De um lado o deputado federal mais votado em toda história do Acre, de outro o candidato que por pouco não interrompe as sucessivas vitórias da Frente Popular, numa eleição majoritária. Assim aparece o novo desenho na estrutura de poder do PSDB. A disputa interna, entre Márcio Bittar e Tião Bocalom, os homens que prometem um embate pelo comando do ninho tucano, pode revelar um novo racha na base do partido no Acre.
A bicada dos tucanos chamados bicos dura, facção comandada por Tião Bocalom, que em outra oportunidade, já recorreu à direção nacional do partido, para se manter no comando do ninho tucano no Acre, promete resistir ao prestígio da estrondosa votação de Márcio Bittar, considerado pelos membros mais antigos da legenda, como tucano de bico mole, pelo pouco tempo de filiação partidária.
Em meio à guerra declarada, aparece à proposta de uma terceira via comandada pelo deputado estadual Wherles Rocha, líder da oposição na Assembleia Legislativa do Acre (Alec). Mas nos bastidores o comentário é que, a chapa de Rocha usa o slogan de campanha de Tião Bocalom (Produzir para Empregar), deixando claro que o militar reformado, repousa do lado do ninho comando por Bocalom.
Alguns membros do ninho tucano são evasivos ao tratar do assunto da sucessão municipal do PSDB, em Rio Branco. Outros já escolherem claramente as opções colocadas no tabuleiro da sucessão. Mas existem ainda, os que preferem analisar as propostas com todas as nuances, com ênfase na história dos postulantes ao Diretório Municipal de Rio Branco.
Márcio Bittar não é bem visto por alguns tucanos bico duro, que alegam centralização das decisões nas mãos do deputado, caso, o advogado José Wilson, candidato de Bittar, venha vencer a disputa da direção do partido na capital acreana. Os tucanos afirmam ainda, que a intenção de Bittar é colocar um segundo partido sob o seu comando, destacando que o deputado comanda o PPS, mesmo sem ser filiado, mantendo Edson Bittar no comando dos socialistas.
A disputa interna do PSDB de Rio Branco, antes era comentada apenas nos bastidores, hoje, ganhou corpo e, já não é novidade que o partido possa comandar a sucessão municipal em 2012, se tornando motivo de ambição de várias facções na disputas pelo poder de comandar a virtual legenda que em tese, pode interromper a caminhada vitoriosa da Frente Popular do Acre, que não sabe o que é uma derrota, desde os tempos em que surgiu o MDA de Flaviano Melo (PMDB).
Brigas nas prévias municipais podem afetar disputa de 2012
Para muitos, depois da votação expressiva de Tião Bocalom no pleito de 2010, era favas contadas à vitória em 2012, mas se persistir o atual quadro dentro da oposição, o bloco estará fadado a mais um fracasso por incompetência e desunião na base dos partidos que antes de qualquer disputa eleitoral não conseguem se entender na hora de eleger seus dirigentes.
Além da disputa interna do PSDB, os oposicionistas contam ainda com as espertezas de figuras, como o deputado Flaviano Melo, uma velha raposa da política do Acre, que diante das disputas internas dos oposicionistas, volta com a manjada estratégia de lançar um balão de ensaio com a candidatura de João Correia, a Prefeitura de Rio Branco.
A concorrência dos grupos dentro do PSDB poderá favorecer a Frente Popular, que em silencia trabalha nomes que podem tirar o PT da cabeça da chapa, mas manterá o comando da capital do Acre, nas mãos de membros da FPA. Segundo Frank Lima, atual secretário geral do PSDB, “a população está descontente”, fator que segundo ele, favorece de cara, qualquer partido de oposição que lance um bom nome para a disputa de 2012.
Candidatura de Wherles Rocha
Na manhã de quinta-feira, 10, ouvimos o deputado Wherles Rocha, sobre sua candidatura. De acordo com o deputado, o único objetivo de sua candidatura é fortalecer o partido e a oposição. “Minha chapa ao tem ligação com qualquer grupo político. Entro na disputa para fortalecer a democracia exercida dentro do PSDB. Ao contrário do que estão falando, não existe racha interno, estamos discutindo democratamente a sucessão do diretório municipal”, diz Rocha ao confirma sua candidatura.
O deputado prega um discurso democrata nas disputadas do partido, como forma do partido chegar fortalecido a disputa de 2012. De acordo com ele, não existe nenhum salvador da pátria, mas “temos um grupo de pessoas dispostas, que querem mudar a história do Acre”, ao afirmar que não seria candidato de grupo A, B ou C, que sua chapa já estaria composta com 120 nomes, enquanto outras duas que pretendem disputar o diretório municipal, ainda não conseguiram os nomes necessários.
Sobre os boatos de sua candidatura à Prefeitura de Rio Branco, Wherles Rocha disse que não passa de conversas plantadas para tentar desestabilizar a oposição nas próximas eleições. “Vamos discutir o nome do candidato a prefeito, mas no momento não tenho pretensões de entrar nesta disputa. Fui eleito para ser deputado estadual e vou cumprir o mandato até o fim, pois foi essa a vontade das pessoas que me confiaram seus votos”.
José Wilson diz que Rocha é mentiroso e totalitarista
Procurado pela reportagem, para falar sobre a disputa interna do PSDB, o advogado José Wilson, que durante as eleições de 2010, obteve várias vitórias para os tucanos, se diz injustiçado. “De uma hora outra passei de herói para bandido. Nas vitórias, como advogado, Rocha, aplaudia. Eu era o herói, porque que agora não presto?” diz em tom de revolta, o advogado, que concorre à presidência da Executiva municipal dos tucanos.
José Wilson destacou ainda que o discurso assumido pelo Major Rocha, sobre democracia partidária, foi uma bandeira levantada por ele, que o deputado indevidamente, usa como artifício para tentar esconder os verdadeiros motivos da inscrição da chapa Produzir para empregar.
O advogado disse ainda, que sua candidatura não saiu apenas do apoio de Márcio Bittar, mas que nomes, como Toinha Vieira, Alonso, Dindim e tantas outras lideranças do partido, que ao longo de quatro anos, pode conhecer dentro das hostes do PSDB.
“Tenho apoio de pessoas que participaram da história do PSDB, no Acre, ao contrário de Rocha que conta com o apoio de pessoas de conduta duvidosa, como Normando Sales, envolvido em escândalos em Sena Madureira, Frank Lima, responsável pela falência do Adesg de Senador Guiomard e Paulo Chimendes, oposicionista que apoiou a candidatura de Tião Viana. Acho que não preciso falar muita coisa da chapa de Rocha”, enfatiza José Wilson.
A homologação da chapa de Rocha está sendo contesta juridicamente. José Wilson afirma que o militar reformado, não pode ser candidato, já que além de deputado é líder do partido na Aleac e membro nato da executiva estadual. De acordo com o advogado, o deputado contradiz o discurso democrático ao tentar presidir Executiva Municipal; ser o líder do partido no Legislativo; membro nato da executiva estadual e delegado nacional do partido.
“Que diabos de democracia é essa? Isso mais parece um samba do crioulo doido, uma pessoa que foi eleita para ser deputado, querer todos os cargos dentro do partido. Ele vai dá conta de qual mandato? Não conhece nem o PSDB, não conhece nem os membros de sua chapa. Ele mente ao tentar passar uma imagem, enquanto seu perfil é totalitarista”, desabafa José Wilson.
Segundo o candidato, desde 2009, as listas de filiados não são atualizadas e, que a relação de filiados de três grandes atos do partido, simplesmente sumiu. José Wilson diz ainda, que as decisões são tomadas sem consultar as bases do partido.
Ray Melo, da redação do ac24horas
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