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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Charge do Dia

Agora que o carnaval acabou e os candidatos à candidatos utilizaram da boa oportunidade para serem vistos é o momento de esperar a próxima festa popular que no caso é a Páscoa, vamos poupar para dar ovos de Páscoa pessoal... Só lembrando que o meu eu quero lacta 1000gr.... e Boa quarta de cinzas

Saudosismo... Somente saudosismo

Embriagado de tanta água de coco, dos quitutes da praça de alimentação carnavalesca acabo de chegar em casa da última noite de carnaval xapuriense, onde neste ano devido a dengue apenas fui espectador, e no curto trajeto da folia até minha casa vim relembrando do carnaval que assisti para os primeiros carnavais em que fui folião.
Embora ainda sendo muito jovem... Jovem mesmo... Sou da época dos carnavais do Clube Municipal, Bilhar, Ponto Chique, Assemux ou tantos outros nomes que o denominaram durante as décadas com que serviu a comunidade xapuriense com tamanho glamour, dos esquentas para a juventude principalmente na década de 90 nas boates São Sebastião do saudoso Senhor Nogueira, da Disco Laser na Casa Branca do Ex-prefeito Vanderlei Viana, da Hangar 44 ao lado da Casa Portuguesa, da Limitada Dance na Casa Comercial a Limitada e até mesmo da Eldorado do Amigo Almir Ribeiro, boates essas que não precisavam de segurança porque o intuito da juventude era somente de dançar e não de realizar badernas como vemos hoje nas atuais.

Pois bem para nós jovens a festa começava nesses locais e a certa hora todos com suas mesas já compradas a preço de ouro adentrávamos no Clube Municipal para amanhecermos o dia na folia, o próprio baile era um carnaval à parte, lembro-me que a dança restringia em todos em fila indiana ficar a noite inteira rodando no salão em círculos internos e externos, sem grupos, sem distinção social ou intenções sorrateiras, apenas folia carnavalesca.

Lembrei-me que um dos meus primeiros carnavais no baile adulto, foi recheado de atenções da policia militar... era o carnaval de 89, e fazia pouco menos de 45 dias do assassinato de Chico Mendes e tudo em Xapuri girava em torno do acontecido, mesmo assim a festa ocorreu na maior tranqüilidade. Se fosse hoje teriam uma série de homenagens discursos durante a folia, mas na época somente festa.

Carnaval dos tradicionais “Ranchos” em que a chuva de maisena e trigo deixava todos os brincantes branquinhos... branquinhos, nesses ranchos duas figuras ainda vivas e se Deus quiser continuaram assim por muito tempo representam de forma respeitosa aquela época de glamour (Dona Albertina e Dona Zélia Salim), senhoras que sempre representaram a alegria e a virilidade da festa carnavalesca trazida no sangue das décadas de ouro do carnaval na princesinha. Jamais poderia deixar de falar de Hélio Rodrigues (in memorian) o grande mentor dos desfiles de blocos carnavalescos pelas ruas xapurienses e durante décadas o principal organizador de bailes nesta cidade, de João Simão Sabiá – (in memorian), saudoso presidente da Agremiação Unidos do Limoeiro Esporte Clube, pasmem escola de Samba de Xapuri, que em alguns anos juntamente com Hélio Rodrigues, Orlando Praxedes e Vanderlei Viana, colocaram a competição de escolas de Samba na rua é muita gente para lembrar e seria injusto se esquecesse algum por isso que todos sintam-se representados por esses 4 personagens vívidos na história carnavalesca da Princesinha do Acre...
Começo a dar gargalhadas, por que como sempre o carnaval de Xapuri esteve atrelado à política municipal, já que contam as más e boas línguas da cidade que durante o primeiro mandado de Vanderley o mesmo era o patrocinador de uma determinada Escola de samba de Xapuri e que a roupa da Rainha da escola que viria de Rio Branco pelo ônibus da empresa Acreana ficou atolada com o veiculo na BR 317, impossibilitando a sua chegada para o desfile, depois de todos os argumentos para atrasar o desfile e vendo que não adiantaria mais os seus esforços porque a Unidos do Limoeiro sairia de qualquer forma, o prefeito rapidamente vai até a antiga eletroacre e decreta que os funcionários desliguem os motores de geração de energia e Xapuri fica às escuras, mesmo assim com carros posicionados nas laterais das ruas xapurienses e seus faróis acessos o desfile acontece e o Limoeiro leva o troféu de campeã...

Desta feita lembrei-me que os carnavais em clube acabaram em 1996 com a pose de Júlio Barbosa (PT) no cargo de Prefeito, para a história oficial tudo ocorreu porque a administração popularizou o carnaval de rua, já que o carnaval no Clube municipal não seria acessível à grande maioria da população e sendo carnaval uma festa popular todos deveriam desfrutar dela... concordo plenamente e diga-se de passagem que segundo as minhas fotos de arquivos os carnavais populares de 1997 a 2002 nesta cidade foram o auge dessa nova versão carnavalesca... mas vamos aos fatos do carnaval do Assemux...

O clube municipal era administrado desde épocas mais remotas pelo senhor “Caboclo” que nas eleições municipais realizadas em 1995 para o quadriênio 96/2000 apoiou o então prefeito José Menezes e de um lado Tiãozinho, mas quem levou foi Júlio Barbosa e por “birra” política entrou numa ferrenha briga com o administrador do Clube inclusive ao ponto de confiscar mesas e cadeiras que segundo o município pertenceriam ao sindicato dos servidores municipais e olha que foi briga das feias... como é bom ter memória de elefante...

Voltando ao carnaval de 2010, hoje andando pelo meio dos brincantes é costumeiro ver todos os jovens com “batidas”, “Cocktails” à base de vodka, caninha e outras bebidas destiladas que levantam o astral de qualquer cristão, pouquíssimos tomam cerveja e lembrei “nos meus carnavais” o point para bebermos era a antiga Lanchonete Aquino do saúdo Chico Aquino (In Memorian), onde todos se encontravam para bebericar cerveja, whisky para quem tinha dinheiro o chique era Natu Nobilis , para os menos afortunados a versão paraguaia Old Eight que mais parecia gasolina pura, para nós jovens não nos atrevíamos a tal bebida e seriam até vistos de olhos torcidos se caso o fizéssemos, por isso bebíamos Cortezano e Martini, aos mais afoitos uma caipirinha e muito bem feita com a Pinga Camel....kkkkk... para as amigas e acompanhantes cerveja e canelinha, para os jovens seria sacrilégio fumar, porém para os mais velhos o cigarro “da hora” era o Hollywood e o Charm, hoje a garotada fumam..... Melhor nem comentar

Outra coisa que lembrei nesse percurso é do encerramento dos carnavais em que fui folião, ou o “enterro da folia” já que quem não se lembra de todos os brincantes que resistiram até o amanhecer 6:00 ou 7:00 horas da manhã, saindo do Assemux com a banda tocando pelas ruas da cidade até à praça São Sebastião para fazer o encerramento do Carnaval e sempre com a máxima até a missa das cinzas e o próximo carnaval... Na verdade nunca soube o porque dessa ação de sempre terminar a folia na Praça de São Sebastião, justamente no local onde se inicia os festejos do padroeiro da Cidade... é uma coisa que vou à procura, mas fazíamos sem saber o significado, era bom, cultura, rememorávamos os nossos antepassados e revivíamos toda uma simbologia que mesmo desconhecendo o significado mantinha em nós a chama acessa do carnaval para o próximo ano...
Por falar em “enterro do carnaval” atualmente a festa é obrigada a acabar às 4:00 e mais tardar as 5:00 da manhã por que assim a policia determina... ora bolas é incompreensível e inadmissível que apoiado no discurso da segurança mandem toda uma cultura para o beléleu, o poder público deve criar situações para que as culturas populares continuam e não as extingam simplesmente a seu bel prazer para facilitar o seu trabalho, se assim o fosse necessário como será que aconteceria os carnavais de Salvador, Recife, Olinda, Rio de Janeiro já que como meu avô dizia lá é como cantiga de grilo “é intiriço”. Vamos refletir senhores de que segurança é extremamente importante, manter o respeito às leis criadas para facilitação do trabalho de um ou de outro é importante, porém o mais importante é manter culturas saudáveis vividas na memória de um povo... Ora como querem que o carnaval seja como antigamente se vocês matam a memória dos nossos antepassados e impede o acesso dos jovens à esses conhecimentos???

Em tempo parabenizo a administração Xapuri para todos pela ornamentação do local e principalmente a Policia Militar que pelo menos aprendeu de que não há necessidade da truculenta, violenta e incompreensível COE para essas festas populares, só precisam relembrar à alguns policiais com certas patentes de que o respeito deve ser recíproco quando chegam a uma cidade, porque sinceramente preferiria que fosse somente policiais desta cidade a atuar nessas festas, já que como não estava bebendo vi situações de desrespeito à brincantes por parte do comando da operação de segurança da Policia Militar. Ademais parabenizo os Seguranças civis contratados para o carnaval que ao meu ver realizaram um brilhante trabalho...

Acho que vou dormir porque as idéias fervilham, bem como as lembranças e diga-se, de passagem todas boas... Então aos foliões que assim como eu gostam do verdadeiro carnaval, vejo todos no Carnaval fora de época e no ano de 2011, se assim o Grande Criador desejar e permitir, e que as bandas sejam melhores.....

Imagem extraida do site: http://www.reinaldoferreira.com.br

Cultura de Carnaval

Sentado com o colega Fisioterapeuta Claudio, que esteve me visitando nesta terça, tomei conhecimento de uma bonita lenda da Tribo americana Cherokees. Conta-se a lenda do rito de passagem da juventude dos índios Cherokees que o pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho. O filho se senta sozinho no topo de um montanha toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte. Ele não pode gritar por socorro para ninguém.

Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem. Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido. O menino está naturalmente amedrontado. Ele pode ouvir toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele.

Talvez alguns humanos possam feri-lo. Os insetos e cobras podem vir pica-lo. Ele pode estar com frio, fome e sede. O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda.
Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem. Finalmente... Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida. Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele. Ele estava a noite inteira protegendo seu filho do perigo.

Nós também nunca estamos sozinhos! Por isso evite tirar a sua venda antes do amanhecer...