Caros Leitores, desde a sua criação o Blog Xapuri News, o intuito sempre foi de ser mais um espaço democrático de noticias e variedades, diretamente da Princesinha do Acre - Terras de Chico Mendes - para o mundo, e passará momentaneamente a ser o instrumento de divulgação das Ações da Administração, Xapuri Nossa Terra, Nosso Orgulho, oque jamais implicará em mudança no estilo crítico das postagens.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Sem Comenátários

Colégio Divina Providência

Leitor identificado apenas por Xapuri, envia comentário solicitando que eu escrevesse sobre a história do Primeiro Colégio de Xapuri, o Instituto Divina Providência. Bem não vou me ater a questões históricas por que isso, só seria possível com tempo para realizar pesquisa detalhada, porém tecerei um breve comentário que pode ajudar e contemplar o nobre leitor.

A priori a história do Colégio Divina Providência é um marco de responsabilidade social e amor de um Padre Italiano por uma terra recém descoberta, e essa história tem seu início no ano de 1926 contada poeticamente por historiadores da época da seguinte forma: Xapuri, uma cidade simples e pacata fundada a 18 anos sentia uma necessidade muito grande de mudanças, com a chegada do novo pároco da prelazia Acre Purus Padre Felipe Galerani, veio a acontecer as transformações desejadas, já que o mesmo vindo com a missão de pregar o evangelho, notou que a maior necessidade mais eminente seria a educação do recém criado município de Xapuri, e conhecedor de vários modelos educacionais europeus, via e sentia a necessidade de implantar no município um modelo educacional que visasse a melhoria de vida da população.

Surge daí o sonho de construir um colégio feminino onde através do mesmo iria propagar não somente o conhecimento, mas o ensino religioso pretendido, já que na sua concepção seria dirigido por freiras e administrado por ele, vendo que seria difícil a concretização desse sonho pessoal, passou a socializar a idéia através de um comitê central formado por autoridades xapurienses, que destacamos João Torres de Melo, Antonio Carneiro Meira, João Gomes Fonseca, Cel. Claudino Vieira Lima, Dr. José Inojosa Varejão, Moysés Bendaham e José Jesus Paes, que eram responsáveis a realizarem varias discussões até a concretização do grande sonho que já não era só de um pároco e sim de toda a sociedade.

Na atual Rua Doutor Batista de Morais, no Local onde hoje está localizada a casa residencial das Irmãs Sevas de Maria, por volta dos anos de 1908 a 1910 ocorreu a edificação de um casarão antigo de madeira, que aguçou o egoísmo dos recém chegados, o ímpeto de construírem casas mais confortáveis do que aquelas em que residiam já que em pleno apogeu do período da borracha os mais elitizados “ ostentavam os lucros recebidos da comercialização do “ouro negro” é nesse contexto que o casarão fora construído pela Família do Senhor Sabino Benevenuto de Lima, sendo vendido em 1913 para o Dr. Antonio Bruno Barbosa que o revendeu em 1926 para o Dr. João Ramos Torres de Mello, que no mesmo ano o vendeu por Quinze contos de réis à Paróquia de São Sebastião e mesmo o Padre Felipe Galerani necessitando do imóvel para a hospedagem das recém chegadas irmãs Servas de Maria, decidiu que naquele local seria uma casa de saber, e eis que é fundado o Colégio catecúmeno Divina Providência e já em 1928 foi fundado oficialmente o colégio Divina Providência para moças.

Durante muitos anos o Colégio Divina Providência fora mantido pelos Servos de Maria e somente em 1940 que veio a receber função de ofício de repartição pública educacional, oque possibilitou o reconhecimento dos estudos realizados, porém em 1942, é chegado ao conhecimento dos responsáveis pela instituição, ordem mandatária do Gabinete Militar de Guerra da República Federativa do Brasil, designação para o fechamento do colégio, devido a segunda guerra mundial, pois o Governo brasileiro considerava as irmãs italianas adversárias do Pais. Segundo relatos a única medida para não fechar a instituição era escolher alguém da comunidade de cidadania brasileira para assumir a responsabilidade pela escola e num ato de voluntariado a Senhora Maria de Lourdes Brito assumiu gratuitamente a direção para fins legais, apesar de na verdade nada ter mudado no caminhar das ações.

È valido ressaltar que nesse período o colégio Divina Providência era em regime de internato, e infelizmente só estudava quem por ventura pudesse pagar ou que possuísse bolsa de estudos pagas por comerciantes, seringalistas empresários ou políticos.

O primeiro casarão – o pioneiro – da rua Dr. Batista de Morais já não atendia á sua finalidade, pela grande preferência do público, tornando-o sem espaço suficiente e devido às condições antiquadas e antigas da sua estrutura. Diante dessa realidade, o seu benfeitor e fundador, Padre Felipe Galerani pensou e realizou com aquela vontade e determinação férrea que caracterizavam a conduta do bravo e inconfundível vigário. E no ano de 1952 exatamente no 17º aniversário de falecimento da Madre Gabriela Nardi, educadora pioneira do colégio, lança a pedra fundamental da nova edificação que é o atual prédio.

O reconhecimento estadual e a transmissão da responsabilidade da escola para o serviço público aconteceu no ano de 1968 através do Decreto 161 que o reconheceu como sendo de utilidade pública, na época pelo Governador Nabor Teles da Rocha Júnior.

Ao longo dos anos a Escola Divina Providência teve ilustres alunos, como o médico Adib Jatene, considerado um dos melhores cardiologistas do mundo, ex-ministro da saúde, Jorge Kalume, atual assessor parlamentar do Senado Federal e ex-governador do Acre entre outras ilustres figuras históricas e atuais do Acre e de Xapuri. Muitos educadores que por aqui iniciaram suas atividades estão na memória do povo acreano e xapuriense como os grandes pioneiros da educação no estado e a eles rendem homenagens em todo o Estado consagrando seus nomes em instituições e organismos públicos.

Evidencio que não se pode considerar o Colégio Divina Providência simplesmente como mais uma escola, mas sim como um dos marcos da educação no Estado e é desta forma que reverencio-o como tal.

Mais informações, basta procurar-me pessoalmente....

Servidores da prefeitura de Assis Brasil são condenados pela Justiça Federal por desvio de R$ 389 mil

A Justiça Federal condenou, a pedido do Ministério Público Federal no Acre (MPF/AC), os servidores do município de Assis Brasil, José Monteiro da Silva, Edmar Balbino dos Santos Rizoneide Barbosa de Oliveira, e o sócio da empresa Empresa WA Construções Ltda, Luiz Fernando Gomes Sampaio, pelo desvio de R$ 389.552,06, verba esta oriunda de convênio entre o município de Assis Brasil e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Pela acusação do MPF/AC, os responsáveis pelo setor de licitações e fiscalização de obras da prefeitura de Assis Brasil, que fica a 330km da capital do Acre, Rio Branco, atestaram o recebimento de obra referente a construção de unidades sanitárias domiciliares, sem que a obra estivesse acabada.

As investigações comprovaram o pagamento de propina pela empresa WA Construções, vencedora da licitação, para que os gestores atestassem o término da empreitada, liberando o pagamento total dos valores correspondentes ao serviço. Relatório técnico da própria Funasa comprovou que as obras haviam sido interrompidas e estavam abandonadas sem que a população do município tivesse recebido qualquer benefício.

Além da devolução dos valores corrigidos monetariamente, as pessoas envolvidas no caso tiveram seus direitos políticos cassados por cinco anos, ficarão proibidos de contratar com o poder público ou receber benefícios públicos pelo prazo de cinco anos. A empresa WA Construções, e qualquer outra empresa do qual os condenados sejam ou venham a ser sócios, também foi condenada na mesma medida ficando proibida de contratar com o poder público ou receber empréstimos e créditos fiscais.

Hermington Franco
Da Procuradoria da República no Estado do Acre

Procon do Acre dá as dicas para as boas compras de Natal

Assim como ocorre todos os anos o comércio acreano já está com decoração natalina e os consumidores já analisam como administrar seus gastos nesse período. Pensando nisso, o Procon, órgão de proteção e defesa do consumidor do Acre, orienta os consumidores para as precauções que devem ser tomadas na hora de realizar as compras de natal.

As lojas devem expor em toda área de venda a correta afixação dos preços nos produtos expostos dentro da loja e nas vitrines, informando nas etiquetas o valor à vista do produto, caso este esteja parcelado, deve informar também o valor de cada parcela, a taxa de juros e o valor total do financiamento. Estas informações devem constar nas etiquetas ou cartazes em letras facilmente identificadas.

O consumidor tem direitos até mesmo antes de realizar suas compras. Por isso deve fazer valer seus direitos, no momento da compra se certificando de que não está adquirindo produtos falsificados e exigindo sempre a nota fiscal. “É importante que o consumidor exija a nota fiscal e o cupom de garantia, só assim ele poderá obter a efetiva garantia do produto”, orienta o chefe da fiscalização do Procon, Otacílio Minassa.

Na hora de pagar suas compras, fique atento às formas de pagamento praticadas pela loja, não pode haver distinção entre o pagamento à vista e o realizado em cartão de débito ou de crédito em uma só parcela. Descontos à vista valem para pagamentos com cartão de débito ou de crédito, desde que a divida não seja parcelada.

Veja algumas dicas que o Procon selecionou para você:

* Faça as suas compras com antecedência. Não deixe para cima da hora a compra dos presentes. Com mais tempo, você tem mais oportunidade de, comparar preços e conseguir descontos.
* Planeje. Antes de ir às lojas, pense no que você gostaria de dar de presente para as pessoas de sua lista, assim você economiza tempo e terá uma idéia daquilo que está procurando.
* Estabeleça quanto poderá gastar, não corra o risco de ficar superendividado. Você pode evitar essa situação criando um orçamento.
* Não ande com dinheiro vivo. Evite correr riscos e faça compras mais seguras utilizando seu cartão de débito ou crédito. Além disso, muitas lojas de departamento oferecem descontos para pagamentos a prazo com cartões. Mas tenha muito cuidado para não exceder seu orçamento.
* Proteja suas informações pessoais. Tome cuidado ao revelar seus dados pessoais na hora de realizar compras online ou por telefone. Pergunte como essas informações serão utilizadas e quem terá acesso às mesmas. Todo cuidado é pouco na hora de realizar compras pela Internet ou pelo telefone.
* Só compre on-line em sites conhecidos. Somente faça compras com empresas que você conhece, confia e que são sérias. Lembre-se que você vai compartilhar com essas lojas seu nome, número do seu cartão e provavelmente seu endereço e telefone.
* Verifique a segurança. Na hora de efetuar uma compra online, certifique-se de que a sua conexão com a Internet é segura e de que a transação seja verificada como autêntica. A maioria dos navegadores apresenta um ícone especial, como uma chave ou cadeado, o que indica que o site é seguro.
* Guarde os comprovantes. Você deve guardar todos os comprovantes da compra em um lugar fácil de lembrar. Desta maneira a documentação estará disponível para possíveis dúvidas ou até mesmo para realização de reclamação.

Tensão pré-vestibular

Estudo com 1.047 vestibulandos aponta que mais da metade apresentava sintomas de ansiedade que podem levar a distúrbios psíquicos mais graves
Por Thiago Romero
Agência FAPESP

Um levantamento com 1.046 vestibulandos verificou que 56,3% apresentaram sintomas de ansiedade, considerando os níveis de intensidade leve, moderado e grave. As candidatas do sexo feminino se mostraram mais ansiosas do que os homens.

A ansiedade é um estado emocional caracterizado por um conjunto de reações psicológicas e fisiológicas relacionadas a situações de perigo. Segundo o estudo, os cinco sintomas mais freqüentes identificados com o problema foram nervosismo, medo de que aconteça o pior, incapacidade de relaxar, sensação de calor e indigestão.

Os participantes foram selecionados em quatro cursos pré-vestibulares na cidade de Porto Alegre (RS). O trabalho teve seus resultados publicados na Revista de Psiquiatria Clínica, do Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

“Em seus diferentes níveis, a ansiedade pode ser saudável e motivar os candidatos a estudar mais, fazendo com que se preparem melhor para o vestibular. Mas a ansiedade também é uma doença que prejudica o rendimento, a concentração e a memorização”, disse um dos autores do trabalho, o médico psiquiatra Daniel Guzinski Rodrigues, pesquisador do Departamento de Psiquiatria da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), à Agência FAPESP.

A avaliação dos candidatos foi realizada por meio de um questionário estruturado e pela aplicação da Escala Beck de Ansiedade (BAI), que mede a intensidade dos sintomas relacionados à ansiedade.

O questionário tinha 24 questões que abordavam o perfil sociodemográfico e a escolha profissional, enquanto a BAI é constituída de 21 afirmações descritivas de sintomas de ansiedade que foram avaliadas a partir de uma escala de quatro pontos, incluindo itens como incapacidade de relaxar, aceleração do coração, dificuldade de respirar, nervosismo, sensação de sufocação, tremores nas mãos e medo de perder o controle.

Os entrevistados pelo trabalho, realizado por Rodrigues e pela psicóloga Cátula Pelisoli, pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tinham idade média de 18 anos, 88,1% apenas estudavam e 1,6% estudavam e trabalhavam.

Além da escolha decisiva por uma profissão ocorrer na adolescência, o que exige o conhecimento prematuro de variáveis como mercado de trabalho, área de atuação e salário, outro fator que contribui para a ansiedade, segundo os autores do estudo, é o fato de os processos seletivos se caracterizarem por uma acirrada competição que não depende apenas do próprio esforço do candidato, mas também do desempenho dos outros.

“Os alunos de cursos pré-vestibulares vivem sob pressão, o que pode estar relacionado com a instalação de quadros de ansiedade generalizada. Para que a ansiedade não gere problemas mentais mais graves, levando a transtornos como síndrome do pânico, depressão e estresse pós-traumático, a preparação para provas ou concursos deve ser psicoeducacional”, disse Rodrigues.

Foco acadêmico e clínico

O estudo mostra que, durante a fase de preparação para o vestibular, o adolescente enfrenta, além das incertezas relacionadas ao seu desempenho no dia da prova, a forte cobrança da família e de amigos, situação que também acaba contribuindo para o surgimento da ansiedade que, em muitos casos, ultrapassa os limites da normalidade e prejudica o desempenho do candidato.

“É fundamental que as instituições de ensino voltadas ao vestibular invistam em serviços de apoio psicológico ao aluno. Para o sucesso nos exames, a habilidade para lidar com o estresse e a ansiedade é um elemento tão importante quanto o próprio conhecimento acadêmico”, disse Rodrigues.

Entre os cursos pretendidos pelos participantes da pesquisa, medicina, direito, administração e odontologia se destacaram como os mais procurados. Os cursos cujos candidatos apresentaram maiores níveis de ansiedade foram publicidade e propaganda, farmácia, medicina veterinária, medicina e odontologia.

“Muitos indivíduos bem preparados cognitivamente vêm sendo reprovados, às vezes por anos sucessivos. Nesse caso, o problema pode não estar nos estudos e o próprio candidato sabe que tem capacidade de ser aprovado. Trata-se de uma questão psicológica específica do momento da prova, que normalmente é negligenciada pelos candidatos durante a fase de preparação”, apontou o pesquisador.

De acordo com o estudo, o sentimento de obrigação de prestar vestibular e o fato de considerá-lo decisivo na vida foram duas variáveis que tiveram efeito importante na ansiedade dos vestibulandos. “Os alunos que se sentiam obrigados a prestar vestibular para determinado curso apresentaram significativamente mais ansiedade comparados aos que não se sentiam obrigados”, disse Rodrigues.

“A influência da família é determinante na escolha, mas pode não estar de acordo com os desejos e a vocação do adolescente”, apontou o pesquisador gaúcho, lembrando que a escolha profissional é multifatorial e influenciada por aspectos políticos, econômicos, sociais, educacionais, familiares e psicológicos.

De todos os participantes da amostra, 947 (90,5%) responderam ainda que o vestibular alterou seus hábitos de vida, sendo as principais modificações na vida social com amigos, no relacionamento familiar, no sono, na atividade física e na alimentação.

Democracia tutelada

Estive ultimamente lendo um artigo do sociólogo Léo Lince, onde ele ressaltava que as campanhas eleitorais no Brasil estão entre as mais caras do mundo. E percebi que tal realidade, reveladora do extraordinário poder do dinheiro na definição da representação política, se reafirma como uma tendência que se avoluma a cada pleito. Toda eleição é mais cara do que a sua congênere anterior. Com isso, a conquista de mandatos e a formação do poder político, que pela Constituição deveria emanar do povo e em seu nome ser exercido, cada vez mais se realiza sob a batuta dos donos do dinheiro.

O volume totalizado dos gastos na eleição de outubro último continua indisponível para o cidadão comum, inclusive nas páginas da justiça eleitoral. A mídia de massa, a televisão principalmente, não se ocupa deste tipo de informação. Mas alguns quadrinhos publicados em páginas secundárias dos jornais permitem afirmar que "nunca houve na história do Brasil" eleição municipal mais cara. O valor total gasto pelos eleitos nas 26 capitais, por exemplo, cresceu 70% em relação a 2004. Foram R$ 115,8 milhões de gastos declarados, contra R$ 67,8 milhões, valores já corrigidos pela inflação do período, em 2004. Agora veja o somatório dos gastos de campanha de todos os candidatos de Xapuri, se fosse investido em interesse da população daria para realizar atividades nas areas da saúde, estrutura do municipios entre muitas outras emergências existentes atualemnte.

Interassante que a eleição e a posição de cada candidato foi diretamente proporcional aos gastos realizados. E por falar em preço, uma curiosidade reveladora: o segundo colocado nas urnas (a amostragem informal requer que cada qual verifique com seu candidato ocorrência semelhante) é também o segundo colocado em gastos. E assim sucessivamente nas demais posições..

O crescimento vertiginoso das chamadas "doações ocultas" é outra marca do último pleito municipal. Os doadores, empreiteiras com obras contratadas pelos órgãos municipais e estaduais, prestadores de serviços ou fornecedores das administrações municipais, em vez de injetarem recursos nas contas dos candidatos, fazem suas doações aos partidos, que as repassam às campanhas. Na prestação de contas, os diretórios partidários aparecem como origem dos recursos repassados. Os técnicos do TSE chamam o artifício de "burla legal" e, segundo eles, tal estratégia foi utilizada por pelo menos sete legendas nas Capitais Brasileiras(PT, PMDB, PSB, PV, PC do B, PSDB, DEM) em 17 das 26 campanhas vitoriosas . Em alguns casos, como o da prefeita eleita pelo PV em Natal, as "doações ocultas" chegaram a 87% do total arrecadado. No verdadeiro Himalaia de dinheiro torrado nas campanhas do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, praticamente a metade (um pouco mais, um pouco menos, dependendo do caso) é originária desta área de sombra.

Embora limitados aos gastos das campanhas majoritárias das capitais, os dados publicados definem um padrão de política que se espalha para os demais municípios e pelas campanhas proporcionais. Não faz muito, a Folha de S. Paulo publicou matéria sobre os gastos exorbitantes dos vereadores eleitos na capital paulista. Além de caras, as campanhas se organizam de tal forma que torna impossível a fiscalização efetiva sobre elas. Os gastos declarados, muitas vezes chuleados por "burlas legais", são apenas a parte descoberta do financiamento: o "caixa um" que a justiça eleitoral acompanha e tenta fiscalizar. Do "caixa dois", os famosos "recursos não contabilizados" (uma pálida expressão na política da sonegação fiscal que grassa na vida econômica das empresas que contribuem), só se sabe quando estouram os escândalos.

O formato atual de financiamento privado de campanha, além de fator incontrolável de corrupção, é a mais poderosa fonte das distorções que marcam a nossa cultura política. São pouquíssimos os países que permitem aos candidatos arrecadar e despender fundos de campanha, na maioria dos casos uma competência exclusiva das organizações partidárias. Aqui é a regra. Resultado: partidos fracos, máquinas pessoais para distribuição de benesses, clientela, compra de votos e mandatários que se consideram donos do mandato. Por outro lado, com a presença diminuta da contribuição cidadã de pessoas físicas, um pequeno grupo de grandes empresas domina o mercado de financiamento de campanha e aprisiona a representação política. No varejo e no atacado, a mesma lógica: pagou, leva a coisa sua.

A última eleição presidencial também foi a mais cara da história no seu gênero. Naquela ocasião, como agora, foram reduzidos os espaços para as candidaturas de opinião e se escancarou a formação de bancadas parlamentares das grandes corporações. São decorrências de um formato de financiamento que perpetua o "status quo" e estreita os vínculos entre políticos conservadores e os interesses empresariais dominantes. Ao mesmo tempo em que cria obstáculos para o surgimento de novos valores, esvazia o voto como instrumento de mudança e esteriliza a representação política como livre expressão dos conflitos sociais.

Tal círculo vicioso, que coloca em risco a nossa frágil democracia, só pode ser quebrado pela adoção do financiamento público para as campanhas eleitorais. Para garantir a independência e a viabilidade dos candidatos e dos eleitos ante o poder econômico, além de salvaguardar o princípio da igualdade na disputa, o financiamento público precisa ser exclusivo, com pesadas punições para quem violá-lo. Para funcionar de maneira justa, é necessário que se estabeleça um teto de gastos para cada cargo em disputa, além da montagem de um rigoroso aparato de fiscalização sobre o uso do fundo público eleitoral. O direito de voto assegurado de maneira igualitária ao cidadão requer, para que seja pleno em seu exercício, que o direito de "ser votado" não sofra a interferência indevida do poder econômico. Sem isso, além de formal e banal, a nossa seguirá sendo uma democracia tutelada.

Políticos querem moleza mesmo!!!!!

Ainda bem que a Câmara FEderal teve o bom senso de reprovara PEC nº 20/2008, que por sinal os Excelentíssimos Senadores já haviam aprovados e que trata da recomposição das Câmaras de Vereadores nos municípios com mais de 15 mil moradores.

A decisão dos senadores iria atingir a maioria das Câmaras no Acre. Em Rio Branco, por exemplo, a composição passaria dos atuais 14 para 23 vereadores. Se caso a PEc tivesse sido aprovada na Camara caberia à Justiça Eleitoral decidir se os suplentes tomarriam posse ou não a partir do dia 1º de janeiro.

O aumento do quantitativo de vereadores não traria aumento ou redução nos repasses para as Câmaras. Essa questão seria tratada numa segunda oportunidade, provavelmente no próximo ano. Mas com certeza a facada seria segura...

Engraçado que chequei a ver discursos, durante a madrugada do dia da aprovação no Senado, os senadores afirmando que estavam corrigindo um erro cometido pela Justiça em 2004, quando reduziu o quantitativo de vereadores, mas não alterou o percentual repassado para as Câmaras.

Se caso a PEC tivesse sido aprovado veja como ficaria a composição das Câmaras Municipais:
- Nove vereadores para os municípios com até 15 mil habitantes;
- Onze vereadores nos municípios com mais de 15 mil e até 30 mil habitantes;
- Treze vereadores nos municípios com mais de 30 mil e até 50 mil habitantes;
- Quinze vereadores nos municípios com mais de 50 mil e até 80 mil habitantes;
- Dezessete vereadores nos municípios com mais de 80 mil e até 120 mil habitantes;
- Dezenove vereadores nos municípios com mais de 120 mil e até 160 mil habitantes;
- Vinte e um vereadores nos municípios com mais de 160 mil e até 300 mil habitantes;
- Vinte e três vereadores nos municípios com mais de 300 mil e até 450 mil habitantes;
- Vinte e cinco vereadores nos municípios com mais de 450 mil e até 600 mil habitantes;
- Vinte e sete vereadores nos municípios com mais de 600 mil e até 750 mil habitantes;
- Vinte e nove vereadores nos municípios com mais de 750 mil e até 900 mil habitantes;
- Trinta e um vereadores nos municípios com mais de 900 mil e até 1.050 milhão de habitantes;
- Trinta e três vereadores nos municípios com mais de 1.050 milhão e até 1,2 milhão de habitantes;
- Trinta e cinco vereadores nos municípios com mais de 1,2 milhão e até 1.350 milhão de habitantes;
- Trinta e sete vereadores nos municípios com mais de 1.350 milhão e até 1,5 milhão de habitantes;
- Trinta e nove vereadores nos municípios com mais de 15, milhão e até 1,8 milhão habitantes;
- Quarenta e um vereadores nos municípios com mais de 1,8 milhão e até 2,4 milhões de habitantes;
- Quarenta e três vereadores nos municípios com mais de 2,4 milhões e até 3 milhões de habitantes;
- Quarenta e cinco vereadores nos municípios com mais de 3 milhões e até 4 milhões de habitantes;
- Quarenta e sete vereadores nos municípios com mais de 4 milhões e até 5 milhões de habitantes;
- Quarenta e nove vereadores nos municípios com mais de 5 milhões e até 6 milhões de habitantes;
- Cinqüenta e um vereadores nos municípios com mais de 6 milhões e até 7 milhões de habitantes;
- Cinqüenta e três vereadores nos municípios com mais de 7 milhões e até 8 milhões de habitantes;
- Cinqüenta e cinco vereadores nos municípios com mais de 8 milhões de habitantes.

Rapadura é doce mas não é mole não....