Caros Leitores, desde a sua criação o Blog Xapuri News, o intuito sempre foi de ser mais um espaço democrático de noticias e variedades, diretamente da Princesinha do Acre - Terras de Chico Mendes - para o mundo, e passará momentaneamente a ser o instrumento de divulgação das Ações da Administração, Xapuri Nossa Terra, Nosso Orgulho, oque jamais implicará em mudança no estilo crítico das postagens.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

COMO DEVEM ESTAR HOJE, OS HERÓIS DA INFÂNCIA DE VOCÊS:

Para descontrair depois de um final de semana cheio de más noticias nos jornais, ai está a contribuição do Blog:

Homem Aranha

Batman e Robbin

Mulher Maravilha

Hulk

Thor

Super Homem

Motivo de Orgulho para Xapuri

O Enf. Cleudo Menezes, filho de Xapuri e atualemnte coordenador da equipe multidisciplinar da saúde indígena de Feijó – FUNASA concorreu em todo o país com o seu trabalho de Prevenção de Dst e Aids ficando entre os 10 melhores trabalhos do Brasil avaliado pela comissão de DSTs e Aids do Ministério da Saúde de Brasília, em decorrência da colocação ganhou bolsa integral do Ministério da Saúde para fazer a apresentação do trabalho em Florianópolis - Santa Catarina no VII Congresso Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissiveis do dia 25 a 28 de Junho, sendo o único representante do estado nas apresentações do trabalho como escolhido pela comissão nacional, o mesmo se sente orgulhoso de estar representando o estado, sua instituição FUNASA e principalmente o município de Feijó, onde trabalha cuidando com muito carinho da saúde dos povos indígenas desse município.

O seu trabalho foi inscrito com muito cuidado, e não deixou a desejar, relata ainda como profissional que a prevenção das DST e AIDS tem que ser prioridade, não podemos cuidar só da parte curativa se não nus preocuparmos com a parte preventiva, pois só assim estamos preparando uma sociedade saudável para os prazeres futurísticos que a vida proporciona a todos sem extinção de sexualidade, cor ou raça.

E depois ainda dizem que Xapuri nao produz bons frutos!!!!! Parabens ao Cleudo e a todos seus familiares

Definição do PSB

O Partido Socialista Brasileiro, deu sinal de que desta vez nao está disposto a ceder para partidos maiores como sempre ocorreu em pleitos anteriores, numa prova de grandeza e demonstração de amadurecimento politico no municipio e força de repsentatividade, reuniu na manhã e tarde de ontem muitas lideranças comunitárias da zona urbana e rural, seus filiados e simpatizantes, lotando completamente o Clube municipal e juntamente com o PP deram o chute inicial na realização das convenções municipais em Xapuri, que no firgir dos ovos ao final oficializaram a aliança entre os dois partidos tendo como candidatos majoritários às eleições do pleito vindouro o empresário Manoel Moraes de Sales (PSB) e o pecuarista Mirco Soares (PP). Na oportunidade também fecharam uma coligação proporcional com o PSL e PTN, entao podemos esperar que os socialistas estão prontos para enfrentar as eleições vindouras e para aqueles que nao acreditavam na candidatura do partido, ontem foi a prova crucial.

Alem é claro de várias lideranças locais a convenção contou ainda com a presença dde José Bestene Presidente Regional do PP e de Gabriel Maia do PSB. Os demais partidos, que compõem a coligação proporcional, estiveram representados por suas lideranças municipais. O deputado estadual Delorgem Campos também esteve presente na festa.

Ontem no Almoço pude conversar rapidamente com Manoel Moraes e pude constatar que o empresário está disposto mesmo e seriamente a entrar na disputa eleitoral, agora é esperar e confirmar quem serão os reais de fato e de direito candidatos pelos demais partidos.

Boa sorte ao PSB, PP, PSL e PTN e d esde já coloco este espaço a disposição no que tanger ao interesse público.

ISTO É JORGE VIANA


Do Cartunista Braga.

Herança preconceituosa

Por mais importante que seja o fator de regulação climática da Amazônia, esta não exerce a função de "pulmão do mundo". Este é atributo dos oceanos, mais especificamente do fictoplâncton que absorve o gás carbônico da atmosfera levando-o ao fundo do oceano. À noite, a floresta amazônica absorve a mesma quantidade de oxigênio expelido no processo de fotossíntese executado durante o dia. Se seu valor intrínseco estivesse na hipótese de ser um "pulmão do mundo”, uma alternativa seria serrá-la, pois as árvores absorvem mais gás carbônico durante a fase de crescimento deixando, em contrapartida, mais oxigênio na atmosfera. Se há algum pulmão do mundo, em termos vegetais, ele está nas árvores "florestadas" ou nas "reflorestadas". A saber, as áreas sem este tipo de formação vegetal, nas quais foi artificialmente introduzido e, em áreas recuperadas para este fim.

Até recentemente, ambientalistas e nacionalistas não nutriam grande simpatia mútua no Brasil. Mas, hoje em dia se percebe que têm afinado seus discursos com uma retórica xenófoba comum. Penso que há uma certa confusão quando se fala em Amazônia na sua "manutenção da integridade territorial do país. Uma coisa é advogar a soberania do estado-nação, outra bem diferente é requisitar o direito de propriedade aos seus cidadãos. Na Amazônia temos o preceito territorial do estado, mas não há clareza sobre o direito de propriedade garantido pela Constituição da República. Mesmo porque, não há como garantir a segurança da propriedade privada sem sua defesa constitucional. Em outras palavras “não haverá compradores para terrenos cuja posse não seja sequer garantida pelo governo local”. Não confundamos, por favor, o direito de propriedade com as ações sugeridas e incentivadas por ongs que propõem um status diferenciado da propriedade. No caso específico de Raposa Serra do Sol, o direito de propriedade de brasileiros, como bem sabemos, foi flagrantemente usurpado.

Por isso, não vejo problema quando porções de "nossa terra" são vendidas a estrangeiros. Se todos países pensassem assim, a Gerdau teria então que ser chutada dos EUA por que adquiriu a siderúrgica Chaparral. Ao contrário, imigrantes com capital ou imigrantes sem capital, mas com ânimo para trabalhar sempre serão muito bem-vindos. Aliás, isto trouxe benefícios ao Brasil, embora tenham sido apenas cerca de 4 milhões de imigrantes em sua história contra os mais de 40 milhões que aportaram nos EUA. E, como se sabe, estes continuam a chegar àquele país por terra, no deserto, ou por mar, em meio aos tubarões.

O Brasil, entre tantas outras nações, deve muito aos seus imigrantes e a migração de capitais. A questão que vejo é outra: trata-se de se adequar às nossas leis e, quando isto não procede, aí reside o problema, real problema. Este pavor que muitos dos nacionalistas de ocasião nutrem pelas multinacionais, simplesmente, não faz sentido. Trata-se de uma herança preconceituosa de nossa elite intelectual dos anos 60 que já deveria ter sido extinta.

Ibama apreende mais de dois mil metros cúbicos de madeira

O Ibama desmontou uma quadrilha de madeireiros que atuava na região da Ponta do Abunã (estado de Rondônia), durante a Operação Origem Legal e Pátio Limpo. Os criminosos falsificavam as guias de DOF (Documento de Origem Florestal), para legar a produção madeira extraída ilegalmente das reservas legais e terras indígenas. Foram apreendidos mais de dois mil metros cúbicos de madeira-de-lei, seis serrarias lacradas (nas comunidades de Extrema, Nova Califórnia e Vista Alegre do Abunã), dois tratores (skid’s), um trator de esteira (D-8), um trator (pá mecânica) e quatros moto-serra, segundo balanço da superintendência regional do Ibama/Acre.

Agentes da Polícia Federal – PF continuam no encalço dos madeireiros, que atuavam na divisa Acre / Rondônia, considerados os mentores intelectuais deste esquema que movimentava milhões de reais. O chefão do grupo, é popularmente conhecido pela alcunha de Bonnamigo, proprietário de uma grande serraria no município de Acrelândia, localizado no Vale do Abunã. “Os equipamentos apreendidos na operação, serão doados para o 4º Batalhão de Infantaria de Selva 4º BIS”, comentou Anselmo Forneck, superintendente regional do Ibama/Acre, durante a coletiva aos meios de comunicação.

Segundo ele, o esquema tinha como objetivo, esquentar a madeira que vinha sendo retirada ilegalmente da Floresta Amazônica. Os madeireiros que tinham plano de manejo informava o Ministério do Meio Ambiente – MMA, sobre a madeira retirada, para ter acesso a guia do DOF (emitido através do sistema on–line). Com o documento em mãos, os golpistas enchiam a carreta de pó-de-serra e pedaços de madeira, para passar no posto fiscal da Tucandeira, sem levantar suspeita. Assim, que chegava as comunidades da Ponta do Abunã, jogava o lixo no pátio das serrarias e carregada novamente com madeira beneficiadas nestas serrarias clandestinas.

Fraude dos madeireiros - Anselmo contou que durante a operação, descobriram um lote de madeira-de-lei que estava preparada para a exportação. Em outras serrarias, os fiscais localizaram cargas que tinha sido beneficiadas para atender o mercado na região Sudeste.

Mas o Ibama somente descobriu a fraude em numa vistoria de rotina, onde os fiscais detectaram que um plano de manejo que tinha informado ao MMA a retirada de aproximadamente 8,6 mil metros cúbicos de madeira, não tinha retirado um metro da área. Diante da evidência da fraude, intensificaram as investigações levaram a descoberta do mega-esquema montado naquela região, para legalizar a madeira retirada ilegalmente da Floresta Amazônica.

Forneck ressaltou que os madeireiros estavam saqueando a reserva indígena dos Kaxararis, que fica situada na rodovia 364 (Vila de Nova Califórnia). Os madeireiros usavam trilhas mata, para retirar a madeira nobre nos fundos da Reserva Indígena, sem despertar a suspeita da comunidade dos Kaxararis. “Conseguimos apreenderam um carregamento de toras, que estava no pátio da madeireira”, comentou.
Durante a coletiva, o superintendente do Ibama mandou um aviso que a operação pente fino acontecerá em todas as serrarias acreanas. As empresas que forem flagradas no mesmo esquema de fraude terão as suas atividades suspensas, com base na legislação ambiental. “Os acusados pelos crimes cometidos, responderão criminalmente por formação de quadrilha, falsificação de documentos públicos e crime ambiental”, enfatizou.



Operação “Novo Empate”

Anselmo Forneck acrescentou ainda, que há dois anos, a operação Novo Empate desmantelou uma quadrilha de madeireiros, funcionários públicos e despachantes. Esta quadrilha com base na ponta do Abunã comercializava a madeira extraída ilegalmente da região da Amazônia Ocidental, depois de fraudar as guias de Autorização para Transporte de Produtos Florestais – ATPF’s.

Este grupo criminoso contava com empresas fantasmas e empresas estabelecidas na praça, para "esquentar" o estoque de madeira retirada ilegalmente das matas nos estados do Acre e Rondônia. “Na ocasião, o empresário Bonnamigo foi preso por operar o esquema criminoso”, recordou Forneck.

A ação que culminou com a prisão dos madeireiros, somente foi possível por conta do trabalho de investigações da Polícia Federal - PF. Os agentes prenderam aproximadamente 28 pessoas, sendo 24 no estado do Acre, três em Rondônia e uma no Mato Grosso. Inclusive quatro funcionários públicos, sendo três do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e um do Instituto de Meio Ambiente do Acre. Os acusados do esquema respondem por formação de quadrilha, falsificação de ATPF e estelionato.

Depois de descobrir a fraude, o MMA mudou os procedimentos com a implantação do novo sistema de DOF (Documento de Origem Florestal), em substituição a antiga ATPFs. Na ocasião, o Ibama suspendeu o fornecimento das guias (ATPF’s), por um mês, para implantação do novo sistema de monitoramento.

O secretário de Meio Ambiente do Acre - Carlos Edgard de Deus, e o superintendente regional do Ibama - Anselmo Forneck, passaram a ser ameaçado de morte pelos comparsas dos madeireiros, que caíram nesta operação Novo Empate, ocorrida no mês de junho de 2006.

Esquema - No curso das investigações, a PF descobriu que esta quadrilha de madeireiros, usava empresas laranjas para "esquentar" o estoque de madeira retirado ilegalmente dos estados do Acre e Rondônia. Os investigadores constaram que das 15.812 ATPFs expedidas no ano de 2004, no estado do Acre, aproximadamente 7.540 estava em nome de uma única mesma pessoa.

Este cidadão funcionava como elo entre os funcionários públicos (Ibama e Imac) e os madeireiros envolvidos no mega-esquema. As ATPFs eram expedidas em nome das empresas madeireiras, que operavam vendas fictícias do estoque de madeira de lei para outros estados da Federação.

Apesar da madeira não sair do estado do Acre, estas guias eram usadas para "esquentar" a produção madeireira retirada ilegalmente das comunidades de Nova Califórnia, Nova Mamoré, Guajará-Mirim, Cujubi e Buriti, em Rondônia. Cada ATPF era comercializada no mercado clandestino, por aproximadamente R$ 4.000, (quatro mil reais). Os criminosos comercializaram cerca de 150 mil metros cúbicos de madeira, segundo balanço dos órgãos ambientais.

Morte Silenciosa e Traiçoeira no Acre

Mais uma vez o Acre se torna vergonha em relação a nao atenção aos direitos basicos quanto ao setor público de saúde, dessa vez a divulgação vergonhosa de que contaminação por DDT mata silenciosamente no Acre.

Lista com os nomes de 114 prováveis vítimas, acompanhada de dossiê, incluindo material áudio-visual, será encaminhada ao Ministério da Saúde e à presidência da Funasa pelo vice-presidente da Comissão da Amazônia, deputado federal Sérgio Petecão (PMN/AC);

A contaminação por Dicloro-Difenil-Tricloroetano (DDT) pode está relacionada à morte de 114 funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no Acre, entre os anos de 1994 até hoje. O último óbito foi registrado há 12 dias na Capital Rio Branco.

O guarda de endemias aposentado Augustinho Castro e Silva sofreu uma parada cardíaca, resultado do alto grau de envenenamento no organismo. Segundo os amigos, foram meses de dor e solidão, sem qualquer acompanhamento por parte da direção do órgão ao qual ele dedicou a maior parte da sua vida.

Outros 300 funcionários, ainda em atividade, apesar dos evidentes problemas de saúde relacionados ao contato com o inseticida, lutam para provar que estão contaminados e receber a assistência necessária por parte do governo federal, incluindo gastos com medicamentos e indenização por danos morais e materiais sofridos em decorrência da contaminação.

‘’No ano de 95, morriam de dois a três, todo mês. Todas as vezes que enterrávamos alguém ficamos na expectativa de quem seria o próximo’’, desabafa o motorista oficial Aldo A. Silva, o grande incentivador do movimento que pretende expor para o país a triste situação a que estão relegados os funcionários da Funasa que foram contaminados pelo DDT durante as cruzadas contra a malária na zona rural do Acre.

Aldo tem 57 anos e também está contaminado. Confiante, ele acredita que unidos os servidores sairão vitoriosos e conseguirão evitar novas mortes. ‘’Tem um companheiro nosso que está em estado terminal de câncer. Oito dos nossos já morreram vítimas dessa doença, que comprovadamente tem uma relação muito estreita com o DDT. O que nós queremos é que as autoridades reconheçam isso e nos ofereçam as condições de buscar a cura ou pelo menos terminar dignamente os nossos dias’’, suplica.

Falta de equipamentos de proteção facilitou envenenamento
Segundo Aldo, a falta de equipamentos de proteção facilitou o envenenamento dos agentes de endemias (antigos guardas da Sucam) e motoristas que tinham contato direito com o DDT. ‘’Nosso único equipamento de proteção era o capacete de alumínio. Ele protegia a cabeça, mas deixava as narinas completamente expostas, em contato direto com o inseticida, que também penetrava diretamente na nossa pele’’, revela.

‘’Todas as vezes que borrifávamos uma casa na zona rural era comum encontramos cachorros, gatos e galinhas mortos pelos quintais. O que nós não sabíamos é que também estávamos sendo envenenados aos poucos e que um dia seriamos obrigados a lutar para poder provar que fomos contaminados no pleno exercício de nossas atividades, e que o governo federal tem uma dívida conosco’’, declara.

Lágrimas de revolta
Mário Wilson de Oliveira, 53 anos, trabalhou como guarda de endemias durante 20 anos, até que começou a sentir dores constantes nas articulações, tonturas e náuseas. Não demorou muito para o quadro evoluir para um derrame que o mantém de cama há 9 anos. O que Mário, a esposa e os três filhos não sabiam é que tudo isso estava relacionado ao contato com o DDT e que a família seria obrigada a arcar por conta própria com todas as despesas relacionadas ao tratamento.

Além da paralisia dos membros inferiores e superiores, Wilson também teve a fala afetada, mas é capaz de transmitir, num simples olhar, a dor e revolta guardadas dentro de si. Ao ser perguntando se tem consciência sobre os reais motivos da sua doença, ele chora, numa clara demonstração de lucidez, mas total incapacidade física imposta pelas complicações decorrentes do envenenamento.


Inseticida age diretamente no sistema nervoso
Quem olha para Antônio Souza Oliveira, 44 anos, não imagina os estragos que os 10,71 ml/dl de DDT presentes no seu organismo têm provocado à sua saúde. Ao contrário de Wilson ele mantém todos os movimentos e aparentemente parece uma pessoa saudável. Mero engano, Antônio tem crises profundas de depressão, acompanhadas de queda de pressão e outros sintomas relacionados ao desequilíbrio do sistema nervoso.

Com o apoio da família, Antônio foi o primeiro funcionário da Funasa a responsabilizar o órgão judicialmente pela contaminação por DDT, requerendo o pagamento das despesas com remédios e indenização por danos morais e materiais pelos transtornos sofridos.

A ação, impetrada na 2ª Vara da Justiça Federal de Rio Branco, se fez acompanhar de laudo toxicológico, estudo neurofisiológico, laudo médico do trabalho, e vários outros exames, realizados em laboratórios especializados de Goiânia e Brasília, comprovando o alto grau de contaminação.

Segundo a portaria nº 12, de 06 de junho de 1983, da Secretaria de Segurança da Saúde, o valor normal de presença de DDT no organismo humano é de até 3 mg/dl, o que significa que a quantidade encontrada em Antônio está três vezes acima do padrão tido como normal.

Antônio afirma ainda que encontrou agentes de endemias em Recife com até 400 mg/dl de DDT no organismo, e alerta que várias mulheres de funcionários também podem estar contaminadas em decorrência do contato direto com a roupa dos maridos, durante a lavagem.

Afastado das suas funções de agente de endemias desde setembro de 2005, Antônio controla os efeitos da contaminação com três medicamentos, hoje avaliados em R$ 1.060,00. O juiz federal Pedro Francisco condenou a direção da Funasa a bancar os gastos com os remédios e ainda pagar R$ 50 mil reais a título de indenização por danos morais e materiais, mas o órgão recorreu da sentença.



Sérgio Petecão vai requerer providências em Brasília. A lista com os nomes de 114 prováveis vítimas, acompanhada de dossiê, incluindo material áudio-visual, será encaminhada ao Ministério da Saúde e à presidência da Funasa pelo vice-presidente da Comissão da Amazônia, deputado federal Sérgio Petecão (PMN/AC). Na semana passada, ele se reuniu com um grupo de 20 funcionários contaminados e ouviu atentamente o depoimento de cada um deles.

‘’Eu conheço de perto o trabalho desenvolvido por essas pessoas, sei que eles deixam de lado as suas famílias para se embrenharem na mata para combater a malária e agora que estão doentes e precisando da ajuda do governo federal não podem simplesmente serem ignoradas’’, disse o parlamentar.

O presidente da Câmara de Vereadores de Rio Branco, Pedrinho Oliveira (PMN) – funcionário da Funasa licenciado – também participou da reunião. Apesar de fazer parte do quadro administrativo, ele se submeteu ao exame para detectar a presença de DDT no organismo e descobriu que também está contaminado.

‘’Isso demonstra o alto grau de contaminação desse produto, até nós que manipulávamos as fichas dos guardas de endemias fomos afetados’’, revela, garantindo que apóia a luta dos colegas e vai ajudar no que for possível para encaminhar as suas reivindicações, seja na esfera municipal, estadual ou federal.

Além da indenização pela contaminação por DDT, os agentes de endemias e motoristas da Funasa, que se encontram nessa situação, querem o direito a aposentadoria por 25 anos de serviço, a exemplo com o que já acontece com outras categorias.

‘’Um professor se aposenta com 25 anos de serviço porque trabalha com o giz, material bem menos tóxico do que o DDT, por que nós, que estamos envenenados, que demos a nossa vida para matar o mosquito da malária e salvar milhões de outras vidas, também não podemos ter direito, por que essa discriminação com a gente?’’, questionou Océlio Alves do Nascimento, acrescentando que o último exame realizado revelou um percentual de 70% da presença de DDT no seu organismo.

‘’Eles nunca tiveram respeito pela gente. Quando íamos para a zona rural não tínhamos nem lugar para acampar. Quantas vezes não dormir em chiqueiro de porco ou curral de boi. Agora, eles continuam nos relegando o segundo plano, escondendo da opinião pública que estamos doentes. Deixando-nos morrer a míngua’’, desabafa José Rocha de Aguiar.

O vice-presidente da Comissão da Amazônia, deputado federal Sérgio Petecão (PMN/AC), garantiu que vai requerer informações detalhada sobre o caso à presidência da Funasa, para saber se algum encaminhamento já foi dado, e também solicitar providências urgentes ao Ministério da Saúde. ‘’Todas as reivindicações são justas e acredito que contarei com o apoio de toda a bancada acreana para honramos esses homens que tanto já fizeram pelo nosso Estado e agora precisam de ajuda’’, concluiu Petecão.

Muitas promessas e pouca ação
O DDT começou a ser utilizado na Segunda Guerra Mundial para eliminar insetos e combater as doenças emitidas por eles como a Malária. Demora de 4 a 30 anos para se degradar. Os EUA foram os primeiros a proibir seu uso, por volta dos anos 70, em virtude de seu efeito acumulativo no organismo. Alguns estudos sugeriram que é cancerígeno, provoca partos prematuros, causa danos neurológicos, respiratórios e cardiovasculares.

No Brasil, deixou de ser fabricado na década de 80. A Justiça Federal proferiu, em janeiro de 1997, sentença determinando que o Ministério da Saúde instituísse programa científico federal voltado à substituição do inseticida DDT nas campanhas de saúde pública.

A Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde baixou a Portaria nº 11, de 8 de janeiro de 1998, que proibi o uso do DDT nos programas de controle de doenças transmitidas por insetos, inclusive da malária.

Projeto de autoria do senador Tião Viana (PT/AC) tramita no Congresso Nacional , desde 2002, visando oficializar através de lei a proibição da fabricação, comercialização e exportação do produto.

Mas até hoje, apesar das muitas promessas, nenhuma iniciativa foi tomada de fato, visando o bem estar das pessoas, especialmente do Acre, que foram contaminadas pelo produto e que sofrem as conseqüências do envenenamento.