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terça-feira, 31 de maio de 2011

O Vídeo que virou sucesso viral na internet - Vale a pena conferir

Mais um para completar o Balaio...

Senador Aníbal (PT-AC) sai em defesa de Dilma e Palocci
Em pronunciamento nesta segunda-feira (30), o senador Anibal Diniz (PT-AC) manifestou sua confiança na presidente Dilma Rousseff e protestou contra os opositores que criticam seu governo "numa mesma cantilena, numa mesma tonalidade, numa única forma de agressão e de ataque".

- Os resultados do governo da presidente Dilma não têm deixado dúvida de que ela está absolutamente comprometida com a melhoria do Brasil e absolutamente comprometida com a continuidade de tudo aquilo que foi iniciado pelo presidente Lula e com muito sucesso - afirmou.

Em referência aos questionamentos sobre o enriquecimento do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, o senador assegurou que o governo "está em boas mãos, em mãos de pessoas responsáveis, pessoas que têm total preocupação em fazer o melhor para o país".

Fonte: Agência Senado

O KIT ANTI-HOMOFOBIA E O CONTRADITÓRIO

Por: Carlos Gomes
Um dos maiores desafios do século está sendo a equidade social e de direitos. Presenciamos cotidianamente várias formas de violações, seja por questões de raça, gênero, etnia, orientação sexual e por aí vai. Um fato recente me provocou a pensar políticas como mecanismo de garantia de direitos. Nesse sentido, quero provocar algumas reflexões acerca do “kit gay” - pelo menos é assim que está sendo massificado e divulgado.

Mas vamos aos fatos: primeiro, não se trata de um “kit gay”, mas de kit anti-homofobia, elaborado a fim de subsidiar nossos educadores e educadoras no País.

A sexualidade faz parte de nossas vidas, assim como suas múltiplas formas de expressão. Negar que adolescentes tenham sexualidade e inviabilizar esse debate é um tanto equivocado para não dizer reacionário. Existem, diariamente, vários casos de homofonia. Eles começam nas práticas discursivas e acabam na violência corporal.

Quem desconhece a proposta do kit anti-homofobia diz que atenta contra a família. Qual seria essa tal família? Recentemente, o STF reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Para as ciências sociais já rompemos com o modelo de família nuclear. O que quero exemplificar é que desqualificar a discussão em torno das violências e violações no contexto educacional é um retrocesso em um estado democrático de direito. O kit em nenhum momento direciona jovens adolescentes a serem homossexuais. O que ele busca é o respeito às diferenças e o convívio social dentro da pluralidade.

A suspensão do kit anti-homofbia por parte da presidente Dilma Roussef sinaliza falta de compromisso com uma educação inclusiva, que reconheça as diferenças e a necessidade do respeito à mesma. Sinto-me profundamente envergonhado em ver que a presidenta da República tenha de recuar na política para agradar quem nega e viola direitos. Esse lobby religioso é o mesmo que vai contra os direitos sexuais e reprodutivos, a liberdade de expressão, que promove “guerra santa” em nome de um Deus para suas benesses e vaidades e isso não pode nem deve pautar uma política de estado.

O governo vai mostrando que a politicagem e a possibilidade de salvar quem deve esclarecer o que parece ilícito não pode usar a vida de LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) como moeda de troca. Lastimável essa atitude de blindagem de companheiros em detrimento de uma política pública.

Recentemente, num jornal de Rio Branco, li que a bancada evangélica na Assembléia Legislativa já se articula para barrar o kit anti-homofobia no Acre. Que os deputados façam antes uma audiência pública com os diversos setores da sociedade, para que possam ouvir as mais diversas vozes a fim de esclarecer qual a proposta do kit e a ferramenta relevante que ele se torna no combate a homofobia dentro do processo educacional. Vários LGBTs são marginalizados, estigmatizados e excluídos do âmbito do direito e da cidadania, os índices de evasão escolar por conta da discriminação de lésbicas, gays, travestis e transexuais é um contraditório em um Estado que se propõe a fazer inclusão social e a garantir direitos.

Ainda temos uma dívida histórica a ser reparada com mulheres, negros, índios e com homossexuais. Por séculos e séculos tivemos um ciclo da homossexualidade como pecado, posteriormente crime e por fim doença. Parece que esse ciclo vem se renovando e ganhando força e isso, infelizmente, mostra o quão ainda precisamos avançar.

Estamos discutindo a educação e uma das tantas formas de violência vivenciada no processo educacional. É nesse momento da educação que temos a construção do futuro, da cidadania, do respeito, do amor ao próximo, da valorização dos direitos fundamentais e da dignidade humana. Pensemos para além do que está construído socialmente, vejamos um mundo onde a violência não seja valorizada em detrimento da garantia de direitos.
Carlos Gomes é assistente social e graduando em jornalismo pela Universidade Federal do Acre

O Brasil que não muda

Por: Eduardo Maretti
Pouco mais de 22 anos depois do assassinato do líder seringueiro Chico Mendes em Xapuri (no Acre) e seis da execução da missionária Dorothy Stang em Anapu, no Pará, na última terça-feira, 24 de maio, o casal Maria do Espírito Santo e José Claudio Ribeiro da Silva foi assassinado em Nova Ipixuna, a 390 quilômetros de Belém.

José Cláudio da Silva era considerado um dos sucessores de Chico Mendes na defesa da preservação da floresta amazônica e constantemente denunciava o extrativismo ilegal de madeira. Eles foram executados por pistoleiros.

Em novembro do ano passado, Silva declarou num evento sobre a preservação da floresta: “A mesma coisa que fizeram no Acre com Chico Mendes querem fazer comigo. A mesma coisa que fizeram com a Irmã Dorothy querem fazer comigo”.

E, no entanto, fizeram. Sem que nenhuma autoridade estadual ou federal tivesse evitado. A triste notícia, claro, percorre o mundo. O jornal britânico The Guardian começou matéria sobre o crime exatamente falando o seguinte: “Seis meses depois de prever seu próprio assassinato, um defensor da floresta foi morto a tiros na Amazônia brasileira”.

As informações divulgadas após o crime dão conta de que uma mistura de medo e revolta era visível no velório de José Claudio e Maria. Segundo o portal Ig, um homem que não quis se identificar afirmou: “Se eles fizeram isso com quem tinha espaço na mídia, imagina com quem não tem”.

O crime dos líderes nas circunstâncias em que ocorreu, previsto até mesmo pela vítima, mostra que há um Brasil que teima em continuar na Idade das Trevas.
Eduardo Maretti é editor do Jornal Visão Oeste