TRE vai ter que aceitar votos dos candidatos que tiveram os registros cassados
Adailson Oliveira, do site agazeta.net .
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Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Pedro Ranzi, diz que ainda não recebeu decisão do STF para a recontagem (Foto: Arquivo/Agazeta.net) |
A decisão do Supremo Tribunal Federal de deixar as regras da lei da ficha limpa para a eleição do ano que vem mexeu com o resultado do último pleito nos Estados.
No Acre, cerca de doze candidatos tiveram os registros cassados porque respondiam ou tinham sido condenados em processos judiciais. Agora, os Tribunais Regionais Eleitorais (TRE’s) vão ter que fazer a recontagem dos votos e isso modifica o coeficiente eleitoral, mudando as cadeiras nas Assembleias Legislativas.
As regras funcionam assim: os votos válidos são somados e divididos pelo número de vagas na Assembléia Legislativa. No Acre são 24. O resultado é chamado de quociente eleitoral. Cada coligação e partido elege um parlamentar, quando alcança o quociente. Se dobrar o quociente, ganha duas vagas e assim sucessivamente.
Como a lei da ficha limpa não vale para esta eleição, os TRE’S vão ter que aceitar os votos dos candidatos que tiveram os registros cassados. Significa que haverá uma nova soma dos votos e outra divisão. Isso pode mudar o resultado da eleição: deputados podem perder cadeira e outros, que nem suplentes eram, podem entrar.
O prejuízo maior ficou para os candidatos que pararam de fazer a campanha assim que tiveram os registros cassados. Com medo de perder dinheiro e tempo, desistiram de buscar votos. Hoje eles nem pode afirmar se conseguiriam se eleger.
Mas nem todo mundo ficou parado. No caso de N. Lima do DEM, ele foi cassado por abuso de poder econômico. Fazia campanha em local proibido. Ele não se enquadra na Lei da Ficha Limpa. Mesmo assim, não desistiu. Conseguiu 3.513 votos e foi o segundo mais votado na coligação que reuniu PPS, PTB, PSC, DEM e PMN.
Seus votos não foram computados, nem entraram na lista do TRE. N. Lima faz a contas e acredita que pode entrar no lugar de Marileide Serafim (PMN), a quarta a ser eleita na coligação. Procurada por nossa equipe, a deputada não quis gravar entrevista. “Tudo está nas mãos de Deus”, disse.
Outros candidatos como José Bestene e Bebeto Júnior, ambos do PP, o ex-governador Romildo Magalhães do PSC e o ex-vereador Carlos Beiruth podem mudar completamente a contagem dos votos e fazer a dança das cadeiras na Assembleia Legislativa.
O Presidente do TRE/Acre, desembargador Pedro Ranzi, informou que ainda não tem como saber quem sai ou quem entra, mas assim que o Tribunal receber oficialmente a decisão do STF, vai refazer a contagem dos votos.
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