Caros Leitores, desde a sua criação o Blog Xapuri News, o intuito sempre foi de ser mais um espaço democrático de noticias e variedades, diretamente da Princesinha do Acre - Terras de Chico Mendes - para o mundo, e passará momentaneamente a ser o instrumento de divulgação das Ações da Administração, Xapuri Nossa Terra, Nosso Orgulho, oque jamais implicará em mudança no estilo crítico das postagens.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Especial Irmã Dorothy

Como temos uma leve tendencia para esquecer das coisas que são importantes nesse País, e como ultimamente nao se fala em outra coisa senão no assassinato de uma menina de classe média alta de São Paulo leia-se caso Izabela, vou buscar algo tão vergonhoso para o Brasil que a dois anos está no nosso subconsciente que o assassinato da Irmã Dorothy Stang, que assim como o Assassinato do nosso conterrâneo Chico Mendes envergonha ou deveria envergonhar o Poder público imcapaz de políticas que possam assegurar que verdadeiros herois, exemplos da nova sociedade possam permanecer vivos, direito universal de vida, porém infelizmente vemos exemplos contrários a essa questao.

Farei a minha Parte, para aqueles que já esqueceram da Irmã Dorothy, aí vai um pocuo sobre sua vida e os ultimos acontecimentos após sua morte:

Dorothy Mae Stang, conhecida como Irmã Dorothy (Dayton, 7 de junho de 1931 — Anapu 12 de fevereiro de 2005) foi uma religiosa norte-americana naturalizada brasileira.

Pertencia às Irmãs de Nossa Senhora de Namur, congregação religiosa fundada em 1804 por Santa Julie Billiart (1751-1816) e Françoise Blin de Bourdon (1756-1838). Esta congregação católica internacional reúne mais de duas mil mulheres que realizam trabalho pastoral nos cinco continentes.

Ingressou na vida religiosa 1948, emitiu seus votos perpétuos – pobreza, castidade e obediência – em 1956. De 1951 a 1966 foi professora em escolas da congregação: St. Victor School (Calumet City, Illinois), St. Alexander School (Villa Park, Illinois) e Most Holy Trinity School (Phoenix, Arizona).

Em 1966 iniciou seu ministério no Brasil, na cidade de Coroatá, no Estado do Maranhão.

Irmã Dorothy estava presente na Amazônia desde a década de setenta junto aos trabalhadores rurais da Região do Xingu. Sua atividade pastoral e missionária buscava a geração de emprego e renda com projetos de reflorestamento em áreas degradadas, junto aos trabalhadores rurais da área da rodovia Transamazônica. Seu trabalho focava-se também na minimização dos conflitos fundiários na região.

Atuou ativamente nos movimentos sociais no Pará. A sua participação em projetos de desenvolvimento sustentável ultrapassou as fronteiras da pequena Vila de Sucupira, no município de Anapu, no Estado do Pará, a 500 quilômetros de Belém do Pará, ganhando reconhecimento nacional e internacional.

A religiosa participava da Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde a sua fundação e acompanhou com determinação e solidariedade a vida e a luta dos trabalhadores do campo, sobretudo na região da Transamazônica, no Pará. Defensora de uma reforma agrária justa e conseqüente, Irmã Dorothy mantinha intensa agenda de diálogo com lideranças camponesas, políticas e religiosas, na busca de soluções duradouras para os conflitos relacionados à posse e à exploração da terra na Região Amazônica.

Dentre suas inúmeras iniciativas em favor dos mais empobrecidos, Irmã Dorothy ajudou a fundar a primeira escola de formação de professores na rodovia Transamazônica, que corta ao meio a pequena Anapu. Era a Escola Brasil Grande.

Irmã Dorothy recebeu diversas ameaças de morte, sem deixar intimidar-se. Pouco antes de ser assassinada declarou: «Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar.»

Ainda em 2004 recebeu premiação da Ordem dos Advogados do Brasil (secção Pará) pela sua luta em defesa dos direitos humanos. Em 2005, foi homenageada pelo documentário livro-DVD Amazônia Revelada

No dia do assassinato no dia 12 de fevereiro de 2006, indagada pela munição que tivesse, a Irmã abriu a bolsa e mostrou a Bíblia. Leu para os dois pistoleiros alguns versículos do evangelho de Mateus e o tiro de 6 balas a mata. Eis o preço de suas lutas.


Na Absolvição do Fazendeiro mandante Lula afirma

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira que, como brasileiro e cidadão, está indignado com o resultado da absolvição do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, acusado de ser o mandante do assassinato da missionária americana Dorothy Stang, em fevereiro de 2005. Entretanto, segundo o presidente, como chefe do Executivo, ele não dá palpite sobre uma decisão do Judiciário.

"Como brasileiro e como cidadão comum, obviamente que estou indignado com o resultado. Como presidente da República, eu não dou palpite sobre uma instância do Judiciário. Obviamente que vão ter os recursos e vamos ver o que vai acontecer”, acrescentou.

O presidente ressaltou ainda que a decisão dos jurados pela absolvição depõe “um pouco” contra a imagem do Brasil no exterior. “Acho que uma parte da sociedade começa a ter dúvida sobre o julgamento. De qualquer forma, é uma decisão de um fórum legitimamente reconhecido. Temos que esperar que os advogados façam os recursos", afirmou.


O que o Ministro da Defesa diz sobre o Caso
Isso faz parte de longas experiências do tribunal do júri, e eu sei muito bem que essas coisas acontecem. Faz parte das instituições democráticas”, afirmou Jobim.

Questionado sobre o caso, por sua experiência profissional da área de Direito, o ministro preferiu não fazer comentários. “Não conheço o processo, não compete a mim emitir opinião. Seja como advogado e juiz que já fui, sei muito bem que as decisões tomadas pelos tribunais são em cima do processo. E cabe ao sistema judiciário brasileiro decidir".

Por cinco votos a dois, Vitalmiro Bastos de Moura foi absolvido terça-feira (6), no segundo julgamento a que respondeu, na 2ª Vara do Júri de Belém. O advogado Eduardo Imbiriba, que defendeu o fazendeiro, pediu a absolvição do acusado sustentando a tese de negativa de mando do crime.

Em nota divulgada ontem (7), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) classificou de “muito ruim” o aceno dado pelo Poder Judiciário com a absolvição do fazendeiro. A Secretaria Especial dos Direitos Humanos também criticou a absolvição em nota assinada pelo ministro Paulo Vannuchi.

Câmara Federal abre Discurssão sobre o Caso Dorothy
Perguntado sobre se há falha na lei por permitir o segundo julgamento do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que pedirá um estudo à assessoria técnica da Casa para verificar se seria possível aperfeiçoar a legislação. Segundo informações da Agência Câmara, Chinaglia se disse "estupefato" com a absolvição do fazendeiro, por júri popular, em segundo julgamento.
Ele havia sido condenado anteriormente sob a acusação de ser o mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang.

O direito ao segundo julgamento está previsto no Código de Processo Penal quando o réu tem condenação superior a 20 anos de prisão. Chinaglia disse ser surpreendente que alguém condenado a 30 anos de prisão no primeiro julgamento, como aconteceu com Vitalmiro, seja absolvido em seguida. O réu foi a júri popular em três ocasiões (em 2005, 2007 e 2008), mas o julgamento do ano passado foi anulado por irregularidades. "Fica a sensação de que não se fez justiça, fica uma desconfiança em relação ao que o Judiciário decide. Pode haver uma falha na legislação", disse Chinaglia à Agência Câmara.

A Procuradoria Geral da República no Pará repudia a ação de absolvição
A Procuradoria da República no Pará deve pedir ao governo federal e ao governo estadual ainda nesta quarta-feira que aumentem o reforço policial nas áreas de conflito da Amazônia para evitar o aumento da violência na região. O Ministério Público teme que a absolvição do fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, acusado de ser o mandante do assassinato da religiosa Dorothy Stang, em 2005, encoraje outros crimes em áreas de conflitos por disputas de terras na região.

“A absolvição do fazendeiro foi um prêmio à impunidade. As pessoas que lutam contra os fazendeiros estão correndo sério risco de vida”, alertou, nesta quarta-feira, o procurador Felício Pontes Júnior, que revelou haver 300 nomes de lideranças ameaçadas de morte na Amazônia.

Segundo o procurador, há dezenas de focos de violência na região envolvendo madeireiros, latifundiários, garimpeiros e os povos da floresta, como ribeirinhos e indígenas. Na avaliação de Felício Pontes Jr, a absolvição de Vitalmiro repercutirá em maior violência nessa áreas.

O fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura foi absolvido nesta terça-feira pelo conselho de sentença, no segundo julgamento a que foi submetido. O júri condenou a 28 anos de prisão em regime fechado o pistoleiro Rayan das Neves Sales, mas alegou não haver provas suficientes para condenar o fazendeiro.

O promotor Edson Souza declarou que pretende recorrer da decisão, argumentando que o pistoleiro mentiu. Em 2005, Rayan declarou que recebeu R$ 50 mil pela morte da missionária, mas no julgamento de terça-feira, voltou atrás.

Membro do Comitê Dorothy, criado logo após sua morte para dar apoio aos colonos, a missionária irmã Margarida afirmou que Dorothy Stang "não tombou por uma gleba de terras", mas porque revelou que, na região, há um consórcio do crime.

“Ela tinha uma caixa com documentos de vários nomes comprometidos com o crime organizado. Rayan era um matador de aluguel, não tinha terra na região nem era agricultor. Qual o interesse dele em assassinar Dorothy?” questionou.

Leia abaixo a nota oficial do MPF do Pará sobre o caso

O Ministério Público Federal (MPF) no Pará vem a público externar sua indignação contra a absolvição do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura da acusação de ter sido o mandante do assassinato da irmã Dorothy Stang.

Além de contrária às provas nos autos, a decisão - um verdadeiro prêmio à impunidade - é preocupante porque contribui para o acirramento da violência no campo.
Assim, entendemos que é fundamental e urgente o fortalecimento dos sistemas de segurança pública federal e estadual nas regiões de conflitos fundiários no Pará.

Caso isso não ocorra, o MPF teme pela concretização das ameaças de morte a trabalhadores rurais, índios, quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais, defensores dos direitos humanos e religiosos que atuam no interior do Estado na defesa das minorias.

Por fim, é preciso lembrar que Vitalmiro Bastos de Moura responde à Justiça Federal por crimes ambientais e por manutenção de trabalhadores em condições análogas às de escravos.


Oque diz a sociedade Civil
Em nota no Blog do Jornalista Paraense Sakamoto podia se ler a missiva:
Caso Dorothy mantém licença para matar na Amazônia

Vitalmiro Bastos de Moura foi inocentado ontem, em Belém, de ter encomendado a morte da missionária Dorothy Stang, em fevereiro de 2005. A história ocupou o noticiário nacional e internacional durante um bom tempo, então não vou retomá-la. No primeiro julgamento, ele havia sido condenado, mas agora, devido a mudanças nos depoimentos de testemunhas, o juri o liberou por cinco votos a dois. Fogoió, o pistoleiro executor, desta vez, disse que fez tudo sozinho, da sua própria cabeça, ao contrário do que afirmou nos outros julgamentos. OK, faz de conta que eu acredito.

O promotor considerou um insulto post mortem contra Dorothy. Os movimentos sociais e pequenos agricultores presentes ficaram chocados. Deve haver recurso.

Enquanto isso, proprietários rurais ou grileiros que acreditam deterem o monopólio de violência em regiões em que o Estado é totalmente cooptado, subjulgado ou parceiro do poder econômico mantém sua licença para matar. Pois terão a certeza de que só peixe pequeno é condenado. Como é na maioria das vezes no Brasil.

Um lembrete: Vitalmiro Bastos de Moura continua na “lista suja” do trabalho escravo – cadastro oficial do governo federal que mostra quem cometeu esse crime em suas propriedades. Bancos públicos, algumas instituições financeiras privadas e empresas que assinaram o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo evitam relacionamento com os listados. Bida foi flagrado com 20 escravos na fazenda Rio Verde, em Anapu (mesma cidade em que Dorothy foi morta), que desenvolve criação de bovinos. A fazenda continua vendendo produção. Ou seja, tem gente financiando as atividades ilícitas de Vitalmiro. Direta ou indiretamente.

Em tempo: falando em licença para matar, sabiam que apesar de milhares de fazendas já terem sido palco de libertações de escravos, não há um fazendeiro sequer que tenha sido julgado, condenado, preso e cumprido pena na cadeia por esse crime? Isso, apesar do Código Penal prever de dois a oito anos de reclusão.

Bem reflitam, isso pode novamente acontecer!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caro usuário, você é muito importante para este espaço, suas idéias e opiniões são valiosíssimas, será sempre muito bem vindo a deixar impregnado sua opinião.

Caso queira contribuir, com uma crítica construtiva prossiga, você será respeitado, tal qual o teu respeito para o Xapuri News, porém caso deseja deixar um comentário que fira os preceitos éticos deste instrumento de informação, infelizmente não poderemos publicar o teu comentário...

Cordiais Abraços...
Joscíres Ângelo
Adm. Xapuri News