Caros Leitores, desde a sua criação o Blog Xapuri News, o intuito sempre foi de ser mais um espaço democrático de noticias e variedades, diretamente da Princesinha do Acre - Terras de Chico Mendes - para o mundo, e passará momentaneamente a ser o instrumento de divulgação das Ações da Administração, Xapuri Nossa Terra, Nosso Orgulho, oque jamais implicará em mudança no estilo crítico das postagens.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Estamos de Volta

Após alguns dias de recesso forçado, estamos de volta a escrever nesse espaço, a trégua fora devido a problemas de saúde e de alguma forma havia eu perdido o interesse de escrever, cansado de não ser compreendido, fadigado po boas noticias e novos ares em Xapuri o que não aconteceu...

Volto em pleno turbilhão de noticias sobre a "gripe suina" que fique bem longe do Brasil... retorno para ser o virus do incômodo da situação que Xapuri vivencia, retorno com boas novas sobre a realidade, já que muitos deixaram ou simplesmente fecharam os olhos...

Com certeza a partir de hoje voltaremos à velha forma....

Obrigado a todos pelas insistentes visitas, mesmo sem novidades no espaço...

Abraços a todos...

A tentação de ensinar

A tentação de ensinar
Escrito por Gabriel Perissé

As tentações existem. São diferentes das que nos acossaram outrora, mas continuam aprontando confusão.

Cada profissão tem suas peculiares tentações.

A tentação do escritor é escrever o dia inteiro e a noite toda até que lhe doam a mente e as mãos.

A tentação do psicólogo é mergulhar na alma alheia, mar sem fim, e ali perder a respiração.

A tentação do pescador é pescar o tubarão.

A tentação do cozinheiro é não sair do forno e fogão.

A tentação de cada um é ser o que é para além de todo e qualquer limite, e então perder sentido e noção.

A tentação do professor é ensinar tudo e um pouco mais, dar todas as lições do livro e da apostila, sempre com as melhores intenções.

O professor é tentado pelo demônio diplomado, pelas excelentes idéias pedagógicas que povoam sua inteligência, sua memória e imaginação.

O professor é tentado a cuidar da avaliação, como se avaliar pudesse todas as dimensões do ser humano, esse mistério em mutação, microcosmo em rotação, poço sem fundo em constante ebulição.

O professor é tentado a resolver os mais diversos problemas que invadem sua sala — da Aids às drogas, do tédio ao suicídio, do pavor à depressão... mas não só grandes questões, também problemas menores como infestação de piolhos, gripes, briguinhas, bagunça, conversa paralela e xixi no chão.

O professor vive caindo em tentação porque acredita possuir, sempre, para tudo, a melhor solução.

O professor é tentado a aceitar humilhações em nome do dever, do amor e da paz, e do perdão... tudo por abnegação.

O professor é tentado a gemer um "não" quando deveria gritar "sim", ou a conceder seu "sim" quando seria hora de dizer, apenas, "não".

O professor é tentado no deserto a definir o errado e o certo, a ser representante da ética, e a repartir com todos o seu pão, e a repetir, parafraseando Pessoa, que tudo vale a pena quando não é pequeno o coração.

O professor é tentado a acreditar em ilusões e esquecer a realidade, ou a só pensar no real e colecionar desilusões.

O professor é tentado a prometer a salvação, liderar revoluções, promover a pedagogia da libertação.

Ó professor, não se deixe cair em tentação! E que nós nos livremos do pressuposto equivocado de que aprender é, tão somente, ouvir instruções.

TARAUACÁ

Moisés Diniz *
Uma cidade onde o preconceito foi para o espaço e os velhos truculentos ganharam aposentadoria, seja na cama ou no cemitério. Tarauacá impressiona quem chega, pela hospitalidade, o carinho do lugar, o jeito de cidade grande, européia, mas carregada de valores locais, raízes indígenas, seringueiras, caboclas.

Tarauacá é valente na ousadia de fazer o Partido Comunista respeitado, grande, forte e enraizado. É aqui que esse partido vem elegendo vereadores, deputado e quase elege um prefeito. Um partido amplo, antenado com o século vinte um, mas fiel depositário dos ideais socialistas, revolucionários.

Tarauacá é terra de mulher bonita, capazes de amar um homem como se amassem mil, mulheres belas, ciumentas, valentes, mulheres de orvalho, de chuva, de temporal, vulcão, mulheres de diamante.

Uma cidade que tem uma floresta que protege o seu coração, com rios e igarapés suntuosos, comoventes, silenciosos, cheia de entes mágicos, animais e borboletas, peixes, lagartas e raízes. Uma floresta, um sonho, uma mulher densa e verde, Caipora, instante mágico de chuva.

Aldeias indígenas, belas donzelas, anciãos, curumins, kaxinawás, katukinas, yawanawás, kampas, kulinas. Cidades de palha, cidades de paxiúba, cidades de milho, de amendoim, cidades de peixe, kupixawa, caiçuma, mariri.

Tarauacá tem os seus males, que doem, que envergonham, que maltratam, males de incompetência, de abuso, de política velha. O que fere a beleza de Tarauacá é a velha política, que desvia dinheiro público, que corrompe, que deixa Tarauacá cheia de lixo, de buracos, de vergonha.

Contra tudo isso dizemos: não desistam, amanhã vossa mesa terá pão; vossos filhos, escola; vossos pés serão adornados por mocassins e vossas mulheres vos aguardarão com um sorriso aberto, ora nos postos de trabalho, ora na porta de vossas casas. Não morram! Apesar de todo o maldito sofrimento, ensinem vossos filhos a sorrir, brigar, resistir. Amanhã, o sol aquecerá vossas utopias!

Tarauacá vai se erguer, Tarauacá vai vencer, se iluminar. Tarauacá tem tempo para ganhar medalhas, vencer jogos e campeonatos. Tarauacá tem honra, tem mistério, tem gente que não se cansa, não se rende, não se vende, não se ajoelha. Tarauacá tem tempo.

Hoje eu só quero falar de Tarauacá, falar das coisas do interior, de suas alegrias e de suas frustrações. Aqui, como uma sonolenta homilia, o tempo custa a passar. O povo perambula pelas ruas em busca de uma mão estendida, um sim fraterno, um altar.

Diferente da capital, aqui os excluídos transitam no mesmo lugar, dividindo a rua com os donos do dia, não se escondem na periferia das grandes cidades, mascarando o fruto da exploração. Aqui, como uma doença da pele, as coisas boas e também as ‘indesejáveis’ chocam a nossa fidalguia e agridem o nosso olhar.

Somos um clã dividido, vivemos na mesma aldeia, mas não partilhamos o suor. Nossa música está longe do que eles chamam de nobre, curtimos o que a elite chama de brega, nos clubes escassos e nas dezenas de bares bebemos cerveja, cachaça e até álcool curativo. Nosso uísque é a caiçuma.

Nossas mulheres são belas como uma madrugada de janeiro, uma tarde de maio, uma manhã de agosto, os homens são românticos, descontrolados, às vezes, possessivos, querendo fazer de sua amada um campo de cultivo medieval. A hospitalidade desconcerta, acolhe, faz da chegada uma bênção e da despedida uma dor.

E se conquistamos outras terras, se vivemos em outras cidades, não perdemos as raízes, continuamos a ser o povo de Tarauacá! Não nos curvamos! Enfrentamos magistrados sujos e oficiais truculentos. Enfrentamos prefeitos corruptos. Enfrentamos proprietários de terra e gente que queria controlar até a alma do povo de Tarauacá.

O que estamos construindo aqui é bem mais sólido que uma administração provisória ou um mandato parlamentar. Estamos construindo um modo de vida, um jeito de caminhar. O passado perdeu e o futuro está florescendo. Já podemos ouvir o seu canto e sentir a sua alegria! Somos o povo de Tarauacá!

Nossa utopia tem lugar, hora marcada para nascer, tarefas históricas a cumprir e símbolos sagrados para cultuar. Nossas mães não esqueceram de gravar nas hélices tortas de nossos genes: sereis como lobos e pardais. Implacáveis como um vulcão e um vendaval e ternos como um beijo do orvalho e um entrelaçar de mãos. Somos o povo de Tarauacá!

* Moisés Diniz é deputado estadual do PCdoB

Gripe suína no Acre. Ainda bem que foi alarme falso e ninguém está com sintomas

Foi alarme falso. Nenhum dos 68 passageiros do vôo 1939 da Gol, procedente de Fortaleza, que desembarcou no aeroporto de Rio Branco na tarde desta terça-feira, 28, estava com sintomas de gripe suína, conforme alardeou a Agência Nacional Aviação Civil. Mesmo assim a vigilância epidemiológica cumpriu o protocolo e inspecionou 96 passageiros mais os tripulantes do vôo.

A pessoa suspeita não teve seu nome revelado pela vigilância, mas sabe-se que é uma mulher entre 25 a 30 anos. Ela passou por uma bateria de perguntas e como não tinha procedência suspeita (ela é do Amazonas e voava pela primeira vez para Rio Branco) foi liberada 1 hora e meia depois da aeronave pousar em solo acreano.

Apesar da investida surpresa da vigilância sanitária, não houve transtornos aos passageiros e nenhuma reclamação foi registrada no balcão da Infraero, em Rio Branco.