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domingo, 11 de julho de 2010

Imagem do Dia...

O verão transforma a geografia da Amazônia deixando à mostra lindas praias formada às margens dos rios marcando o contraste entre as cores da floresta, das águas e da areia clara (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Acre: a História como o diferencial

Recebi via email do ex-aluno do CDP de Xapuri e hoje morando em Vitória, Vagner,  reprodução da matéria publicada no jornal A Tribuna  daquele estado que é um dos mais conceituados e que fala do Acre na passagem do aniversário de elevação à Categoria de Estado, interessante que a matéria é uma lição de história e faço questão de publicá-la e agradecer ao amigo Vagner pela disposição em ter enviado o material.
"Poucos estados brasileiros têm uma História tão bela, rica e empolgante como a do Acre. Na realidade, a glória e o orgulho maior desse estado distante, periférico, pouco populoso, e insignificante em termos econômicos e de desenvolvimento, é a sua História.


Com efeito, constata-se isto e compreende-se o justificável e particular senso de identidade histórica e de patriotismo e amor a terra, do acreano, compulsando e lendo a diversificada, consistente e surpreendentemente extensa historiografia acreana.


O certo é que o orgulho cívico do acreano procede, e tem sua razão de ser, pois, afinal, a revolução acreana foi, indubitavelmente, a maior e mais patriótica, revolução em que se envolveram brasileiros e, antes dela, nossa ultima arrancada bandeirante, a penetração, o desbravamento, a ocupação, a exploração e a conquista do hostil e selvagem deserto verde que era o Acre, superou, em audácia e temeridade as arrojadas bandeiras paulistas.



A determinação e a coragem com que os acreanos se articularam contra a anglo americana corporação a que os bolivianos entregaram o Acre e a decisão com que enfrentaram a indiferença do governo pátrio em contraste com o verdadeiro clamor nacional que secundou a resistência dos seringueiros, foi algo admirável e que muito valoriza o homem brasileiro.


Alem destes, outros motivos ou razões ligados à História tem os acreanos para se orgulharem de sua invejável tradição, a bandeira e o hino do estado, símbolos máximos do amor e devoção a terra, empunhada e cantado, com exemplar fervor, foram criados no calor e sob a inspiração de movimentos e lutas emancipatórias.



A bandeira foi idealizada e desenhada pelo aventureiro espanhol Luiz Galvez, presidente e proclamador da Republica ou Estado Independente do Acre, embrião ou protótipo da libertadora insurreição vitoriosa comandada por Plácido de Castro. Já o lindíssimo e insuperável hino acreano foi composto pelo jovem poeta e medico baiano, chefe da equipe de saúde do Exercito Acreano, Francisco Mangabeira, após e sob a inspiração do triunfo na duríssima batalha de Volta da Empresa.



Enfim, os fatos primordiais de sua história e os seus protagonistas, os acreanos relembram e homenageiam anualmente mediante a observância das principais comemorações cívicas do calendário oficial do Estado:

03 de março, dia do seringueiro, o mais simbólico dos trabalhadores acreanos;

08 de março, aniversario de Francisco Mangabeira,o autor do hino.

Dia 15 de junho, comemora-se a elevação do território a condição de estado, ocasião em que são hasteadas as bandeiras do Acre, do Brasil e do Ceara. Esta em homenagem a gratidão aos pioneiros nordestinos que desbravaram e libertaram a terra;

06 de agosto, data mais importante do calendário cívico estadual, feriado em que se comemora o inicio da revolução acreana e o termino, em 24 de janeiro, consagrando-se assim, uma revolução de verdade.
11 de agosto, comemora-se o aniversario da morte de plácido de Castro, o grande herói do Estado, e em 5 de novembro comemora- se o Tratado de Petrópolis, que selou a negociação, compra e anexação definitiva do Acre, como parte do Brasil."

Por tudo isso, viva a História e o Civismo, e parabéns ao Acre.
Deilson Storch de Almeida é teólogo, historiador e escritor.

Virou palhaçada mesmo! Quando não é a energia, é comunicação que falta na fronteira

Mesmo com ameaças de processos por parte do Governo e Ministério Público do Acre, os picos de energia teimam em repetir. Por último, na fronteira, aconteceu por volta das 20h00 na noite desta sexta-feira, dia 9. Após três picos consecutivos – parece que alguém ficou brincando no interruptor – ficamos às escuras por cerca de 20 minutos, os moradores de Brasiléia na parte central da cidade, parecem que já estavam preparados com lanternas e velas.

O pior disso tudo é saber que o problema vai persistir até 2011. Daí, só resta comprar luzes de emergência, velas e lanternas para deixar em locais estratégicos pela casa e local de trabalho. Para quem trabalha com computadores como eu, lá vou ter comprar baterias para não correr o risco de queimar equipamentos e perder banco de dados. Processar a empresa é uma perca de tempo, já que para ‘eles’, é mais um caso à empurrar com a barriga.

A idéia de ligar o Acre com o linhão, pode até ter sido uma boa idéia. Afinal, o Estado tem que ser ecologicamente correto sem diesel e economizar. Importante lembrar que cerca de 10 Municípios, juntamente com a Capital (ainda bem) tem que pagar o pato.

No meu ver, virou uma palhaçada mesmo. Quem teve a idéia pensando que iria ganhar ponto com os eleitores, “atirou no pé”. É bom que os eleitores pensem na hora de votar e saibam que esse problema vai perdurar até mesmo depois das eleições que acontece em outubro próximo. Lembre-se. Quem usar esse tema dizendo que foi um bom investimento, é um mentiroso. Pensaram numa solução sem realizar um estudo detalhado, nas conseqüências e no tempo de adequação até a finalização.

Estamos a mercê de uma pequena cidade (não que ela tenha culpa) no interior de Rondônia por não terem terminado a estação de receptação e distribuição que vem para o Acre. Quem paga o pato? Eu e você leitor. Lembrem-se... se você não pagar a sua conta, ‘eles’ cortam rapidinho e dane-se você. E o que mais chateia? O problema vai perdurar até 2011 e não tem jeito. O que o operador pode fazer é ir aperfeiçoando para minimizar defeitos.

Lembrem-se disso quando forem votar. Deixo o espaço aberto ao leitor que quiser escrever seu comentário (sem ofensas) e dane-se eles, afinal, sou cidadão e pago meus impostos que, por sinal, são muitos.

Para finalizar, PALHAÇADA!

Matéria relacionada:
Apagão não terá jeito, solução somente em 2011
JAIRO CARIOCA – AC24HORAS
O sistema elétrico de Acre e Rondônia permanecerá vulnerável até 2011, quando está prevista a entrada em operação do circuito duplo da LT Vilhena
A péssima notícia foi dada ao repórter Rodrigo Polito [Portal Energia Hoje], em tom de desabafo pelo diretor-geral da Operadora Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, no final da tarde de quarta, em Seminário no Rio de Janeiro.

Com as declarações, toda expectativa em torno da publicação de uma nota onde o Ministério das Minas e Energia deveria se explicar sobre o apagão que afetou o Estado do Acre na última terça-feira (06) foi frustrada. O sistema elétrico de Acre e Rondônia permanecerá vulnerável até 2011, quando está prevista a entrada em operação do circuito duplo da LT Vilhena- Samuel (RO), de 595 km e em 230 kV, da Plena Transmissoras.

- A linha deve entrar em 2011. Até lá não tem jeito. O que o operador pode fazer é ir aperfeiçoando para minimizar defeitos. Mas é uma restrição ambiental. A linha Jauru-Vilhena entrou. Mas o outro circuito, o governador (Ivo Cassol, de Rondônia) não deixou entrar. Jamais se imaginou ligar um sistema desses com apenas uma linha - desabafou Chipp.

Em reunião ontem (08) à tarde, o ministro Márcio Zimmermann decidiu enviar uma comissão no Estado na próxima semana, para acompanhar as causas do apagão e apontar possíveis soluções. Até a manhã de hoje (09), não se sabe os motivos que ocasionaram o apagão. Segundo o Ministério, os resultados das investigações oficiais serão conhecidas somente hoje. Duas hipóteses estão sendo trabalhadas: o apagão pode ter sido ocasionado pelo desligamento da linha que ocasionou a desativação de uma turbina da térmica Termonorte (RO) ou foi o contrário.

Ainda de acordo o desabafo de Chipp, o impasse é histórico. Licitado em 2006, o trecho Vilhena-Samuel só obteve a licença ambiental em dezembro do ano passado. O governador de Rondônia, Ivo Cassol, havia bloqueado até então o licenciamento da obra até que o governo federal criasse uma lei para compensar a perda de arrecadação de ICMS proveniente da queima de óleo combustível em termelétricas.

A matéria informa ainda que com o aval ambiental, o impasse passou a ser regulatório. A JTE, empresa da Plena responsável pelo empreendimento, solicitou a Aneel o ressarcimento pelo prejuízo causado pelo atraso no licenciamento ambiental. Num primeiro momento, a agência não autorizou a compensação, alegando que o atraso no licenciamento faz parte do risco do negócio. A JTE ainda aguarda uma manifestação oficial da Aneel.

Hoje a transmissão de energia do SIN para Acre e Rondônia está limitada a apenas 400 MW. A construção da LT Vilhena-Samuel permitiria dobrar a capacidade de transmissão para os dois estados. (R.P.).

Ministério Público Eleitoral Acreano pede impugnação de oito candidaturas

O MPE (Ministério Público Eleitoral) pediu a impugnação de oito candidaturas junto ao TRE-AC (Tribunal Regional Eleitoral do Acre), tendo como base a Lei da Ficha Limpa.  Todos os candidatos listados pelo MPE aparecem na relação do TCU (Tribunal de Contas da União) ou do TCE (Tribunal de Contas do Estado), que reúnem os nomes dos gestores e ex-gestores que tiveram contas julgadas irregulares.

O MPE quer impugnar as candidaturas dos ex-prefeitos Francimar Fernandes de Albuquerque e Francisco Vagner de Santana Amorim, cujos nomes estão nas listas do TCU e TCE, e Itamar Pereira de Sá e José Altamir Taumaturgo Sá, que figuram na lista do TCE. Também são alvo da ação as candidaturas de Jairo Cassiano Barbosa, de Jonas Pereira de Souza Filho, ex-reitor da Universidade Federal do Acre, do ex-secretário estadual José Raimundo Barroso Bestene e de Lourival Mustafa de Andrade.

Até o dia 12 deste mês, o pedido de impugnação de candidaturas pode ser feito aos TREs pelo MPE, candidatos, partidos políticos e coligações partidárias. Os políticos listados serão notificados e terão sete dias para contestar as acusações.
Os TREs têm até o dia 5 de agosto para analisar todos os pedidos de impugnação de candidaturas. Caso os candidatos queiram entrar com recurso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), este tem até o dia 15 de setembro para julgar as ações.

Professor fala de condição sinequanon para o ensino de qualidade

Por trás dos dados do Ideb, pesquisa revela total desinteresse e o estacionamento do ensino médio no Acre.

Fonte: www.ac24horas.com.br
Depois de toda euforia nas comemorações dos dados do Ideb, publicados no início da semana pelo Ministério da Educação (MEC) e comemorados pelo Governo do Estado, como um título de Copa do Mundo, o jornal ac24horas procurou o professor Eraldo Assumpção, graduado pela Universidade Federal do Acre em Ciências Exatas – Matemática e Pós – Graduado em Gestão Escolar pela Faculdade Gama Filho - Rio de Janeiro, Teologia pela Faculdade Integrada da Fama - Rio Branco, com Curso de Extensão feito pela UNESP – Meio Ambiente – São Paulo, para sabermos até que ponto a festa na Floresta pode ser entendida como um avanço educacional.

Carioca de origem e acreano por opção, como detalha em seu Orkut, o “bem casado professor de matemática” foi pontual: “é preciso uma maior dedicação entre pais, professores, inspetores, alunos, merendeiras, etc.” Ao avaliar a aplicação das provas do Ideb, o professor aponta falhas na metodologia escolhida pelo MEC e diz que os índices das primeiras séries são básicos, não podem ser comparados com o ensino fundamental II e o ensino médio.

- O ensino médio parece ser o grande desafio dos governantes. Estudar pra que, se agente vê na televisão corrupção por todos os lados, principalmente em concursos públicos – protestou. Confira na íntegra a entrevista:

ac24horas – Longe da euforia midiática, os dados do Ideb que não foram mostrados na mídia, apontam total desinteresse dos alunos em desenvolver tarefas dentro e fora da sala de aula. Até que ponto isso é uma realidade?
Eraldo Assumpção - Com certeza. O desinteresse dos alunos em sala de aula vem da não motivação dos professores que insistem em contemplar os alunos com conteúdos chatos e repetitivos, sem nenhuma ligação com o cotidiano, o silêncio absoluto e autoritário imposto em sala de aula. O aluno tem que falar e muito, o professor apenas serve como regente do assunto para que não fuja do contexto. Quando o professor diz: “cala boca menino”. “olha só se não parar de falar vou dar uma suspensão”. “Olha quando eu estiver falando, você cala a sua boca.” Isso não é nada mais do que atrofiar um aluno e não deixar que ele seja crítico. O professor tem que ter autoridade e não ser autoritário. O desinteresse explicita por aquilo que se pretende ensinar ou qualquer outro comportamento inadequado, por vezes não são mais do que chamadas de atenção ao professor sobre os seus métodos de ensino ou sobre as estratégias de relação na aula, é o mesmo que dizer: “Professor sua aula está uma merda”. O professor deve ser explícito e justo com o aluno, mostrar que o estudo só vai fazer bem, intelectualmente falando, e cumprir as regras sem alteração, pois alterar as regras pode causar indisciplina.

ac24horas – O senhor defende então, um outro comportamento dentro de sala de aula, uma melhor relação entre professor e aluno?
Eraldo Assumpção – Há a necessidade de conversa em sala de aula para relatar assuntos exteriores à sala, mostrar que faz parte do grupo, mostrar oposição à autoridade do professor, esclarecer ou compreender o que o professor acabou de dizer, mostrar o seu descontentamento com a disciplina e/ ou o professor. Etc.

ac24horas – Em recente pesquisa, 21,5% dos alunos entrevistados afirmaram que faltam aulas porque não querem ir à Escola? O que falta para estimular o acesso do educando ao colégio?
Eraldo Assumpção – O objetivo do estudo é em longo prazo. Os meninos querem usar um tênis Nike é agora, já. Se não criarmos um mecanismo de incentivo onde o aluno possa ver resultados em um curto prazo de tempo, teremos um processo de ensino desmotivado, vago e fingido. Veja bem, “ Meninos, estudem bastante que daqui a 8 anos vocês estarão formados e bem de vida.” Isso quando se trata de um aluno da 8.ª série. Como se o aluno saísse da universidade direto pro trabalho dos sonhos. A conjectura econômica, social e política ainda não nos dão esse privilégio. O aluno sai da universidade e ainda vai ter de ralar por um bom período de tempo para passar num concurso publico, se caso queira ganhar melhorzinho, pois o setor de indústrias ainda está na onda de só ganhar, ganhar e ganhar. Nada de distribuir.

ac24horas – E o que o senhor aponta como alternativa para estimular esse aluno?
Eraldo Assumpção - Entender em primeiro lugar que não existe aluno perfeito. Criar um ambiente bom e agradável em sala de aula também faz parte do processo. É mais fácil um pitbul largar a perna de uma criança do que você vê um professor receber um aluno em sala de aula com um sorriso estampado no rosto. Primeiro que o professor sempre chega depois que os alunos já rasgaram as cortinas, quebraram carteiras, colocaram taxinha na cadeira do professor, etc. Veja bem, na maioria das escolas públicas estudam os alunos que não podem pagar por um colégio particular de renome. Logicamente, ali se estuda os alunos de baixa renda. E junto com a baixa renda vêm as diferenças sociais.

ac24horas – o senhor poderia dar um exemplo
Eraldo Assumpção - Veja um exemplo: O aluno em sua residência antes de ir à escola, presenciou sua mãe sendo espancada pelo companheiro porque saiu para arranjar alguns trocados, fazendo unhas, para que ele (companheiro) pudesse comprar uma trouxinha de maconha. Não conseguindo apanhou. Você acha que uma criança dessas tem condições psicológicas para estudar? E quando chega à escola ainda é mal tratada, no sentido pedagógico, por colegas de classe ou até mesmo por professores estressados. Quando aflora a indisciplina no aluno, é porque ele está rogando por socorro. “Por favor, alguém me acuda pelo amor de Deus...”. Aí onde entra no mínimo, uma visita em sua residência para saber o que está passando na vida particular do aluno.

ac24horas - Segundo pesquisadores da área de educação, o que mais repele os alunos é o conteúdo oferecido no ensino médio, que, na visão dos jovens, não tem relação com as necessidades e interesses da faixa etária. As disciplinas ensinadas são generalistas e, para os estudantes, parece não ter impacto prático algum em suas vidas. Isso acontece principalmente nas aulas de matemática?
Eraldo Assumpção - Sem dúvida nenhuma, para alguns professores de matemática, complicar a matemática é subterfugiar a sua incompetência. “Ouvi muito professor de matemática, no tempo de acadêmico, ao me reportar perguntando: ” Professor de onde saiu esse cálculo?“. E ele me responder: “Daqui da ponta do giz”. Não respondia por pura ignorância ou por pura incompetência. Li uma entrevista recentemente da Secretária de Educação do Estado do Acre, a professora Maria Correa, dizendo que: “Matemática é o calcanhar de Aquiles nas escolas acreanas”(sic).

ac24horas – Mas por que a matemática e não as outras disciplinas?
Eraldo Assumpção - As dificuldades de aprendizagem bem como as deficiências no que concernem as habilidades e competência no ensino da matemática constituem, já há algum tempo, preocupação para os estudiosos cujas investigações são dedicadas às questões inerentes à aplicação de metodologias no ensino da matemática, assim como ao refinamento da compreensão desta ciência tão discriminada pela exatidão de seus métodos. Segundo alguns educadores, a falta de tempo leva-os a certos impedimentos de modificar sua prática pedagógica tendo como referencial um plano que sane as dificuldades diárias. É esse obstáculo na vida profissional do professor, especificamente o de matemática, que o faz viver em constante reflexão acerca de quão grande problemática.

Ac24horas – Professor, a matemática é tida como um bicho papão, o senhor certamente irá dizer que não que ela é simples.
Eraldo Assumpção - A matemática é simples. Temos que descomplicar a matemática. Se o aluno não assimilou o conteúdo, mude a metodologia, se persistir o não entendimento, monte uma estratégia para fora da sala de aula. Certa vez um aluno não entendeu o cálculo da velocidade média, um cálculo bem elementar. Na minha concepção, o aluno não poderia ir para casa com essa dúvida, ou seja, o aluno não pode ir para casa com nenhuma dúvida. Nas aulas seguintes construímos um carrinho de rolimã (rolamentos) e de posse de uma trena e cronômetro fomos ao pátio da escola e medimos um espaço e cronometramos o tempo que o carrinho de rolimã levou, sendo empurrado por um aluno e lógico, eu na garupa, para se chegar ao final do trajeto. Em seguida o aluno entendeu de forma prática que a velocidade média é o espaço percorrido dividido pelo tempo. Isso se falando do ensino fundamental. Agora para se ter um bom desempenho no ensino médio pertinente a matemática, é bom que se faça uma boa sétima e oitava séries. E ponto final.

Ac24horas - Os dados revelam que os alunos das primeiras séries, 1ª a 4ª série, estão aprendendo mais matemática e português. O senhor concorda. Como matemático qual a diferença de conteúdo entre os níveis de aprendizagem e porque nas séries finais, os resultados não são os mesmos?
Eraldo Assumpção - A diferença é que o aluno, nas primeiras séries, aprende o básico. Os professores pedagogos têm uma só turma o ano inteiro, em torno de 40 alunos, com isso há muita facilidade de acompanhar o desempenho específico de cada aluno, o que diferencia dos professores de ensino fundamental e médio que têm em torno de 700 alunos cada professor. Acompanhar cada um, fazendo um mapeamento interespecífico, seria humanamente impossível. Entretanto, nem todos os alunos das primeiras séries conseguem chegar com a habilidade e competência respectiva à série seguinte, que é a 5.ª série. A problemática é que o aluno passa para o ensino fundamental II sem conhecimento científico, isso se falando de matemática. No meu entendimento, o professor de 1.ª a 4ª tem de entender do conhecimento de matemática, não só a parte de metodologia e didática. Assim como o professor de ensino fundamental e médio também tem de conhecer bem a metodologia e didática da matemática. Pra ficar mais justo é o professor pedagogo ser matemático e o professor matemático ser pedagogo. O ensino médio parece ser o grande desafio dos governantes.

ac24horas – Embora o governo comemore como a conquista da Copa do Mundo, os últimos dados do Ideb mostram que no nível médio, o Acre manteve a mesma média de crescimento nacional, de apenas 0,1 e com média de 3,5, porque esse ainda é um bicho papão na educação de todo Brasil?
Eraldo Assumpção - Estudar pra que, se agente vê na televisão corrupção por todos os lados, principalmente em concursos públicos. Veja só, há fraude em concurso público de órgãos como Polícia Federal, Ministério Público, Justiça, ENEM, desvio de merenda escolar, desvio de dinheiro do FUNDEB. Você acha que essas coisas não influenciam na cabeça dos meninos? Para se ter uma boa educação, temos que nos certificarmos de que ninguém está metendo a mão no dinheiro público, isso é uma condição sine qua non para o ensino de qualidade.

Ac24horas – Como especialista o senhor acredita que as provas do Ideb medem realmente o ensino público?
Eraldo Assumpção - A avaliação institucional como: Prova Brasil e SAEB é que compõem, fundamentalmente, o índice de desempenho da educação básica. O IDEB deveria ser aplicado, além do ensino básico, também no o ensino médio, mas da seguinte forma: ao final de cada série 1.ª, 2.ª e 3ª do EM, aplicar-se-ia uma avaliação. Ao final do ensino médio, se processaria a média nas três últimas séries do EM e essa média seria o ingresso do aluno nas universidades. Contudo, estaríamos avaliando também o ensino em cada série.

Ac24horas – Professor, podemos afirmar que os resultados são ainda mais alarmantes?
Eraldo Assumpção - Eu não posso afirmar contundentemente se os resultados são mais alarmantes, até porque não tenho esses dados, mas posso afirmar é preciso uma maior dedicação entre pais, professores, inspetores, alunos, merendeiras, etc.

Descoberto anticorpo que anula 91% do HIV

Cientistas do governo norte-americano descobriram um anticorpo capaz de neutralizar 91% das cepas do vírus HIV, causador da aids, informa o The Wall Street Journal. A porcentagem de cepas neutralizadas é muito maior do que a de qualquer outro anticorpo conhecido. A descoberta é considerada um avanço rumo ao desenvolvimento de uma vacina para a síndrome da imunodeficiência adquirida.

Os cientistas norte-americanos descobriram um total de três poderosos anticorpos. Ao analisaram em mais detalhes aquele que foi percebido como o mais forte dos três, os cientistas puderam identificar com exatidão em que parte do vírus o anticorpo age e de que forma ele ataca. A descoberta vem à tona dez dias antes da abertura da Conferência Internacional de Aids, em Viena.

Segundo dois estudos publicados nesta quinta-feira na edição online da revista especializada Science, um dos anticorpos recém-descobertos ataca um braço do vírus pelo qual ele se conecta às células que infecta. Como esse braço precisa se conectar a uma molécula específica na superfície da célula, esta é uma das poucas partes do HIV que não costuma apresentar muitas mutações.

Os anticorpos foram descobertos nas células de um homossexual afro-americano de 60 anos de idade, conhecido na literatura científica como Doador 45. Os anticorpos foram produzidos naturalmente pelo corpo do paciente. Os pesquisadores analisaram 25 milhões de células do Doador 45 até descobrirem 12 responsáveis pela produção dos anticorpos.

A questão primordial agora para os cientistas é o desenvolvimento de uma vacina ou de algum outro método que capacite o corpo de qualquer ser humano a produzir esses anticorpos.

Este esforço "exigirá trabalho", observou Gary Nabel, diretor do Centro de Pesquisa de Vacinas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas e um dos líderes da pesquisa que levou à descoberta. "Nós permaneceremos neste estágio por algum tempo" antes que seja possível ver algum benefício clínico do avanço científico, declarou.

No fim de 2008, o número de portadores do vírus HIV no mundo era de aproximadamente 33 milhões de pessoas. Segundo uma estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), 2,7 milhões de pessoas contraíram o vírus naquele ano.

A produção de uma vacina é considerada pelos cientistas o "Santo Graal" das pesquisas com vistas à cura da aids. Outras vacinas capazes de ativar a capacidade de um organismo produzir anticorpos foram responsáveis pela diminuição de casos e até mesmo da erradicação da varíola, da poliomielite e de outras temidas doenças virais.

VACINA - No ano passado, depois de uma série de testes na Tailândia, foram anunciados os resultados da primeira vacina contra a aids a mostrar alguma eficácia. A vacina em questão, no entanto, reduzia as chances de infecção em apenas 30%, o que levou a controvérsias com relação à importância estatística da descoberta. A vacina não foi projetada para estimular a produção de novos anticorpos.

Wayne Koff, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Iniciativa Internacional por uma Vacina para a Aids, qualificou a nova descoberta como "o renascimento" da busca para uma vacina contra o HIV. A iniciativa dirigida por Koff não tem fins lucrativos.

Anticorpos totalmente ineficazes ou capazes de desabilitar somente uma ou duas cepas do HIV são relativamente comuns. Até o ano passado eram conhecidos apenas uns poucos "anticorpos amplamente neutralizadores", capazes de desabilitar variadas cepas de HIV. Nenhum desses anticorpos, no entanto, neutralizava mais do que 40% das cepas do vírus.

Ainda no ano passado, porém, graças a novos e mais eficazes métodos de detecção, pelo menos meia dúzia de "anticorpos amplamente neutralizadores", inclusive os três pesquisados pelos norte-americanos, foram identificados em publicações especializadas.

A maior parte dos novos anticorpos também é mais potente, capazes de reduzir as concentrações de HIV a níveis bem inferiores em comparação com outros anticorpos conhecidos.

Dennis Burton, do Instituto Scripps, liderou uma equipe de cientistas que descobriu dois "anticorpos amplamente neutralizadores" no ano passado. Segundo ele, sua equipe descobriu inclusive alguns anticorpos ainda não relatados em pesquisas. Constatou-se que esses novos anticorpos atacam diferentes pontos do vírus, aumentando a esperança de que eles sejam capazes de operar em sinergia.

Numa pesquisa ainda não publicada, John Mascola, vice-diretor do Centro de Pesquisa de Vacinas e um dos autores do estudo divulgado na setxa, demonstrou que um anticorpo descoberto pela equipe de Burton neutralizava praticamente todas as cepas resistentes ao mais fortes dos novos anticorpos descobertos, chamado VRC01, e vice-versa. Apenas uma de 95 cepas testadas mostrou-se resistente aos dois anticorpos. Mascola é um dos coautores dos estudos divulgados hoje.

As informações são da Agência Estado