Ha algum tempo que venho criticando a forma de regionalização dos serviços públicos, porém há sempre pessoas que ferozmente defendem que diante da realidade é impossível pensar em desenvolvimento ou em solução de um único município, mas sim em contexto que envolva a circunvizinhança ou seja a regional em que ele está inserido.
Desde o ano 2000 que Xapuri vem sofrendo com alguns agruras na questão de serviços indispensáveis e assegurados na Legislação Vigente, foi assim com a saída do Banco do Brasil do município, onde os funcionários tinham que se deslocar á cidade de Epitaciolândia para receberem seus vencimentos, problema este somente resolvido somente em 2006, situação igual do INSS. Porém alguns serviços como IBAMA e até pouco tempo como o INCRA, ficava o município dependendo de Brasiléia que em tese é a “Sede da Regional do Alto Acre”.
Durante o ano passado muito se foi propagado de que a saúde também seria regionalizada, com a construção de um Hospital Regional no município vizinho que atenderia Xapuri, Brasiléia, Epitaciolândia e Assis Brasil, ou seja, os hospitais de Xapuri e Assis Brasil seriam apenas para atendimentos de baixa complexidade e maternidade simples, porém imaginava eu que seria construído um novo hospital, já que sinceramente todos conhecemos as condições que infelizmente os profissionais da área de saúde enfrentam naquela instituição, porém segundo o Vereador Zeca da Emater em recente conversa comigo, aquele hospital será apenas readequado e ampliado para atender tal demanda.. é gozação....
Por falar na área da saúde devo fazer uma cobrança aqui no espaço, para o Hospital Epaminondas Jacome de Xapuri, no que se refere a aquisição de um grupo gerador de energia elétrica emergencial no caso de interrupção do fornecimento, o que convenhamos voltou a ser realidade novamente em Xapuri. Segundo informações levantadas o processo licitatório já havia sido realizado em 2010, porém nada dos equipamentos chegarem ao seu destino. Uma pergunta cai bem na situação... e se no momento de um parto por meio de procedimento cirúrgico houver a interrupção? Os procedimentos serão à luz de vela?
Outra situação que é vergonhosa é que agora nos municípios de interior tem que ter dia e hora marcada para morrer, e antes disso fazer uma poupança para os custos. Compreendo que pelos procedimentos legais quaisquer vitima de homicídio, seu corpo por via de regra deve ser submetido a necropsia para aferição da causa mortis, o que significa que qualquer cadáver de município do interior do Acre é remetido ao IML da Capital para realização do procedimento.
Largamente fora divulgado de que nossa Regional “ do Alto Acre’ já contava com a prestação de tal serviço, porém as coisas não são bem assim. No dia 19 de janeiro o senhor Antonio Ferreira da Silva vulgo “Mazagão” foi assassinado no Bairro da Sibéria em Xapuri, por volta das 17:30 com uma facada logo acima das costelas esquerdas, de imediato a viatura do IML que permanece em Brasiléia fora acionada, porém aquele entreposto não conta com Médico Legista, somente com perito o que significa que o cadáver deveria ser transladado à Rio Branco para o IML.
Segundo informações dos familiares o corpo somente fora liberado para o transporte por voltas das 21:00hs e ai veio a informação escabrosa de que se caso chegassem à Rio Branco antes das 00:00 a autópsia poderia ser realizada ainda naquele dia caso contrário somente no outro dia, e de que diante da situação o melhor que se podia fazer era viajar somente no dia seguinte.
A partir daí começa uma verdadeira novela mexicana, a viatura com o corpo sai de Xapuri para Brasiléia na noite do dia 19/01 segundo informações dos familiares para que o motorista dormisse no município de origem e retornando somente as 05:00hs do dia 20/01 para prosseguir para Rio Branco. Segundo informações o corpo do Sr. Antonio somente foi autopsiado porque algumas ligações foram realizadas de Vereadores de Xapuri para a Direção do IML, já que segundo testemunhas durante a semana o procedimento somente é realizado após o meio dia pela falta de pessoal.
Esse é um problema freqüente dos moradores dos municípios de interior, mas o problema maior é o retorno do corpo, já que segundo um rápido levantamento realizado por este Blogueiro o custo mais baixo dos serviços funerários para o traslado de Rio Branco/Xapuri é de R$ 1.250,00 (Um mil, duzentos e cinqüenta reais), que compreende em um esquife humilde e transporte, sendo que a família ainda é responsável pelas providencias do sepultamento na cidade de Origem. Sim, agora novamente se faz necessário uma pergunta básica... E como faz uma família com renda de 01 salário mínimo ou inferior a isso para arcar com esses custos?
Acredito que está na hora de começarmos a sermos mais solidários e humanos porque até mesmo pra morrer ta ruim...
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