Caros Leitores, desde a sua criação o Blog Xapuri News, o intuito sempre foi de ser mais um espaço democrático de noticias e variedades, diretamente da Princesinha do Acre - Terras de Chico Mendes - para o mundo, e passará momentaneamente a ser o instrumento de divulgação das Ações da Administração, Xapuri Nossa Terra, Nosso Orgulho, oque jamais implicará em mudança no estilo crítico das postagens.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Rapidinhas da Politica Xapuriense

1- Até macumba está na rodada para vencer as eleiçoes para a prefeitura de Xapuri. Segundo informações em um terreiro de umbanda bastante conhecido na cidade, estvam expostos a olhos de todos fotografias de alguns pólidos prefeitáveis. Trabalho bravo!!!!

2- Tem gente roendo osso, devido o financeiro de sua campanha não estar de acordo com oque se previa. acabou que muitos aliados nao aportaram as devidas quantias prometidas. É agora a camanha é no gogó e na sola do sapato!!!

3- É bom o Dr. Anastácio, Juiz Eleitoral de Xapuri ficar atento com as carteiras de ajuda dos candidatos, por que está uma verdadeira distribuição de beneficios eleitoreiros. É dinheiro pra cá... é sacolão pra lá... é caixa dagua pra um... é botija de gás pra outro... pelo que eu saiba a legislação eleitoral proibe isso...

4- Pesquisa quentina saindo do forno, traz interessantes dados, vou publicar quando tiver a real certeza de que não foi maquiada. Caso tenha sido pode esperar que vou como sempre abrir a boca...

5- A baixaria continua sendo frequente nas abordagens dos ciadadãos quando do pedido de voto. Como muita gente tem muita coisa a dizer e alguns candidatos não estão nem um pouco interessados em ouvir, porque a verdade dói.. a coisa fica feia...

6- Apesar de nao estar presente no comício do sr. Manoel Moraes, segundo informações que chegaram até mim, o FBI americano perdia para a equipe de outros candidatos presentes no local, era camera fotográfica, gravador, filmadora... eiiita.... jogo democrático é isso mesmo.

7- acho que é melhor parar... mas vou deixar a frase do dia: "Eu aprendi que ser gentil é mais importante do que estar certo."
(William Shakespeare)

Abraços a todos

*A Charge é do Cartunista Braga

Com verba polpuda, saúde é minguada no interior do Acre

Acre recebe R$ 11,7 milhões, mas não evita mortes por malária em hospital do Juruá. Fonte>MONTEZUMA CRUZ
Mesmo recebendo R$ 19,5 milhões para ações de vigilância em saúde, dos quais, 60% (R$ 11,7 milhões) se destinaram à prevenção e ao controle da malária no período 2003-2008, o governo acreano não tem conseguido evitar mortes causadas pela doença. A Agência Amazônia obteve esses valores com o coordenador do Programa Nacional de Controle da Malária do Ministério da Saúde, José Lázaro de Brito Ladislau.

Em Cruzeiro do Sul, na fronteira com o Peru, Maria Caroline Silva de Lima, de apenas três anos, vítima de malária Falciparum, teve convulsão e morte cerebral no dia 12 de junho no Hospital Regional do Juruá. O hospital é um dos mais procurados por vítimas dessa doença.

Carros, microscópios e GPS
No final de 2007 o Ministério da Saúde repassou mais R$ 503 mil para a intensificação dessas ações. Só para a capacitação de profissionais, o Acre embolsou R$ 1,98 milhão em cinco anos.

Segundo Ladislau, entre outros equipamentos o ministério doou ao Acre 140 pulverizadores; 109 microscópios bacteriológicos; 26 picaps cabine dupla 4 x 4; dez picaps cabine dupla 4 x 2; 128 motocicletas; 104 bicicletas; dois botes de alumínio de dez metros de comprimento; 40 botes de alumínio; 44 motores de pôpa de 25 HP; 16 aparelhos de GPS; (Global System Position) 31 grupos geradores; e 37 kits de informática.

Enquanto isso os servidores se queixam que nem sequer conseguiram o direito a uma consulta decente e medicamentos eficazes no controle da doença que também os atacou. Eles contradizem o argumento da Secretaria de Saúde do Acre – usado na peça de defesa à Justiça Federal – de que recebiam "equipamento adequado e acompanhamento médico para a captura de mosquitos". “Nunca tomei o medicamento Primaquina para a prevenção da doença. Nunca houve nem há médicos lotados no Setor de Endemias de Cruzeiro do Sul”, relatou o agente Marcílio Ferreira à PF.

Segundo Ferreira, quando algum agente adoecia e precisava ir ao médico, tinha que recorrer ao hospital público. O agente Jamisson Rodrigues Guimarães confirmou o que ele disse. Contou ter contraído malária três vezes, todas elas em conseqüência da captura do anofelino. Guimarães também relatou que nunca recebeu um atestado médico para faltar ao serviço e se recuperar da malária adquirida no trabalho de isca.

Prefeito de Epitaciolândia é acusado de homofobia e terá que explicar na justiça

O prefeito do município de Epitaciolândia, Jose Ronaldo (PSB), está sendo acusado pela Associação dos Homossexuais do Acre (AHAC) de homofobia. Os fatos ocorreram em outubro do ano passado.

Jose Ronaldo teria utilizado o programa "Gente em Debate" da Rádio Difusora, apresentado pelo jornalista Washington, para agredir verbalmente, fazendo referências preconceituosas, de cunho homofóbico, segundo a AHAC, contra o cidadão Jonas dos Santos Gomes, representante do Conselho Estadual da Juventude na Regional do Alto Acre.

Por questões éticas, e pelo baixo nível da linguagem adotada, as palavras do prefeito não serão reproduzidas neste espaço. As declarações constam no processo 070.08.008784-1, em trâmite no 3º Juizado Civil da Comarca de Rio Branco, aos cuidados da Juíza Mirla Cutrim.

A agressão, segundo relato de Jonas, teria ocorrido logo após o mesmo questionar a demora na aplicação de recursos oriundos de uma emenda parlamentar de autoria do deputado federal Nilson Mourão, destinada à construção de um Centro de Juventude no município.

"Estava apenas cumprindo meu dever como conselheiro da juventude, pois havia demora na aplicação dos recursos e estávamos com receio de que a emenda fosse perdida", disse Jonas Gomes.

Uma audiência de conciliação acontecerá nesta quinta-feira (24). O início está previsto para as 11:00 horas. Jonas pede R$ 15.200,00 a título de indenização por danos morais.

O que é homofobia?
Homofobia caracteriza o medo e o resultante desprezo pelos homossexuais que alguns indivíduos sentem. Para muitas pessoas é fruto do medo de elas próprias serem homossexuais ou de que os outros pensem que o são. O termo é usado para descrever uma repulsa face às relações afetivas e sexuais entre pessoas do mesmo sexo, um ódio generalizado aos homossexuais e todos os aspectos do preconceito heterossexista e da discriminação anti-homossexual.

Homofobia é crime?
O projeto de lei contra a homofobia já foi aprovado na Câmara dos Deputados e atualmente encontra-se em análise na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado e, se aprovado, tornará crime qualquer ato que atente contra a liberdade de opção sexual das pessoas.

Justiça Eleitoral já recebeu mais de 30 denúncias de propaganda irregular

Campeã é a 8a. zona


Até ontem (22), o serviço Disque-Denúncia do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC), já havia registrado 36 denúncias de irregularidades nas campanhas eleitorais em todo o estado.

A maior quantidade de denúncias, com 13 registros, se referem à jurisdição da 8ª Zona Eleitoral, que abrange os municípios de Senador Guiomard, Acrelândia, Capixaba e Plácido de Castro. Entretanto, tem sido recebidas denúncias dos demais municípios do estado.

As principais se referem à propaganda eleitoral em locais e formas proibidas, à utilização indevida de servidor e uso de equipamentos públicos em campanha eleitoral e à elaboração de listas contendo o nome, o número do título e a seção de votação de eleitores.

Caso comprovada a irregularidade, tanto o candidato, como o terceiro, eleitor ou não, que cometeram infração à lei eleitoral, poderão ser punidos pelo ato.

A partir de uma ligação gratuita para o número 0800-647-4300, a população de todo o estado do Acre, poderá comunicar ao respectivo Juiz Eleitoral, mesmo sem precisar se identificar, as irregularidades na propaganda, bem como outros crimes previstos na legislação eleitoral (Disque-Denúncia), e ainda, solicitar informações referentes à sua situação eleitoral e ao pleito municipal (Disque-Eleições).

No caso de denúncia, o interessado também poderá acessar o site do TRE-AC (www.tre-ac.gov.br) e registrar as informações no link “Disque-Denúncia”, ou encaminhar as informações para o correio eletrônico denuncia@tre-ac.gov.br.Este endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email

As denúncias são registradas e encaminhadas de imediato, via on-line, ao Juiz Eleitoral, responsável pela jurisdição em que houve ou está ocorrendo a irregularidade denunciada, para que sejam adotadas as devidas providências.

Será de extrema importância para a Justiça Eleitoral, além das provas testemunhais, o envio de fotos, vídeos, áudios, objetos, documentos e outras formas que possam comprovar a irregularidade eleitoral.

A Justiça Eleitoral tem como um dos seus objetivos, combater as irregularidades no processo eleitoral, como a propaganda em locais proibidos e o abuso do poder econômico.

Os serviços Disque-Denúncia e Disque-Eleições, com o número 0800-647-4300, funcionarão das 8 às 18 horas, nos dias úteis, sábados, domingos e feriados, até o dia 5 de outubro, dia das eleições.

ASCOM / TRE-Acre

15 anos da Chacina da Candelária - Nada Mudou...


Há 15 anos, um ato no Rio de Janeiro mostrava o quanto nossa população de rua precisa de atenção, respeito e dignidade. A Chacina da Candelária, como ficou conhecida, vitimou oito crianças e adolescentes através de uma ação covarde, irresponsável e desumana de policiais militares que atiraram contra 50 pessoas que dormiam sob a marquise da Igreja da Candelária.

Passados todos estes anos, a chacina virou emblema da falta de justiça e do clamor por ela. Para que o fato nunca caia no esquecimento, organizações, movimentos sociais e diversas entidades realizam amanhã (23), a partir das 8h, uma missa e a caminhada "Em defesa da Vida, pelos 18 anos do ECA e contra a redução da maioridade penal". A marcha sairá da Igreja e seguirá até a Cinelândia, onde será lido um documento sobre a questão da maioridade penal.

"A Chacina aconteceu no dia 23 de julho, há 15 anos. Mas podemos afirmar que ela continua acontecendo, uma vez que todos os dias nossas crianças e adolescentes estão morrendo vítimas da violência. Isso deixa claro que no nosso país a pena de morte só não existe na lei, mas ela existe na prática, no nosso cotidiano. E ela existe com mais eficácia para pobres, negros e jovens excluídos", afirma Mônica Susana Cunha, integrante do Movimento Moleque, uma das organizações envolvidas na atividade de amanhã.

Ela acrescenta que o ato de amanhã chama a atenção para a condição em que estão nossas crianças, adolescentes e jovens brasileiros. Menciona os 18 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente - considerado um dos melhores do mundo, mas que na prática ainda deixa a desejar em sua aplicação. Fala ainda sobre a redução da maioridade penal, cujo documento expõe que a solução para o fim da violência não está em atestar para adolescentes penas adultas. "Nossos jovens estão morrendo e é preciso que se faça algo. A redução da maioridade penal definitivamente não é a solução", completa.

A violência contra crianças e adolescentes é responsável pelo assassinato de pelo menos 16 crianças e adolescentes por dia no Brasil, segundo já apontou representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Como geralmente nós brasileiros temos memória curta vou relembrar alguns fatos para se entender o caso, primeiro é necessário dizer que a chacina da Candelária, como ficou registrada pela mídia, ocorreu na madrugada do dia 23 de julho de 1993 próximo às dependências da Igreja de mesmo nome localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro. Nesta chacina, seis menores e dois maiores sem-tetos foram assassinados pela polícia.

Origem da chacina
Muito se especulou sobre os reais motivos da chacina, mas até hoje não se sabe por certo o que levou à realização da mesma. Duas das hipóteses mais aceitas afirmam que a chacina foi realizada por vingança. Uma dessas hipóteses afirma que o motivo de vingança dos policiais seria o fato de que na manhã do dia 22 de julho de 1993 um grupo de menores de rua estaria atirando pedras em carros da polícia. A outra hipótese diz que o motivo da vingança seria o fato de uma das crianças ter assaltado a mãe de um policial. Uma outra hipótese menos aceita afirma que os policiais fariam parte de um grupo de extermínio e que foram contratados para realizar a "limpeza" do centro histórico do Rio de Janeiro.

A chacina
Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, aproximadamente à meia-noite, vários carros de polícia pararam em frente à Igreja da Candelária. Logo após, os policiais abriram fogo contra mais de setenta crianças e adolescentes que estavam dormindo nas proximidades da Igreja. Como resultado da chacina, seis menores e dois maiores morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos. Um dos sobreviventes da chacina, Sandro Rosa do Nascimento, mais tarde voltou aos noticiários quando se tornou o responsável pelo seqüestro do ônibus 174.

Lista de mortos
Os nomes dos oito mortos no episódio encontram-se inscritos em uma cruz de madeira, erguida no jardim de frente da Igreja:
Paulo Roberto de Oliveira, 11 anos
Anderson de Oliveira Pereira, 13 anos
Marcelo Cândido de Jesus, 14 anos
Valdevino Miguel de Almeida, 14 anos
"Gambazinho", 17 anos
Leandro Santos da Conceição, 17 anos
Paulo José da Silva, 18 anos
Marcos Antônio Alves da Silva, 19 anos

Investigação e condenados
A investigação pelos culpados, levou até Wagner dos Santos um dos adolescentes feridos na chacina. Santos sofreria um segundo atentado em 12 de setembro de 1994 na Estação Central do Brasil, o que lhe colocou no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas. Seu testemunho foi fundamental no reconhecimento dos envolvidos. Inicialmente foram indiciadas quatro pessoas pela chacina: o ex-Policial Militar Marcus Vinícios Emmanuel, os Policiais Militares Cláudio dos Santos e Marcelo Cortes e o serralheiro Jurandir Gomes França. Os condenados foram:

Marcus Vinícios Emmanuel, ex-Policial Militar – foi condenado a 309 anos de prisão em primeira instânica. Recorreu a sentença e, num segundo julgamento, foi condenado a 89 anos. Insatisfeito com o resultado, o Ministério Público pediu um novo julgamento e, em fevereiro de 2003, Emmanuel foi condenado a 300 anos de prisão.
Nelson Oliveira dos Santos – foi condenado a 243 anos de prisão pelas mortes da chacina e a 18 anos por tentativa de assassinato de Santos. Recorreu a sentença, sendo absolvido pelas mortes em um segundo julgamento, mesmo após ter confessado o crime. O Ministério Público recorreu e, no ano de 2000, Nelson foi condenando a 27 anos de prisão pelas mortes e foi mantida a condenação por tentativa de assassinato, somando uma pena de 45 anos.
Marco Aurélio Alcântara Dias – foi condenado a 204 anos de prisão.

Envolvidos na chacina que não foram condenados:
Arlindo Lisboa Afonso Júnior – condenado a dois anos por ter em seu poder uma das armas usadas no crime.
Carlos Jorge Liaffa – não foi indiciado, mesmo tendo sido reconhecido por um sobrevivente e a perícia ter comprovado que uma das cápsulas que atingiu uma das vítimas foi disparada pela arma de seu padrasto.

Referências culturais
A chacina foi retratada num episódio do programa Linha Direta da Rede Globo. Também é retratada, em formato de flashback, pelo protagonista do livro O Imperador da Ursa Maior de Carlos Eduardo Novaes. O documentário Ônibus 174 de José Padilha narra a história de Sandro Barbosa do Nascimento, sobrevivente do massacre que, anos mais tarde, possivelmente perturbado psicologicamente pelo evento, protagonizou o seqüestro ao ônibus da linha 174 da mesma cidade.

Ditos e não ditos

Colaboração de Claudionor Mendonça dos Santos
Aprendi que num Estado Democrático de Direito, a persecução penal se revela como garantia do cidadão em face dos abusos do poder público.

Disseram-me que a efetividade das liberdades públicas impõe limites à ação estatal, especialmente aquela de conotação punitiva.

Ensinaram-me que o processo penal, na lição de velhos mestres, é instrumento que resguarda a liberdade jurídica de todo cidadão, inclusive do suposto ou real infrator.

Falaram-me que o processo penal é a concretização das normas constitucionais.

Revelaram-me que o povo que possui leis civis ruins é miserável e se as processuais também o são, o povo se torna escravo.

Preceituaram que é garantido o direito de propriedade que deve atender à sua função social e, antes, escreveram que é plena a liberdade de associação, para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.

Estabeleceram que a moradia é direito social, constituindo-se um Estado Democrático que tem como fundamentos, dentre outros, a cidadania e a dignidade humana.

Elegeram, como agentes propulsores da concretização de tais direitos, representantes do Ministério Público, dando-lhes a excelsa tarefa de defender os interesses sociais e individuais indisponíveis.

Esqueceram-se, contudo, de afirmar que o social precede o individual. Esqueceram-se, também, de reafirmar que o direito à moradia deve prevalecer sobre o direito à propriedade.

Mas há quem se recorda da lição, de um antigo filósofo: a natureza é avara, deu a todos o necessário para a sua sobrevivência e, se alguém tem mais, muito mais do que necessita, a conclusão é obvia: tirou do alheio. Deve, portanto, devolver. Dependendo da forma de retomada, ela pode até ser ilegal, mas nunca ilegítima. Basta de capitanias hereditárias, devendo seus defensores abraçarem outras lutas, mais justas e afinadas com seu munus, dignificando sua nobre função.

Claudionor Mendonça dos Santos é promotor de justiça e membro do Movimento Ministério Público Democrático.

Deficientes visuais dão exemplo de superação com a prática de esportes

RIO BRANCO - A conquista de quatro medalhas no último campeonato regional, é um dos exemplos de superação da atleta deficiente visual, Sebastiana de Souza, 27.

Além de uma medalha de ouro, uma de prata e duas de bronze, Sebastiana alcançou índice para as para-olimpíadas de Pequim. Ela é a primeira da lista de reservas.

A dedicação do guia de Sebastiana, Othon Nascimento, é outro fator que merece destaque. Estudante do Ensino Médio, ele divide o tempo entre os estudos e a preparação física da atleta.

O Acre também é destaque no futsal entre deficientes, a equipe é Tri-campeã regional. A sequência de títulos é resultado do esforço de jogadores especiais como Rodomilson Rodrigues.

Comandada também pelo deficiente visual, Alcides Bento, do Lar dos Deficientes Visuais do Acre, o que essa equipe tem de comum com as demais são as dificuldades de patrocínio para custeio de material e viagens dos atletas.

A PESQUISA NAS CRÔNICAS DOS JORNAIS ANTIGOS DO ACRE

Recebi na noite de ontem um interessante texto que trata sobre a sinópse da pesquisa da Professora Maria Alzenir Alves Rabelo Mendes, Mestranda em Letras, Linguagem e Identidade pela Universidade Federal do Acre (UFAC), que retrata as intrigantes histórias dos Jornais existentes no Nosso querido Acre, faço questão de reproduzi-lo com os devidos créditos à autora.

Em sua pesquisa a Mestranda explicita que a motivação para a pesquisa sobre a produção textual do Acre, mais precisamente com as crônicas dos jornais antigos, reside na constatação de que o acesso à produção escrita no Acre ainda é bastante restrito. Daí a escassez de textos que possam ser utilizados como apoio didático nas aulas de Língua Portuguesa e suas Literaturas, bem como nos cursos de leitura e produção textual. Essa escassez é bem mais evidente quanto a leituras sobre as peculiaridades da cultura do Estado do Acre.

Na ausência desse material, não se pode estranhar que um estudante acreano conheça mais sobre outros Estados brasileiros do que sobre suas próprias origens. Uma grande parcela do alunado tem contato, pelo menos, na sala de aula, com a produção de escritores reconhecidos, nacionalmente, como Fernando Sabino, Humberto de Campos, Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade, e outros que tiveram suas criações literárias publicadas, a princípio em jornais, o que é comum às crônicas, e posteriormente em antologias, e em livros didáticos.

No caso do Acre, embora as crônicas também tenham sido publicadas nos jornais locais, é pouco provável que os estudantes saibam quem foi Antônio Carneiro Meira; Baxir Chaul ou Stelio de Amics; quem assinava as crônicas como “Zelinha”; “Zeferino”; “Zé do Barranco”, entre outros que escreviam para os periódicos da região. Pouquíssimos alunos, talvez, tenham lido as crônicas de José Alberto Mendes, José Chalub Leite, Adelino Moura, Francisco Dandão, Aluísio Maia, Antônio Stélio e outros que fizeram e ainda fazem jornalismo literário no Acre.
E nós, professores, não podemos responsabilizar esses alunos por uma falta que reside no nosso “acomodamento” à conformação, apenas, de um conhecimento que vem de outras culturas e que trata somente delas. Talvez, o nosso acomodamento se deva ao fato de que os livros didáticos, com os quais trabalhamos e as fontes de pesquisa que utilizamos, embora não contemplem os temas locais, já nos chegam prontas, e isso significa “meio caminho andado” para a atividade pedagógica.

No entanto, compete a nós educadores, instigar o espírito de investigação no estudante para, assim, garantir a preservação da memória e o reconhecimento de nossa identidade cultural, a partir do legado dos antepassados. Essa tarefa é possível, a princípio, através da localização e da coleta de material que nos permita revisitar a história e analisar os fatos sob o ângulo possibilitado pela diversidade de textos publicados em jornais. Na impossibilidade de coletar e analisar toda essa produção textual, concentraremos essa pesquisa nas crônicas que tematizam o Acre e sua gente.
O desejo de estudar as crônicas do Acre já era latente desde os primeiros trabalhos de pesquisa, os quais realizamos ainda no PIBIC e, posteriormente, no PNOPG , sob a orientação da Professora Doutora Olinda Batista Assmar, coordenadora do Projeto de Pesquisa Amazônia: os vários olhares .

Dentre os objetivos do trabalho iniciado, e ainda em andamento, encontram-se as primeiras medidas, no sentido de preencher os vazios existentes nas bibliotecas e nos centros de ensino, quanto a textos que tratem de temas locais. Até então, segundo a referida a Profª Olinda (2002) , os livros sobre a Amazônia “eram poucos (...) e, muito menos, sobre as manifestações literárias e culturais do Acre (...) Após avaliação do Projeto de pesquisa Amazônia: os vários olhares pelo comitê do CNPq/UFAC, foi iniciado o levantamento e a coleta de material que possibilitasse a descoberta do universo do amazônida a partir das manifestações culturais e literárias”.

O primeiro subprojeto foi desenvolvido pela bolsista Susy Andréa Araújo (1995-1996), intitulado A Produção Textual de 1900 a 1920 – manifestações literárias. Nesse trabalho, a ênfase maior foi dada à localização de acervos e à coleta textos. O segundo trabalho da pesquisadora visou à apreensão dos temas predominantes na poesia nos jornais de Xapuri.

Em 1996, enquanto a colega concentrava seu estudo sobre os textos poéticos, iniciamos outro estudo, dando continuidade à pesquisa sobre os textos coletados dos jornais daquele município. O resultado deste trabalho foi apresentado em seminários sob o título A prosa jornalística construindo a identidade do xapuriense - 1900 a 1984. O trabalho seguinte foi O Imaginário Xapuriense- Prosa Poética – 1907 a 1918, com a apresentação também em seminários.

A pesquisa sobre a produção textual dos jornais foi concluída no Aperfeiçoamento em Pesquisa com o subprojeto A Prosa nos Jornais de Xapuri, cujos objetivos visavam à organização de uma antologia comentada, contemplando informações biográficas sobre os autores. O resultado desse estudo, publicado em forma de um Inventário: A produção textual oral e escrita de Xapuri é a síntese da pesquisa sobre a poesia e prosa daquele município, agrupada em um só trabalho, no volume I da obra As dobras da memória de Xapuri . O volume II é a antologia – A prosa xapuriense, na qual constam mais de trezentos textos em prosa, com notas explicativas e informações sobre os autores.

Na prosa que compõe aquela Antologia sobressaem-se as crônicas regionais, cujos assuntos têm fundo histórico, político, filosófico e humorístico, versando sobre assuntos do cotidiano como, as chuvas, o tédio e a solidão; sobre as “picuinhas politiqueiras”, desagravos disfarçados no jogo da ficção, sátira aos mandatários, aos coronéis de barranco, e outros tópicos, sempre em relação ao homem e ao espaço onde as crônicas foram escritas ou transcritas.

No decorrer dos anos, a prosa de cunho literário, que ocupou grande espaço nas páginas da imprensa acreana no início do século XX, cedeu lugar ao texto mais tipicamente jornalístico, como notas sobre: falecimentos; nascimentos; chegada ou partida de pessoas queridas, publicação de Balanço de firmas, etc. As crônicas humorísticas quase desapareceram; os anúncios de produtos importados cederam lugar aos de origem nacional; os eventos culturais, representações teatrais, concertos e recitais foram substituídos pelas de gincanas cívicas e atividades esportivas promovidas por pessoas do local.

A literatura, como arte mimética, imita pela palavra e recria a realidade conforme a concepção do espírito do artista, assim já a definiam os gregos, para quem a imitação não é mera cópia, mas a apropriação dos dados da realidade para a elaboração das abstrações que o indivíduo concretiza na forma de texto. Coutinho (1968) considera literatura como “um sistema vivo de obras agindo uma sobre outras e sobre os leitores, viva na medida em que estes a vivem, decifrando-a, aceitando-a ou deformando-a”. Assim, ampliam-se as possibilidades de temas a serem explorados no texto literário, mesmo que por questões didáticas estes sejam classificados em duas grandes linhas temáticas: universal e regional.

É também do autor a definição da temática universal como aquela em que predomina a linha introspectiva ou psicológica, que trata de "problemas de conduta, drama de consciência, indagações e motivações em busca de uma visão da personalidade e da vida humana.” Quanto à segunda, a temática regional, é definida como “uma arte que se vincula ao contexto histórico, geográfico e social, retratando a realidade em suas minúcias”. Para o autor, a obra regionalista dá primazia aos assuntos relacionados à terra e ao homem na luta pela sobrevivência, focaliza o pitoresco e as peculiaridades de cada região.

A Literatura também é definida como a expressão da sociedade, dos grupos que a compõem, de seus valores, aspirações e reflexões. Dessa ótica, o texto de opinião será também literário, uma vez extrapolada a objetividade característica do texto de informação imediata. Mas partimos da preceptiva de que a informação jornalística acaba onde começa a literatura de sugestão. O jornalista pauta-se na pesquisa sobre a realidade concreta, prima pela linguagem objetiva, numa perspectiva de consumo rápido, e privilegia os conteúdos que exigem a mínima variedade formal.

Ainda que, conforme Reis (1997, 19-40) as fronteiras entre o literário e o não literário estejam cada vez mais tênues pela integração entre cultura e literatura. E esse processo tem sido observado ao longo da história quando autores que versam sobre cultura são inseridos no rol dos propriamente literários.

Dos textos de cunho literário, publicados em jornais, a crônica moderna, híbrida e transitória, é o texto que, pela própria origem da palavra do grego Krónos (tempo), acompanha a sucessão dos episódios diários, agora captados pela “lente” do observador que depura os fatos com sensibilidade artística, conferindo ao texto efeito estético no modo como re-cria a realidade pela reordenação de signos polivalentes. É nessa instância que a crônica torna-se perene, sobrevive à efemeridade do texto jornalístico e passa a integrar os compêndios das obras imperecíveis.

Segundo Moisés, (1998) , a crônica, como um gênero intermediário “tenderá ou para o lirismo ou para conto, que traduzem ou a elevada subjetividade na transposição do acontecimento, ou a sua dramatização, que confere ao cronista um papel de espectador. Em ambas as situações, para que a crônica ganhe foros estéticos, há de prevalecer o poder de recriação da realidade sobre o de mera transcrição”.

O autor argumenta que “fora daí, a crônica vai envelhecendo à medida que o evento determinante se distancia no tempo, tragado por outras ocorrências igualmente rumorosas e passíveis de gerar equivalentes crônicas.” No entanto, como os gêneros literários evoluíram, a crônica também evoluiu através do tempo e adquiriu novos traços, o que possibilitou o surgimento de novas tipologias. (Wellek e Warren, 1971).

As crônicas são textos que possibilitam leituras plurissignificativas pela linguagem figurada e pelo uso equilibrado de metafóras sugestivas. Nelas, a descrição subjetiva, a adjetivação intencional expressa o juízo pessoal, no sentido de valorar ou de depreciar certas personalidades de destaque do passado ou contemporâneas à escrita do texto. Nas crônicas modernas são freqüentes o uso de chavões, de ditos populares e expressões coloquiais com um toque de humor. Mas o humor não é gratuito. Muitas vezes depura a alma do homem, induz o leitor a uma nova maneira de encarar o assunto que provocou o riso e a refletir sobre o seu estar no mundo (Bergson, 1940, 100).

Como um gênero misto, às vezes, adquire tom poético, ou aproxima-se do artigo e do ensaio. Em síntese, é um meio-termo entre a Literatura e o jornalismo. (Tavares, H., 1996, 123). Este mantém estreita relação com a Literatura, uma vez que ambos refletem as diferentes concepções de vida, existentes em um povo. Além de informar, influir e transformar a mentalidades, os jornais constituem-se em acervos plenos de material para a linha de pesquisa Memória e Literatura Cultural.

A Professora Alice Campos Moreira reconhece a importância de se “preservar, recuperar e editar textos fundamentais para desenvolver conhecimentos históricos, teóricos e críticos. (...) a função que desempenham na preservação da memória daqueles periódicos que tiveram e têm papel destacado no desenvolvimento da literatura brasileira.

Nos últimos 10 (dez) anos, os professores pesquisadores têm encontrado nos jornais uma fonte a mais para os estudos culturais. A Professora Drª Ivia Alves , afirma: “por experiência própria, constatei que só se pode resgatar as idéias veiculadas no lugar acompanhando os jornais e revistas específicas. E elas são inúmeras.”

A pesquisadora Carla Patrícia Santana reitera o posicionamento da Professora Ivia. Segundo ela, os textos recuperados de periódicos “permitem discutir as idéias de um intelectual, que não se ateve apenas à literatura mas também à educação e à implementação de uma Universidade pública.(...) é uma maneira de “cuidar da memória” dos que se foram e que contribuíram na construção da nossa história coletiva, neste caso específico, da nossa história literária e cultural.

O Professor Rildo Cosson , objetivando explicitar a inserção do Projeto Literatura, Jornal e Cultura: Autores Pelotenses – 1851/1889, no âmbito dos estudos de história literária, define os princípios que norteam as pesquisas que visam a recuperação de textos em periódicos. O professor prioriza três aspectos para o que ele denomina “petição de princípios”:

1- O passado como memória - (...) o papel da memória nas reivindicações de grupos ou setores das sociedades globalizadas pelo reconhecimento de suas especificidades; 2- Do cânone ao banco de dados: a pesquisa da memória – (...). A certeza de que a memória cultural precisa de documentos para se sustentar leva o ímpeto revisionista a ser substituído ou complementado por uma preocupação preservacionista; 3. Uma alternativa para a leitura da memória cultural: o polissistema literário – (...) ampliar seu horizonte para além das questões envolvendo o cânone, mesmo que esse resgate não deixe de revelar como formamos nossa memória, o que esquecemos, o que apagamos, o que inventamos.

Os resultados alcançados nas pesquisas já realizadas em Literatura e memória cultural nos permitem enveredar mais por esse trilho e resgatar, através das crônicas, publicadas ou não em periódicos, aspectos culturais da vida do acreano até então não contemplados na literatura disponibilizada aos estudantes e a outros leitores. Sabemos que tanto é possível como é urgente o estudo das produções literárias do Acre para que sejam integradas aos compêndios culturais, de natureza estética, histórica e/ou didática. É preciso garantir o diálogo permanente entre o passado, comunicado pelo escritor, e o presente cada vez que o leitor recepcionar o registro escrito, possibilitando, desse modo, a preservação da memória e o reconhecimento da identidade regional, pela linguagem e pelos valores nela sugeridos.

A escrita de uma região tem como foco principal os temas, ali tratados, muito mais pela natureza dos temas do que pela natureza do gênero, sem relegá-lo ao descaso, uma vez que é através dele, enquanto forma, que o tema é exposto e possibilita a interação entre o “desbravador” do texto e o universo desvendado. Nesse sentido, o escritor acreano Jorge Tufic (1892), em sua série de Ensaios sobre a Literatura Amazonense, defende que: “uma pesquisa desse gênero, levada a efeito (...)dará aos estudiosos e produtores de literatura, recursos inéditos de linguagem, os quais, aliados à temática, poderão conferir existência verdadeiramente regional aos textos de sua autoria”.

E como bem diz de Márcio Souza (1994), “a História da Amazônia precisa ser escrita o mais urgentemente possível, e por autor ou autores da região.” Embora não seja esse o nosso objetivo, entendemos ser tarefa do estudioso buscar a compreensão sobre como se deu a percepção e a condensação, através da escrita, de um dado momento na história de um povo.

No que se refere à atividade jornalística no Acre, esta teve início paralelamente à formação da sociedade e foi sustentada pela economia do extrativismo gumífero. Calixto, et al (1985, 166) observam que “no caso do Acre, jornais surgiram mesmo antes de esta região ser incorporada ao Brasil, com o “El-Acre” (1901-1902), cujo papel era divulgar o pensamento do governo e dos capitalistas bolivianos. Os autores confirmam a presença de homens letrados na região. Porém, as razões que os moviam ao jornalismo eram alheias aos interesses da maior parte da população.

Mas a crônica tem sua presença marcada antes mesmo do surgimento da imprensa na região,como um registro de acontecimentos em ordem linear, foi a forma de documentação mais usada pelos primeiros exploradores da Amazônia, que dotados de veia poética imprimiram uma visão subjetiva aos relatos de viagens. Assim, o documento dos fatos assumiu outras facetas do gênero como a fusão entre a realidade e a fantasia.

Quanto aos cronistas, aventureiros e cientistas, Márcio Souza (1994) afirma que muitos desses identificaram-se com a região. O autor cita alguns exemplos, como: “o Bispo João de São José Queiroz deplorou o estado em que os povos indígenas se encontravam em 1761; (...) Charles Frederick Hartt (1840-1878) escreveu uma síntese etnográfica da Amazônia; (...) Euclides da Cunha (1866-1909), escreveu um dos mais contundentes textos de denúncia da terrível exploração a que eram submetidos os seringueiros”.

As crônicas dos jornais impressos, diferente dos relatos dos primeiros viajantes, têm outra conotação: serviram como veículos para o extravasamento da frustração daqueles que investiram na independência do Acre. Em Xapuri , as crônicas humorísticas tiveram seu ponto alto. Através delas, podemos perceber a presença de grupos dominantes, ideologicamente opostos, e separados pela diferença cultural. Há crônicas em que os escritores satirizam os “Coronéis-de-Barranco”, empedernidos pelo poder do “ouro negro” (a borracha). Dessa fase, a série “Riscados” de Zé do Barranco, o humor é feito sobre os seringalistas, sem instrução, expostos a gafes, viajando de primeira classe nos navios da Iloyd: “... reclamavam de tudo porque tudo pagavam com seu dinheiro. Supunham que isso era chic e constituía um aprova de civilidade...” (O Acre 1913, p.2)

Em outras, como as da série “Fitas”, assinada por de K. Listo, no jornal Alto Acre (1913-14), as questões municipais, a inconstitucionalidade das Intendências nomeadas no Acre, os impostos, a administração pública e a relação entre os seringueiros e seus representantes são tratados com boa dose de ironia e humor. Na série, publicada também pelo jornal Alto Acre (1913-14), entitulada “Nossos Antigos Bons, Burros e Bravos” de J. Brígido, escritor da Academia Cearense de Letras, o autor satiriza os “Coronéis-do-Sertão”, ricos, poderosos, ignorantes e esbanjadores, podendo-se estabelecer um paralelo entre eles e os “Coronéis-de-Barranco” do Acre.
Surgem então questionamentos quanto às razões da sátira. Seria a frustração com a política local ou com fato dos intelectuais da imprensa estar subordinados, por motivos econômicos, àqueles homens rudes, mas que exerciam poder sobre os homens das letras? Por que então satirizavam os “coronéis”mantenedores dos jornais?
Outras indagações dizem respeito à natureza das crônicas: São históricas? Folclóricas? Reflexivas? Lúdicas? Expressam os valores, as crenças e os costumes do acreano de forma a desvendar-lhe a identidade cultural? Mantêm relação com o contexto local, de modo a possibilitar o resgate e da memória cultural?
Que temas predominam e que fatores determinam a recorrência de alguns deles nos textos em estudo? A linguagem é acessível, representa o falar regional ou restringe-se a um grupo intelectualizado?

Ainda: Qual a contribuição do escritor/jornalista para a cultura local? Quem eram / Quem são? De onde vieram / Que influências receberam?

Essas são questões que somente uma pesquisa criteriosa poderá responder. E é pouco provável que em apenas dois anos de mestrado cheguemos a elucidá-las.

PESADELO AMERICANO

EUA: O sonho em queda

Por Alison Raphael, da IPS
Washington, 22/07/2008 – Os Estados Unidos têm um “atraso deplorável” em relação a outras nações ricas em matéria de criação de oportunidades e possibilidades para seus cidadãos, a própria essência do chamado “sonho americano”, afirma um estudo da organização não-governamental Oxfam. O inédito “Indicador dos Estados Unidos: Informe de desenvolvimento humano 2009-2009” oferece uma análise estatística de numerosas variáveis vinculadas ao bem-estar de sua população, afetado por questões de gênero, raça e, inclusive, de distritos eleitorais.

Uma conclusão surpreendente do estudo é que os Estados Unidos é o país que mais gasta por habitante, US$ 5,2 milhões por dia, e ainda assim seus cidadãos vivem menos tempo do que os de, virtualmente, cada uma das nações da Europa ocidental e nórdicas. Além disso, esse país tem a maior porcentagem de meninos e meninas pobres em comparação com as nações ricas. Em 1990, o índice de desenvolvimento humano mundial situou os Estados Unidos em primeiro lugar. Dezoito anos mais tarde, caiu para a 12ª colocação.

Os Estados Unidos não estão atrasados apenas em relação aos países ricos, mas também tem “enormes brechas” em matéria de padrões e de qualidade de vida entre os diferentes Estados, segundo o estudo divulgado no último dia 16 pelo capítulo local da Oxfam, organização financiada pelas fundações Rockefeller e Conrad Hilton. “Alguns norte-americanos vivem entre 30 e 50 anos de atraso em relação a outros compatriotas em áreas que preocupam a todos nós, como saúde, educação e padrão de vida”, destacou Sarah Bird-Sharps, uma das autoras do estudo.

Os habitantes do estado de Connecticut têm uma expectativa de vida média de 30 anos a mais do que os do Estado do Mississippi. Ambos se situam nos extremos desse indicador demográfico. Uma conclusão tão surpreendente é que os homens afro-norte-americanos têm o menor índice de desenvolvimento humano de todos os grupos sociais estudados. O dos de origem asiática está 50 pontos percentuais acima. O Estado do Texas tem uma porcentagem de adultos sem diploma do ensino secundário semelhante ao dos anos 70 em todo o país. As disparidades são tão grandes que no Estado da Califórnia que tem os cinco distritos eleitorais com melhor pontuação e os cinco menores do país.

A pesquisa reúne uma quantidade de dados que vão desde fatores sociais, políticos, econômicos, ambientais, habitacionais, de transporte e outros, a fim de criar uma instantânea da qualidade de vida do país. A informação servirá para que os cidadãos tenham a possibilidade de exercer pressão para obter melhorias e permitir que organizações não-governamentais, fundações e governos locais concentrem sua assistência nas áreas com maiores necessidades.

A idéia de realizar um índice de desenvolvimento humano foi inspirada no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que realiza um similar a cada ano em todos os países do mundo. “O Índice de Desenvolvimento é único”, explica o presidente da Oxfam, Raymond Offenheiser, “porque mostra os fatores entrelaçados que criam o ou negam oportunidades e determinam opções de vida. A análise é especialmente reveladora em lugares do Golfo do México, onde trabalhamos com 34 organizações”, explicou.

“O estudo mostra com clareza as difíceis condições de vida que sofriam os residentes da região mesmo antes dos furacões de 2005, com o limitado acesso à educação, baixa renda e menor expectativa de vida, e defende uma solução integral para conseguir uma recuperação”, ressaltou Raymond. Os dados manejados permitem entender quais políticas públicas tiveram êxito e devem ser imitadas e quais não conseguiram cumprir seu objetivo. “A informação manejada no estudo pode servir para melhorar as políticas de sucesso e criar oportunidades em beneficio das novas gerações de norte-americanos”, disse o vice-presidente da Fundação Rockefeller, Darren Walker.

Por sua vez o diretor da Fundação Hilton, com sede em Los Angeles, Steven Hilton, afirmou que seu avô, Conrad Hilton, encarnou o espírito empreendedor e de oportunidades que caracterizou o “sonho americano”. Conrad Hilton, falecido em 1949, foi o criador em 1919 da cadeia Hilton Hotéis e em 1944 da fundação que leva seu nome. “Fica claro com este estudo que o sonho americano está em perigo”, destacou Steven. O estudo da Oxfam foi publicado com apoio da Columbia University Press e do Conselho de Pesquisa em Ciência Sociais. (IPS/Envolverde)

RIO BRANCO VAI SEDIAR O XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA

A cidade de Rio Branco foi indicada para sediar o XIII Congresso Brasileiro de Arborização Urbana. A CApital Acreana concorreu com Bento Gonçalves-RS e Bonito-MS. A escolha aconteceu em votação realizada durante a reunião plenária da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), acontecida durante o XII Congresso, que se encerrou no dia (16/07) na cidade de Manaus.

Segundo Evandro Cordeiro admnistrador do Blog Ambiente Acreano, que é Pesquisador do Inpa-Ac e do Parque Zoobotânico da UFAC, com Mestrado em Botânica no Lehman College, New York, USA, e Ph.D. em Botânica Sistemática pela City University of New York (CUNY) & The New York Botanical Garden (NYBG, postou no seu blog a seguinte máxima (Estamos alegres pela vitória, que contou com nossa modesta contribuição. O Acre apresentou um dos stands mais bonitos do Congresso. Eu e o Edgar de Deus (Biblioteca da Floresta), ficamos com a responsabilidade de preparar amostras de sementes de açai e um pequeno folder com mensagem para ser distribuída aos eleitores (associados da SBAU), que decidiram pela escolha de nossa capital.

Além disso, preparei uma edição especial do guia prático de identificação de palmeiras ornamentais nativas do Acre (veja ao lado). Ela foi anexada no rol de documentos que compuseram a proposta acreana para sediar o próximo evento.

A 'estratégia vitoriosa' que garantiu a escolha de nossa cidade foi decidida em reunião realizada no dia 02 de julho no Gabinete do Secretário de Obras, Eduardo Vieira, que deverá liderar a realização do evento no Acre. Preliminarmente está previsto que o mesmo ocorrerá no mês de agosto de 2009.

A logomarca acima é fruto do esforço da equipe comandada por Eduardo Vieira e foi apresentada em primeira mão junto com os documentos que acompanharam a candidatura de Rio Branco.