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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Os Caminhos do Além


É coisa tão alentadora quanto angustiosa, perceber que cada Religião detém uma parte da Verdade, mas também alimenta os seus equívocos. É alentador porque, assim, sabemos que todas elas têm o seu valor, e é angustioso por demonstrar que todas elas também têm os seus limites.


As distorções se devem à interpretação humana que recebem os fatos da espiritualidade. E as diferenças de visões, se devem às doutrinas pretenderem trazer “novidades”, e não repetir aquilo que outras já falaram (de forma acertada ou não), ou apenas usarem uma linguagem diferente para coisa semelhante.
Partindo destas premissas, se pode estimar que a espiritualidade de um mundo futuro globalizado, venha a apresentar um duplo-ecumenismo baseado na dialética binária de análise & síntese. Assim, de um lado se apresentará todas as possibilidades sobre o destino póstumo do ser humano, para a análise de todos, especialmente para as pessoas mais comuns e profanas, de modo a fazerem as suas opções e sedimentar as suas crenças.

A Morte é uma questão central na existência humana, e tratar do tema é, realmente, a suprema meta da condição humana. Os reinos inferiores ainda não têm meios para tratar do assunto da alma ou da consciência, e os reinos superiores não necessitam se ocupar disto porque já o tem superado. É tarefa específica das religiões fincarem pé no assunto, e todo o resto da cultura humana deve nisto colaborar. Não se trata de morbidez, mas de uma necessidade tácita da evolução humana, sob pena de se incidir na mais grave das alienações, muito embora as falsas crenças também possam ser tão graves quanto a negligência total.

Assim, não há de ser por nada que o tema da Morte seja retomado ou revisto em cada novo ciclo do mundo. Pode-se esperar que haja realmente novas visões (sínteses, quiçá), mas também ilusões devem ser desfeitas, como fez Jesus no tocante à ressurreição, ou como o Buda enfatizou a importância da iluminação e combateu a idéia da reencarnação “passiva”.
Vida e morte podem compor uma dualidade simples, útil para muita gente, dualista e simples como o dia e a noite. Mas a idéia da reencarnação confere maior complexidade ao assunto, inserindo um conceito crepuscular e misto, prenúncio de sínteses quiçá. A reencarnação é uma questão que se confunde com a ressurreição dos mortos do judaico-cristianismo, muito embora esta também possa ser vista como uma iluminação espiritual.

O orfismo, Pitágoras, Sócrates e Platão adotaram a reencarnação, doutrina íntima das Escolas Iniciáticas. Influenciados por estes, os neo-platônicos e os primeiros padres da Igreja simpatizaram com a idéia, até que o Segundo Concílio de Constantinopla, em 553 d.C., tratou de proscrever informalmente a crença no Cristianismo. Não há como negar que o espiritismo ofereça conforto para aqueles que perdem um ente querido, sendo este, aliás, uma das grandes fontes das suas “conversões”, quando imaginam que estes falecidos possam seguir de algum modo vivendo e eventualmente, até mesmo se comunicando com os vivos.

Contudo, e independente da oportunidade e da veracidade desta questão (que se confunde às vezes com a Necromancia) , devemos questionar se, por outro lado, esta esperança ou fé, também não alimenta idéias que outras religiões se esforçam detidamente para erradicar da alma humana, sob pena de levar o ser humano a perder o seu precioso tempo vital com ilusões ou, quiçá, apenas com apegos menores e o envolvimento com métodos espirituais atávicos e ultrapassados. “Deixe que os mortos enterrem os seus mortos”, parece ser a austera recomendação de uma religião voltada para o maior aproveitamento da vida atual ou, senão, da visão maior da Vida.

O fato de termos a semente da imortalidade, pode nos dar a ilusão da eternidade. O livre-arbítrio está relacionado a isto, quer dizer: o dom da consciência, ainda que seminal. Uma consciência que foi grandemente formada pela educação que recebemos e que, a bem da verdade, seria mais como uma semente ou um broto, devendo ser alimentada e iluminada até desabrochar como luz plena e auto-suficiente, na certeza total de que ela se tornou algo maior do que a vida física e já não depende desta para existir.

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