Caros Leitores, desde a sua criação o Blog Xapuri News, o intuito sempre foi de ser mais um espaço democrático de noticias e variedades, diretamente da Princesinha do Acre - Terras de Chico Mendes - para o mundo, e passará momentaneamente a ser o instrumento de divulgação das Ações da Administração, Xapuri Nossa Terra, Nosso Orgulho, oque jamais implicará em mudança no estilo crítico das postagens.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Imposição Televisiva

Há algum tempo que venho postando críticas ao sistema de Televisão aberta existente no Brasil, não somente da Televisão mas como de todos os demais meios de comunicação existentes, principalemnte no tocante da moralidade das cenas transmitidas, dos conceitos impregnados em imbecilidade, da imposição de conteúdos desmedidos de responsabilidade social, do cerceamento de opiniao da classe telespectadora, do baixo nivel das informações, enfim de uma série de situações que carecem de muita reflexão de nós cidadãos e cidadãs comprometidos com a qualidade social vertende no nosso Estado de Direito Democrático.

Impõe-se a democratização dos meios de comunicação e especialmente da televisão. Não pode haver democracia real, se um grupo limitadíssimo de pessoas "faz a cabeça" daquela parte da população que não lê jornais, nem revistas e livros, mas que se guia pela "telinha" colorida.

É preciso que haja uma maior regionalização dos programas. Mesmo os fatos nacionais deveriam ser interpretados e discutidos à luz das realidades locais, por jornalistas locais, por pessoas da comunidade "desde que haja qualidade nesse serviço prestado". Nas diversas redes, o tempo destinado às programações locais não condiz com o respeito que merecem o senso crítico e a criatividade das comunidades telespectadoras. Com programação mais regionalizada, seria possível um controle mais eficaz da sociedade sobre os meios de comunicação.

A regionalização contribuirá para que se preservem as riquíssimas culturas regionais brasileiras.

É preciso que haja conselhos éticos dentro de cada emissora, com participação de jornalistas e representantes da comunidade. Deve ser maior o poder dos comunicadores dentro de cada veículo. A frase de Assis Chateaubriand, captada por Fernando Moraes, de que para ter opinião própria era preciso que o jornalista fosse dono do meio de comunicação, não pode prosperar, se temos uma concepção não-autoritária de imprensa.

Televisão é serviço público, é instrumento de educação popular, como também o rádio.

As imagens da TV e as ondas do rádio não pedem licença para entrar em nossas casas. São invasoras. Podem falar aos filhos, sem o consentimento dos pais, inclusive quando os pais não estão em casa. A sociedade tem o direito de controlar essa máquina, para não ser por ela controlada, tragada e escravizada.

A violência na TV tornou banal a violência.

A supressão de qualquer referência ética caracteriza alguns dos programas de maior audiência.

A sociedade foi consultada se concorda com todo esse culto da violência, com a supressão da ética no universo televisivo?

A outorga e a renovação das concessões deveriam ser submetidas a controle da sociedade. Canal que sistematicamente desinforma, deseduca e embrutece deve ser cassado por órgão democrático da sociedade civil.

Seria extremamente útil algum controle dos jornalistas das afiliadas na condução das emissoras matrizes.

Numa outra vertente, muito bom seria que a sociedade civil organizada, através de suas instituições, premiasse programas positivos de televisão, incentivasse uma linha educativa nas transmissões, destacasse com elogio a publicidade com mensagem humanamente construtiva, enobrecesse com a palma do reconhecimento o telejornalismo honesto e investigativo.

Como sociedade civil, não podemos nem devemos concordar em ser mero apêndice dos que controlam, pela televisão, a opinião pública brasileira.

Na afirmação da cidadania, temos de exigir que se cumpra a Constituição Federal de 1988, cujo artigo 221 estabelece que a programação das emissoras de rádio e televisão dêem preferência a finalidades educativas, promovam a cultura nacional e regional, estimulem a produção independente, respeitem os valores éticos da pessoa e da família.

Depois que lemos o que está escrito na Constituição e ligamos nossos aparelhos de TV, a impressão que temos é a de que estamos lendo a Constituição de um outro país.

Lei Seca

Proteção divina
Publicado Originalmente no blog: www.leonildorosas.blogspot.com
Não estranhe se aumentar a quantidade de veículos com frases tipo “Deus é fiel” e “Jesus reis dos reis”.

Não é que os motoristas resolveram tornassem religiosos de uma hora para outra.

Trata-se de uma estratégia dos “pés-inchados” para fugir do bafômetro.

Os motoras não podem esquecer de pôr uma Bíblia no painel do carro. Afinal, já foi dito que Deus protege as crianças e os bêbados.

A foto é de Regiclay Saady

Peixinhos e tubarões

Escrito por Frei Betto
Angélica Aparecida de Souza Teodoro, 18 anos, mãe de um filho de dois anos, estudou apenas o 1º. grau. Trabalha como empregada doméstica, mas encontrava-se desempregada, ao ser presa, em novembro, dentro de um mercadinho do Jardim dos Ipês, na capital paulista, acusada de roubar uma lata de manteiga da marca Aviação, de 200 gramas, no valor de R$ 3,10. Levada para o 59º Distrito Policial, conhecido como Cadeião de Pinheiros, recebeu voz de prisão do delegado Marco Aurélio Bolzoni.

Por subtrair mercadoria no valor de R$ 3,10, Angélica passou na prisão o Natal, o Ano-Novo e o Carnaval, pois o Tribunal de Justiça de São Paulo, ao analisar o pedido de defesa da doméstica, o indeferiu. Angélica foi solta dia 23 de março, mais de quatro meses depois, graças à liminar do ministro Paulo Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.

O Brasil e sua Justiça parecem postos de cabeça para baixo. Há uma inversão total de valores e critérios. Um publicitário vem a público e declara ter recebido, via caixa dois, R$ 10 milhões de reais numa conta clandestina no exterior, e fica por isso mesmo, protegido por direitos que lhe foram garantidos pelo STF, reagindo com escárnio às interrogações dos parlamentares incumbidos de apurar corrupções.

Um publicitário mineiro faz biliardários empréstimos ao tesoureiro de um partido político, sem revelar a origem dos recursos, porém destinando-os ao suborno de deputados federais, e fica por isso mesmo.

Um deputado federal, cassado após ocupar o cargo de presidente da Câmara dos Deputados, achaca em R$ 7 mil o proprietário de um restaurante e ninguém lhe dá voz de prisão.

Um alto funcionário dos Correios é filmado embolsando propina no valor de R$ 3 mil, a polícia não é chamada e ele continua livre, prova viva de que crimes de colarinho branco merecem a cumplicidade de setores da justiça.

Quando políticos, banqueiros e empresários processados por desvios de recursos públicos devolverão o que roubaram? Quem pune os gastos exorbitantes de um reitor de Universidade de Brasília, os desvios de recursos do BNDES, as maracutaias nas privatizações sob o governo FHC?

Fica a impressão de que, por baixo de tanta corrupção, há uma extensa rede de cumplicidade. Tubarões não são punidos para evitar que entreguem outros tubarões à justiça. Neste país, basta ter dinheiro, bons advogados e relações nas instâncias de poder para ficar assegurada a impunidade. Enquanto isso, os pobres, sob simples suspeita, sofrem torturas ou levam bala antes de serem inquiridos ou investigados.

Os peixinhos, como Angélica, ficam meses na cadeia por causa de R$ 3,10. Os tubarões, imunes e impunes, são a prova viva de que o crime compensa – de fato e de direito – desde que o assalto abocanhe valores em milhões de reais. De preferência dinheiro dos cofres públicos.

Vale o provérbio: "Quem rouba 1 real é ladrão, quem rouba 1 milhão é barão".

Estatísticas comprovam que a polícia do governador Sérgio Cabral, do Rio, matou mais este ano do que os crimes cometidos em São Paulo por bandidos. Quem decepa a mão assassina do Estado?

No Brasil, quando a polícia pára uma pessoa de posses, a pergunta é: "Sabe com quem está falando?" Em outros países é o policial que faz a pergunta: "Quem você pensa que é?"

Quando estive na Inglaterra, nos anos 80, vi pela BBC – uma TV estatal – o sobrinho da rainha Elizabeth II ser levado a julgamento. Parado por uma patrulha rodoviária, constatou-se que ele dirigia sob efeito de álcool. Cassaram-lhe a carteira por seis meses.

Dois meses depois foi parado por outra patrulha. Pediram-lhe a carteira. Não tinha. Então apelou para o jeitinho brasileiro: "Sabe com quem está falando? Sou o príncipe fulano". O guarda insistiu em ver os documentos. O rapaz voltou ao bate-boca. Então o policial disse a ele: "Um de nós dois está errado. Você está preso e a justiça dirá quem de nós tem razão".

Televisionado para todo o país, o príncipe se viu obrigado, pelo juiz, a pedir desculpas ao guarda e teve a sua licença de motorista cassada por cinco anos.

Assim se faz cidadania.

Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Luis Fernando Veríssimo e outros, de "O desafio ético" (Editora Garamond), entre outros livros.

Ainda existem Hitlers em Pleno Século XXI

Entenda o processo contra Karadzic e o que virá a seguir
Série de perguntas que ajudam a entender acusações contra líder sérvio da Bósnia.

Fonte:> BBC
O ex-líder sérvio bósnio Radovan Karadzic, considerado um dos homens mais procurados do mundo, foi preso na segunda-feira na região de Belgrado, depois de permanecer 13 anos foragido.

Karadzic, de 63 anos, é acusado de liderar o massacre de milhares de muçulmanos bósnios e de croatas durante a Guerra da Bósnia (1992-1995) e foi indiciado duas vezes pelo Tribunal Criminal Internacional para a Ex-Iugoslávia.

Ele foi encontrado trabalhando em uma clínica médica, usando um nome falso e com uma longa barba que o tornou bastante diferente do que era no tempo da guerra.

Karadzic tinha sido visto em público pela última vez na Bósnia em 1996.

A BBC preparou uma série de perguntas para ajudar você a entender a importância da prisão de Karadzic e o que virá a seguir.

O que vai acontecer com Karadzic agora que ele foi preso?
A expectativa é de que ele seja transferido para o Tribunal Criminal Internacional para a Ex-Iugoslávia, que funciona em Haia, na Holanda, onde deve ser julgado.

A transferência já foi determinada por um tribunal sérvio, mas o advogado de Karadzic já anunciou que apresentará uma apelação, o que pode atrasar o processo.

Uma vez na Holanda, a expectativa é de que Karadzic enfrente um longo julgamento, como aconteceu com o ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, que morreu em 2006, em Haia, antes da conclusão do processo.

Quais são as acusações contra Karadzic?
Karadzic responde a 11 acusações, entre elas genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

Ele é acusado de ter responsabilidade pela morte de cerca de 12 mil civis durante o cerco de Sarajevo e de ter organizado o massacre de até 8 mil bósnios na cidade de Srebrenica. Esse foi um dos mais sangrentos episódios da Guerra da Bósnia.

Além disso, Karadzic também teria deportado civis por causa de suas identidades étnicas e religiosas e é acusado de destruir casas, estabelecimentos comerciais e locais sagrados dos bósnios e de ter usado soldados da força de paz da ONU como escudos humanos durante o conflito.

No passado, o ex-líder sérvio bósnio negou as acusações contra ele e se recusou a reconhecer a legitimidade do tribunal de Haia.

"Se (o tribunal de) Haia fosse um órgão jurídico real, eu estaria disposto a ir lá e testemunhar ou fazer isso pela televisão, mas é um órgão político que foi criado para culpar os sérvios", disse o líder sérvio foragido ao jornal britânico The Times em fevereiro de 1996.

Quanto tempo deve demorar o julgamento?
É difícil saber, mas pode durar anos. A promotoria tentará evitar que o julgamento demore tanto quanto o de Slobodan Milosevic, que morreu antes de ouvir o veredicto.

Durante os quatro anos de julgamento de Milosevic, a promotoria convocou quase 300 testemunhas.

A duração do julgamento vai depender das acusações que a promotoria decidir apresentar contra Karadzic e de quem representar o ex-líder sérvio bósnio no processo.

Outro fator que pode encurtar ou estender o julgamento são os juízes, que podem optar por organizar o processo de uma forma mais ágil.

O que significa, em termos políticos, a prisão de Karadzic?
A prisão era uma precondição para que a Sérvia pudesse avançar nas negociações para fazer parte da União Européia, um objetivo declarado do atual governo.

Mas muitos sérvios consideram Karadzic um herói, não um criminoso. Na visão de alguns, especialmente de sérvios bósnios, Karadzic defendeu os sérvios de seus inimigos ancestrais.

Acredita-se que ele tenha permanecido foragido por 13 anos graças à conivência de alguns sérvios, que teriam ajudado a mantê-lo escondido.

Segundo o correspondente da BBC Nick Thorpe, a pressão sobre a Sérvia de vários países europeus, liderados mais recentemente pela Holanda, parece ter tido o efeito desejado e levado à prisão do fugitivo.

Thorpe também diz que, desde a formação do novo governo após a reeleição do presidente sérvio, Boris Tadic, em fevereiro de 2008, uma "nova atmosfera" passou a ser sentida em Belgrado em relação aos fugitivos.

O que isso pode ter significado, na prática, é que os membros dos serviços de segurança sérvios que sabiam do paradeiro de Karadzic decidiram revelar a informação às autoridades ou simplesmente passaram a permitir que agentes pudessem prendê-lo, afirma o correspondente.

Qual pode ser o veredicto?
O Tribunal Criminal Internacional para a Ex-Iugoslávia opera seguindo algumas regras específicas. Ele julga apenas indivíduos responsabilizados por crimes de guerra cometidos no território da antiga Iugoslávia a partir de 1991 e não pode submetê-los a processo à revelia.

Em termos de sentença, o máxima que pode impor é a prisão perpétua. O tribunal não pode impor pena de morte.

Até agora, o tribunal já concluiu processos contra 115 indivíduos, entre os quais apenas dez foram inocentados e 56 foram condenados.

Entre as maiores sentenças já emitidas pelo tribunal está a recebida pelo sérvio bósnio Milomir Stakic, ex-prefeito da cidade de Prijedor, no norte da Bósnia - prisão perpétua, que, depois de apelação, foi transforma em 40 anos de detenção.

Ainda existem acusados de crimes na guerra na Bósnia que estão foragidos?
Apenas dois acusados pelo Tribunal Criminal Internacional para a Ex-Iugoslávia ainda estão sendo procurados.

Um é Ratko Mladic, comandante militar sérvio bósnio durante o conflito, acusado juntamente com Karadzic de genocídio no cerco de Sarajevo e de realizar o massacre em Srebrenica.

O outro é Goran Hadzic, acusado de crimes contra croatas na cidade de Vukovar.