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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Índios protestam contra projeto madeireiro de Ratinho no Acre

Segundo eles, projeto vem sendo realizado sem nenhum tipo de consulta prévia e informada às suas comunidades, que não conhecem e nem foram informados sobre os estudos de impacto ambiental que a exploração madeireira da empresa do apresentador.
Índios e ribeirinhos de sete aldeias da etnia yawanawá ameaçam fechar a partir desta quinta-feira (1) a BR-364, que liga a capital Rio Branco ao interior do Acre, em protesto contra a relação do governo estadual com a empresa Radan Administração e Participação Ltda., que tem como sócio majoritário o apresentador de TV Carlos Massa, o Ratinho.
A Radan obteve licenciamento para exploração madeireira em 150 mil hectares na Floresta Estadual do Mogno, na margem esquerda da BR-364. Os planos de negócio e manejo florestal, analisados e aprovados pelo governo estadual, incluem a instalação de uma indústria de beneficiamento de madeira na região.
Duas organizações do povo yawanawá entregaram na semana passada uma carta ao governador Binho Marques (PT) na qual criticam duramente a relação do Estado com a empresa de Ratinho. De acordo com os índios, está chegando ao final o terceiro mandato da coligação Frente Popular do Acre e o governo pouco ou quase nada de significativo tem feito para ajudar concretamente as comunidades indígenas.
– Além disso, estamos nos sentindo ameaçado com o projeto madeireiro do Ratinho no entorno de nossa terra indígena, que, junto com a pavimentação da BR-364, vai afetar direta e indiretamente todo o nosso povo Yawanawá. Ficamos ainda mais preocupados com o apoio efetivo que o “Governo da Floresta” vem dando para implementar e consolidar um projeto madeireiro dessa magnitude nas vizinhanças de nosso território - afirma a carta.
Os índios argumentam que têm o direito inalienável como primeiros habitantes das terras banhadas pelo rio Gregório, mas se sentem desrespeitados pelo projeto de exploração de madeira ao redor de seu território.
- O que mais nos revoltou foi ver o Ratinho dizendo na televisão que é amigo do governo, que comprou e pagou a terra e que nós estamos apenas querendo dificultar o desenvolvimento do Acre e a vida dele como empresário. Não vamos permitir que nos atropelem. Nós vamos obstruir a ponte sobre o Rio Gregório juntamente com nossos amigos não índios que foram retirados da área do projeto do Ratinho - disse ao Blog da Amazônia o líder indígena Joaquim Tashka Yawanawá.

Os índios dizem que o projeto vem sendo realizado sem nenhum tipo de consulta prévia e informada às suas comunidades, que não conhecem e nem foram informados sobre os estudos de impacto ambiental que a exploração madeireira da empresa de Ratinho acarretará sobre as “nossas florestas, o nosso rio e as nossas comunidades.”

- Nesse sentido, exigimos que fossem realizados os estudos de impacto ambiental sobre essa exploração madeireira na região do rio Gregório, que nos informem de que forma esta atividade predatória irá afetar diretamente ou indiretamente nossas comunidades.
Os yawanawa também querem ter acesso ao documento de licença ambiental que permite a exploração de madeira no Gregório e tomar conhecimento dos estudos e levantamentos realizados pelo governo do Acre sobre viabilidade econômica, social e ambiental do projeto madeireiro.

- Pela mesma razão, gostaríamos de saber os motivos pelos quais o projeto de REED Sky, WWF e Governo do Estado fora direcionado apenas para (os municípios de) Feijó e Manoel Urbano, justamente o trecho da BR-364 escassamente povoado, que está sendo asfaltado agora pelo seu governo.

De acordo com a carta dos yawanawá, a Fundação Nacional do Índio não realizou o pagamento das indenizações das benfeitorias dos antigos moradores brancos da Terra Indígena do Rio Gregório.
- Nossa terra foi demarcada há mais de dois anos e, no entanto, até hoje nossos velhos amigos não receberam nenhuma indenização. Isso é injusto e ilegal com aqueles moradores que se retiraram de nossa terra mesmo antes da demarcação física de nossa terra, sem nenhum conflito e confusão, apenas por respeito e consideração com o nosso povo e as nossas comunidades.
Fonte: Blog da Amazônia

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