Caros Leitores, desde a sua criação o Blog Xapuri News, o intuito sempre foi de ser mais um espaço democrático de noticias e variedades, diretamente da Princesinha do Acre - Terras de Chico Mendes - para o mundo, e passará momentaneamente a ser o instrumento de divulgação das Ações da Administração, Xapuri Nossa Terra, Nosso Orgulho, oque jamais implicará em mudança no estilo crítico das postagens.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Imagem do Dia...

A Imagem de hoje é a flor solitária de uma de minhas "plantinhas" logo na
porta de entrada de minha casa. Aliás de solitária ela não tem nada,
esbanja beleza e um perfume adorável.

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Matematicamente falando nesta segunda feira o povo xapuriense foi desrespeitado mais uma vez pela responsável do fornecimento de energia elétrica por vinte e três vezes.. Isso mesmo em um único dia vinte e três interrupções do fornecimento para o município de Xapuri, iniciado as quedas de energia às 09:20 da manhã e normalizando o fornecimento somente às 20:18. Para ser preciso foram 12 interrupções pela manhã, 7 interrupções pela tarde e 4 interrupções no inicio da noite, deixando a ver navios órgãos públicos, comerciantes e população em geral, e mais uma vez nada se falou, nada se tem a dizer, nada a explicar... Verdadeiramente somos os “palhaços” consumidores do bendito linhão.
Não vou aqui enxugar gelo, criticando mais uma vez a postura ética da empresa ou de nossas autoridades, até porque pelo que me parece somente eu é que estou descontente com a situação, estou com a nítida impressão de que os tantos mil xapurienses que também são usuários do sistema estão a mil maravilhas, porque não falam nada, não acessam a Promotoria, não questionam, não cobram providências... Estou sinceramente desconhecendo os xapurienses... Ninguém teve prejuízo em decorrência dessas constantes interrupções do fornecimento elétrico?

O que mais me choca é que durante o Carnapuri em nenhuma vez, repito em nenhuma ocasião nos três dias de festa ocorreu o corte do fornecimento elétrico...

Em outras ocasiões a explicação técnica seria de que um “alimentador” na subestação de repetição localizada em Epitaciolândia havia dado problema e agora? Qual a desculpa? Se analisarmos a situação me parece muito cômica, senão vejamos o linhão percorre os limites do município de Xapuri de fora a fora levando energia para o município vizinho de Epitaciolândia e lá numa subestação há a redução de voltagem e a energia retorna para o nosso município por outra rede de transmissão, o seja nada de investimento local, aliás todo investimento na região está sendo realizado nos municípios de Epitaciolândia e Brasiléia mesmo, uma sugestão seria de que, pudéssemos fechar a cidade e irmos para aquela municipalidade, por que os escritórios governamentais como IBAMA, TRT, Imac entre outros estão sediados por lá, investimentos de grande porte como é o caso do projeto do Hospital Regional também fora deslocado para aquela região... E Xapuri como fica nessa história mesmo???

Acredito que precisamos de um basta e de que possamos exigir mais respeito custe o que custar e doa a quem doe-la.

MPF/AC: ex-prefeito de Porto Acre processado por improbidade

Ex-gestor e empresário poderão ter que devolver mais de R$ 77 mil.

O Ministério Público Federal no Acre impetrou ação de improbidade e denúncia penal contra Pedro Rodrigues Linard, ex-prefeito de Porto Acre, e o proprietário da empresa Solutec Soluções Técnicas Ltda, Humberto Costa da Silva. Ambos são acusados de desviarem parte da verba de um convênio destinado a reforma de uma praça naquele município, que em valores atualizados, justificariam a devolução de R$ 25 mil.

O procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, responsável pelas ações, relata nas peças processuais que o desvio da verba ocorreu na execução de convênio entre o município de Porto Acre e o Ministério da Integração Nacional para construção de uma praça na localidade conhecida como Vila do Incra, naquela cidade.

A principal irregularidade constatada foi na compra e instalação de luminárias para a praça, que foram compradas de tipo bem mais barato e em menor quantidade do que o previsto no convênio, gerando a diferença de preço para menos, sendo que o contrato foi pago integralmente à construtora.

Além de devolver o dinheiro, o MPF pede que a Justiça condene cada um dos acusados a pagar multa civil de aproximadamente R$ 50 Mil (o dobro do valor a ser devolvido), bem como que sejam aplicadas outras sanções, como a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por prazo de cinco a oito anos e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de cinco anos.

O inferno brasileiro

Por:Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 9 de setembro de 2010
A toda hora aparecem pastores, padres, sobretudo jornalistas e políticos – sim, jornalistas e políticos, essas personificações supremas da moralidade – clamando contra “a degradação dos costumes”. O próprio termo completamente deslocado que empregam para nomear o mal prova que são parte dele. “Degradação dos costumes” é uma expressão quantitativa, escalar: supõe a vigência permanente de uma escala contra a qual se mede o decréscimo da obediência rotineira aos valores que ela quantifica.

O que se passa no Brasil não é uma “degradação dos costumes”: é a destruição premeditada de todas as escalas, a inversão sistemática de todos os valores.

Os costumes degradam-se quando a população já não consegue imitar nem de longe os modelos melhores de conduta que a História consagrou e que, ante o olhar de cada geração, se reencarnam de novo e de novo nas figuras das personalidades admiráveis, dos sábios, dos heróis e dos santos.

Quando, ao contrário, todas as personalidades admiráveis desapareceram ou foram postas para escanteio, e em seu lugar se colocam simulacros grotescos ou inversões caricaturais, o problema já não é a desobediência, mesmo generalizada, a valores que todos continuam reconhecendo da boca para fora; é, ao contrário, a obediência a modelos de malícia, perversidade e covardia que se impuseram, pela força da propaganda e da mentira, como as únicas encarnações possíveis do meritório e do admirável.

Quanto mais alto esses personagens sobem na hierarquia social, mais esfumada e distante vai ficando, até desaparecer por completo, a escala de valores que permitiria julgá-los e condená-los; e mais e mais eles próprios se consagram como unidades de medida de uma nova escala, monstruosamente invertida, que em breve passa a ser a única. Daí por diante, quem quer que não a siga e cultue dificilmente poderá evitar a sensação de marginalidade e isolamento que é, nesse quadro, o sucedâneo perfeito do sentimento de culpa. Calou-se, na alma de cada cidadão, a voz da consciência que, na escura solidão da sua alma, lhe trazia a lembrança amarga de seus delitos e de seus vícios. Em lugar dela, desenvolve-se uma hipersensibilidade epidérmica à opinião dos outros, ao julgamento do grupo, ao senso das conveniências aparentes.

Preso na trama virtual dos olhares de suspeita, cada um vive agora em estado de sobressalto permanente, obsediado, ao mesmo tempo, pela compulsão de exibir equilíbrio, tranqüilidade e polidez para não se tornar o próximo alvo de desprezo. A essa altura, cada um se dispõe a renegar ideais, amizades, lealdades, admirações, promessas, ao primeiro sinal de que podem condená-lo a um ostracismo psíquico que se anuncia tanto mais insuportável quanto mais tácito, implícito e não reconhecido como tal.

Há uma diferença enorme entre um “estado de medo” e uma “atmosfera de medo”. O primeiro é patente, é público, todos falam dele e, não raro, encontram um meio de enfrentá-lo. A segunda é difusa, nebulosa, esquiva, e alimenta-se da sua própria negação, na medida em que acusar sua presença é, já, candidatar-se à rejeição, à perda dos laços sociais, ao isolamento enlouquecedor.

Nessa atmosfera, a única maneira de evitar o castigo ante cuja iminência se treme de pavor é negar que ele exista, e, com um sorriso postiço de serenidade olímpica, ajudar a comunidade a aplicá-lo a imprudentes terceiros que tenham ousado notar, em voz alta, a presença do mal.

Não digo que todos os brasileiros tenham se deixado submergir nessa atmosfera. Mas pelo menos as “classes falantes”, se é possível diagnosticá-las pelo que publicam na mídia, já têm sua consciência moral tão deformada que até mesmo suas ocasionais e debilíssimas efusões de revolta contra o mal vêm contaminadas do mesmo mal.

Por exemplo, o fato de que clamem contra desvios de dinheiro público com muito mais veemência do que contra o massacre anual de 50 mil brasileiros (quando chegam a dar-lhe alguma atenção) prova, acima de qualquer possibilidade de dúvida, que por trás do seu ódio a políticos corruptos não há uma só gota de sentimento moral genuíno, apenas a macaqueação de estereótipos moralistas que ficam bem na fita. E que ainda continuem discutindo “se” o partido governante tem parceria com as Farc, depois de tantas provas documentais jamais contestadas, mostra que estão infinitamente menos interessadas em averiguar os fatos do que em apagar as pistas da sua longa e obstinada recusa de averiguá-los. Recusa que as tornou tão culpadas quanto aqueles a quem, agora, relutam em acusar porque sentem que acusá-los seria acusar-se a si próprias. Quando, por indolência seguida de covardia, os inocentes se tornam cúmplices ex post facto, já não sobra ninguém para julgar o crime: todos, agora, estão unidos na busca comum de um subterfúgio anestésico que o suprima da memória geral.

Não, não se trata de “degradação dos costumes”, como nos EUA, na França, na Espanha ou em tantos outros países: Trata-se, isto sim, da perda completa do senso moral, o que faz deste país uma bela imagem do inferno. No inferno não há degradação, porque não há a presença do bem para graduá-la.
http://www.olavodecarvalho.org/semana/100909dc.html