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sábado, 7 de junho de 2008

Polícia Civil de Brasiléia fecha três “bocadas” e prende quadrilha

Após quase três meses de investigação, os agentes da Polícia Civil de Brasiléia de posse de três mandados de busca a apreensão, obtiveram êxito em tirar de circulação uma quadrilha que vinha agindo nos Bairros Eldorado e Leonardo Barbosa na cidade de Brasiléia.

A quadrilha, composta por três casais, alguns com passagem pela Justiça, cumpriram penas por tráfico de droga e outros delitos. Foram presos: Felix Paes Barbosa (23) e sua companheira de apenas 14 anos de idade; Joilson Oliveira Ribeiro e a companheira Jayane Santos Pereira e Francisco Josimar de Souza e Souza também com sua companheira, Artemizia Ramos dos Santos.

O trabalho da Polícia Civil de Brasiléia teve início nas primeira horas desta sexta-feira (6), durou quase todo o dia e envolveu cerca de 14 agentes na operação. Quando chegaram na Rua dos Catraieiros, no Bairro Leonardo Barbosa, conseguiram encontrar droga sendo preparada para a venda.

Foram apreendidas cerca de 124 trouxinhas em posse de Joilson Oliveira Ribeiro e mais 10 com Felix Paes Barbosa que falou que era para uso próprio. Com Artemizia Ramos dos Santos, estava cerca de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), que poderiam ser da venda da droga.

Também foi encontrado em uma das casas, um balde que, segundo informações, era usado para o “teste de qualidade” da droga que seria vendida para os viciados. O delegado Cleilton Videira, efetuou o flagrante em todos e serão transferidos para a penitenciária do Estado na Capital.

Lula participa de Conferência GLBT em Brasília

A uma platéia formada por homossexuais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez na noite desta quinta-feira uma confidência rara de suas viagens oficiais pelo mundo. "Conheço figuras importantes que não têm coragem de assumir o homossexualismo", relatou ao abrir a 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuiais, Travestis (GLBT). "O mundo seria mais alegre se fôssemos menos rígidos com os tabus colocados no caminho ao longo da história."

Antes de fazer um discurso considerado "emotivo" pelos participantes do encontro, o presidente não escondeu o desconforto de colocar na cabeça um boné do movimento gay, oferecido pelo travesti Fernando Bevenute. Lula ficou pouco tempo com o boné. Em seguida, posou com uma pequena bandeira do movimento.

Só depois ele ficou mais descontraído. Lula abriu o discurso reconhecendo a dificuldade de participar de um evento voltado para gays. "Não é fácil para um presidente da República no Brasil ou em outro país do mundo participar de um evento que envolve um segmento tão grande, heterogêneo e com pessoas que sofrem preconceitos, não é fácil", disse. "Quando o Toni [Reis] disse que nunca antes na história deste planeta foi realizado um evento como este, eu fico orgulhoso."

O presidente propôs o dia do combate à hipocrisia. "Quando se trata de preconceito, eu conheço nas minhas entranhas", disse. "Talvez seja a doença mais perversa impregnada na cabeça do ser humano", completou. "Nós precisamos gostar de nós do jeito que somos."

Luiz Mott, do movimento gay da Bahia, avaliou que o presidente, num primeiro momento, "resistiu" em colocar o boné. "Senti um pouco uma certa dificuldade, mas em seguida ele foi completamente dominado pela emoção", afirmou. Mott lembrou que Fernando Henrique Cardoso, em 2002, foi o primeiro presidente a posar com bandeira do movimento gay. "E ele estava mais tímido que o presidente Lula."

Divulgada a foto do assassino de Xapuri

O crime aconteceu na manhã de quinta-feira (5), quando o trabalhador braçal Jorge Santos Cunha, vulgo “Jorge do Có”, matou o sogro Francisco Pereira da Silva (52), com um tiro de espingarda calibre 20 e o enteado Anderson da Silva Boler Filho, de apenas quatro anos de idade com um terçado.

Os Jornais e blogs já divulgam a foto do assassino que ainda está foragido da Justiça. Segundo informações, “Jorge do Có” passou a ser procurado pelo crime bárbaro que cometeu na cidade de Xapuri.

Policiais civis e militares estão embrenhados na mata na tentativa de capturar o “monstro”, como passou a ser chamado pelas ruas da cidade. Todos os seringais, colocações e colônias nas proximidades da Colocação Vai quem quer, Seringal Boa Vista, zona rural do município estão sendo visitadas na tentativa de obter alguma informação do Jorge.

Qualquer informação sobre o suspeito, pede-se que comuniquem às autoridades. O delegado Mardilson Vitorino da cidade de Epitaciolândia que responde pela delegacia de Xapuri, está acompanhando o caso para que o assassino seja preso o mais rápido possível.

ESSA NÃO VAI PARA A COLUNA SOCIAL

Pois é. Estão processando o Altino por que ele ficou indignado com o esgoto que é derramado bem no porto do mercado onde são desembarcadas frutas e verduras consumidas pela população, incluindo os promotores. Vocês podem ver na foto originalmente publicada pelo Altino que o barco no meio da 'merda' está descarregando melancias.

Não sei nem o que falar diante de tal inversão de valores. Afinal, o Blog do Altino além de político, é ambiental e defende causas justas. André Muggiati escreveu, no Blog do Altino, o seguinte comentário:

"Altino, sugiro telefonar para essa senhora e entrevistá-la sobre as ações que tem movido contra os poluidores do canal da maternidade. Quantos são? Quem foi condenado? Quem foi intimado a prestar esclarecimentos? E o governo e prefeitura, têm um projeto a respeito? Já foram procurados pelo MP? Grave tudo e publique a entrevista em formato ping pong. Seus leitores querem saber..."

Faz sentido a sugestão do André. Queremos saber o que está sendo feito a respeito desse caso de poluição do rio Acre. E não devemos nos acanhar em cobrar. Afinal, apesar da autonomia administrativa e financeira do MP, quem paga a conta deles é a gente, a sociedade. É nosso dever e obrigação fazer isso.

Sem tempo para elaborar um texto, tomo a liberdade de dar destaque a alguns comentários que lí no Blog do Altino. Eles sintetizam de forma precisa tudo que esá acontecendo:

"Se entendi bem esse processo é uma completa inversão de valores, não? Quer dizer que agora o criminoso é quem denuncia o crime?"
(Miriam Salles)

"Esse Altino! Foi nadar em águas purulentas! Quanto mais braçadas dá, mais catinga sobe. Para essa gente, é mais fácil processar quem comenta do que quem comete. É tal e qual a história do menino escanchado em riba do monumento, né?...Também se parece com o velho ensinamento do meu finado pai: "Se por acaso, algum dia tu flagrar a mulher do teu melhor amigo sapecando-lhe um par de bidongos. Tu pensas bem se deves contar ou não para o corno. Saiba que, se contar perderá o amigo e adquirirá dois inimigos, pois a mulher o traíra é capaz do chifrudo perdoar, mas nunca vai esquecer do filho da (#$#@$) que lhe mostrou a verdade."
(Cartunista Braga)

"Estou chocada, embora nem devesse estar porque é costume aqui neste triste país punir-se o mensageiro e deixar impunes os verdadeiros criminosos. Perceberá a sensível promotora que sua atitude atrairá para ela a repulsa e a atenção à conduta omissa diante de seus deveres e a ação errada diante de quem com razão e direito constitucional a critica? Que absurdo! Mais um deses atos que comprovam o quanto nossas autoridades (?) são incompetentes e mesquinhas."
(Saramar)

O Cipó da Alma Amazônica

Ayahuasca é um termo de origem Quéchua, que significa “vinho das almas” ou “cipó dos mortos”, designa o chá feito pelo cozimento de duas plantas originárias da floresta amazônica: o cipó Jagube ou mariri (Banisteriopsis Caapi) e as folhas da Rainha ou Chacrona (Psychotria Viridis).

Aya quer dizer “pessoa morta, alma, espírito” e waska significa “corda, cipó ou vinho”. Assim a tradução, para o português, seria algo como “corda dos mortos” ou “vinho dos mortos”.

A Ayahuasca serviu como base para o estabelecimento de diferentes tradições espirituais por comunidades indígenas nos países amazônicos desde tempos imemoriais. Os povos indígenas utilizaram a Ayahuasca como um elo imaterial com o divino que estava entre as árvores, os lagos silenciosos, os igarapés. É que, para eles, a natureza possuía alma e vontade própria.

Povos indígenas do Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia e Equador, há quatro mil anos, utilizam a Ayahuasca em seus rituais sagrados, como o padre usa o vinho sacramental na Eucaristia e os indígenas bebem o peyote nas cerimônias sincréticas da Igreja Nativa Americana.

O uso ritualístico da Ayahuasca é bem mais antigo que o consumo do saquê ou Ki, bebida sagrada do Xintoísmo, usada a partir de 300 a.C, feito do arroz e fermentado pela saliva feminina, sendo cuspida pelas jovens virgens em tachos.

A mesma prática é realizada pelas índias da Amazônia, quando produzem a caiçuma da mandioca, bebida ritualística indígena fundamental na dança do mariri e no ‘contato’ com os deuses da floresta assombrosa.

As origens do uso da Ayahuasca nos países amazônicos remontam à Pré-história. Há evidências arqueológicas através de potes e desenhos que nos levam a afirmar que o uso da Ayahuasca ocorra desde 2.000 a.C.

Somente os ‘intelectuais de água salgada’, que lêem um tomo filosófico à tarde, bebem ‘whisky’ à noite e pegam sol pela manhã, para levantar argumentações contra o uso espiritual da Ayahuasca. Não conhecem a força e a beleza da espiritualidade amazônica e indígena.

A utilização da Ayahuasca pelo homem branco é uma acolhida da espiritualidade das florestas tropicais, um banho de rio milenar e sentimental do tempo em que os povos amazônicos viviam em fraternidade econômica e religiosa.

Os ataques ao uso ritualístico-religioso da Ayahuasca, como bebida sacramental, nos autoriza a afirmar que podem estar nascendo interesses menos inocentes e mais poderosos do que uma simples preocupação acadêmica com a utilização de substâncias psicoativas.

Nunca é bom esquecer que a Ayahuasca é uma substância natural exclusiva das florestas tropicais dos países amazônicos e pode alimentar interesses econômicos relacionados a patentes e elevar a cobiça sobre a nossa inestimável biodiversidade.

A Ayahuasca é uma combinação química simples e ao mesmo tempo complexa, que envolve um cipó e um arbusto endêmicos do imenso continente amazônico. Simples porque a sua primitiva química material da floresta é realizada por homens comuns, do pajé ao ayahuasqueiro dos templos amazônicos.

Complexa porque envolve a elevação de indicadores psico-sociais de qualidade de vida e ajuda a atingir estados ampliados de consciência dos usuários. Isso por si só já alça a Ayahuasca a um patamar superior no plano do controle científico dessas duas ervas milenares.

Assim, a Ayahuasca ganha contornos políticos por envolver recursos florísticos de inestimável valor psico-social e espiritual. Os seus usuários consideram o “vinho das almas” como um instrumento físico-espiritual que favorece a limpeza interior, a introspecção, o autoconhecimento e a meditação.

Utilizar Ayahuasca aqui na Amazônia é beber do próprio poço de nossa ancestralidade e da magia que representa a nossa milenar resistência. Aqui na floresta, protegidos pelos entes fortes de nossa religião animista e natural, nossos ancestrais não precisaram “miscigenar” sua fé.

Não foi necessário fazer como os negros escravos que deram nomes de santos católicos aos seus deuses africanos. Nossos ancestrais indígenas não precisaram batizar Iemanjá de Nossa Senhora ou Oxossi de São Sebastião para se protegerem da fé unilateral do dono da terra.

É que entre nós a terra era de todos e o único dono era o senhor da chuva, do orvalho e do sol. A beleza coletiva dos recursos naturais era compartilhada por toda a aldeia, do curumim ao sábio ancião.

A Ayahuasca era a essência espiritual dessa convivência material fraterna e universal entre as árvores carinhosas, os riachos irmãos, os pássaros cantores, os peixes, as larvas, os insetos, as flores. A Ayahuasca ancestral era o elo entre a terra e o espírito.

Se não fosse uma erva espiritual e mágica, trazida pelas mãos milenares dos povos indígenas amazônicos, ela não teria resistido ao tempo. Por isso é natural que a Ayahuasca atraia cada vez mais o homem branco, esmagado pelo destrutivo modo de vida urbano, elitista, ocidental, capitalista.

A Ayahuasca não é um chá que se consome como se bebe um líquido ácido qualquer. O seu uso é espiritual e envolve aqueles que o utilizam na mais límpida tradição de amar o próximo e reencontrar os valores que perdemos na caminhada do planeta que se dividiu em castas, cores, fronteiras e etnias.

Não entrarei no debate acadêmico sobre o uso de substâncias psicoativas por parte das religiões milenares, das eras pré-colombianas aos templos dos tempos atuais. Não tenho competência para debater os pontos de vista da medicina, da psicologia ou da etnofarmacologia. Ficarei apenas com os resultados do uso milenar da Ayahuasca pelos povos indígenas.

A milenar história amazônica não registra casos de morte ou de seqüelas à saúde dos povos indígena por terem utilizado a Ayahuasca. Nenhum índio deu entrada no hospital dos brancos ou foi curado pelos pajés. Aliás, as mulheres indígenas, ‘apesar’ de beberem a Ayahuasca, não registram nenhum caso de câncer de mama.

A Ayahuasca não é ‘taliban’, seus usuários não se constituem em nenhuma seita, eles não são fanáticos, não há um único caso de morte ou de castigo físico que tenha sido resultado do seu consumo ritualístico.

O uso ritualístico da Ayahuasca não provoca transes místicos ou de possessão. Ela não age no organismo como a antiga bebida hindu, denominada soma, que se divinizou por afastar o sofrimento, embriagando e elevando as forças vitais.

Depois de 4.000 anos de uso sagrado e ritualístico da Ayahuasca os estudiosos da civilização ocidental erguem argumentos anêmicos e endêmicos de uma sociedade que tem medo do ‘contato’ aberto do homem com a natureza. É que eles têm medo da relação amorosa entre o indivíduo e a natureza com os seus elementos poderosos e coletivos.

Os sábios e avançados Incas utilizaram a Ayahuasca para consolidar-se como povo, como nação e para ajudar no florescimento da cultura, da matemática, da agricultura e da astronomia. Não é qualquer planta ou cipó que faz um povo, uma história milenar, uma religião.

Só não puderam utilizar a sagrada Ayahuasca para produzir metálicos fuzis, pois se assim fosse, não teriam sido dizimados pelos invasores espanhóis. Pizarro não consumiu o “cipó dos mortos”, por isso dizimou tantos guerreiros, mulheres índias, donzelas, pajés, curumins.

A Ayahuasca resistiu, venceu os invasores e as suas crenças unilaterais, atravessou os séculos, os milênios, unificou as milenares gerações indígenas e suavizou a dor ‘civilizatória’ das eras pós-colombianas.

Quando o Acre propôs, sob a iniciativa da deputada Perpétua Almeida, que o uso ritualístico da Ayahuasca fosse considerado patrimônio cultural imaterial é porque ninguém mata uma alma, ninguém prende um sentimento, ninguém aniquila uma vontade, ninguém encarcera uma opinião, ninguém enclausura uma fé.

A Ayahuasca é diferente de outras religiões, que nascem de visões, contatos divinos, que têm origem na cosmologia do céu para a terra. A Ayahuasca é a religião da terra para o céu, da matéria eterna e natural para o infinito do sonho humano, a religião natural.

Uma verdadeira e única religião do Brasil, aliás, uma colossal e genuína religião amazônica! Combatê-la é bizarro, síndrome de colonizador!

* Aprendiz de escritor e deputado estadual – PCdoB/Acre