Os governadores do PT saíram em defesa do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, nesta segunda-feira (23). O ministro é alvo de questionamentos por parte da oposição, após reportagem que aponta aumento de 20 vezes em seu patrimônio entre 2006 e 2010.
Jaques Wagner (Bahia), Tarso Genro (Rio Grande do Sul), Tião Viana (Acre), Agnelo Queiroz (Distrito Federal) e Marcelo Déda (Sergipe) se reuniram com o presidente do PT, Rui Falcão, na residência oficial do governador Agnelo Queiroz, em Brasília.
Wagner disse que a Procuradoria Geral da República é o órgão mais adequado para a oposição obter esclarecimentos sobre a evolução patrimonial do ministro. Para ele, a tentativa de convocar o ministro para dar explicações no Congresso é uma forma de "banalizar" as convocações.
"Se [a oposição] quer esclarecimentos, o MP é o melhor caminho. O MP já pediu explicações. Vamos aguardar ele (Palocci) dar explicações ao MP. (...) A convocação não deve ser banalizada", disse Wagner.
Jaques Wagner afirmou que há "uma luta política que não vai se encerrar nunca. A oposição vai ficar batendo nesta mesma tecla." Para o governador da Bahia, Palocci está tranquilo porque tudo foi feito dentro da legalidade e registrado no Imposto de Renda.
De acordo com Wagner, o caso envolvendo Palocci não foi o tema da reunião, que, segundo o governador baiano, já estava marcada "há muito tempo" para tratar de reforma tributária, saúde e segurança.
O governador Marcelo Déda também defendeu o ministro. Para ele, Palocci não escondeu a aquisição de bens. Déda disse ainda que "a convocação de Palocci pelo Congresso é uma questão mais política do que de mérito".
Rui Falcão, presidente do PT, voltou a defender a atuação do governo no caso: "A questão vem sendo conduzida corretamente pelo governo".
Tributos - Após a reunião, foi divulgada a Carta de Brasília, na qual os governadores abordam temas como saúde, educação e segurança. Um dos principais pontos discutidos pelos governadores petistas foi a reforma tributária. Na carta, eles reivindicam "reorganizar o perfil da dívida dos estados com a União".
Os governadores pediram ainda o fim da guerra fiscal entre os estados e defenderam uma política de desenvolvimento regional. "A guerra fiscal é um estelionato como o nosso povo, não podemos mais conviver com isso", disse Agnelo Queiroz.
Marcelo Déda pediu "uma regulamentação mais racional do ICMS" e a unificação das alíquotas do imposto. Segundo ele, 27 legislações diferentes do ICMS prejudicam o país.
Fonte: G1
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