Comumente é de praxi de alguns Administradores quando estão prestes a entregar o cargo a desafetos políticos eleitos, sucatear a maquina administrativa na tentativa de ou de prejudicar o sucessor ou simplesmente para vingar-se daqueles que deixaram de depositar o voto de confiança quando da disputa eleitoral, e em Xapuri isso já se transformou em tradição cultural na turma política. Acredito eu, que a última transição de governo municipal de forma amigável, diplomática aconteceu no inicio da década de 90, quando o atual Prefeito passara na época a batuta para o Prefeito Eleito Juarez Maciel, que não foi tão cortez ao transmitir o cargo em 92 para o Prefeito José Menezes, que em 96 entregou uma verdadeira bomba atômica nas mãos do Prefeito Júlio Barbosa que em 2005 para quem não se lembra até as chaves do prédio administrativo da prefeitura, deixaram de ser entregues ao atual Prefeito Vanderley Viana e por via de regra o Prefeito Eleito para o quadriênio 2009-2012, Ubiracy Vasconcelos deverá ter suas fortes dores de cabeça quando do recebimento oficial da prefeitura, porque além dos problemas administrativos, não é de se esperar uma transição de cargo pautada nos conceitos da postura adequada aos homens públicos. Acredito que não há necessidade de dizer o por que, não é verdade caros leitores?
Bem, mas podem se perguntarem o por que desse retrospecto político para se falar da saúde? Por um fato muito elementar, já que essa postura de simplesmente deixar passar os dias para entregar a prefeitura ao novo prefeito, está prejudicando sobremaneira e envolvendo a população principalmente, aquelas mais necessitadas de políticas públicas de atenção básica, em uma verdadeira disputa de poder ainda que tardia que por sinal é sem sentido e do ponto de vista administrativo, irresponsável.
As duas áreas com maior problema e que afetam diretamente um percentual imenso de xapurienses é a Educação e a Saúde. A primeira prejudicada pela antecipação de encerramento do ano letivo, já que os professores de contrato provisório que são a maioria maciça do sistema municipal terão seus contratos reiscindidos a partir de 1. de dezembro, o que significa que não cumprirão os 200 dias letivos determinados pela Legislação Educacional, o que acarretará de certo, caso seja dado ciência ao Conselho Estadual de Educação a não validação do referido ano letivo, ou seja poderá até ocasionar simplesmente o cancelamento de um ano de estudos.
Na Saúde, o sistema agoniza, terminalmente fadado à morte. No quadro geral vemos a falta de medicamentos da farmácia básica nos centros de saúde, dispensa de pessoal, falta de profissionais para o atendimento, fora a desmotivação dos profissionais. Para se ter idéia sequer os Programas Federais, com recursos assegurados estão funcionando a contento, posso falar inclusive com conhecimento de causa já que sou paciente de dois deles. Cito inicialmente o Programa de atendimento aos diabéticos, que está de mal a pior. Primeiramente que sequer as fitas para o medidor de glicose, está tendo nos centros de saúde, ou seja uma coisa simples e primordial para se acompanhar o nível de glicose dos pacientes, não está acontecendo, depois o principal medicamento para o controle está em falta, os pacientes que necessitam da metformina para terem uma vida um pouquinho mais confortável estão a ver navios. Ainda tem um fato mais preocupante sabemos que 90% dos diabéticos necessitam exclusivamente do sistema público de saúde para atendimento e como nossos amigos xapurienses não estão tendo tal atendimento no município, procuram o Hospital local, que apesar de fazer o atendimento deixa bem claro e com razão que não é de sua competência tal atendimento básico, fora que os medicamentos para tais pacientes não estão contemplados na aquisição, devido a complexidade do atendimento não estar assegurado nas normas regulamentadoras do Ministério da Saúde no que diz respeito aquela instituição, também o hospital não é obrigado a cobrir do sistema municipal. E para os poucos que podem comprar o medicamento ou seu similar amargam no bolso como eu o preço dos mesmos.
O segundo programa que está irresponsavelmente praticamente abandonado pelo município é o de hanseníase, que em discordância com o Estado e Governo Federal que Caracterizam o programa Nacional de Combate à Hanseníase no Brasil, como alta prioridade, em Xapuri ele não tem importância alguma, já que os 12 pacientes atendidos pelo programa seguer estão com seus medicamentos em dia, devido à Secretaria Municipal de Saúde não dar a devida importância a esse tipo de tratamento. Para se terem idéia as pessoas portadoras da Hansen devem tomar no mínimo por num ano um medicamento altamente pesado do ponto de vista ambulatorial já que no decorrer do tratamento por ser uma droga que prejudica o sistema imunológico do paciente o DMT acaba colaborando para que inúmeros outros problemas ocorram. Por falar no medicamento DMT, importado da Índia e distribuído exclusivamente pela Saúde Pública com um controle imenso e que é fornecido pelo Governo Federal gratuitamente, e que não é encontrado sequer o seu similar na rede de farmácias, simplesmente não se sabe onde está em Xapuri ou quem de fato é o responsável pela guarda do medicamento, já que quando os pacientes procuram o centro de saúde Dr. Félix Bestene Neto, para receber o remédio, ouvem desculpas esfarrapadas de que uma hora está na Semusa, outra a pessoa responsável não se encontra, ou simplesmente para passar depois.
No Programa de Hansen com excessão do Biomédico Dr. Silvio que tenta fazer tudo pelos que procuram o laboratório para o diagnóstico, que incansavelmente tenta resolver os problemas via Rio Branco, que por sinal todas as vezes que eu o procurei ou simplesmente liguei procurou sempre com muita solicitude tentar resolver a situação, mas fazer o que se ele depende de estrutura e a Secretaria Municipal e esta pelo que percebi não está preocupada com a atual situação? Outro, profissional que também merece aqui o meu respeito é o Dr. Cleides, que ainda pelo que vejo está preocupado com a situação dos portadores de Hansen no município e que também as vezes que o procurei sempre demonstrou solicitude em me atender, a área de distribuição do medicamento ou de controle simplesmente não existe.
A minha maior preocupação é que sendo uma pessoa esclarecida e com bons contatos, não encontro entraves, porém, e aqueles que necessitam do mesmo atendimento, mas que infelizmente não podem ter o mesmo acesso, ou as alternativas que eu consigo viabilizar? Alguns dos pacientes são pessoas do interior que deveriam ter um acompanhamento, mais eficaz e que simplesmente recebem o medicamento, quando o recebem, mas que não tem acesso a uma avaliação terapêutica eficaz em relação ao pseudo tratamento. Para entenderem a situação, nessa semana por três vezes procurei o centro de saúde e não consegui receber o medicamento, necessitei vir a Rio Branco, para junto ao setor de Dermatologia do Hospital de Base, proceder avaliação e receber a medicação.
Por falar em Hospital de Base gostaria aqui de abrir um parênteses para o atendimento recebido. Procurei aquela instituição sem encaminhamento médico , sem agendamento prévio ou seja fadado a ter boas dores de cabeça para conseguir atendimento, enganei-me, fui muito bem recebido pela equipe do Dr. Franco Mariscal, pelas profissionais de área Rosy e Vânia, pela Fisioterapeuta daquela casa de saúde, pelo Biomédico e todos que ali trabalham. Me surpreendi pela agilidade da equipe e principalmente pelo atendimento humano que eles realizam, na manha de sexta eu fui atendido pela equipe de triagem, pela equipe laboratorial para verificação de diagnóstico, realizei avaliação na fisioterapia, consulta médica onde praticamente ocupei o Dr. Franco quase 1 hora tirando todas as minhas dúvidas, além de acessar medicamento para três meses, ou seja consegui resolver em uma manha, o que dificilmente faria em um mês em Xapuri.
Hilaricamente enquanto estava naquele setor duas pessoas de Xapuri também compareceram lá, queixando-se de problemas similares ao meu. A minha amiga enfermeira Dra. Alcirene que foi buscar medicamento para dois pacientes de Xapuri, já que segundo ela, estes tiveram o mesmo problema em receber tal remédio no já propagado Centro de Saúde, segundo o funcionário do hospital que também fora buscar tais medicamentos para pessoas que procuraram aquela instituição atrás de socorro, e olha que o hospital como eu já disse não tem nenhuma responsabilidade para com essa situação já que não é de sua competência o Programa de Hansen no Município, mas que bom que os profissionais daquela casa estão ajudando os pacientes que deveriam por obrigação serem atendidos pela Rede Municipal.
Bem se em dois programas a coisa está dessa forma, não deve ser diferentes nas outras áreas. Fico indignado, por que com saúde não se brinca, com pessoas doentes é primordial que se tenha respeito, o que a Secretaria Municipal de Xapuri está fazendo é antes de tudo uma monstruosidade com quem necessita de atendimento, por mais simples que seja, por mais que a equipe só tenha mais 30 dias para permanecer nos seus cargos, façam por merecer vossos salários e respeitem não somente a doença física, mas a cidadania dessa comunidade.
Sinceramente isso é caso de policia, cabe ação civil pública pelo Ministério Público, para que os responsáveis por esse caus sejam de fato responsabilizados e respondam legalmente pela omissão.
Que Deus nos ajude, e não nos permita adoecer!!! Pelo menos não em Xapuri...
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