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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Visita ao Parque Zoobotanico da UFAC

Estive na quarta feira em visita ao Parque Zoobotanico da Universidade Federal do Acre, onde tive a oprtunidade juntamente com o Professor Raimundo Nonato, titular da cadeira de Biologia do Divina Providencia e alunos finalistas do 3º ano, de conhecer alguns dos projetos desenvolvidos naquela instituiçao, por pesquisadores acreanos que aos troncos e barrancos desenvolvem estudos de valorizaçao e busca de conhecimentos da nossa extensa flora acreana e xapuriense.

Fiquei sabendo que que o mesmo foi criado em 1979, compreendendo uma área de 100 ha,representada por formações vegetais secundárias em diferentes estágios de regeneração e por um remanescente de mata primária pouco perturbada. O PZ pauta-se em três grandes pilares: biodiversidade, ecologia e manejo de ecossistemas, e educação.porém suas tividades só iniciaram em 1979, quando a Reitoria da UFAC designou uma comissão para a elaboração do projeto de implantação para a criação de um setor que atendesse principalmente ao curso de biologia, e futuros trabalhos relacionados ao meio ambiente.

Segundo a Universidade a área tem um histórico de ocupação bastante interessante que o "Campus" Universitário , onde se localiza o Parque Zoobotânico, fazia parte do seringal Empresa, de propriedade do Sr. Capitão Manoel Julião de Souza. Posteriormente, João Batista de Oliveira, apelidado de "João Seringueiro", posseiro da área, tornou-se proprietário onde veio a extrair látex em 9 (nove) estradas de seringa, montou também uma serraria manual para o beneficiamento de madeira e praticou agricultura de subsistência com um pequeno excedente destinado ao mercado local. Segundo depoimentos de antigos moradores locais, essas atividades ocorreram entre 1947 a 1950.

Esgotado o potencial madeireiro, houve uma retratação no mercado da borracha e, sobretudo, uma política de incentivo à agropecuária pelo governador, Sr. José Guiomard dos Santos. Em conseqüência disso, João Seringueiro dividiu sua área em pequenos roçados para subsistência, pomares, mata secundária e pequenas pastagens.

É bom frisar que na área que constitui hoje o Parque Zoobotânico, existiam 9 (nove) propriedades totalmente ou parcialmente nela inseridas, onde se desenvolviam o cultivo de árvores frutíferas, poucos roçados e, em quase todas, pastagens. Apartir do ano de 1975, teve início ao processo de desapropriação da área pelo Governo do Estado e, posteriormente, a doação ao governo Federal para a construção do Complexo Arquitetônico do "Campus" da UFAC.

Com a criação do curso de biologia, houve a necessidade de implantar o Parque Zoobotânico, no ano de 1979. Fruto de reivindicações por parte do Departamento de Ciências da Natureza, que pleitearam a criação de uma reserva ecológica. Como prioridade e dentro dos objetivos propostos a criação do Parque Zoobotânico, houve, principalmente, a proposta de produção de mudas nativas, que visava a introdução de espécies vegetais florestais, ornamentais e madeireiras. Com o número crescente de atividades o Parque Zoobotânico foi adquirindo uma infra-estrutura que gerou autonomia científica, didática e administrativa, o que vem agilizando o cumprimento dos seus objetivos primordiais: Contribuir com o desenvolvimento regional na geração de produtos relacionados a pesquisa, conhecimento da florístico da região, preservação, educação ambiental e envolvendo importantes aspectos da flora e fauna amazônica, bem como capacitando recursos humanos em diferentes campos de atuação.

Segundo seus Coordenadores os objetivos principais do parque é:pesquisar como valorarizar os recursos, a ecologia das espécies com potencial de uso e de produtos, a sustentabilidade do extrativismo e da produção; Universidade Federal do Acre PARQUE ZOOBOTÂNICO; desenvolver tecnologias apropriadas para processamento e criar e expandir o mercado e a comercialização de produtos florestais, de forma a garantir a interação entre a educação, o desenvolvimento econômico e os mecanismos de manutenção dos processos ecológicos da região.

Na visita conheci o Projeto Arboredo, um dos setores do Parque Zoobotânico (PZ) e teve sua origem no chamado "Experimento Arboreto", instalado no início da década de oitenta. O experimento foi idealizado com o intuito de estudar o comportamento de cerca de 150 espécies arbóreas, em sua maioria nativas da região amazônica, em diferentes condições de luminosidade, com objetivo de gerar informações que subsidiem projetos de recuperação de áreas degradadas, principalmente através de Sistemas Agroiflorestais (SAF's). Em 1992, ao completar dez anos de experimento, o Arboreto constituiu-se como projeto de pesquisa, com objetivo de compartilhar resultados com pequenos produtores rurais e populações tradicionais do Estado do Acre, propondo modelos de sistemas agroflorestais com as espécies mais promissoras. As primeiras ações de campo foram na Reserva Extrativista "Chico Mendes", em parceria com o Centro de Formação do Seringueiro e financiamento da Fundação Ford. A partir de 1996, o Arboreto iniciou uma parceria com a Comissão Pró-Índio do Acre (CPI/AC), no intuito de assessorar o Programa de Formação de Agentes Agroflorestais Indígenas. A partir de 1998, o Arboreto vem desenvolvendo um programa piloto de capacitação agroflorestal junto a 13 famílias do Projeto de Assentamento Dirigido Humaitá, localizado no município de Porto Acre/AC. O projeto teve início com um diagnóstico sócio-ambiental, seguido de um planejamento comunitário de atividades, cujos resultados revelaram potencialidades, levantaram problemas enfrentados pela comunidade, bem como possíveis ações que pudessem solucioná-los. No início de 1999, baseado nas demandas da comunidade, teve início o programa de capacitação em sistemas agroflorestais e a instalação de áreas experimentais através de pesquisa participante.

No final de 1999, o Arboreto inicia um trabalho com as comunidades indígenas Apurinã de Boca do Acre/AM. O objetivo do projeto é validar a metodologia de educação agroflorestal desenvolvida pelo Arboreto como método pedagógico adaptável às diferentes realidades sócio-econômicas e culturais de pequenos produtores e populações tradicionais da Amazônia, e, ao mesmo tempo, contribuir para o etnodesenvolvimento sustentável das comunidades envolvidas no projeto. Paralelamente aos trabalhos de pesquisa/extensão agroflorestal, o Arboreto, em uma área experimental no campus da UFAC, mantém dois hectares de sistemas agroflorestais e testa tecnologias agroflorestais, tais como: coquetéis de leguminosas, cercas-vivas, plantio na taboca, árvores de serviço, barreiras vivas contra fogo e espécies madeireiras de rápido crescimento.

Atualmente, o Arboreto vêm subsidiando políticas públicas através de uma parceria com a Secretaria de Produção do Governo do Estado do Acre (SEPRO), com objetivo de capacitar técnicos extensionistas de sete municípios acreanos. O programa de capacitação em sistemas agroflorestais, denominado "Educadores Agroflorestais", vem sendo desenvolvido paralelamente à capacitação de produtores assentados no Projeto Pólos Agroflorestais idealizado pelo atual Governo do Estado. porém estar fechando suas portas, já que o que me pareceu foi que os reponsáveis pelo projeto estão dando as costas para o mesmo.

Pude também visitar o Herbário onde fica arquivado a coleção de exemplares vegetais, disponíveis para a consulta, doação, referência e outros fins específicos.Sua principal missão é o levantamento da flora Acreana. Constitui-se em um centro de referência da flora estadual, com mais 15.000 de exsicatas já determinadas e disponibilizadas em banco de dados. Executa projetos que visam gerar conhecimentos sobre etnobotânica e botânica econômica, e outros que visam detectar e identificar os padrões fitogeográficos do Estado, verificando quais as áreas prioritárias para conservação, fornecendo assim subsídios ao zoneamento ecológico-econômico.

Segundo o Professor Ferraz, que foi nosso orientador durante a visita o Herbário é responsável pelo levantamentamento da Flora do Acre; Estágio para alunos dos cursos de Biologia, Eng. Florestal e Eng. Agronômica;realiza cursos de aprendizagem de técnicas de coleta e montagem de material botânico; Recebe alunos das escolas estaduais, municipais e federais;realiza palestras em eventos especiais, tais como: Semana do Meio Ambiente, Flora, etc. e presta apoio às comunidades dos municípios e países vizinhos disponibilizando nossos recursos humanos e científicos.

Vistei o SETEM (Setor de Estudos do Uso da Terra e Mudanças Globais) do Parque Zoobotânico da UFAC, que desenvolve pesquisas relacionadas ao uso da terra - aspectos biofisicos e sócio-econômicos e suas implicações nas mudanças climáticas globais, bem como a formação de recursos humanos, fortalecendo a comunidade científica regional e populações tradicionais. Para isso, conta com uma equipe multidisciplinar de professores, pesquisadores e estudantes da UFAC.

Segundo a Professora que me atendeu todo o trabalho de pesquisa é cuidadosamente repassado para a comunidade através de cursos de curta duração, seminários e workshops nos municípios que fazem parte da área de estudo, na região leste do Estado do Acre.

Visitei também o Laboratório de Entomologia que cuida especificamente de estudar os insetos da nossa região, bem como o Laboradório de Produtos Florestais não madeireiros, que busca em pesquisas alternativas economicas viáveis para a população florestal do nosso estado, inclusive com pesquisa aqui no município e Xapuri no seringal Rio Branco, com a viabilidade de extração do móleo de copaíba e da Seiva de Jatobá que segundo os pesquisadores é o Viagra da Amazônia, inclusive experimentei..

Tive a oportunidade de conhecer o Laboratório de sementes, sob coordenação do Professor Ferraz, que desenvolve projetos que buscam gerar informações técnicas sobre aspectos de dormência, germinação, armazenamento de sementes e desenvolvimento de plântulas de espécies arbóreas regionais de valor econômico. Além de estudar o comportamento de sementes de espécies arbóreas regionais quanto aos aspectos ligados á germinação, dormência, armazenamento e desenvolvimento de plântulas.

Visitei também o arcevo paleontológico da Universidade e fiquei pasmo de saber que o Acre faz parte da renomada lista que envolve pesquisas científicas na área da paleontologia no Brasil, junto a Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Ceará, entre outros, inserido no contexto tanto no tocante à qualidade e capacidade técnica, desenvolvidas pelo Laboratório de Paleontologia da Universidade Federal do Acre (Ufac), como por abrigar um vasto tesouro de fósseis animais, encontrados às margens do rio Acre, desde Assis Brasil até Boca do Acre, Alto rio Juruá e outras localidades. Segundo teorias, esses animais existiram durante o Pleistoceno, período que vai de 2 milhões a 12 mil anos atrás.

Sítios arqueológicos acreanos já saíram daqui umas duas mil peças importantes para a ciência, envolvendo vários grupos de jacarés, como os gaviais, que só existem hoje na Índia, o bico-de-pato, bico-fino, os purussauros gigantes, vários mamíferos, preguiças gigantes, grandes roedores, do tamanho talvez de rinocerontes, que deveriam ser presas dos purussauros, inúmeras espécies de tartarugas, enfim, uma fauna imensa relacionada com a água”,

Enfim, tive literalmente um dia recheado de cultura e novos conhecimentos, fiquei cansado de percorrer trilhar, matas, corredores dos prédios universitários, mas vasleu a pena, porque estou extasiado de informações.

2 comentários:

  1. eu gostaria mesmo era de um manual de visitaçao!mas foi muito interessante !

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  2. se puderem por favor fazer um manual de visitaçao deste parque ficarei muito agredicida!obrigado,Nicole

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