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sábado, 29 de novembro de 2008

Hospital de Brasiléia é símbolo de descaso do Governo do Acre

Por Alexandre Lima - O Alto Acre
Novamente, o hospital Raimundo Chaar, localizado na cidade de Brasiléia (Acre), que atende quatro cidades da região do Alto Acre, vem mostrando um quadro pra lá de negligente no que se refere ao atendimento da população. Hoje, basta ficar cerca de dez minutos em frente ao hospital, para que funcionários e munícipes reclamem de alguma coisa.

Além de problemas estruturais e administrativos, pode-se dizer que, parece mais um grande posto de saúde do que mesmo um hospital. Nos últimos anos, o mesmo passou por reformas onde foram investidos cerca de um milhão de reais que pouco adiantou.

Rachaduras são vistas pelo prédio que foi erguido há mais de 50 anos. É comum pelas salas que já foram reformadas, infiltrações de água em dia de chuva. Exemplo fica na sala de pediatria onde são atendidas as crianças enquanto as mães com os filhos a tira-colo, aguardam sua vez no corredor por onde passa doentes ou alguém que chegue gravemente ferido, até mesmo onde a enfermeira chefe tira plantão, existe rachaduras.

Sem falar que, o prédio está há menos de cinco metros do barranco do rio que a cada ano que passa, aproxima-se do pátio onde ficam estacionados às ambulâncias e carros particulares. Até mesmo a atual diretoria comenta sobre a construção de um novo hospital em outro lugar com mais infra-estrutura.

Nos último meses, denúncias aumentaram por parte da população. Foi constatado que o hospital tem uma defasagem de profissionais essenciais que permaneçam na instituição, já que atende quatro cidades. Obstetra, pediatra, cirurgião e anestesista, fazem uma cansativa jornada de 15 dias trabalhando.

Segundo informações, o profissional de saúde na região, com exceção de alguns, é o que tem o menor salário no Estado, por isso, muito não querem trabalhar na fronteira além das péssimas condições de trabalho oferecidas. A situação até atinge os profissionais do SAMU, onde apenas o motorista e um socorrista tiram plantão. Em situações complicadas, chegam a pedir ajudar à terceiros.

O quarto que foi disponibilizado para que descansem e aguardem chamadas, é o que pode-se chamar também de descaso. As camas e colchões, foram comprados do próprio bolso e o ventilador, cada um traz de sua casa para não ficar no calor.

Os médicos não tem autonomia para liberar um carro caso precise. Deve-se primeiro ligar para a central localizada na Capital, passar o relatório, daí, um outro irá decidir se o paciente vai ou não. Minutos que podem ser essências para salvar uma vida que irá se deslocar cerca de 250km até a Capital.


APÓS PARTO MAL REALIZADO, FAMÍLIA PROCURA JUSTIÇA PARA FILHO QUE NASCEU COM SEQÜELAS IRREVERSÍVEIS
O caso mais recente, está registrado no Ministério Público e Delegacia de Brasiléia, onde o casal, Anderson René Lima e Eliete da Silva Marinho, ambos de 23 anos, casados há dois, estão trilhando um caminho que não terá mais fim.

O pai, trabalhador braçal que ganha um salário mínimo e paga aluguel, agora se vê obrigado a pedir demissão para ir morar na Capital Rio Branco juntamente com sua esposa, para que seu filho tenha atendimento de saúde adequado.
A angustia compartilhada pelo jovem casal, começou no dia 25 agosto passado quando Eliete foi para o Hospital com a esperança de ter seu filho saudável. Segundo a mãe, chegou por volta das 07h00 e após exames, foi liberada para aguardar em casa. Com as contrações, foi e voltou três vezes.


No dia 26, somente às 20h00, foi internada. Aproximadamente às 23h00 seu filho nasceu. Antes, viu momentos de angustia do médico Carlos Sérgio O. Alvarez, sob o CRM/AC 1061, que não aceitou o pedido de Anderson para que operasse sua esposa, ligando para outro médico, doutor Felipe Sawcedo, para ajudá-lo no parto.

Eliete contou que de tanto apertarem sua barriga para forçar o parto, ficou com manchas pelo corpo e quando nasceu, tiveram que imobilizar os braços e enfaixar a cabeça de seu filho, que veio ao mundo com 3.900kg, medindo 54cm, sem chorar, indo para o balão de oxigênio.

Somente no dia 27, às 00h10, necessitando de uma UTI, a gravidade pós-parto fez com que a mãe e seu filho fossem encaminhados para a Maternidade Barbara Heliodora na Capital, onde foi constatado no raio-x, uma mancha na cabeça da criança recém-nascida. Foi diagnosticado encefalopatia hipoxico-isquemico; falta de oxigênio que se desenvolve quando há hipoperfusão tecidual significativa e diminuição da oferta de oxigênio.

A extensão e a distribuição da lesão isquêmica cerebral é determinada pela maturidade cerebral e pela gravidade. Douglas foi submetido há uma cirurgia onde recebeu uma sonda na barriga por onde recebe a alimentação, já que não tem coordenação para mamar no peito. A lata do leite que a criança recebe, custa cerca de R$ 24,00.

Tudo está registrado no relatório médico, assinado pela Pediatra Ana Rita C. Prado, no dia 10 de outubro, juntamente com o fisioterapeuta Romeu Rodrigues Oliveira que constatou a paralisia cerebral com espasticidade dos membros superiores e inferiores.

Segunda a mãe, os médicos da Capital assustaram-se com os procedimentos realizados na cidade de Brasiléia, dentro do hospital. Já no dia 10 de outubro, também foi encaminhado pela Secretaria de Saúde do Estado através do Sistema Assistencial de Saúde da Mulher e da Criança, um relatório onde pede a aquisição de fraldas descartável para toda sua vida.

Segundo o promotor público Siberman Madeira, os pais já foram ouvidos e o CRM já foi comunicado sobre o fato através do Ministério Público. Já o delegado da cidade de Brasiléia, Cleilton Videira, disse que o inquérito já foi instaurado e o médico poderá responder por lesão corporal grave. O jovem Anderson está sendo assessorado por um advogado já que pretende processar tanto o médico quanto o Estado pela situação de seu filho.

Sabe que nenhum dinheiro irá fazer com que seu filho fique normal, mas estará lutando para que o pequeno Douglas tenha um acompanhamento médico digno, já que a mãe terá que ficar cuidando dele 24 horas enquanto viver sem poder trabalhar e ajudar na renda familiar. Ambos são de família humilde.

Douglas necessitará de acompanhamento especial por toda sua vida, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n° 8.069 de 13 de Julho de 1990, Art. 4° “É dever (...) do poder Público assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos diretos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. Alguns desses, serão retirado de sua vida.

Nota
O médico citado foi procurado no hospital juntamente com o presidente do Conselho de Ética para dar suas versões sobre o caso, mas não encontravam-se na instituição. O Secretário de Saúde do Estado do Acre, Oswaldo Leal, através do número 9984-**44, também não foi localizado para falar sobre os acontecimentos e situação em que encontra-se o Hospital Raimundo Chaar.

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