Há 60 anos, justamente no mês de junho, chegaram os primeiros bois e vacas no Acre.
O plantel, formado 56 reses zebus, foi adquirido pelo então governador do Território Federal, José Guiomard Santos, em Uberaba (MG). O transporte foi realizado por avião.
Os animais foram instalados na antiga Fazenda Sobral e logo viraram atração para as pessoas que faziam questão de ir olhar de perto.
Durante anos, a pecuária acreana foi de subsistência. Praticamente não havia carne no Estado.
A população, principalmente os menos abastados, era obrigada a dormir nas famosas “cobrinhas” nos mercados para tentar adquirir ao menos um quilo com osso. Não era raro voltar com as mãos abanando.
Somente a partir da década de setenta, quando Francisco Wanderley Dantas assumiu ao governo, os pecuaristas começaram a se instalar no Estado.
Dantinha fez propaganda nos centro-sul, dizendo que o Acre era um Nordeste sem seca e um Sul sem geada. Centenas de pessoas vieram quase correndo atrás de terras baratas.
A forma como os chamados “paulistas” chegaram ao Acre chocou a população e trouxe conflitos agrários graves.
Os seringueiros foram expulsos de suas colocações e muitos perderam a vida.
As árvores foram derrubadas para formar pasto para os bois se alimentarem. Os extrativistas que sobreviveram vieram passar fome na cidade e morar na periferia.
Ainda hoje há alguns ressentimentos, mas pecuarista, extrativistas e a população em geral vivem em harmonia. A pecuária mostrou a sua importância e tem papel fundamental na economia acreana, posto que gera emprego, renda e alimento.
O atual rebanho acreano supera dois milhões de reses. O Instituto de Defesa Agroflorestal (Idaf) estima vacinar 2.532 milhões de reses este ano.
No ano passado, a vacinação atingiu 2.538.524. De 2007 para 2008 houve a redução do abate e da transferência de animais para outros Estados.
A foto é do acervo da Fundação Garibaldi Brasil.
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