloca o número de seu CPF, onde em consulta ao cadastro nacional do CRM, não foi encontrado o registro do profissional que assinou a receita.

O Ministério Público do Acre, no dia 11 de março, através da promotora Gicely Evangelista, assinou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a prefeitura de Porto Acre, com a finalidade de regularizar a situação de médicos formados no exterior e que atuam sem o registro profissional. O TAC foi condenado pelo presidente nacional do CRM, na queda de braço, o procurador Sammy Barbosa disse que o termo é apenas para garantir a população o direito de ser atendido.

O mesmo Ministério Público no Acre prendeu no dia 18 de novembro, um médico de origem cubana quando ele clinicava em uma das dependências da Santa Casa de Misericórdia. O médico trabalha há mais de dois anos sem o Registro do CRM e estava, segundo a denuncia, emitindo atestados de saúde admissional, irregularmente. No Acre, o CRM apurou que 20% dos médicos que trabalham em postos de saúde e hospitais municipais e estaduais não têm o registro da entidade. Os estrangeiros vêm ao Brasil atraídos pelos salários oferecidos, que variam de R$ 2.500 a R$ 6.000. Um médico recém-formado no Peru e na Bolívia recebe cerca de R$ 1.100.

Brasil terá vacina contra a dengue em até quatro anos

O governo federal está testando no Espírito Santo uma vacina contra todos os tipos de vírus da dengue e que, em três a quatro anos, ela estará sendo usada para vacinar a população contra a doença, disse nesta segunda-feira (27) o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

“A vacina está sendo desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com um laboratório francês. E já estamos testando pela primeira a vacina em seres humanos. Os testes estão sendo feitos no estado do Espírito Santo e a nossa expectativa é de que, em três a quatro anos, tenhamos uma vacina segura no mercado para todos os vírus”, afirmou Temporão, em entrevista à Agência Brasil.

As informações do ministro da Saúde foram dadas após visita às obras de reforma, ampliação e modernização do Hospital Federal de Ipanema, na zona sul do Rio. Na ocasião, o ministro admitiu que a dengue foi um dos principais problemas enfrentados em sua gestão e que, por ser uma doença endêmica, teve anos piores e outros em que a situação esteve mais sob controle.

“Durante todos estes anos foi um problema recorrente, porque é uma doença complexa e com relação direta com acesso à água, limpeza das cidades, informação, educação, padrão de urbanização. Então, enquanto a vacina não chega, a solução é prevenir e educar a população e conscientizá-la do problema”.
Fonte: Agencia Brasil

Novo aliado na prevenção da Aids

Estudo envolvendo o Brasil testa comprimido que combina duas drogas já usadas no tratamento da doença para preveni-la em homens que fazem sexo com homens. Os resultados mostram redução de 44% no risco de contaminação.
Por: Carolina Drago
Vírus HIV (em verde) rondam linfócito. Estudo demonstra
que um medicamento pode prevenir a infecção de HIV
em homens e mulheres transexuais que fazem sexo  com
homens, população mais atingida pela Aids na
América Latina (foto: C. Goldsmith/ PHIL/ CDC)
Os brasileiros hoje com Aids somam 630 mil, mas quase um terço deles não sabe que está infectado pelo vírus HIV. Os dados do Ministério da Saúde são mais um alerta para a importância da prevenção da Aids. Um estudo clínico feito com voluntários homens que fazem sexo com homens apontam um novo caminho para prevenir a doença.
Os resultados indicaram a redução de 44% no risco de infecção em voluntários que se submeteram ao uso do Truvada, nome comercial do medicamento que combina duas drogas antirretrovirais e já é utilizado no tratamento da Aids para inibir a replicação do vírus HIV. No estudo, ele foi prescrito aos participantes em doses diárias, como um dos itens da intervenção profilática.

As outras medidas de prevenção incluíam aconselhamento para o sexo seguro, diagnóstico e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis e distribuição de preservativos. “A prevenção da Aids precisa de múltiplas intervenções”, assegura Valdiléa G. Veloso, coautora do artigo publicado no periódico New England Journal of Medicine, no qual os resultados do estudo foram apresentados.
Veloso, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), coordenou o estudo no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), um dos 11 centros do mundo a participar da pesquisa, que envolveu cerca de 30 cientistas, em seis países. A iniciativa é conhecida entre os pesquisadores como iPrEX (sigla para Iniciativa Profilaxia Pré-Exposição).

Detalhe da página na internet da Iniciativa Profilaxia Pré-Exposição (iPrEx), estratégia experimental de prevenção do HIV que estuda o uso de drogas normalmente utilizadas para tratar a infecção pelo HIV para reduzir o risco de contração da doença.
O estudo contou com a participação de 2.499 voluntários com risco aumentado de adquirir a infecção pelo HIV – homens, travestis e mulheres transexuais que tinham como parceiros sexuais pessoas do sexo masculino. Quando o teste sobre a eficácia do medicamento começou, em 2007, os pacientes foram divididos em dois grupos. Um deles recebeu o Truvada e o outro, placebo, um comprimido sem substância ativa.

Desde então, todos os participantes foram orientados a tomar uma dose diária do comprimido recebido – sem saber se estavam tomando os antirretrovirais ou o placebo –, com o alerta de que ele deveria funcionar como um complemento, e não como substituto, das medidas preventivas convencionais. “Como em qualquer tratamento, é muito difícil fazer as pessoas tomarem diariamente uma medicação”Os números revelaram que a adesão ao Truvada na etapa da prevenção fez diferença nos resultados, comprovando que o comprimido é eficaz quando usado corretamente – o que ainda é um desafio.

Ao analisarem os casos de forma particular, os pesquisadores se depararam com respostas ainda mais precisas do que a redução geral de 44% no risco de infecção. Para os participantes cuja adesão foi superior a 50%, a eficácia da proteção foi também de 50%.

Já para os que relataram assiduidade em mais de 90% dos dias, a taxa de proteção adicional contra a Aids chegou a 73%. No período analisado, foram identificadas ao longo da pesquisa 64 infecções no grupo placebo, contra 36 no grupo medicado com o Truvada.

Mais um passo
“Este estudo é um marco, porque é o primeiro a demonstrar que um medicamento pode prevenir a infecção de HIV em homens e mulheres transexuais que fazem sexo com homens, população mais atingida pela epidemia da Aids em toda a América Latina”, avalia a pesquisadora. “Nossos resultados ainda não dão todas as respostas, mas já fazem avançar o conhecimento.”

Os pesquisadores ponderam que ainda não há dados suficientes para implementar essa medida de prevenção. Antes disso, outras intervenções devem ser melhor estudadas. “Hoje, 20 mil voluntários já participam de outras pesquisas que estudam o uso de medicamentos para a prevenção da infecção pelo HIV, como as conduzidas com a população de mulheres e de casais sorodiscordantes”, explica Veloso. “A ideia é que cada uma dessas medidas adicione um conhecimento novo.”

O principal alerta da equipe envolvida no estudo é para o perigo de se medicalizar a prevenção. Atentos a isso, os pesquisadores insistem que o preservativo não deve ser substituído, embora a opção de usar o comprimido represente um grande avanço para a segurança de quem quer se prevenir. “O medicamento, ao contrário do preservativo, depende só da pessoa vulnerável. A autonomia da pessoa vulnerável é fundamental para a prevenção e representa um grande avanço.”

A próxima etapa do estudo é a fase aberta, na qual cada voluntário que participou da primeira fase poderá decidir se deseja ou não tomar o Truvada. Os que não desejarem usar o medicamento poderão continuar participando do estudo. Isso permitirá conhecer mais sobre a disposição das pessoas em tomar o medicamento no contexto da prevenção.

Sobre a colaboração dos voluntários nesse segundo momento, Veloso é otimista: “A expectativa é que aumente a adesão, já que esses primeiros resultados positivos serão agora uma motivação a mais para os voluntários fazerem uso regular do medicamento em teste".
Carolina Drago
Ciência Hoje On-line