Nesta Terça (ontem) última noite de carnaval derrepente me deparei a pensar nos carnavais da minha vida, principalmente no primeiro carnaval que ninguém nunca esquece, não os Bailes infantis, mas quando se permitem a um adolescente a freqüentar o baile adulto. Hoje vemos adolescentes de 12-15-17 anos às 3:00h da manhã pulando carnaval, me causa inveja, já que na minha adolescência esse era o maior desejo não somente meu mas de todos meus amigos da época, mas pular como se os pais não permitiam e se fugíssemos não teríamos como entrar no antigo “ponto chique” e se ficássemos na rua os Comissários de Menor – Versão antiga dos conselheiros tutelares – agiam de forma rigorosa e nos convidava a dormir no quartel e só poderíamos sair da “cana” se os nossos pais no outro dia fossem nos buscar – peia na certa em casa - Bons tempos , boas lembranças... ou não!!!
Lembrei do meu primeiro carnaval, com 17 anos ganhei um ingresso de uma mesa para o carnaval e depois não parei mais. Até o ano de 1996 os carnavais de xapuri só aconteciam nos clubes fechados e o mais disputado era o organizado pelo amigo “Caboclo” no Ponto Chique, hoje clube Assemux, os interessados deveriam comprar suas mesas e os poucos ingressos individuais não davam para quem queria, somente a partir de 2006 é que os carnavais ganharam às ruas de Xapuri. Quando adentrei ao clube achei o máximo, umas 500 pessoas todo mundo dançando – dançando não – o costume era todo mundo ficar a noite toda circulando pelo salão. Axé nem pensar era marchinha de carnaval, tradicionalmente os músicos eram da Banda de Música Municipal e o auge era o Grupo HWELLEN... Bateu saudades!!!
Em 97 o carnaval se democratizou, na época por iniciativa da Administração do ex-prefeito Júlio Barbosa e devido a uma briga política entre a administração petista e o Sr. Caboclo “Peemedebista Roxo” os bailes foram esquecidos e nasciam deste então os carnavais populares de rua, ninguém mais quis pagar para pular carnaval,podiam fazer isso de graça no meio da rua, porém o bom dessa quizila é que fora possível a todos brincar o carnaval independentemente do poder aquisitivo, porém gradativamente o glamour carnavalesco foi se esfalecendo. Os tradicionais “ranchos” passaram a ser meras aglomerações de avacalhados e bêbados, poucas seriam as pessoas que tradicionalmente participavam a continuar a tradição, a alegria contagiante do período fora pouco a pouco se transformando em alegria alcoólica, transforma-se nesse período a festa carnavalesca em Xapuri tedencionalmente como ocorrera em outros centros urbanos de uma festa de família para uma festa da juventude e aí o negócio pegou fogo novamente, surgem os primeiros blocos da “galera”: O bicho comeu, É o Bich o, Cala a Boca e me beija, Os primos, Os virgens, Os Pés de Panos, Os Procurados e tantos outros que antecederam os mais tradicionais dos últimos três anos: Yaposi, Turma da Pitu, Virgens, As Beijokeiras, K entre Nós e os Caçulinhas: Natex e Leva Eu que fazem a alegria dos brincantes.
Acabei por me lembrar dos personagens que acabam fazendo a história do carnaval em Xapuri, pessoas que acabaram se transformando no símbolo da festa e que os mais jovens que eu e mais sem interesse na construção histórica desse pedacinho de Brasil, ou não se preocupam em aprender ou fazem esforço para esquecer, mas entre tantos personagens reais que povoam essa história, temos guardar um espaço especial para o saudoso Hélio Rodrigues, figura carismática responsável pelo estímulo e organização dos primeiros bailes de Xapuri que vivenciava o período carnavalesco segundo o relato de quem o conhecia mais profundamente. Lembro-me do Sr. Helio no Rancho do Carnaval Fora de Época de 2006 que debilitado de sua saúde física, assistira da sacada de sua casa ao desfile passar, o que não daria por adivinhar o que pensava momento dos saudosos carnavais de Xapuri. Outra figura saudosa do amigo João Simão (Sabiá), que nos deixou no ano passado, que além de sua inegável contribuição ao esporte xapuriense, animava os carnavais com grande alegria, responsável pela criação da primeira escola de samba de Xapuri, os Unidos do Limoeiro, onde por dois anos os desfiles de rua tiveram um novo sentido. Há uma lacuna nesses personagens que é a do nosso eterno Rei Momo, o saudoso João Goiano que na foto ao lado aparece com a rainha do ano Itaira Menezes. Seu João era o típico vovô animado durante o carnaval, sua energia era inesgotável e por durante um bom tempo sustentou o seu reinado. Mas essa história não é somente de pessoas que já se foram as figuras que até hoje ainda fazem parte do nosso imaginário e que ainda estão presentes firmes e fortes, como é o caso da nossa querida Dona Albertina, que ainda freqüenta os carnavais de hoje e diga-se de passagem sempre fantasiadas com suas roupas multicolores e muito bam maquiada e pelo jeito a tradição na familia deverá cntinuar já que a sua neta Maiele esse ano foi eleita a rainha do carnaval é como se diz filha de peixe peixinha é, e nesse caso neta de peixe peixinha com cnerteza, outra figura é a dona Célia Salim, quanta energia e alegria que dá inveja em pessoas com quatro vezes a menos a idade. Dona Célia apesar da idade ainda marca presença nos eventos e com uma alegria invejável ainda não deixa a peteca cair...
É vou parar por aqui senão podem dizer que estou nostálgico demasiado, ou ainda que estou ficando velhinho, mas torço que possamos nós estarmos futuramente nessa lista desses personagens e dos muito que nao citei nesse espaço...
Mas é carnaval e carnaval também é história!!!
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