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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Ibama apreende mais de dois mil metros cúbicos de madeira

O Ibama desmontou uma quadrilha de madeireiros que atuava na região da Ponta do Abunã (estado de Rondônia), durante a Operação Origem Legal e Pátio Limpo. Os criminosos falsificavam as guias de DOF (Documento de Origem Florestal), para legar a produção madeira extraída ilegalmente das reservas legais e terras indígenas. Foram apreendidos mais de dois mil metros cúbicos de madeira-de-lei, seis serrarias lacradas (nas comunidades de Extrema, Nova Califórnia e Vista Alegre do Abunã), dois tratores (skid’s), um trator de esteira (D-8), um trator (pá mecânica) e quatros moto-serra, segundo balanço da superintendência regional do Ibama/Acre.

Agentes da Polícia Federal – PF continuam no encalço dos madeireiros, que atuavam na divisa Acre / Rondônia, considerados os mentores intelectuais deste esquema que movimentava milhões de reais. O chefão do grupo, é popularmente conhecido pela alcunha de Bonnamigo, proprietário de uma grande serraria no município de Acrelândia, localizado no Vale do Abunã. “Os equipamentos apreendidos na operação, serão doados para o 4º Batalhão de Infantaria de Selva 4º BIS”, comentou Anselmo Forneck, superintendente regional do Ibama/Acre, durante a coletiva aos meios de comunicação.

Segundo ele, o esquema tinha como objetivo, esquentar a madeira que vinha sendo retirada ilegalmente da Floresta Amazônica. Os madeireiros que tinham plano de manejo informava o Ministério do Meio Ambiente – MMA, sobre a madeira retirada, para ter acesso a guia do DOF (emitido através do sistema on–line). Com o documento em mãos, os golpistas enchiam a carreta de pó-de-serra e pedaços de madeira, para passar no posto fiscal da Tucandeira, sem levantar suspeita. Assim, que chegava as comunidades da Ponta do Abunã, jogava o lixo no pátio das serrarias e carregada novamente com madeira beneficiadas nestas serrarias clandestinas.

Fraude dos madeireiros - Anselmo contou que durante a operação, descobriram um lote de madeira-de-lei que estava preparada para a exportação. Em outras serrarias, os fiscais localizaram cargas que tinha sido beneficiadas para atender o mercado na região Sudeste.

Mas o Ibama somente descobriu a fraude em numa vistoria de rotina, onde os fiscais detectaram que um plano de manejo que tinha informado ao MMA a retirada de aproximadamente 8,6 mil metros cúbicos de madeira, não tinha retirado um metro da área. Diante da evidência da fraude, intensificaram as investigações levaram a descoberta do mega-esquema montado naquela região, para legalizar a madeira retirada ilegalmente da Floresta Amazônica.

Forneck ressaltou que os madeireiros estavam saqueando a reserva indígena dos Kaxararis, que fica situada na rodovia 364 (Vila de Nova Califórnia). Os madeireiros usavam trilhas mata, para retirar a madeira nobre nos fundos da Reserva Indígena, sem despertar a suspeita da comunidade dos Kaxararis. “Conseguimos apreenderam um carregamento de toras, que estava no pátio da madeireira”, comentou.
Durante a coletiva, o superintendente do Ibama mandou um aviso que a operação pente fino acontecerá em todas as serrarias acreanas. As empresas que forem flagradas no mesmo esquema de fraude terão as suas atividades suspensas, com base na legislação ambiental. “Os acusados pelos crimes cometidos, responderão criminalmente por formação de quadrilha, falsificação de documentos públicos e crime ambiental”, enfatizou.



Operação “Novo Empate”

Anselmo Forneck acrescentou ainda, que há dois anos, a operação Novo Empate desmantelou uma quadrilha de madeireiros, funcionários públicos e despachantes. Esta quadrilha com base na ponta do Abunã comercializava a madeira extraída ilegalmente da região da Amazônia Ocidental, depois de fraudar as guias de Autorização para Transporte de Produtos Florestais – ATPF’s.

Este grupo criminoso contava com empresas fantasmas e empresas estabelecidas na praça, para "esquentar" o estoque de madeira retirada ilegalmente das matas nos estados do Acre e Rondônia. “Na ocasião, o empresário Bonnamigo foi preso por operar o esquema criminoso”, recordou Forneck.

A ação que culminou com a prisão dos madeireiros, somente foi possível por conta do trabalho de investigações da Polícia Federal - PF. Os agentes prenderam aproximadamente 28 pessoas, sendo 24 no estado do Acre, três em Rondônia e uma no Mato Grosso. Inclusive quatro funcionários públicos, sendo três do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e um do Instituto de Meio Ambiente do Acre. Os acusados do esquema respondem por formação de quadrilha, falsificação de ATPF e estelionato.

Depois de descobrir a fraude, o MMA mudou os procedimentos com a implantação do novo sistema de DOF (Documento de Origem Florestal), em substituição a antiga ATPFs. Na ocasião, o Ibama suspendeu o fornecimento das guias (ATPF’s), por um mês, para implantação do novo sistema de monitoramento.

O secretário de Meio Ambiente do Acre - Carlos Edgard de Deus, e o superintendente regional do Ibama - Anselmo Forneck, passaram a ser ameaçado de morte pelos comparsas dos madeireiros, que caíram nesta operação Novo Empate, ocorrida no mês de junho de 2006.

Esquema - No curso das investigações, a PF descobriu que esta quadrilha de madeireiros, usava empresas laranjas para "esquentar" o estoque de madeira retirado ilegalmente dos estados do Acre e Rondônia. Os investigadores constaram que das 15.812 ATPFs expedidas no ano de 2004, no estado do Acre, aproximadamente 7.540 estava em nome de uma única mesma pessoa.

Este cidadão funcionava como elo entre os funcionários públicos (Ibama e Imac) e os madeireiros envolvidos no mega-esquema. As ATPFs eram expedidas em nome das empresas madeireiras, que operavam vendas fictícias do estoque de madeira de lei para outros estados da Federação.

Apesar da madeira não sair do estado do Acre, estas guias eram usadas para "esquentar" a produção madeireira retirada ilegalmente das comunidades de Nova Califórnia, Nova Mamoré, Guajará-Mirim, Cujubi e Buriti, em Rondônia. Cada ATPF era comercializada no mercado clandestino, por aproximadamente R$ 4.000, (quatro mil reais). Os criminosos comercializaram cerca de 150 mil metros cúbicos de madeira, segundo balanço dos órgãos ambientais.

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