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terça-feira, 1 de abril de 2008

Xapuri e o Ano Eleitoral

No dia de hoje tive o prazer de fazer o que ha muito tempo deixara de realizar, oque de certo é costumeiro nesta pacata cidade o de sentar-se à beira das calçadas e jogar um bom papo para o ar.

Infelizmente ou felizmente todos estavam mais interessados em saber qual minha opiniao para o próximo pleito elitoral do que a trivialidade dos assuntos rotineiros, apesar de constante esforço para me manter alheio a discurssão política me vi obrigado pelo respeito aos amigos presentes de esboçar um sofrido AHHHHHHHHHH....

Talvez esse ahhhhhh seja o que esteja atravessado na garganta de muitos dos xapurienses nos ultimos anos e relembrando o que acontecera na últimas eleiçâo entre os prefeitáveis de 2004, onde uma significativa parcela de votos que foram preponderantes na decisao daquele pleito foram carinhosamente chamados de votos de protesto.

Tenho plena consciência de que ainda é muito cedo para emitir opnião acerca do pleito vindouro, até porque juridicamente ninquém ainda é candidato, todos os possíveis candidatos, ainda são candidatos à candidato a Prefeito.

Somos sabedores de que nos ultimos anos Xapuri sofreu um desgaste político imenso e que está a deriva num mar de incapacidade administrativa talvez fadado ao naufrágio imenente. isso tudo porque as picuinhas, as idéias pequenas ainda prevalecem nos nossos "egrégios" administratores.

É estranho falarmos em mudança ou perpectiva de melhora se vemos que a mesmice estará no nosso campo de escolha, os mesmo agentes de outrora descalábrios administrativos se colocam como opção de mudança...

Senhores não há mudança se não houver abertura para o novo, para o experimental, para uma nova postura, para uma nova inteligencia emocional, para uma nova alternativa e perspectiva do que se é responsabilidade em representar uma população com o peso cultural e histórico que é a nossa.

Antes de tudo é necessário que no pleito vindouro nós xapurienses possamos analisar além das capacidades de gerencia admnistrativa, de projeto administrativo, de honestidade... possamos analisar a inteligência emocional dos concorrentes, para que a nossa querida Xapuri seja respeitada deveras como merece, que a imagem de nosso municipio seja resguardada de posturas antiéticas e transloucas como se é costumeiro ver nos ultimos anos... Xapuri tem um nome e acima de tudo uma imagem histórica, cultural, simbólica e acima de tudo turistica para ser preservada.

Fico triste em ver que os jornais e outros meios de comunicação só se referem a esta cidade através de notas pejorativas e maculadoras por acontecimentos no minimo grotescos que a cada dia somos obrigados a presenciar, mas isso nada mais é do que o reflexo das atitudes de seus representantes, e é nesse contexto que clamo na hora da decisão do voto, seja uma decisao de muita reflexão, para nao cairmos em mais um abismo.

Soa como um desabafo, mas na verdade não é, para os que me conhecem sabém que é apenas o retorno do bom e velho Joscíres com seus ideais mais que realistas, não faço aqui apologia a nenhum grupo político ou a esse ou aquele pretenso candidato, até mesmo que infelizmente estou afastado da minha querida cidade, estando presente somente um ou dois dias por semana, mas garanto que estarei disposto a abrir um diálogo com os jovens e com todos aqueles que como eu sem direcionamento partidário possam analisar à luz da inteligência a alternativa que mais contempla a realidade xapuriense.

Enfim essa é a minha posição política no momento, que com certeza talvez seja a de muitos...

Abraços Cordiais
do Xapuriense Joscíres Angelo

Guerrilha em Rondonia

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A revista "Isto É" publicou recentemente uma ampla reportagem dando conta das atividades de um grupo denominado "Liga dos Camponeses Pobres" que estaria atuando como guerrilha no Estado Rondonia. Os crime atribuidos ao grupo, que se apresenta como de extrema-esquerda, são gravíssimos e até agora não há notícia e qualquer ação mais efetiva da Polícia Federal ou das Forças Armadas na apuração do que está ocorrendo.

Como a notícia é da maior gravidade e não há maiores detalhes, ao que sei, em outros órgãos da imprensa, por enquanto cabe a expectativa de maiores dados sobre o que efetivamente está ocorrendo e até que ponto se trata de efetivamente de ação guerrilheira e não de um grupo de bandidos a serem combatidos com medidas puramente policiais. A reportagem pode ser lida totalmente neste espaço:

O Brasil tem guerrilha
ISTOÉ entra na base da Liga dos Camponeses Pobres, um grupo armado com 20 acampamentos em três Estados, que tem nove vezes mais combatentes que o PCdoB na Guerrilha do Araguaia e cujas ações resultaram na morte de 22 pessoas no ano passado

Por ALAN RODRIGUES (TEXTO)
O barulho de dois tiros de revólver quebrou o silêncio da noite na pacata comunidade rural de Jacilândia, distante 38 quilômetros da cidade de Buritis, Estado de Rondônia. Passava pouco das 22 horas do dia 22 de fevereiro quando três homens encapuzados bloquearam a estrada de terra que liga o lugarejo ao município e friamente executaram à queima-roupa o agricultor Paulo Roberto Garcia. Aos 28 anos, ele tombou com os disparos de revólver calibre 38 na nuca. Dez horas depois do crime, o corpo de Garcia ainda permanecia no local, estirado nos braços de sua mãe, Maria Tereza de Jesus, à espera da polícia. Era o caçula de seus três filhos. Um mês depois do assassinato, o delegado da Polícia Civil de Rondônia que investiga o caso, Iramar Gonçalves, concluiu: "Ele foi assassinado pelos guerrilheiros da LCP."
A sigla a que o delegado se refere, com estranha naturalidade, quer dizer Liga dos Camponeses Pobres, uma organização radical de extrema esquerda que adotou a luta armada como estratégia para chegar ao poder no País através da "violência revolucionária". Paulo Roberto foi a mais recente vítima da LCP, que, sob a omissão das autoridades federais e o silêncio do resto do Brasil, se instalou há oito anos na região e, a cada hora, se mostra mais violenta. Apenas em 2007, as operações do grupo produziram 22 vítimas - 18 camponeses ou fazendeiros e quatro guerrilheiros. Amplamente conhecidos em Rondônia, os integrantes da LCP controlam hoje 500 mil hectares. Estão repartidos em 13 bases que se estendem de Jaru, no centro do Estado, às cercanias da capital Porto Velho, se alongando até a fronteira com a Bolívia, região onde eles acabaram de abrir uma estrada. O propósito dos guerrilheiros seria usá-la como rota de fuga, mas, enquanto não são incomodados nem pela Polícia Federal nem pelo Exército, a trilha clandestina está sendo chamada de transcocaineira - por ela, segundo a polícia local, passam drogas, contrabando e as armas da guerrilha.

ÁREA PROIBIDA
A nenhuma dessas colônias o poder público tem acesso. Sob o manto da "revolução agrária", a LCP empunha as bandeiras do combate à burguesia, ao imperialismo e ao latifúndio, enquanto seus militantes assaltam, torturam, matam e aterrorizam cidades e zonas rurais nessas profundezas do Brasil. Encapuzados, armados com metralhadoras, pistolas, granadas e fuzis AR-15, FAL e AK-47 de uso exclusivo das Forças Armadas, eles já somam quase nove vezes mais combatentes que os 60 militantes do PCdoB que se embrenharam na Floresta Amazônica no início dos anos 70 na lendária Guerrilha do Araguaia. "A Colômbia é aqui", diz o delegado Gonçalves, numa referência às Farc.


NO CORAÇÃO DA GUERRILHA Armado de AR-15, policial entra em território dominado pela LCP e uma barreira que proíbe o acesso ao centro de treinamento militar. "Não dá para observá-los, mas estamos sob sua mira", diz à reportagem de ISTOÉ um sargento da PM de Rondônia
A reportagem de ISTOÉ entrou nessa área proibida. No distrito de Jacinópolis, a 450 quilômetros de Porto Velho, bate o coração da guerrilha. Segundo o serviço secreto da Polícia Militar de Rondônia, é ali que está o campo de treinamento. "Nem com 50 homens armados eu tenho coragem de entrar na invasão deles", admite o delegado. Caminhar pelas hostis estradas enlameadas é como pisar em solo minado. A todo momento e com qualquer pessoa que se converse, o medo de uma emboscada é constante. Os militantes adotam as táticas de bloqueio de estradas e seqüestro das pessoas que trafegam pela área sem um salvo-conduto verbal liberado pela LCP. "É a forma de combater as forças inimigas", escreveram eles num dos panfletos que distribuíram na região. "Esses bandoleiros foram muito bem treinados pelos guerrilheiros das Farc", revela o major Enedy Dias de Araújo, ex-comandante da Polícia Militar de Jaru, cidade onde fica a sede da Liga.
Para se chegar à chamada "revolução agrária", dizem os documentos da LCP aos quais ISTOÉ teve acesso, a principal ação do grupo é pôr em prática a chamada "violência revolucionária". E, para os habitantes locais, essa tem sido uma violência fria e vingativa. No caso da sua mais recente vítima, o que a LCP fez foi uma execução sumária, após um julgamento interno suscitado pela desconfiança sobre o real propósito da presença de Paulo Roberto Garcia na região. "Eles acreditam que o rapaz era um agente infiltrado como agricultor e não tiveram dúvida em matálo", disse o delegado. Dos 22 mortos de 2007, quatro eram fazendeiros e 14 eram funcionários das fazendas, que a liga camponesa classifica como paramilitares. Na parte dos guerrilheiros, quatro foram enterrados - assassinados em circunstâncias distintas por jagunços das fazendas da região.
Além de matar, a LCP é acusada pela polícia de incendiar casas, queimar máquinas e equipamentos e devastar a Floresta Amazônica. Os moradores da comunidade onde vivia Garcia não sabem o que é luta de classe, partido revolucionário e muito menos socialismo. Mas eles sabem muito bem que, desde a chegada da LCP naquelas bandas, a morte matada está vencendo a morte morrida.

ALERTA NA SELVA
Só quem consegue transitar livremente no território da guerrilha são os caminhões dos madeireiros clandestinos, que pagam um pedágio de R$ 2 mil por dia à LCP para rodar nas estradas de terras controladas pela milícia. Em troca do pedágio, os guerrilheiros dão segurança armada aos madeireiros para que eles possam roubar árvores em propriedades privadas, áreas de conservação e terras indígenas. São terras que a LCP diz ter "tomado" - e o verbo tomar, no lugar de "invadir" ou "ocupar", como prefere o MST, não é mera semântica, mas uma revelação do caráter belicoso do grupo. "A falha é do Exército brasileiro, que deixa esses terroristas ocuparem nossa área de fronteira", acusa o major Josenildo Jacinto do Nascimento. Comandante do Batalhão de Polícia Militar Ambiental, Nascimento sente na pele o poder e a arrogância desse bando armado.
No ano passado, eles derrubaram uma base militar da Polícia Ambiental dentro de uma unidade de conservação e seqüestraram seus soldados. "A tática utilizada pela LCP para as emboscadas é certeira", admite um dos militares, mantido preso por sete horas. "Como são estradas de terras, no meio da floresta, eles derrubam árvores, que fecham o caminho. Quando as pessoas descem do carro para retirar a tora, são rendidas", diz E. S., militar da Polícia Ambiental, que recorre ao anonimato para se proteger. "Essa guerra é um câncer que está se espalhando pelo Estado", alerta Nascimento.
Assim como consta nos panfletos da Liga, os guerrilheiros postam homens em bases nos morros com binóculos e rojão para anunciar a "invasão" de sua área por "forças inimigas". Depois de sermos monitorados de perto por grupos de motoqueiros, durante os 38 quilômetros que levamos uma hora e meia para percorrer no território dominado pela LCP, ouvimos uma saraivada de rojões anunciando nossa presença. Estávamos próximos a uma base. O alerta serve também para que os homens armados se infiltrem na mata ocupando as barricadas montadas com grandes árvores nas cercanias dos acampamentos.

MORTE NO CAMPO
O agricultor Garcia foi morto com dois tiros na nuca. "Os guerrilheiros achavam que ele era um agente infiltrado na área da guerrilha", disse o delegado Iramar Gonçalves. Os líderes da LCP acusados de assassinato são Russo e Caco, foragido
"O fato é que não dá para observá-los, mas estamos sob sua mira", adverte o militar da Polícia Ambiental que nos acompanha. Na verdade, a PM Ambiental é a única força do Estado cuja presença ainda é tolerada pela guerrilha. A explicação é simples: com apenas oito agentes para cuidar de quase 900 mil hectares naquela região, eles não representam ameaça ao grupo. Antes, serão presas fáceis se assim os militantes o desejarem.

A BASE
Logo que o barulho dos rojões reverbera na imensidão da selva, as mulheres e crianças vestem seus capuzes e assumem a linha de frente. Quando se chega ao topo de um morro, depois de passar por uma barricada construída com o tronco de uma imensa árvore com a inscrição da Liga, avista-se uma bandeira vermelha tremular na franja de um acampamento de casas com cobertura de palha. Pouco tempo depois, outra barricada e chega-se a uma parada obrigatória. Do outro lado da porteira, transcorreu o seguinte diálogo com uma trupe maltrapilha, encapuzada e arredia.
- O que vocês vieram fazer aqui? - disse um nervoso interlocutor mascarado.
- Somos jornalistas e queremos saber o que vocês têm a dizer sobre a reforma agrária e a Liga dos Camponeses Pobres.
- Podem ir embora, não temos nada a dizer. Vocês só atrapalham.
- Quantas famílias estão nesta invasão?
- 300.
- Podemos falar com o líder de vocês?
- Aqui não existe líder, todos somos iguais.
- Por que vocês ficam mascarados?
- A máscara é nossa identidade.
- Vocês acreditam que podem fazer uma revolução?
- Não temos que dar satisfações à imprensa burguesa.
- De quem vocês recebem apoio?
- Não interessa.
- Podemos entrar no acampamento?
De forma alguma. Vão embora daqui!
Com colete à prova de balas sob a camisa, saímos da porteira do acampamento por uma questão de segurança e voltamos a percorrer de carro, numa estrada precária, mais uma hora e meia até o primeiro ponto de pedágio da LCP. "No ano passado, fomos presos por eles, éramos oito militares e eles tinham mais de 50 homens armados com metralhadoras", conta o sargento da tropa. "Não tem jeito, para resolver o problema com esse bando só com uma ação conjunta do Exército, da Polícia Federal e das forças do Estado."

TERROR O fazendeiro Sebastião Conte teve a sede, os tratores e seu plano de manejo incendiados. Os guerrilheiros não pouparam nem mesmo o posto da Polícia Ambiental, que foi destruído. Nos acampamentos, eles colocam crianças na linha de frente e usam capuzes
Ao voltar da área dominada pela LCP, fica claro, nas reservadas conversas com alguns poucos moradores dispostos a contar algo, que o terror disseminado pela guerrilha se mede pelo silêncio dos camponeses. Os revoltosos controlam a vida das pessoas, além de investigar quem é quem na região. Quem não "colabora" com eles - fornecendo dinheiro, gado ou parte da produção - vira alvo de ataques covardes. Histórias de funcionários das fazendas da região que foram colocados nus sobre formigueiros ou que apanharam até abandonar o local estão muito presentes na memória dos moradores. As torturas praticadas pelos bandoleiros contra trabalhadores rurais dificultam até contratação de mão-de-obra na região. "Ninguém quer trabalhar mais na minha fazenda", admite Sebastião Conte, proprietário de 30 mil hectares de terra. Ele teve parte de sua terra "tomada" há dois anos pela LCP, a sede da fazenda foi queimada, assim como seus tratores, alojamentos e área do manejo florestal. O fazendeiro, acusado pela Liga de ser um latifundiário, é prova de que o terror da guerrilha é igual para todos. Segundo ele, nos últimos dois anos, teve que enterrar três de seus funcionários. "Todos eles assassinados barbaramente", diz Conte. "Estou pedindo socorro. Não sei mais a quem recorrer."
Longe de lá, na cidade de Cujubim, os trabalhadores rurais empregados das fazendas não dispensam o porte de armas. "Aqui ou você anda armado ou está morto", diz M.L. O capataz da fazenda e seu filho já perderam a conta de quantas vezes trocaram chumbo com os mascarados que tentam invadir a fazenda. Tratados como paramilitares, os funcionários das fazendas são, depois dos fazendeiros, os alvos prediletos dos ataques da Liga. Nelson Elbrio, gerente da Fazenda Mutum, teve o azar de cair nas mãos da "organização". Ele foi rendido exatamente como os militares da Polícia Ambiental e ficou preso sob a mira de uma arma por seis horas. "Assim que eu fiz a curva na estrada dei de cara com uns 15 homens encapuzados e fortemente armados. Eles me tiraram do carro e a partir daí vivi um inferno", conta Elbrio. "Eles queriam que eu revelasse os segredos da fazenda: quantas pessoas trabalhavam lá, depósito de combustível, se tinha seguranças armados." O sofrimento do funcionário se estendeu até o final da tarde, quando o grupo o arrastou até a sede da fazenda, dando tiros de escopeta próximo a seu ouvido. Em seguida, o obrigaram a assisti-los incendiando a propriedade e os tratores. "Nunca mais dormi bem", diz Elbrio.
Com a morte à espreita, o medo transformou distritos inteiros em zonas despovoadas - verdadeiras vilas fantasmas - e criou uma massa de gente refugiada de sua própria terra, expulsa pela guerrilha. Em Jacilândia, das 25 casas de madeira da única rua do distrito, só oito estão habitadas. Até a igreja fechou suas portas. "O povo foi embora com medo dos guerrilheiros", conta um dos moradores, um ancião que só admite a entrevista sob o anonimato. "Aqui não podemos falar nada. Para ficar de pé tem que se aprender a viver", diz o velho agricultor. O silêncio e o abandono das terras são a mais dura tradução desse novo modo de viver. Maria, a mãe do agricultor assassinado, não esperou a missa de sétimo dia do caçula. Deixou para trás os 100 hectares, onde tinha 100 cabeças de gado e a casa recém-construída. Partiu para um lugar ignorado, sob a proteção de outro filho.

O SILÊNCIO
Naquele pedaço de terra, os poucos que, apesar de tudo, permanecem na área não têm rostos ou nomes. Quando interrogados pela polícia na apuração dos crimes, eles se tornam também cegos e surdos. "Não existe testemunha de nada", reclama o delegado Gonçalves. A razão das infrutíferas apurações policiais é que os insurgentes presos são facilmente liberados pela Justiça. "Como eles usam a tática guerrilheira do uso de máscaras em suas ações, nós ficamos de mãos atadas para puni-los. Nunca se sabe quem de fato matou", queixa-se o delegado. As únicas lideranças da LCP a enfrentar a prisão por causa de assassinatos foram Wenderson Francisco dos Santos (Russo) e Edilberto Resende da Silva (Caco), que se encontra foragido. Os dois foram acusados de participar do assassinato do trabalhador rural Antônio Martins, em 2003. Russo foi absolvido em primeira instância e os promotores recorreram da decisão ao Tribunal de Justiça.

A ABIN SABE
Essa tensão é o pano de fundo de uma guerra psicológica que os ideólogos da organização avaliam como a ideal para que a área seja abandonada pelos fazendeiros. "A melhor forma de desocupar a área é destruindo o latifúndio", nos disse um dos mascarados, chamado de Luiz por um colega. Na lógica da LCP, os fazendeiros têm que tomar prejuízo sempre, senão eles não abandonam a terra. À frente de 300 famílias da invasão da Fazenda Catanio, uma propriedade de 25 mil hectares, o guerrilheiro Luiz defende o confisco do gado para matar a fome dos invasores e considera que a "tomada" de terra é a forma legal de fazer uma "revolução agrária". "Se esperarmos a Justiça, ficaremos anos plantados aqui", diz ele.
A audácia dos militantes da LCP é tanta que no ano passado mais de 200 deles marcharam encapuzados pelas ruas do município de Buritis, a 450 quilômetros de Porto Velho, até parar na porta da delegacia, onde exigiram a saída do delegado Gonçalves da comarca. Motivo: ele tinha prendido um dos líderes da facção guerrilheira. Não satisfeitos, os bandoleiros bateram às portas do Ministério Público e da Justiça exigindo que os titulares dos órgãos também se afastassem. O fato foi reportado ao Ministério da Justiça, ao presidente Lula e ao governo estadual. Até agora, não houve nenhuma resposta. "Ninguém leva a sério nossas denúncias. Eles pensam que estamos brincando, que a denúncia de guerrilha é um delírio", indigna-se o delegado Gonçalves. "Isso vai acabar numa tragédia de proporções alarmantes, e aí sim vão aparecer os defensores dos direitos humanos", critica ele. É exatamente nessa desconsideração das denúncias de promotores, juízes e militares que a Liga ganha força e cresce impunemente.
Tão trágica quanto o terror que esse grupo armado impõe às comunidades rurais é o fato de os governos estadual e federal saberem da existência desse bando armado - e não fazerem nada. Segundo o Dossiê LCP, um relatório confidencial da polícia de Rondônia, com 120 páginas, encaminhado em dezembro passado à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ao Exército e ao Ministério da Reforma Agrária, o grupo armado, além de cometer todo tipo de barbaridade, é financiado por madeireiros ilegais. Conforme o documento, a LCP controla uma área estimada em 500 mil hectares, onde doutrina mais de quatro mil famílias de camponeses pobres espalhadas por mais de 20 assentamentos da reforma agrária distribuídos pelos Estados de Minas Gerais, Pará e Rondônia. "Eles estão na contramão do que é contemporâneo. Mas, de fato, formaram um 'Estado' paralelo", entende Oswaldo Firmo, juiz de direito da Vara especializada em Conflito Agrário do Estado de Minas Gerais.

FORÇA-TAREFA
Documentos em poder de ISTOÉ comprovam que as autoridades federais têm feito ouvidos de mercador para o problema. No dia 11 de janeiro de 2008, o ouvidor agrário do governo federal, desembargador Gercino José da Silva Filho, acusou o recebimento das denúncias encaminhadas a ele sobre as ilegalidades cometidas por integrantes da Liga dos Camponeses Pobres. Mais uma vez, nada foi feito. "Eles dizem que sabem de tudo, mas cadê a ação?", questiona o major Nascimento, comandante da Polícia Militar Ambiental de Rondônia. "Essa situação aqui só será resolvida em conjunto com outras forças militares", admite o major. Foi o que aconteceu no Estado do Pará, em novembro passado, na chamada Operação Paz no Campo, quando uma ação envolvendo o Exército, as polícias civil e militar e a Polícia Federal desocuparam um acampamento da LCP na Fazenda Fourkilha, no sul do Estado. Com dois helicópteros, 200 homens e 40 viaturas, a força-tarefa cercou o local, prendeu cerca de 150 militantes e recolheu um verdadeiro arsenal de guerra. "Precisamos da mão forte do Estado. Aqui somos tratados como cidadãos marginais", emenda o fazendeiro Sebastião Conte.

Arte na Ruina - Movimento Cultural

Na última Apresentação do Grupo Arte na Ruina, onde na oportunidade se fizeram presentes Daniel Zein Presidente da Fundação Elias Mansour e equipe da Instituição, a Senhora Queilah Diniz, Secretária de Promoção Cultural do Ministério da Cultura e representantes de diversos segmentos de produção cultural do Municipio de Xapuri, como sempre as apresentações do aludido Grupo causam sentimentos muitos peculiares de perplexidade e leva a uma profunda reflexão do ambiente como um todo, já que o mesmo leva os espectadores a uma viagem instrospectiva não somente da cultura local, mas da história de formação das lutas da sociedade civil dessa cidade que é repleta de situações que no minimo são enaltecedoras na formação da personalidade de cada xapuriense de natureza ou de coração.

No caso em epígrafe, oque se chama atenção é um grupo de jovens que pela sua diversidade na produção artisitca, haja visto que no grupo as expessões artiticas independentes na apresentação do espetáculo, forma um todo que leva ao pensamento crítico não só da tradição cultural xapuriense, mas da capacidade desses jovens de convirem com o diferente, com a diversidades das expressões contidas no próprio espetáculo.

E aproveitando a presença dessas personalidades e sempre lincado principalmente no que realmente as pessoas pensam, tomei a liberdade de conversar com o Presidente da Fundação Elias Mansour a cerca nao somente da apresentação mas do encontro de Planejamento idealizado pelo Instituto Chico Mendes com diversos gurpos Produtores Culturais do Municipio.

Terminada a apresentação do Grupo Arte na Ruina, qual é a sua impressao do espetáculo?
Fiquei surpreso no bom sentido, eu já tinha conhecimento do projeto, sabia que esses jovens já vinha se organizando no sentido de terem um espaço de apresentação e usaram experimentalmente esssa antiga delegacia para apresentrações na area da dança, da musica e de outras expressões artisticas mas buscando uma nova visão de impressionar o publico, mesmo sabendo do projeto tinha uma noção doque se tratava, mas não tinha noção da amplitude de que se tratava, quando me deparei com varias expressoes artisiticas que democraticamente convivem num mesmo ambiente, fiquei deveras impressionado em saber que após um dia de planejamento como o de hoje no encontro com produtores culturais do Município no sentido de elaboração de projetos de ações admnistrativas de como encaminhar as orientações e possiveis soluções apontadas para a cultura local, quais as perpectivas de financiamento, enfim, quando a gente ve o resultado de um trabalho produtivo e fecha o dia com uma apresentação desse tipo com jovens que buscam justamente orientar as discurssões num trabalho prático de produção cultural, temos a nitida impressão que estamos fazendo a coisa certa que é de planejar as ações desses agentes culturais e buscar incentivos viáveis através desssa pessoas que pelas suas expressões artísticas e culturais promovem uma conciencia agrupadora que promove a busca do simbolismo da tradições dos valores da comunidade, até mesmo oque é mais caro para o ser humano que é a cultura e como que a clareza dessa questaão possa alavancar novos potenciais artistcos, novas projeções de posturas culturais .

A Equipe da Fundação Elias Mansour esteve em Xapuri no dia de ontem, hoje e permanecerá até amanhã, realizando um planejamento estratégico para as ações culturais neste municicipio, e para o senhor como presidente da Fem, qual a sua expectativa em relação aos projetos de Xapuri e se por ventura já existe alguma definição para o municipio neste ano de 2008?
A expectativa é que seja bastante grande a apresentação de projetos a serem analizados pela Lei de Incentivo a Cultura, até mesmo pelas discurssoes que já foram realizadas, apesar de terem sido discutidos numa ambrangência reduzida, tendo em vista que teríamos maior efeito numa discurssão mais ampliada, como numa Conferência Municipal ou numa instância similar, que pudesse aferir ao setor público a responsabilidade na utilização dos espaços públicos, proporcionando uma participação efetiva da comunidade, interagindo de fato nas expressões que lhes são peculiares e portanto definindo realmente quais são suas reais necessidades das políticas públicas e que possam definir não somente as dificuldades mas a delimitação de como se pode atingir esses desejos, anseios, e essa oficina esse planejamento do Instituto Chico Mendes com a Fundação Elias Mansour e com o Ministério da Cultura é fundamental pra obtenção dessa realidade e se tornar mais crente para aquilo que o municipio precisa nessa área de cultura, é um planejamento reduzido por estarem um grupo especifico com a participação do Arte na Ruina e outros partícipes, mas já é um grande passo que abre oportunidade para outras situações que envolvam outras instâncias, setores, poder publico e agentes produtores culturais participem desses momentos, haja visto que a intenção da Fem é fazer com que se busque oque é melhor para o municipio na area cultural , principalmente na área das políticas públicas de maneira participativa.

Prof. Joscíres Ângelo