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sábado, 26 de dezembro de 2009

Criada a Associação Médica Nacional (AMN) “Maíra Fachini”

Através de email do Colega Dr. Janilson Leite que também é bloqueiro nas horas vagas, fiquei sabendo que no dia 19 de novembro de 2009, um grupo de trinta médicos, representando as cinco regiões do país, fundou a Associação Médica Nacional (AMN). A decisão se deu durante a plenária de encerramento da Jornada Nacional dos Médicos Formados na Escola Latinoamericana de Medicina-Cuba, realizada em Brasília, e que também contou a presença de dezenas de militantes de movimentos sociais, familiares e apoiadores dos médicos formados no exterior.

A AMN aglutinará médicos e médicas graduados ou pós-graduados no Brasil ou no exterior, tendo entre seus objetivos:
•defender o direito ao trabalho digno dos profissionais da medicina;
•trabalhar pelo aperfeiçoamento profissional contínuo de toda a categoria médica;
•construir articulações com as demais entidades representativas da categoria médica e da área de saúde em geral.
•estimular o trabalho de pesquisa científica na área de saúde, de maneira a permitir o desenvolvimento da medicina em todos os níveis: alta, média e baixa complexidade;
•contribuir com a formação e o aperfeiçoamento profissional dos demais trabalhadores da área de saúde.
•lutar pelo serviço civil obrigatório para os recém-saídos das universidades públicas;
•defender a integração plena da América Latina e Caribe, com o direito de ir e vir, direito ao trabalho e da construção de políticas públicas que estejam ao alcance de toda a população do Continente;
•combater qualquer forma de discriminação e atentado à soberania das nações, como o bloqueio econômico dos EUA contra a República de Cuba;
•defender as ações afirmativas no sentido de mitigar os efeitos da discriminação social, racial, de gênero, de opção sexual ou contra pessoa portadora de deficiência;
•defender o reconhecimento dos diplomas de medicina expedidos no exterior, tendo como base a Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB) e as Resoluções do Conselho Nacional de Educação;
•defender o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), a garantia do seu pleno financiamento e o seu controle social;
•lutar para que o SUS garanta que todos os municípios e todas as regiões urbanas ou rurais do país, comunidades quilombolas, comunidades indígenas, assentamentos de reforma agrária, territórios da cidadania e bairros pobres das grandes cidades tenham a garantia de atendimento médico.

A Plenária também elegeu a direção provisória da Associação Médica Nacional “Maíra Fachini”, que atuará em forma colegiada e terá como objetivo imediato preparar a realização do primeiro congresso da entidade no prazo mínimo de um ano.
A Direção Provisória da AMN é composta pelos seguintes médicos e médicas:
•Janilson Lopes Leite (AC)
•Lucia Maria Brum Soares (AM)
•Francisco Raevan dos Santos (PA)
•Josiano Macedo de Lima (CE)
•Ana Marta da Silva Santos (BA)
•Anívia Silva Carvalho (MA)
•Fabiane de Miranda Vasconcelos (DF)
•Wesley Caçador Soares (MS)
•Lílian Silva Gonçalves (DF)
•Renato Lemos (SP)
•Roberto Trindade (SP)
•Sidnei Rodrigues de Faria (MG)
•Maruan Hassan El Eis (RS)
•Odarlone Orente (PR)

A AMN nasce prestando homenagem à memória da companheira Maíra Fachini, médica formada na ELAM, na turma de 2006. Maíra era de Joinvile (SC) e faleceu em 13 de abril deste ano, um mês depois de participar da abertura da Caravana Nacional em Defesa do SUS, em Brasília, quando também se fez presente na reunião nacional do Setorial de Saúde da Central de Movimentos Populares, realizada logo após a abertura da Caravana.

Maíra foi vítima de discriminação ao passar na prova de Residência para o Hospital São José, também em Santa Catarina, quando não pôde assumir suas funções naquela unidade de saúde por não ter seu diploma revalidado. Mudou-se então para Tefé (Amazonas), onde trabalhou, até o seu falecimento, como médica no Programa Saúde da Família, em plena selva amazônica.

Outras informações podem ser obtidas pelo correio eletrônico
novosmedicosdobrasil@gmail.comou pelos telefones: (68) 99771626 – (71) 92819919 – (61) 84222208 – (11) 93610788 – (43) 99913395

Conheça um pouco mais sobre Maíra Fachini!
Maíra fez da vida um ideal de solidariedade e voluntariado
“Meu objetivo é seguir os caminhos da minha família, que é trabalhar voluntariamente por uma causa nobre”, afirmava Maíra quando ainda era estudante de medicina em Cuba. A inspiração para o trabalho voluntário é uma característica de toda família. Maíra nasceu e cresceu acompanhando exemplos de solidariedade. Filha do ex-vereador João Fachini, que coordenou a Pastoral
Operária da Igreja Católica em Joinville, e sobrinha do padre Luiz Fachini, idealizador das Cozinhas Comunitárias, a jovem sempre demonstrou vocação para atividades sociais.

O nome Maíra é inspirado em uma personagem do educador Darcy Ribeiro e em tupi-guarani significa filha da liberdade. Foi com essa liberdade que aos 18 anos ela resolveu sair do país e estudar medicina em Cuba. “Ela sempre dizia que tinha como ideal defender a vida, com uma prática essencialmente solidária, humanista a preventiva”, lembrou o irmão Rodrigo.

O sonho de Maíra era poder atender comunidades carentes de Joinville. Em 2006, ela chegou a prestar concurso para residência médica no Hospital São José, passou, mas não pôde atuar devido à falta de acordo entre Brasil e Cuba para reconhecimento do curso. “Isso a deixava muito triste. Ela havia estudado em uma das melhores faculdades de medicina do mundo, que serviu de referência para o Programa Saúde da
Família brasileiro e é reconhecida por vários países”.

Meses depois, recebeu um convite para trabalhar em Tefé, em plena selva amazônica. Lá, durante dois anos, Maíra realizou o sonho de cuidar da saúde de quem mais necessitava, como ela sempre planejou, desde criança. Se depender da família da médica Maíra Fachini, a luta pelo reconhecimento do curso de medicina cubano por parte do governo brasileiro não será em vão. “Temos que buscar uma forma de fazer com que o governo reconheça esse curso que tem grande importância social pela sua formação humanista”, afirmou Marcos Tiarajú.

Morte Prematura
A jovem médica Maíra Fachini, de 28 anos, morreu dia 13 de abril desse ano em
decorrência de lúpus, doença ainda de causas desconhecidas em que o sistema imunológico inverte o jogo e passa a atacar os órgãos do corpo humano.

Em 1999, Maíra foi a única joinvilense a ingressar na primeira turma da Escola Latinoamericana de Medicina, em Cuba e, desde 2006, atuava como médica do Programa Saúde da Família (PSF) em uma comunidade ribeirinha do município de Tefé, no coração da Floresta Amazônica.

Os primeiros sintomas da doença foram notados no dia 13 de março deste ano. Maíra participava de um congresso em Brasília quando, em contato telefônico com o irmão Marcos Tiarajú, reclamou de dores pelo corpo e cansaço. O irmão a teria aconselhado
a retornar a Joinville. Mas ela resolveu continuar se dedicando à sua profissão. Porém, uma semana depois, o quadro se agravou. “Com o diagnóstico de lúpus confirmado, Maíra retornou a Joinville no dia 21 de março e no dia seguinte foi
internada, seu estado já estava bem debilitado”, confirma o outro irmão, Rodrigo Fachini.

No lúpus, os principais alvos são as articulações, as artérias, a pele, os rins, os pulmões e o coração. Em casos mais graves até o cérebro é afetado. Maíra teve uma hemorragia alveolar e não resistiu. A família autorizou a doação das córneas da médica.

Portanto homenagem mais do que merecida que a Associação Médica Nacional (AMN) fez em Laurear Postumamente a médica com seu nome à nova Associação...

Fonte: Dr. Janilson Leite

Um comentário:

  1. Muito linda e oportuna a matéria sobre a Maíra, ela realmente faz muita falta pra todos nós. Nossa família tem um carinho muito especial pela família Fachinni e a Maíra era uma filha pra nós...Temos uma filha que também se formou pela ELAM em Cuba, hoje conseguiu validar seu diploma pela UFMT. e agora está residindo conosco em Itajía SC., para continuar a labutar com o mesmo objetivo humanitário em pról dos mais necessitados.

    Um grande abraço e parabens a todos os medicos pela iniciativa.

    Janete Cardoso e família

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