O casal de extrativistas paraensesJosé Cláudio Ribeiro da Silva e sua mulher, Maria do Espírito Santo da Silva foram assassinados em emboscada na manhã desta terça-feira (24), dentro do Assentamento Extrativista Praialta-Piranheira, no município de Nova Ipixuna, sudeste do Pará.
De acordo com informações iniciais do advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Marabá, José Batista, que chegou ao local pouco depois do crime, os extrativistas sairam de casa em uma moto. Cerca de 10 quilômetros depois, diminuiu a velocidade para atravessar uma ponte em péssimo estado. Eles foram atacados por dois pistoleiros que estavam de tocaia na cabeceira da ponte.
Orelha decepada
Só a perícia vai informar quantos tiros os dois extrativistas receberam, mas o advogado da CPT relatou ao MPF no Pará que foram muitos. Um detalhe confere ao crime contornos típicos da pistolagem. De acordo com a CPT, o extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva teve a orelha cortada pelos assassinos.
A secretária adjunta de Comunicação do governo do Pará, Simone Romero, disse que não há confirmação oficial de que o extrativista tenha tido a orelha decepada. - A região é de difícil acesso. O que sabemos, de acordo com a perícia, é que o casal foi morto com tiros na cabeça. Foi atingido por tiros de espingarda cartucheira. Os peritos do IML do Pará ainda não tem um laudo. Não temos ainda informação oficial de que o corpo dele ou dela tenha sido violado - afirmou a secretária adjunta.
Os corpos foram levados para Marabá, onde devem ser enterrados na quarta-feira (24). José Cláudio tinha 52 anos e a mulher dele, 51. Familiares informaram que o casal tinha um filho adotivo, de 15 anos. O casal havia informado ao MPF em Marabá nomes de madeireiros de Jacundá e Nova Ipixuna que faziam pressão sobre os assentados e invadiam suas terras para retirar madeira ilegalmente.
O MPF encaminhou as denúncias à Polícia Federal e ao Ibama e já havia um inquérito aberto investigando várias madeireiras da região. O Ibama já tinha feito vistorias, detectado a extração ilegal de madeira e até feito interdição de serrarias. A pressão para retirada e venda ilegal de madeira é muito grande sobre assentamentos em todo o sudeste do Pará, por causa da demanda por carvão para a siderurgia.
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