Caros Leitores, desde a sua criação o Blog Xapuri News, o intuito sempre foi de ser mais um espaço democrático de noticias e variedades, diretamente da Princesinha do Acre - Terras de Chico Mendes - para o mundo, e passará momentaneamente a ser o instrumento de divulgação das Ações da Administração, Xapuri Nossa Terra, Nosso Orgulho, oque jamais implicará em mudança no estilo crítico das postagens.

sábado, 30 de agosto de 2008

Charge do Dia!!!

Enquanto isso uma velha e conhecida nossa......
Para quem não se lembrava da velha e querida inflação, ela está de volta e já é uma realidade no nosso dia-a-dia, e é nos supermercados que sentimos no bolso a presença dela...

Fica para deleite de todos no final de semana uma imagem clássica publicada no Jornal Correio da Cidadania do Chargia George...

Um abração a todos e até segunda...

Nada de Cobija no Final de Semana!!!

No final da tarde desta sexta-feira (29), rumores de que as pontes que dão acesso à cidade de Cobija, capital de Pando na Bolívia seriam fechadas neste final de semana, foram confirmados em protesto contra as medidas do Governo.

Boa parte do comércio ainda não sabiam sobre o “PARO CÍVICO” de 48 horas. Segundo os comerciantes, o prejuízo será grande já que os turistas não viram para Cobija fazer compras.

Empresários tanto do lado boliviano e brasileiro, principalmente da parte hoteleira, estão registrando uma perca de 40% de turistas que vinham no final de semana. Se caso continue, medidas como dispensa de funcionários deverão acontecer.

Já na região central da Bolívia alguns Estados estão tendo suas estradas bloqueadas por ruralistas juntamente com os postos de pedágios, que estão deixando de arrecadar cerca de 150 mil bolivianos por dia aos cofres federais.

Durante esta semana, cidade como Santa Cruz, com cerca de 700 mil habitantes, praticamente ficaram sitiadas devido as principais estradas terem sido bloqueadas afetando a economia local.

Segundo informações divulgadas por jornais locais, caso o presidente venha aprovar a nova Constituição, a situação tende-se a agravar no País. Vários protestos estão previstos em estados como Beni, Chuquisaca, Pando, Tarija e Santa Cruz.

O motivo maior dos protestos acontecem no País depois que o presidente Evo Morales suspendeu o repasse dos recursos dos Impostos Diretos Hidrocarbonetos (IDH). Somente no estado de Pando, fronteira com o Acre, cerca de 350 milhões de bolivianos, quase 100% do repasse foi cortado.

O “PARO CÍVICO” foi confirmado por jornalistas da cidade de Cobija e funcionários do Comitê Cívico. A presidente, Ana Melena, não encontrava-se e foi informado que estaria em reunião com líderes de associações e populares sobre possíveis manifestações que acontecerão neste final de semana.

Eta mundinho complicado - Teto de Vidro e Piso de Fogo


Muitos já comentaram a frase-desafio "você por acaso sabe com quem está falando?", lugar-comum de certa arrogância nacional. Outros já analisaram a expressão idiomática "fazer nas coxas", que denuncia outro comportamento nosso. E o "com certeza", que invadiu nossas conversas, aumentando a desconfiança...

Percebi recentemente o valor de outra frase que ajuda a nos definir. O "desculpe alguma coisa", ou o "desculpe qualquer coisa". O dito vem acompanhado de feições contritas. O pobre coitado pede perdão por algo de que não tem plena consciência. Vai saber o que fez...

Será essa frase resquício da atitude escrava, do servilismo de quem, antes de ser punido, já vai pedindo desculpas por alguma coisa, por qualquer coisa, pelo pecado que cometeu sem se dar conta?

A pessoa cumpriu a tarefa, realizou o serviço, concluiu o trabalho, entregou a encomenda, mas ainda assim sussurra compungida, ao sair, sorriso sem graça: "Olha, o senhor me desculpe qualquer coisa". Ora, como não hei de desculpar ser humano tão perdoável?!

A desculpa nasce da culpa. E a culpa não é de todo ruim. Tenho medo dos que jamais se sentem culpados, dos que nunca se arrependem de nada, dos que se consideram infalíveis. Mas me incomoda tanto ou mais ver alguém sentir-se culpado por alguma coisa, por uma qualquer coisa, por essa coisa terrível, genérica, sem causa, sem contornos.

Imaginemos que depois de escrever este texto, eu me sinta culpado por algo não ter dito, ou por uma vírgula talvez mal empregada, ou por uma idéia infeliz cuja infelicidade não percebo bem e acrescente, a modo de finalização, "Caro leitor! Prezada leitora! Desculpe qualquer coisa"...

Do que sentimos culpa, afinal? Que remorso é este? E há medo? Medo do inferno? Ou de apanhar de invisível palmatória, dolorosa e presente na imaginação? Pedimos desculpas como gesto de boa educação, expletivo sem motivo, maneira de provar que temos boas maneiras, que somos gente boa, pobre, porém honesta?

Quantos vivem aprontando e nunca pedem perdão?! Mas há os que pedem desculpa por tudo, por nada e por qualquer coisa. Outro dia, a porta aberta, já se despedindo, já com o pagamento no bolso, o técnico que veio fazer a manutenção dos computadores disse humildemente: "Desculpe alguma coisa, viu?".

Não resisti e perguntei: "Que coisa? Do que devo desculpar você?" O rapaz sorriu, pigarreou e... não respondeu.

E os índios Contra-atacam


Asneiras brasileiras
Carta Aberta á comunidade brasileira escrita por Yakuy Tupinambá


Alguém em sã consciência pode nos ajudar a encontrar um adjetivo que possa qualificar os despautérios que temos a infelicidade de ler, ou ouvir, através da imprensa escrita ou falada, que são protagonizados ultimamente pelos políticos, juristas, fazendeiros, alguns militares das forças armadas e anti-indígenas quando falam da questão em relação à reserva Raposa Serra do Sol, que concomitantemente atinge todas às reservas indígenas?

Continuam demonstrando, além da ignorância que lhes é peculiar, um comportamento etnocida, xenofóbico e egocentrista. Faz-nos pensar - atitude inexistente na vida deles - assim como acreditamos que também pensam os integrantes do Instituto Social Ambiental, o Conselho Indigenista Missionário, a COIAB, THYDÊWÁ, a Associação Brasileira de Antropologia, e muitos outros organismos que defendem os povos indígenas: será que ainda existe a possibilidade do homem tornar-se algo puro, sem males?

Insistem em nos ver como "índios", ou seja, nada parecido com algo humano, ainda continuam nos vendo como a igreja católica nos viu e declarou que não existia alma em nossos corpos, portanto "bichos", deixando subentendido que podiam eliminar a todos, que não estariam cometendo "pecado". Foi dito há séculos e ainda continuamos estigmatizados por uma corja de malfeitores assassinos, que servem unicamente para destruir a dignidade humana.

Falam de unificar o Brasil, falam de soberania nacional, falam de economia, de produção de alimentos. Perguntamos que unificação se pretende, se hostilizam os nordestinos, os negros e os pobres? Alguém nos responda, como se chama o comportamento expressado pelos paulistanos em relação aos nordestinos, ou dos gaúchos em relação aos paraenses, o tratamento desigual em relação aos indígenas. Mas, indígenas não são nem gente para a sociedade e até mesmo para os pobres brancos. No Brasil nunca existiu o apartheid ou é cultura brasileira?

E qual economia, e produção de alimentos estão falando, se este é o país da miséria, do assistencialismo, se o que se produz aqui é para abastecer os silos internacionais? O nacionalismo é o refúgio último dos desinformados. Para ser contra os indígenas, o Brasil é um só, tem de se uniformizar. Engraçado, não é esse o discurso que se escuta de São Paulo em relação ao Nordeste, ou do Rio Grande do Sul em relação ao Pará; de repente, tem que unificar a pátria das chuteiras - porque o nacionalismo brasileiro é a pátria das chuteiras, é o Brasil na Copa, é o futebol. Mas, peraí, futebol é inglês e carnaval é veneziano, logo, se futebol é da Inglaterra e carnaval é de Veneza, que diabos é cultura brasileira afinal?!

O Brasil é um país que não conseguiu encontrar a si mesmo, nega suas raízes sem ao menos conhecê-las, as pessoas insistem em permanecer com os olhos voltados para Europa. Comem farinha, feijão, milho, amendoim; bebem tacacá e usam perfume da Natura; as cidades chamam Camaçari, Coaraçi, Camacã e as pessoas têm nomes como Maíra, Iara, Jacira.

O que nos deixa estupefatos é perceber que boa parte dos jornalistas brasileiros são completamente analfabetos no que diz respeito à questão indígena no Brasil, não conhecem a legislação, não conhecem história, e muito menos a cultura que está presente no dia-a-dia deles.

Ainda somos obrigados a ler declarações como essa citada em página de um jornal bastante conhecido: "Índio vai virar guarda-mato sem salário se vencer no STF", diz o chefe dos arrozeiros, entre tantas outras tolices, como comparar a quantidade de indígenas em uma reserva pela quantidade de votos.

Diante do quadro que vivemos, só nos resta esperar que a guerra estabelecida contra nós indígenas desde o dia em que aqui chegaram invadindo nosso solo sagrado, tomando tudo que era nosso e nos matando, seja de fato declarada, pois assim acabam consumando o extermínio de uma única vez. Já que suas leis não são cumpridas, nossas vidas não são valorizadas, o que ainda estão aguardando?

Yakuy Tupinambá (Irmã do Mundo).

Defensiva ou ofensiva

Não são poucos os pensadores de esquerda embaraçados pelas experiências, aparentemente heterodoxas, dos países que se denominam socialistas, como China, Vietnã e Cuba. Dão-se conta de que o socialismo está em defensiva, mas não admitem que aquelas experiências estejam relacionadas com isso. Supõem que a defensiva socialista não é profunda, nem prolongada, e consideram traidora a atual estratégia daqueles países.

Partindo do pressuposto de que, hoje, as lutas sociais ganharam dimensão mundial, afirmam que elas não teriam se generalizado por faltar-lhes a vontade de construir uma convergência na diversidade, em escala mundial. Faltaria uma visão internacionalista e uma perspectiva socialista, assim como a decisão de passar, da resistência contra o neoliberalismo, a uma ofensiva contra o capitalismo. Se aqueles países fossem realmente socialistas, certamente poderiam demonstrar aquela vontade e tomar aquela decisão.

Não é por acaso, portanto, que, a cada oportunidade, tais pensadores conclamem que se passe da defensiva à ofensiva. Supõem que basta vontade e decisão. Esse tipo de voluntarismo é um velho companheiro de certos círculos de esquerda. Eles jamais aprenderam com a experiência das lutas sociais e das revoluções. Que, como se sabe, não dependem da vontade e da decisão de tal ou qual força política, mas do aprendizado que as grandes massas populares conquistam no dia a dia de suas relações com as classes dominantes.

As lutas sociais e as revoluções ocorrem, em geral, por negação, quando as massas populares já não agüentam viver como até então. A suposição de que hoje, em todo o mundo, elas já podem ter uma unidade ou convergência internacionalista apenas demonstra o desprezo daqueles pensadores pela enorme diversidade de condições nas diferentes regiões e países do globo, apesar de seus pontos em comum.

Se as lutas sociais, em cada região ou país, apresentam características locais ainda muito diversificadas, isso significa que o grau de negação ao seu modo de vida é ainda muito variado, apesar de o capitalismo estar presente em toda parte. Mas está presente de forma desigual. Assim, do mesmo modo que a desigualdade de desenvolvimento do capital levou, na primeira metade do século 20, tanto às revoluções burguesa e socialista na Rússia, quanto às revoluções anti-coloniais e democrático-populares em diversos outros países, na melhor das hipóteses também deve levar, no futuro, a revoluções diferenciadas.

Portanto, o que os pensadores socialistas precisam, hoje, é ter uma noção clara do significado de estar na defensiva estratégica, e das condições em que se pode passar dessa defensiva para a ofensiva. Sem isso, além de classificarem os outros de traidores, acabarão culpando as próprias massas populares por sua falta de vontade e decisão.

E de que lado você está mesmo?