Caros Leitores, desde a sua criação o Blog Xapuri News, o intuito sempre foi de ser mais um espaço democrático de noticias e variedades, diretamente da Princesinha do Acre - Terras de Chico Mendes - para o mundo, e passará momentaneamente a ser o instrumento de divulgação das Ações da Administração, Xapuri Nossa Terra, Nosso Orgulho, oque jamais implicará em mudança no estilo crítico das postagens.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Charge do Dia!!!

Ausência!!!!

Estive alguns dias in off, sem escrever e sem internet... enfim um caos total: Caixa de email abarrotada, mil e um contatos aguardando retorno, atraso de alguns projetos e tudo devido a um “maravilhoso” vírus que danificou meu pc, é o preço que se paga por confiar em abrir um anexo de email, que por sinal era de fonte confiável, lição da história cuidado com os amigos que você encurrala com assuntos delicados que certas pessoas insistem em mantê-los sobre o égide do desconhecimento dos interessados.

Pois bem, valeu o dinheirinho anteriormente investido em um drive externo para cópia de segurança dos meus dados, já que não perdi uma vírgula do meu computador infectado.

Como não utilizo outro computador para acessar conteúdo de ordem pessoas este espaço ficara sem atualização, mas estou de volta e com a língua afiada e cheio de farpas para distribuir:

Apesar de ter sido agraciado com o Vírus virtual e com o Rota Vírus na saúde física , aproveitei os finais de tarde para conversar com algumas pessoas de Xapuri, como sempre o assunto principal o que de interessante está acontecendo na “Princesinha do Acre”, e listo alguns tópicos interessantes:

- Esperança Falecendo...
O mais interessante das sondagens realizadas é que muitas pessoas que acreditavam que Xapuri poderia da noite para o dia mudar a realidade com a nova Administração, já estão necessitando de um tônico de rejuvenescimento da esperança, pelo que notei que muitos já estão descontentes, não só pelas ações iniciais da nova Administração, como pelo tratamento dado ao funcionalismo público. Podem até enfeitar números, dizer que está tudo bem, que estão arrumando a casa, mas que a população esperava mais, a isso com certeza esperava. Questionados por este humilde curioso sobre o pouco tempo da nova gestão, a resposta fora a mesma: de que caso tivessem que esperar até que a “casa” fique pronta para ser administrada, pode durar muito tempo. Outra situação aparente é que me parece que alguns colaboradores do novo Prefeito ainda não caíram nas graças da população, já que ou são conhecidos de outros carnavais ou ainda geram certa animosidade... é bom o Prefeito ficar de olho!!! Outra coisa que concordo plenamente é que as festividades do 20 de janeiro não deslancharam, principalmente no que diz respeito ao shopping popular criado no lugar das tradicionais barraquinhas , apesar de estar muito bem organizado na questão estrutural e visual, culturalmente foi um tiro no escuro que não agradou a populares e a muitos dos camelôs que por aqui estiveram. Outra situação que é bom ser resolvida logo é a saúde....

- A Saúde crônica de Xapuri
Antes de mais nada, não se justifica as desculpas “justificativas” até agora dadas pela Nova Administração sobre o caos existente na saúde pública no município, antes de mais nada a nova equipe deveria assumir o compromisso de cuidar das pessoas e não de tramites burocráticos, a população não está interessada se os médicos tem CRM ou não, tão pouco se ainda não efetuaram aquisição dos medicamentos para a farmácia básica que atende principalmente os hipertensos e diabéticos carentes da comunidade, que por situações financeiras ainda não providenciaram atendimento as centenas de pessoas que procuram os Centros de Saúde, do Centro, do Pantanal, do Mutirão, da Bolívia, e da Sibéria e não conseguem atendimento, é inconcebível senhores que passados 35 dias da nova Administração, não tenha sido possível a contratação de um médico para atender unicamente uma pessoa sequer pela rede municipal de saúde, antes de tudo é uma falta de respeito com a população desta cidade principalmente quando estamos vivenciado um surto de dengue e de Rota Vírus, e até o Biomédico responsável pelos diagnósticos é sumariamente demitido.

A falta de respeito vai além, deixa toda a população dependendo unicamente do hospital local que possui apenas um médico por dia para atender toda a população urbana e rural, ou seja é um verdadeiro inferno procurar socorro naquela instituição, não que os profissionais daquela casa não atendam, o problema é que a demanda é imensamente maior que a disponibilidade de atendimento. Senhores abram os olhos para essa situação, esse povo não tem plano de saúde não, eles não tem condições de busca de outros centros urbanos para socorro não, coloquem a mão na consciência e façam algo que realmente interessa à população.

Esforço Pífio
Até agora ainda não compreendi a empreitada de mais de R$ 107.000,00 para a demolição do Centro de esporte e lazer Caleb Nascimento, se por ventura foi uma ação para que aos olhos das pessoas visse algum trabalho, ou se aquela obra feria mortalmente os olhos petistas já que era o “dengo” do ex-prefeito, ou ainda se a questão principal da equipe é apagar resquícios da existência política de Vanderley Viana. Por que convenhamos “porra nenhuma” fora construído no local se não algumas graminhas, troca de alguns ladrilhos e derrubar o que estava construído. Senhores cadê o projeto para mudar radicalmente o local, por que senão a ação foi pífia e irresponsável, já que coisas mais emergenciais tem para ser feitas. Que me desculpe, mas estão entrando na mesma marcha do prefeito anterior que vocês tanto questionavam.

Senhores ninguém deseja que embelezem Xapuri apenas que dêem um novo norte para o futuro da cidade, que é o que também espero...


Vereadores
Ta certo que os nossos queridos representantes ainda gozam do recesso parlamentar, porém vocês deveriam estar atentos a este inicio de mandato, ou ainda conhecer os verdadeiros problemas que a população vivencia, ou os discursos de palanque foram tudo troló-ló, engrana-trouxa? Pior que estou percebendo que apesar de ter acontecido uma renovação nos quadros legislativos municipal, infelizmente o mesmo não acontecerá com a qualidade dos trabalhos, que bom que pelo menos a Mesa Diretora, é um misto de experiência e inovação o que traz esperança. Que as seções senhores não sejam um conjunto de dicursos bestiais e demagogos, mas que vislumbrem a realidade Xapuriense.

Bem, chega neh.... pode atrair azar!!!! Mas uma coisa ainda quero acreditar que a boa vontade de melhorar a situação de Xapuri ainda não tenha falecido nos novos gestores e por favor, não criem novidade para o Carnaval, não!!!!

Região do Alto Acre é bombardeada com quedas de energia e comunicação

Os Municípios que compõe a Região do Alto Acre e Capixaba, pode-se dizer que estão a mercê da era 'neolítica’. Época em que o homem vivia na escuridão, sem nenhum meio de comunicação e caçando manadas de Mamutes – elefantes gigantescos – para poder sobreviver.

Não vamos muito longe, mas, estamos sendo quase que obrigados a isso por causas das empresas que fornecem meios de comunicação e energia no estado do Acre. Está tornando-se corriqueiro, a interrupção dos serviços citados e que é obrigatório por Lei, mesmo que sejam pagos pelos consumidores, caso não, é cortado sem pestanejar como se fosse pisado e esmagado.

Nos meses final do ano de 2008 e início de 2009, com a ligação do linhão vindo do Estado de Rondônia, muitos acreditaram que estaríamos entrando em uma nova era. Empresários até acreditam que, com o fornecimento de energia elétrica vindo de uma hidrelétrica, pode-se trazer empresas de grande porte para o Acre.

Já a comunicação, nunca viu-se um serviço tão precário. Mesmo sendo uma gigante no País, a Brasiltelecom talvez tenha o Estado do Acre e principalmente seus Municípios, como mera região da Federação a ser usada como cobaia para testes. Enquanto os grandes centros onde concentra-se maiores população, já tem o satisfatório.

Não sabe-se de quem é culpa, mas, com certeza os políticos não tem interesse em lutar por isso. Talvez pelo fato de não dar-lhe votos como os miseráveis que são obrigados a receber um cartão onde recebe uns míseros trocados. Já os executivos que ficam sentados em suas cadeiras em salas climatizadas, tão pouco lhe interessa a não ser o gordo salário e status para poder viajar para algum litoral nas férias com sua família ou até amante.

Já os órgãos judiciais, se caso ninguém o procure antes que receba um número de protocolo com data marcada, também não interessa. Enquanto isso, o cidadão que nesse País campeão mundial de impostos, não pagar os seus e suas contas, é fácil ter sua eletricidade, internet e telefone serem cortados como se fosse esmagado por uma manada de Mamutes. Ainda bem que os mamutes estão extintos.

Governo mentiu para não explicar porque cinco toneladas de remédios foram jogadas no lixo


Documentos apresentados pelo deputado estadual Luiz Calixto (sem partido), nesta quinta-feira (5/2) na tribuna da Assembléia Legislativa comprovam que o governo do Acre mentiu para não explicar porque cinco toneladas de remédios venceram dentro do Almoxarifado Central da Secretaria Estadual de Saúde e por conta disso tiveram que ser remetidos ao aterro sanitário municipal. O caso foi denunciado por ac24horas em reportagem intitulada “Saúde em Alerta” , em 24 de novembro de 2008, mas acabou desmentida pelo secretário estadual de Saúde, Osvaldo Leal e pela gerente do Departamento Estadual de Vigilância Sanitária, Albertina Costa.

Apesar de um gari e um fiscal abordados por ac24horas.com, no aterro sanitário, localizado no km 10 da estrada Transacreana, confirmarem que uma carreta e dois caminhões carregados de remédios vencidos haviam dado entrada no local, Osvaldo e Albertina preferiram apresentar versões diferente para o acontecimento, na tentativa de desqualificar a reportagem deste site.

À época, o secretário estadual de Saúde, Osvaldo Leal, declarou por telefone que a informação não procedia. Segundo ele, a movimentação de caminhões, que ocorreu no almoxarifado central, naquele período, foi para a retirada de uma grande quantidade de hipoclorito de sódio, que tem como destino vários municípios acreanos. Informou ainda que a carga estava com a data de validade em dia, com previsão de vencimento para março e setembro de 2009. Disse ainda que a denúncia feita por ac24horas se tratava de especulação.

Já a gerente do Departamento Estadual de Vigilância Sanitária, Albertina Costa, rebateu a informação de que uma carreta e dois caminhões de remédios vencidos foram removidos de dentro do almoxarifado central da Secretaria Estadual de Saúde. Confirmou, porém, que realmente os fiscais da vigilância fizeram uma visita ao almoxarifado central à época e que haviam sido removidos cerca de sete itens de medicamentos que estavam impróprios para o uso, não especificando, entretanto, a quantidade exata. “Procedimento padrão, nada que abalasse a estrutura da Vigilância”, declarou ela à reportagem.

No aterro sanitário a versão apresentada foi diferente. Um gari e um fiscal confirmaram a chegada de uma carreta e dois caminhões, carregados de remédios vencidos. Chegaram ao ponto de detalhar que parte dos remédios estava em caixas e outra avulsa. Todo o produto, que pode ter causado prejuízos de mais de R$ 5 milhões aos cofres do Estado foi enterrado em valas comuns da irresponsabilidade administrativa da área da saúde do Acre.

No documento de numero 1[CLIQUE SOBRE A MIMAGEM PARA AMPLIA-LA] a que ac24horas teve acesso, a gerência do aterro sanitário municipal confirma que no dia 11 de novembro de 2008, às 19 horas e 20 minutos, foram jogadas no local cerca de 2,4 toneladas de medicamentos vencidos. Sobre o auto de inutilizarão número 11. 724, o funcionário da carreta escreveu: “estamos entregando ao responsável pelo aterro Sanitário Municipal produtos medicamentosos para serem inutilizados”.

No dia 13 do mesmo mês, às 10:50h, um outro laudo confirmava a mentira contada pelo secretario Osvaldo Leal. No documento constava a entrega para inutilizarão de 52okg de medicamentos diversos. No laudos um funcionário escreveu: “senhor administrador, estamos entregando para inutilizarão, diversos medicamentos com prazo de validade vencida, estando os mesmo impróprio para consumo humano”.
Calixto vai denunciar o caso ao MPF

Além das cinco toneladas de medicamentos impróprios para o consumo, os laudos da Vigilância Sanitária apresentados por Calixto, revelam que a carga foi inutilizada na calada da noite. Calixto promete levar o caso ao conhecimento do Ministério Público Federal e exigir providências por se tratar de verba federal, liberada através do Sistema Único de Saúde.

“Só o fato de mentir a respeito já é muito grave. O Estado tem o dever de dar explicações a sociedade, principalmente no Acre, onde os postos e centros de saúde vivem sem remédio”, disse o deputado.

Roberto Vaz, da redação ac24horas
Rio Branco, Acre

PF apreende 56 quilos de cocaína em Porto Velho

Por: A Tribuna
Mário José Vicente foi preso pela Polícia Federal (PF) em Porto Velho, Rondônia, depois de flagrado com 56 quilos de cocaína. Para os policiais, ele disse que o entorpecente era proveniente de Senador Guiomard.
De acordo com o acusado, ele receberia uma recompensa de R$ 10 mil pelo transporte do tóxico até Ouro Preto D´Oeste, interior do Estado.

O crime foi descoberto durante uma blitz, quando os policiais verificaram a documentação do caminhão e encontraram sinais de adulteração na carroceria. Com isso, os agentes decidiram encaminhar o veículo e o acusado para o pátio da PF, onde ele acabou confessando o tráfico.

Segundo os policiais, a droga estava escondida dentro dos estepes do caminhão.

No interrogatório, Mário contou que a cocaína foi entregue por um homem desconhecido que prometeu buscar, quando o caminhoneiro chegasse no destino final.Assim, o homem flagrado foi preso e submetido às formalidades do indiciamento como incurso nas sanções estabelecidas no art. 33 da Lei nº 11.343/2006 (tráfico de drogas), que prevê pena de 5 a 15 anos de reclusão.

Se errar é humano...

Escrito por Waldemar Rossi
Nos primeiros meses do ano de 2003, os movimentos sociais se organizaram criando uma coordenação nacional e durante alguns meses, em constantes encontros e debates, elaboraram uma proposta alternativa para a política econômica do governo Lula.

Naquele momento havia unanimidade entre os vários movimentos de que tal política estava equivocada, que ela respondia aos interesses do capital e que era nociva ao povo brasileiro, principalmente para os trabalhadores.

A linha central de tal pensamento era que o Brasil estava precisando de amplos investimentos governamentais em setores prioritários para atender às necessidades do seu povo. Entendiam os representantes desses movimentos que tais investimentos internos iriam ocasionar um desenvolvimento econômico e social nacional, gerador de postos de trabalho e da necessária distribuição de rendas. Esta, por sua vez, seria a principal alavanca para diminuição progressiva da grande exclusão econômico-social que atinge a mais de 70 milhões de cidadãos, além de impulsionar a arrancada definitiva no sentido do corte do cordão umbilical que nos mantém atrelados aos humores do predador capital internacional.

Os principais setores a serem então contemplados, porque estratégicos, conforme a Coordenação dos Movimentos Sociais, seriam: a Reforma Agrária; um programa de construção de moradias populares através prioritariamente dos mutirões (considerando uma carência habitacional em torno de onze milhões de unidades); as reformas dos sistemas de saúde e da educação públicas; o saneamento básico (água e esgotos tratados e canalizados para todos os municípios do Brasil); o desenvolvimento de um sistema de transporte ferroviário coletivo e de cargas, em dimensão nacional; uma política de preservação do meio ambiente, entre tantos outros setores importantes para a qualidade de vida do nosso povo.

Embora seus bons efeitos pudessem ser sentidos com alguma demora, havia a convicção de que a população mais carente teria chances imediatas de trabalho produtivo e remunerado, gerando, por conseguinte, o processo de sua ascensão, passo importante para sua libertação definitiva das amarras dos coronéis e dos exploradores da miséria alheia deste país.

Tal desenvolvimento nacional daria ainda aos nossos governantes um trunfo de peso para negociar com a política externa, sem ficar, como já dissemos, dependente dos humores do capital, pois, pelo seu potencial incomparável, o Brasil não tem nenhuma necessidade de se prostrar constantemente aos pés de países imperialistas. Poderia impor relações políticas e comerciais maduras, tendo ao seu lado o apoio de comunidades latinoamericanas, além de outras.

Mas o governo brasileiro virou as costas para os movimentos sociais, se enroscou com "seus novos aliados" e jogou o país em uma aventura bem maior do que já o tinha feito o governo tucano. Acontece que o capital está de "mau humor" e vomitando o fel de sua bílis pra cima dos trabalhadores de todos os países que se submeteram à sua lógica espoliadora. Como previam os movimentos sociais, as incoerências e desmandos do capital estão levando para os países, incluído o Brasil, o desequilíbrio de suas políticas internas e, pior ainda, cobrando para que os governos tirem dinheiro do orçamento público e o transfiram para garantir um superávit elevado das empresas privadas, sempre mais gananciosas e inescrupulosas. Esse é o resultado do alinhamento e da submissão às orientações e ordens do capital neoliberal. Passando por cima das necessidades e exigências dos povos, governos se venderam e aceitaram ser dependentes de sua lógica nefasta.

O Brasil está metido nisso até o pescoço, retirando mais dinheiro do precário orçamento interno e entregando-o de mãos beijadas para banqueiros, industriais e agentes do agronegócio. Lula usa da eloquência dos seus discursos e de sua popularidade - alavancada pelos meios de comunicação - para enganar o povo, falando meias verdades, lançando um otimismo falso que impede o povo de entender em profundidade a gravidade da crise internacional e de como ela nos leva para um buraco cada vez mais profundo.

Lula entrou por um caminho equivocado, desde antes do início de sua primeira gestão, quando compôs um governo recheado de tucanos representantes do capital financeiro, sabe que está no erro, mas, como está comprometido porque se submeteu às várias formas de cooptação e corrupção neoliberal, não se dispõe a fazer as mudanças com as quais o povo sempre sonhou.

Se errar é humano, como nos ensina o antigo provérbio, persistir no erro é burrice. Ou é revelação do quanto faz para se manter ao lado dos espoliadores.

Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.

Compulsão à citação

Escrito por Gabriel Perissé
Há pessoas que precisam apoiar-se em citações o tempo todo. Alguns trazem esse hábito do berço... O pai citador transmite ao descendente essa mania — filho de peixe, peixinho é. Citações de provérbios, ou citações mais requintadas. Quando não lembra a citação, o citador sofre, sabendo, porém, como dizia Oscar Wilde, que "as nossas tragédias são sempre de uma profunda banalidade para os outros"...

O citador vive entre aspas, coleciona as palavras alheias com reverência. Não teme a recriminação daqueles que, citando algum pensador, repetem: "Quem cita os outros jamais desenvolve suas próprias ideias".

E daí? Mais vale uma citação na mão do que repetir, sem saber, e de modo menos genial, o pensamento que outros já formularam com exatidão. Quem cita pensa também. Citando com a consciência alerta, pensarei ao lado de grandes pensadores. Por exemplo, ao lado de Leonardo da Vinci, que escreveu: "Quem pouco pensa, muito erra." Não seria o caso de admitir que quem cita muito... muito acerta?

E tem mais. O citador compulsivo nunca está sozinho. Dentro dele dialogam centenas de pessoas, com frases redondas, aforismos intrigantes. O citador é um solitário acompanhadíssimo. Dizia isso com outras palavras, sem desconfiar que se referia ao citador, o poeta Carlos Drummond de Andrade: "A solidão gera inúmeros companheiros em nós mesmos."

Solitário, ensimesmado, o citador adora dicionários de citações. Passa horas em convívio intenso com centenas de pessoas que disseram algo relevante, mais ou menos inteiradas do poder de suas palavras. Montaigne mencionava os "doutores pela ciência alheia", mas talvez seja de fato impossível chegar ao "doutorado" de outro modo. Só Deus prescinde de citações, e todas as que Ele faz são citações por Ele mesmo inventadas!

A mania de citar, à medida que aprofunda suas raízes na mente do citador, transforma o citador num pensador original. Seu talento consiste em aplicar em contextos diferentes as frases que nasceram em diferentes lugares e tempos. "Por toda a minha vida eu vou te amar" perderá suas aspas na declaração de amor que o citador fizer com a paixão que o primeiro poeta jamais teve.

Citar é aceitar que alguém foi feliz em dizer algo que eu não disse antes. Mas é também aceitar outro fato. Ao citar tantos outros, poderei talvez, distraidamente, criar minhas próprias frases. Frases que, no futuro, outro citador compulsivo salvará do esquecimento.

Gabriel Perissé é doutor em Educação pela USP e escritor.
Website: http://www.perisse.com.br/

Mensagem de Dom Helder Camara

Para: amigos e amigas

Queridos: Se estivesse entre vocês, a 7 de fevereiro comemoraria 100 anos de idade. Quis o bom Deus, entretanto, antecipar-me a glória de desfrutar Sua visão beatífica. Aliás, o Céu nada tem daquela imagem idílica que se faz na Terra. Nada de anjos harpistas e nuvens cor-de-rosa, embora a música de Bach tenha muita audiência.

Entrar na intimidade das três Pessoas divinas é viver em estado permanente de paixão. Arrebatado por tanto amor, o coração experimenta uma felicidade indescritível.

A propósito, outro dia, Buda, de quem sou vizinho, me contou esta parábola que bem traduz o caminho da felicidade: numa feira da Índia, entre tantos restos de frutas e legumes, uma mulher fitava detidamente o chão. Viram que procurava algo. Um e outro perguntaram o quê. "Uma agulha". Não deram importância. Porém, quando ela acrescentou que se tratava de uma agulha de ouro, multiplicou o número dos que a auxiliavam na busca.

Súbito, um deles perguntou: "A senhora não tem idéia de que lado da feira a perdeu?" "Não foi aqui na feira", respondeu a mulher, "perdi-a em casa". Todos a olharam indignados. "Em casa?! E vem procurar aqui fora?" A mulher fitou-os e retrucou: "Sim, como vocês procuram a felicidade nas coisas exteriores, mesmo sabendo que ela se encontra na vida interior".

O Céu é terno, o que não impede que experimentemos indignações. Jesus não fez a fome e a sede de justiça figurar entre as bem-aventuranças? Quando olho daqui para a Igreja Católica confesso que sinto, não frustração, mas uma ponta de tristeza. O papa Bento XVI não transmite alegria e esperança. Faltam-lhe o profetismo de João XXIII e a empatia de João Paulo II.

Padres cantores atraem mais discípulos do que aqueles que se dedicam aos pobres, aos lavradores sem-terra, às crianças de rua, aos dependentes químicos. Nas showmissas os templos ficam superlotados, enquanto nos seminários o ensino de filosofia e teologia costuma ser superficial.

A vida de oração não é estimulada, muitos buscam o sacerdócio para obter prestígio social e, por vezes, o moralismo predomina sobre a tolerância, o triunfalismo supera o espírito ecumênico. Até quando homossexuais serão discriminados por quem se considera discípulo de Jesus?

Alegra-me, porém, saber que as Comunidades Eclesiais de Base estão vivas e se preparam para realizar o seu 12º encontro inter-eclesial, em Rondônia, no próximo julho. Dou graças a Deus ao constatar que o CEBI – Centro de Estudos Bíblicos – conta com mais de 100 mil núcleos espalhados pelo Brasil, integrados por gente simples interessada em ler a Bíblia pela ótica libertadora.

Preocupa-me, entretanto, a polêmica entre os irmãos Boff. Tanto Leonardo quanto Clodovis são teólogos de sólida formação. Não considero justa a acusação feita por Clodovis de que a Teologia da Libertação teria priorizado o pobre no lugar do Cristo. O próprio Evangelho nos mostra Cristo identificado com os pobres, como ocorre na metáfora da salvação em Mateus 25, 31-46.

Francisco de Assis, com quem sempre me entretenho em bons papos, lembra que sem referência ao pobre, sacramento vivo de Deus, Cristo corre o risco de virar um mero conceito devocional legitimador de um clericalismo que nada tem de evangélico ou profético.

Tenho dito a são Pedro que sonho com uma Igreja em que o celibato seja facultativo para os sacerdotes e as mulheres possam celebrar missa. Uma Igreja livre das amarras do capitalismo, e na qual os oprimidos se sintam em casa, alentados na busca de justiça e paz.

Quanto ao mundo, lamento que a fome, por cuja erradicação tanto lutei, ainda perdure, ameaçando a vida de 950 milhões de pessoas e causando a morte de cerca de 23 mil pessoas por dia, a maioria crianças.

Por que tantos gastos em formas de ceifar vidas, como armamentos, e investimentos que degradam o meio ambiente, como pesticidas, desmatamentos irresponsáveis e cultivo de transgênicos? Por que tão poucos recursos para tornar o alimento – dom de Deus – acessível à mesa de todos os humanos?

Ao comemorarem meu centenário, lembrem-se dos princípios e objetivos que nortearam a minha vida. Malgrado calúnias e perseguições, vivi 91 anos felizes, pois jamais esqueci do que disse meu pai quando comuniquei a ele minha opção pela vida sacerdotal: "Filho, egoísmo e sacerdócio não podem andar juntos".

A FANTÁSTICA CARTA AO BRADESCO

Esta carta foi enviada ao Banco Bradesco, porém devido à criatividade com que foi redigida, deveria ser direcionada a todas as instituições financeiras. Tenho que prestar reverência ao brasileira(o) que, apesar de ser altamente explorada, ainda consegue manter o bom humor.

CARTA ABERTA AO BRADESCO
Senhores Diretores do Bradesco,

Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina de sua rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da feira, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.

Funcionaria assim: todo mês os senhores, e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, feira, mecânico, costureira, farmácia etc).. Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao pagante.

Existente apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade.

Por qualquer produto adquirido (um pãozinho, um remédio, uns litros de combustível etc) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até um pouquinho acima. Que tal?

Pois, ontem saí de seu Banco com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de honestidade.

Minha certeza deriva de um raciocínio simples. Vamos imaginar a seguinte cena: eu vou à padaria para comprar um pãozinho. O padeiro me atende muito gentilmente. Vende o pãozinho. Cobra o embrulhar do pão, assim como, todo e qualquer serviço..

Além disso, me impõe taxas. Uma 'taxa de acesso ao pãozinho', outra 'taxa por guardar pão quentinho' e ainda uma 'taxa de abertura da padaria'. Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.

Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo em seu Banco.

Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto de seu negócio. Os senhores me cobraram preços de mercado. Assim como o padeiro me cobra o preço de mercado pelo pãozinho.

Entretanto, diferentemente do padeiro, os senhores não se satisfazem me cobrando apenas pelo produto que adquiri.

Para ter acesso ao produto de seu negócio, os senhores me cobraram uma 'taxa de abertura de crédito' - equivalente àquela hipotética 'taxa de acesso ao pãozinho', que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar.

Não satisfeitos, para ter acesso ao pãozinho, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente em seu Banco.

Para que isso fosse possível, os senhores me cobraram uma 'taxa de abertura de conta'.

Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa 'taxa de abertura de conta' se assemelharia a uma 'taxa de abertura da padaria', pois, só é possível fazer negócios com o padeiro
depois de abrir a padaria.

Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como papagaios'. para liberar o 'papagaio', alguns Gerentes

inescrupulosos cobravam um 'por fora', que era devidamente embolsado.

Fiquei com a impressão que o Banco resolveu se antecipar aos
gerentes inescrupulosos.

Agora ao invés de um 'por fora' temos muitos 'por dentro'.
-Tirei um extrato de minha conta - um único extrato no mês - os senhores me cobraram uma taxa de R$ 5,00.
-Olhando o extrato, descobri uma outra taxa de R$ 7,90 'para a manutenção da conta' semelhante àquela 'taxa pela existência da padaria na esquina da rua'.
-A surpresa não acabou: descobri outra taxa de R$ 22,00 a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros (preços) mais altos do mundo.
- Semelhante àquela 'taxa por guardar o pão quentinho'.
- Mas, os senhores são insaciáveis. A gentil funcionária que me atendeu, me entregou um caderninho onde sou informado que me cobrarão taxas por toda e qualquer movimentação que eu fizer.

Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores esqueceram de me cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações de seu Banco.

Por favor, me esclareçam uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?

Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que sua responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências governamentais, que os riscos do negócio são muito elevados etc e tal. E, ademais, tudo o que estão cobrando está devidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado pelo Banco Central.

Sei disso. Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem seu negócio de todo e qualquer risco.

Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados..

Sei que são legais. Mas, também sei que são imorais. Por mais que estejam garantidas em lei, voces concordam o quanto são abusivas.!?!

O presidente do Banco Central é o Dr. Henrique Meirelles, banqueiro como sabemos. Quer o quê?

Corruptos e...desconfiados

Uma vez que os parceiros de um negócio corrupto não estejam protegidos pelo direito, tais negócios podem demorar muito a reconstituir-se em transações comerciais regulares.

Companhias de chupetas ou canais de crédito de dinheiro requerem tempo para estabelecerem-se.Os acordos devem tanto ser invisíveis como negáveis. A distribuição de subornos e realização têm de estar intimamente relacionadas, porque a confiança mútua normalmente está ausente.

Em alguns casos, os funcionários públicos querem constituir-se em elementos de
repartição de proveitos. Às vezes duas ou três camadas de "mediadores" têm de ser constituídas para diminuir o risco da revelação do acordo das partes.

As negociações são delicadas porque, em qualquer dado momento, uma das partes pode saltar e revelar o esquema todo.

E depois ainda querem que eu acredite que o sistema funciona.... é ruim hein!!!